Categorias
Artigos Noticias

Ministros da União Europeia não condenam violência contra os cristãos no Oriente Médio para não serem politicamente incorretos

 

Hilary White

BRUXELAS, Bélgica, 15 de fevereiro de 2011 (Notícias Pró-Família) — O Conselho da Europa já tomou posição e até o Parlamento da UE, mas os ministros das Relações Exteriores da UE estão hesitando para atender ao apelo de condenar por nome a intensa violência e discriminação contra os cristãos no Oriente Médio. Numa reunião em 31 de janeiro, 27 ministros das Relações Exteriores da UE rejeitaram, por temores de serem politicamente incorretos, a versão preliminar de uma resolução que condena as atrocidades contra as minorias cristãs no Egito e Iraque.

A Alta Representante da União Europeia para Assuntos Exteriores, a Baronesa Catherine Ashton, disse que os 27 ministros tiveram de “recuar e refletir” em como, no curso de apoiar a tolerância e as liberdades religiosas, eles poderiam “garantir que reconheçamos comunidades individuais de qualquer religião que se encontre sendo incomodada ou pior”.

O desconforto de mencionar o Cristianismo foi demonstrado também pelos representantes de alguns países escandinavos pesadamente secularizados bem como a Inglaterra.

A incapacidade dos ministros de relações exteriores de apoiar a versão preliminar da resolução ocorre depois da aprovação rápida de um documento semelhante por parte do Parlamento da UE em 20 de janeiro de 2011 que condenou ataques “que comprometem a existência de comunidades cristãs e a existência de outras comunidades religiosas”. A resolução condenou a perseguição aos cristãos no Egito, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Chipre, Irã, Índia e Iraque.

O documento também apontou para incidentes de discriminação religiosa contra cristãos na Europa e exortou o gabinete de Ashton a criar uma estratégia para fazer valer o direito humano à liberdade religiosa.

O Conselho da Europa, o maior órgão de 47 países membros, também disse num relatório intitulado “Violência contra os cristãos no Oriente Médio” que “a situação ficou mais grave desde o início do século XXI e, se não for lidada de forma adequada, poderá levar ao desaparecimento, em curto prazo, de comunidades cristãs no Oriente Médio”.

Os dois documentos pediram que os países estabelecessem um órgão para monitorar a perseguição religiosa, o desenvolvimento de abrangentes políticas de asilo para refugiados religiosos e ajudar a reassentar refugiados cristãos.

Na época em que a resolução do Parlamento da UE foi aprovada, Ashton disse: “A UE não se fará de cega para a perseguição dos cristãos no mundo inteiro”. Antes, Ashton havia “sem reserva” condenado o ataque contra uma igreja copta em dezembro no Egito que matou 23 pessoas. Ela disse: “O direito dos cristãos coptas de se reunir e adorar em liberdade tem de ser protegido”.

A relutância dos ministros de relações exteriores foi criticada por Franco Frattini, ministro das relações exteriores da Itália, que disse que a versão preliminar da resolução mostrava “excesso de secularismo”.

“O texto final não incluía nenhuma menção aos cristãos, como se estivéssemos falando de outro assunto qualquer. Por isso, pedi que o texto fosse retirado. Daí foi realmente retirado”, disse ele. A medida de retirar a resolução foi apoiada pelo ministro francês, que queria mencionar por nome os cristãos bem como os muçulmanos xiitas.

O parlamentar italiano Luca Volontè expressou seu desapontamento, dizendo: “A incapacidade de tomar uma posição firme como uma Europa de uma só voz contra as atrocidades perpetradas recentemente contra os cristãos em grande parte do mundo é absolutamente incompreensível, principalmente depois dos dois textos inequívocos adotados pelo Parlamento e pelo Conselho da Europa”.

David Casa, parlamentar de Malta, disse: “Como é que é possível condenar de forma correta essas atrocidades sem fazer nenhuma menção dos alvos [dessas atrocidades]?”

“Se temos a intenção de gastar o dinheiro dos que pagam o imposto de renda para pagar pedaços de papel rascunhado declarando que as pessoas não deveriam ser mortas à bomba em geral, então deveríamos todos fazer as malas e ir para casa”.

“Será que talvez falte à nossa Alta Representante estar mais bem informada quanto àqueles que ela está representando? Nós nos tornamos incapazes de condenar os ataques contra nossos irmãos cristãos. Que dia triste para a Europa!”

A Comissão das Conferências dos Bispos Católicos da Comunidade Europeia (CCBCC) disse que “muito lamenta” a “vacilação diplomática” dos ministros.

“A vacilação diplomática está ainda mais incompreensível à medida que vidas inocentes estão sendo ceifadas em ataques atrozes contra os cristãos e outras minorias em todo mundo”, disse uma declaração da CCBCC.

“Os recentes ataques contra os cristãos não são casos isolados. As estatísticas sobre liberdade religiosa em anos recentes mostram que a maioria dos ataques de violência religiosa é perpetrada contra os cristãos”.

Fabio Bernabei, diretor da organização Centro Culturale Lepanto que tem sede em Roma, comentou que os ministros “são elites anticristãs patológicas que fazem conspirações na hora de decidir em Bruxelas em conjunção com as orientações dos conglomerados dos meios de comunicação”.

O Pe. Waldemar Cislo, diretor da seção polonesa da agência internacional de caridade Auxílio para a Igreja em Necessidade, condenou a obsessão “politicamente correta” de alguns ministros da UE.

“Parece que a Europa está se esquecendo do Cristianismo de novo no nome de alguns estranhos princípios politicamente corretos”.

O assassinato em massa de cristãos durante cultos religiosos em países politicamente problemáticos, inclusive o assassinato de 58 católicos iraquianos em Bagdá em outubro e 23 cristãos coptas no Egito em dezembro, foram parar nas manchetes internacionais; mas a agência Auxílio para a Igreja em Necessidade estima que aproximadamente 170.000 cristãos sejam mortos de ódio por suas convicções no mundo inteiro a cada ano, em grande parte em países dominados por muçulmanos.

Em sua mensagem do Dia Mundial da Paz de 1 de janeiro, o Papa Bento 16 disse que os políticos têm um dever especial de defender os direitos humanos dos cristãos que estão sendo perseguidos no mundo inteiro. Tais ataques, o papa disse, são “uma ameaça à segurança e paz, e um obstáculo para se alcançar o autêntico e integral desenvolvimento humano”.

“É doloroso pensar que em algumas regiões do mundo é impossível professar a própria religião livremente, exceto sob risco de vida e liberdade pessoal”, disse o papa. Numa referência provável ao oficial sentimento anticristão da Europa, Bento acrescentou: “Em outras regiões vemos formas mais sutis e sofisticadas de preconceito e hostilidade para com os crentes e símbolos religiosos”.

Auxílio para a Igreja em Necessidade lançou um relatório sobre os incidentes anticristãos no mundo inteiro durante o período de 2009-2010 que revelou que “num terço dos países” não existe real liberdade religiosa; casos de evidente discriminação contra os cristãos foram encontrados em mais de 70 países.

Informações de contato:

Baroness Ashton
Deputy Spokesperson:
Maja Kocijancic
Tel : +32 (0)2 298 65 70
Mobile : +32 (0)498 982 892
Email: maja.kocijancic@ec.europa.eu

Categorias
Cultos

Cresce o número de conversões falsas entre adolescentes cristãos

 

Se você é pai ou mãe de um adolescente cristão, Kenda Creasy Dean faz um alerta: seu filho está seguindo uma forma mutante de cristianismo e você pode ser o responsável.

Dean afirma que cada vez mais adolescentes estão adotando o que ela chama de “deísmo moralista-terapêutico”. Tradução: uma fé enfraquecida que mostra Deus como um “terapeuta divino”, cujo principal objetivo é aumentar a auto-estima das pessoas.

Dean é pastora, professora do Seminário Teológico de Princeton e autora de Almost Christian, [Quase cristão]. Seu livro argumenta que muitos pais e pastores estão propagando inconscientemente essa forma egoísta de cristianismo. Ela afirma que essa fé “impostora” é uma razão pela qual os adolescentes abandonam as igrejas.

“Se este é o Deus que eles estão vendo na igreja, então estão certos em querer nos abandonar”, diz Dean. “As igrejas não dão motivos suficientes para eles se sentirem motivados.”

Características comuns dos jovens apaixonados pelo que fazem

Dean tirou suas conclusões no que ela chama de um dos verões mais deprimentes de sua vida. Ela entrevistou adolescentes sobre sua fé depois de ajudar a realizar uma pesquisa para o controverso “Estudo Nacional da Juventude e Religião”.

Este estudo, que incluiu entrevistas feitas em profundidade com pelo menos 3.300 adolescentes americanos entre 13 e 17 anos, concluiu que a maioria dos adolescentes que afirmavam ser cristãos eram indiferentes sobre sua fé e não se envolviam com ela.

O estudo incluiu cristãos de todas as classes – desde católicos até evangélicos, de denominações conservadoras e também das mais liberais. Os números finais indicam que embora 3 em cada 4 adolescentes americanos (75%) se declarem cristãos, menos da metade pratica sua fé, apenas metade a considera importante e a maioria não consegue falar de maneira coerente sobre suas crenças.

Muitos adolescentes pensam que Deus quer apenas que eles se sintam bem e que façam o bem – algo que os pesquisadores chamaram de “deísmo moralista-terapêutico”.

Alguns críticos disseram à pastora Kenda Dean que a maioria dos adolescentes não consegue falar coerentemente sobre qualquer assunto profundo, mas ela argumenta que existem estudos em abundância mostrando que isso não é verdade.

“Eles têm muito a dizer. Eles podem falar sobre dinheiro, sexo e suas relações familiares com detalhes. A maioria das pessoas que trabalha com adolescentes sabe que eles não são naturalmente desarticulados”, afirma Dean.

Em Almost Christian, Dean fala com os adolescentes que são envolvidos com sua fé. A maioria vem de igrejas mórmons e evangélicas, que tendem a realizar um trabalho melhor no sentido de gerar nos adolescentes uma paixão pela religião.

A escritora disse que adolescentes cristãos comprometidos compartilham 4 características, não importando suas origens: eles têm uma experiência pessoal com Deus, um envolvimento profundo com uma comunidade espiritual, um senso de propósito e um senso de esperança quanto ao futuro.

“Existem incontáveis estudos que mostram que adolescentes religiosos têm melhores notas na escola, têm relações melhores com os pais e se envolvem menos em comportamentos de alto risco. Eles fazem um monte de coisas pelas quais os pais oram”, escreve ela.

Dean é uma pastora ordenada pela Igreja Metodista Unida e que diz que os pais são a influência mais importante na fé dos filhos. Por isso, coloca sobre os adultos a responsabilidade maior pela apatia religiosa dos adolescentes.

Alguns adultos não esperam muito dos pastores e líderes de jovens. Os pais simplesmente esperam que os pastores mantenham os jovens longe das drogas e do sexo antes do casamento. Outros ensinam um “evangelho legal”, no qual a fé consiste simplesmente em fazer o bem e não machucar os outros. Não se ouve sobre o chamado cristão para correr riscos, testemunhar e se sacrificar pelos outros, conclui Dean.

“Se os adolescentes carecem dessa articulação da fé, possivelmente é porque a fé que mostramos a eles é muito fraca para merecer mérito durante a conversa”, escreveu Dean, com a autoridade de quem é professora de Juventude e Cultura Eclesiástica no Seminário Teológico de Princeton.

Mais adolescentes podem estar se desviando do cristianismo convencional, mas seu desejo de ajudar os outros não diminuiu, afirma Barbara A. Lewis, autora de The Teen Guide to Global Action [Guia dos Adolescentes para Ação Global]. Ela diz que Dean está certa – muitos adolescentes estão adotando uma crença distorcida sobre quem é Deus.

No entanto, houve uma “explosão” no envolvimento dos jovens desde 1995, o que Lewis atribui a mais escolas enfatizando a necessidade de serviço comunitário. Adolescentes menos religiosos não são automaticamente menos compassivos, afirma.

“Vejo um aumento na paixão dos jovens para fazer deste mundo um lugar melhor. Muitos jovens estão buscando a solução dos problemas. Eles não estão esperando pelos adultos”, conclui Lewis.

O que os adolescentes dizem sobre seus colegas

Elizabeth Corrie encontra alguns desses adolescentes idealistas em todos os verões. Ela adotou o desafio central do livro de Lewis: incutir a paixão religiosa nos adolescentes.

Corrie, que já foi professora de religião do ensino médio, hoje dirige um programa chamado YTI – Youth Theological Initiative [Iniciativa Teológica da Juventude] da Universidade de Emory, na Geórgia.

O YTI funciona como um curso rápido de treinamento teológico para os adolescentes. Pelo menos 36 estudantes do ensino médio de todo o país reúnem-se para três semanas de formação cristã. Eles adoram a Deus juntos, visitam diferentes comunidades religiosas e participam de projetos comunitários.

Corrie diz que não há escassez de adolescentes que desejam ser inspirados e fazer deste um mundo melhor. Mas o cristianismo que alguns aprenderam não os inspira “a mudar alguma coisa que não está funcionando no mundo”.

“Adolescentes querem ser desafiados; eles querem que suas perguntas difíceis sejam levadas em consideração. Achamos que eles querem bolo, mas eles realmente desejam bife com batatas fritas, e nós continuamos a lhes dar bolo”, acredita Corrie.

Estudante de uma escola em Atlanta, David Wheaton diz que muitos de seus colegas não estão motivados com o cristianismo porque não conseguem ver o retorno disso. ”Se eles não conseguem ver benefícios imediatos, acabam se mantendo longe. Eles não querem fazer sacrifícios”, afirma.

Como pais radicais instigam a paixão religiosa em seus filhos

Não são apenas os pais, as igrejas também compartilham a culpa pela apatia religiosa dos adolescentes, afirma a professora Corrie.

Ela diz que os pastores muitas vezes pregam uma mensagem de segurança que pode atrair um número maior de fiéis. O resultado: mais pessoas bocejando nos bancos. ”Se a sua igreja não consegue sobreviver sem um certo número de membros comprometidos, você acaba não querendo pregar uma mensagem que possa irritar as pessoas. Todo mundo vai concordar se você apenas disser que devemos ser bons e que Deus recompensa os que são bons”, conclui Corrie.

Parafraseando a autora de Almost Christian, Corrie enfatiza que o evangelho da gentileza não consegue ensinar os adolescentes a enfrentar uma tragédia.

“Não consegue suportar o peso de questões mais profundas: Por que meus pais estão se divorciando? Por que meu melhor amigo cometeu suicídio? Por que, nesta economia, eu não consigo o emprego bom que me foi prometido se fosse um criança estudiosa?”

O que um pai pode fazer então? “Seja radical”, responde Dean.

Ela diz que os pais que fazem algum ato radical de fé na frente de seus filhos transmitem mais do que um grande número de sermões e viagens missionárias.

Um ato radical de fé poderia envolver algo simples como passar um verão na Bolívia trabalhando em um projeto de renovação agrícola ou recusar uma oferta de emprego mais lucrativa para ficar em uma igreja que está passando por lutas, aponta Dean.

Mas não é suficiente ser radical – os pais devem explicar que “esse é o modo como cristãos vivem”. ”Se você não disser que está fazendo isso por causa de sua fé, seus filhos dirão que os pais são realmente pessoas legais. Não se entende que a fé deveria fazer você viver de forma diferente, a menos que os pais ajudem os filhos a perceber isso”, diz Dean.

“Eles me ligaram quando eu estava sem opções”

Anne Havard, uma adolescente de Atlanta, pode ser considerada radical. Uma jovem cuja fé parece estar incendiada. Ela participou do programa da universidade Emory. Hoje, fica emocionada quando fala sobre a possibilidade de ensinar teologia futuramente e cita estudiosos de peso, como o teólogo Karl Barth.

Ela está tão entusiasmada com sua fé que, após ouvir uma questão, dispara uma resposta de 5 minutos antes de parar e rir: “Desculpe, já falei demais”.

Havard diz que sua fé tem sido alimentada pelo que Dean chama em Almost Christian“uma comunidade de fé relevante”.

Em 2006, o pai de Havard foi vítima de uma forma rara de câncer. Em seguida, perdeu uma das suas melhores amigas – uma jovem na flor da vida – também para o câncer. Foi aí que sua igreja e seu pastor entraram em cena. Segundo ela: ”eles me ligaram quando eu estava sem opções”.

Quando questionada sobre como sua fé se manteve após perder o pai e sua amiga, Havard não ficou procurando palavras como alguns dos adolescentes em Almost Christian.

Ela diz que Deus falou mais quando se sentiu sozinha – como Jesus deve ter se sentido na cruz. “Quando Jesus estava na cruz clamando: ‘Meu Deus, por que me abandonaste”?’ Jesus era parte de Deus”, diz ela. “Então, Deus sabe o que significa duvidar. Está tudo bem passar em uma tempestade, ter dúvidas, porque Deus também estava lá”.

Data: 14/2/2011 08:33:58
Fonte: Pavanews

Categorias
Estudos

O perfil da mulher de Deus.

Francisco Macena da Costa

Texto: Lucas 1.46-56, RA
"Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome. A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem. Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos. Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos. Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre, como prometera aos nossos pais. Maria permaneceu cerca de três meses com Isabel e voltou para casa."
Introdução.
No segundo domingo de fevereiro os presbiterianos celebram com gratidão o dia da mulher presbiteriana. Considerando que desde a década de 60 houve uma verdadeira revolução do ponto de vista cultural, a mulher vem ganhando espaço em todos os seguimentos da sociedade. Mais do que nunca elas merecem ser lembradas.
Por vezes a linguagem do feminismo se dá com certa agressividade, quase que grávida dos séculos em que a mulher foi coisificada e reprimida. Contudo, ainda que a linguagem seja emocionada e carregada de desejos de igualdade, às vezes me ocorre que as mulheres exigem o direito de serem machistas. Logo tanto “elas” assim como “eles” precisam re-econtrar o sentida da vida a luz das categorias do Evangelho.
Sendo assim, quando tanto se fala em direitos da mulher, sua liberdade, seus sonhos, sua autonomia, venho dizer que a bíblia nos fala de uma revolução feminina que desconstrói tanto o machismo como o feminismo reduzindo-os a um construto histórico criticável. E no texto do Evangelho que hoje lemos, recebemos uma luz que indica o perfil da mulher de Deus que desafia positivamente a ideologia da identidade do gênero feminino nos dias atuais.
I. A mulher de Deus vive pela alegria do Senhor. (46 – 47)
O texto sagrado do Evangelho nos diz primeiramente que Maria irrompeu do fundo de sua alma, com um cântico, dizendo: "Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador".
Evidentemente que nas palavras cantadas por Maria estão as marcas de sua piedade diante de Deus, revelando que ela era uma mulher de fé, em cujo coração havia o desejo de falar da grandeza do Senhor.
A piedade dela nem de longe poderia ser comparada com uma obrigação, um fardo pesado ou uma burocracia gélida. A piedade que Maria ofereceu diante do Senhor era uma manifestação de alegria do coração. Era um estado de felicidade e júbilo pela certeza da salvação graciosa do Senhor, que em seus desígnios, prometeu libertar os cativos trazendo uma nova realidade de paz e bem aventurança ao mundo dos homens e das mulheres.
No mundo de Maria não existiam muitos motivos para poetizar a vida. As mulheres que o digam! Talvez elas fossem as que menos tivessem razões para cantar em verso e prosa a existência na qual elas estavam jogadas. Naquela época as mulheres:
• Eram em tudo inferiores aos homens;
• Eram tratadas como objetos dos homens;
• Ocupavam lugares secundários nos cultos;
• Não eram dignas de instruir ou mesmo de testemunhar nos tribunais;
Maria viveu esse mundo onde a mulher era diminuída, discriminada, alienada, marginalizada e espoliada em sua dignidade. Todavia, o que me ocorre é exatamente a forma como ela reagiu diante desse mundo que a cercava e a cerceava – ao invés de tomar parte nas militâncias radicais daquele período, ou mesmo se tornar uma pessoa seca e azeda de alma por causa das faltas de oportunidades – Maria, como uma mulher de Deus, decidiu viver a alegria do Senhor.
Num mundo de pobreza, inveja, injustiça, maldade, exploração e incredulidade, Maria resolveu cantar a alegria da comunhão com Deus. Ela mergulhou no relacionamento com o Senhor lutando contra a mediocridade do seu mundo engrandecendo o nome do Senhor. Ela superou as tristezas da alma, relembrando em forma de poesia o plano salvador de Deus.
Hoje, em nossos dias, a mulher realizou muitas conquistas, passou a assumir direitos que antes era monopólio de homens. Mas será que a mulher ainda hoje é diminuída? Será que ainda hoje a mulher esta sendo tolhida e espoliada das benções da imagem e semelhança divina implantada na existência delas? Penso que sim. Ainda hoje as mulheres são diminuídas e alienadas de sua verdadeira existência quando:
Supervalorizam a estética em prol de um erotismo fútil – deixando de lado a ética do temor a Deus.
Confundem submissão com escravidão – e liberdade com machismo as avessas.
Usam a ideologia como forma de desobediência a lei de Deus – principalmente no tocante a questão da vida e aborto.
Colocam a carreira profissional acima do dom de ser mãe e esposa.
Abrem mão de sonhar com a justiça e a felicidade – para aceitarem a pachorra de homens embrutecidos que humilham e maltratam e as tratam como objetos.
Perdem a dimensão da comunhão com Deus – em nome de um feminismo, carregado de um ódio militante.
O mundo que vivemos impõe sobre homens e mulheres uma existência medíocre e viciada numa forma incrédula de desdenhar os valores do reino de Deus e por causa desse contexto caótico que estamos vivendo estou plenamente convencido que o papel da mulher de Deus é fundamental para o enfretamento da realidade mundana vigente.
Diante do mundo que vivemos a mulher de Deus:
1. É aquela que assume corajosamente a comunhão com o Senhor. Ele segue os preceitos do Senhor com temor e tremor.
"Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada." (Provérbios 31:30, RA)
"Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo." (1 Timóteo 3:11, RA)
2. É aquela que engrandece em tudo a vontade de Deus.
"Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada." (Tito 2:3-5, RA)
3. É aquela que se alegra com as promessas de salvação.
"Então, orou Ana e disse: O meu coração se regozija no Senhor, a minha força está exaltada no Senhor; a minha boca se ri dos meus inimigos, porquanto me alegro na tua salvação. Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus." (1 Samuel 2:1-2, RA)
O texto sagrado também nos diz que:
II. A mulher de Deus considera intensamente o agir soberano do Senhor. (48 – 49)
Nos versos 48 e 49 do evangelho que lemos, Maria disse: "porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome."
O encontro de Maria com Deus foi um evento sobrenatural que marcou profundamente a vida dela. Primeiramente houve uma anuncio angélico que trouxe para ela a notícia do nascimento do Messias que seria formado no ventre dela, por obra e poder do Espírito Santo. Diante de tamanho ato divino de poder, graça, amor e providência Maria disse: "Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra." (Lucas 1:38, RA)
Dias depois, Maria vai a casa de sua prima Isabel e naquele momento Isabel, cheia do Espírito disse: " Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre! E de onde me provém que me venha visitar a mãe do meu Senhor? Pois, logo que me chegou aos ouvidos a voz da tua saudação, a criança estremeceu de alegria dentro de mim. Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor. " (Lucas 1:42-45, RA)
Após considerar todos os atos divinos, a mensagem angelical e o testemunho do Espírito Santo, Maria louvou ao Senhor "porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome."
Vemos nesses versos que Maria era uma mulher sempre pronta para ouvir, discernir e considerar com o coração todos os atos do Senhor.
Maria considerou alguns fatos, a saber:
Maria considerava o olhar de Deus sobre a vida dela – ao meditar nos atos de Deus, Maria percebeu que o Senhor olha para os pobres, ele vela pelos simples, ele socorre o necessitado.
Maria considerava a soberania do Senhor – ao cogitar em tudo que lhe foi dito, Maria percebeu que a sua vida não estava mais em suas mãos. Ela percebeu que na caminhada com Deus é preciso assumir a postura de um escravo que em tudo obedece ao seu Senhor.
Maria considerava o agir de Deus no seu presente – diante da providência divina, Maria viu o agir de Deus no tempo e no espaço. Ela considerou nos atos de um Deus presente que invade o agora dos homens semeando a esperança quanto ao futuro.
Maria considerava o poder de Deus – perturbada pela irracionalidade de uma gravidez virginal, Maria foi desafiada a crer Naquela que pode todas as coisas com o seu poder. Dali em diante ela tomou a consciência do grande poder de Deus.
Maria considerava a santidade de Deus – um ente santo estava sendo gerado dentro dela. O verbo encarnado; o filho de Davi; o cordeiro de Deus; o leão de Judá, estava sendo formado em seu ventre. Tudo isso lhe fez pensar na santidade do “ser” de Deus. Ele viu que Deus é totalmente outro.
Irmãos e irmãs existe uma orientação apostólica que nos remete a crescer na graça e no conhecimento de Deus, mas para haver esse conhecimento, é preciso que tenhamos uma disposição definida no tocante a meditar nos atos de Deus.
Maria, como mulher de Deus, fez a experiência de uma reflexão profunda dos atos de Deus em sua vida. Lucas registra que diante dos atos de Jesus, Maria “guardava todas estas palavras, meditando-as no coração”. (Lucas 2:19, RA)
Hoje o Espírito de Deus, convoca homens e mulheres para meditarem nas intervenções de Deus na história de suas criaturas para que tenhamos em nossa alma algumas certezas, a saber:
Deus está olhando para você. Ele olhou para uma pobre camponesa, como prova de que ele não se cativa com a estética desse mundo. Ele vê sua vida, seu coração e suas dores. Em alguns momentos nos sentimos sozinhos, impotentes e desprezados, mas ainda que estes sentimentos persigam sua alma saiba hoje que Deus olha para você. A mulher de Deus vive confiando no cuidado de Deus para com os seus servos.
Deus é soberano, nós somos seus servos. A mulher de Deus deve viver diante do Senhor como uma serva disposta a fazer sua vontade. Por isso, em Nome de Jesus seja uma mãe dedicada; seja uma mulher adornada por dentro e por fora; seja submissa ao seu marido no Senhor;
Deus é o artesão da história. Ele o dono do agora, ele é que fez o futuro. Como mulher de Deus, viva pela certeza de que tudo está sob controle. Viva em submissão a Deus, sabendo que cada centímetro da nossa vida pertence a ele.
Deus é Todo Poderoso. Nada é impossível para Deus. Por vezes encontramos realidades difíceis para enfrentar. Nem sempre o casamento é um mar de rosas; às vezes os filhos se envolvem em lugares que jamais desejamos e por conta das dificuldades desanimamos; como mulher de Deus, em nome de Jesus, jamais deixe de crer no poder de Deus;
Deus é santo. “Deus é totalmente outro”. Ele é diferente de nós. Ele faz muito mais do pedimos ou pensamos. Por isso tenha esperança no tocante a mudança de sua sorte.
E por fim,
III. A mulher de Deus vive pela utopia do Reino de Deus.
O fato de Maria ter sido uma mulher de fé, nem longe depõe contra ela, como se ele fosse uma mulher alienada da realidade. Pelo contrário, a luz das promessas do Senhor ela louvou a Deus dizendo:
"A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem. Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos. Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos. Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre, como prometera aos nossos pais." (Lucas 1:50-55, RA)
Se tomarmos o termo utopia como uma realidade criada que desafia o status quo, podemos dizer que Maria desafia a realidade do seu tempo apelando para algumas utopias;
1. A utopia da misericórdia. Maria enfrentava o mundo na certeza de que misericórdia de Deus alcança todas as gerações. E por mais difícil que seja a vida as criaturas podem contar com a compaixão de Deus.
2. A utopia do temor a Deus. Maria estava convencida a caminhar pelo mundo temendo a Deus. Obedecendo a sua Palavra.
3. A utopia da justiça de Deus. Maria caminhava pelo mundo sabendo que o Senhor é justo e em sua justiça ele destrói a falsas ideologias; humilha os poderosos e nada oferece as elites. Por outro lado ela enche de bens os famintos e exalta dos humildes.
4. A utopia da promessa. Maria não esperava por um tempo de paz inaugurado pelos homens. Ela esperava pelo tempo de Deus, pelo reino de Deus. Nessa expectativa ela retirava os olhos do mundo para olhar para o horizonte de um novo céu e terra prometidos por Deus.
Vivemos uma realidade carente de utopias. As maiorias das pessoas aceitam a vida da forma como ela é e dizem que é assim mesmo e que não adianta lutar. Por outro lado existe uma militância que tenta promover uma utopia de gênero onde os interesses humanísticos do ponto de vista da mulher devem ser conquistados para que haja pelo menos um mundo igualitário e altero.
Apesar de todas essas formas de ver o mundo, a experiência de Maria como mulher de Deus, nos serve como exemplo para assumirmos um novo ponto de vista diante da realidade. Tomando o termo utopia como uma nova forma de ver e enfrentar a realidade, a mulher de Deus deve assumir:
• A utopia da misericórdia – enfrente a realidade confiando na bondade de Deus. Por mais difícil que esteja a vida, conte todos os dias com a compaixão de Deus.
• A utopia do temor a Deus – enfrente a realidade buscando em tudo fazer a vontade de Deus, seja uma boa mãe, seja uma mulher ética; respeite a vida gerada no seu ventre, ame seus filhos; ame seu marido, seja no Senhor submissa a ele;
• A utopia da justiça – enfrente a realidade requerendo a justiça social; lute contra tudo aquilo que fere os princípios do Reino de Deus; não se cale frente a violência; não abra mão de instruir seus filhos; enfrente e lute em favor de tudo que promova a vida e a dignidade da imagem e semelhança de Deus que está em você;
• A utopia da promessa – enfrente a realidade, sabendo que o Senhor mesmo trará um mundo novo.
Conclusão.
Diante da palavra do Evangelho que hoje ouvimos, conclamo as mulheres de nossa igreja para repensarem o seu papel sob a perspectiva da revelação de Jesus Cristo. Como mulheres de Deus busquem viver pela alegria do Senhor. Considere em seu coração o agir soberano de Deus e assumam no cotidiano a utopia do Reino de Deus.
Que o Senhor nos ajude.
http://feembusca.blogspot.com/2011/02/o-perfil-da-mulher-de-deus.html

 

feembusca.blogspot.com