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O terremoto do Japão e o “castigo de Deus”

 

John-Henry Westen

16 de março de 2011 (Notícias Pró-Família) — Os programas de entrevista de rádio estão cheios de reações indignadas às declarações curtas de Glenn Beck sobre o terremoto do Japão, mas até mesmo o governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, disse aos jornalistas na segunda-feira que o desastre pode ser um “castigo divino”.

A declaração exata de Ishihara, conforme saiu numa reportagem da Rádio de Notícias Otaku Who, foi:

“A identidade do povo japonês é o egoísmo. O povo japonês precisa aproveitar esta ocasião do tsunami como meio de se limpar de sua ganância egoísta. Eu realmente acho que isso foi castigo divino”.

Os comentários de Glenn Beck, os quais estão no momento sendo assunto de muita polêmica, foram semelhantes ao de Ishihara, mas apresentados e tirados do contexto de forma mais grosseira pelos críticos. Beck indicou que os desastres no Japão são uma mensagem de Deus; que precisamos parar de fazer as coisas ruins que estamos fazendo e começarmos a seguir os Dez Mandamentos. Contudo, o modo irreverente com que Beck deu sua mensagem foi visto como bastante impróprio, considerando as circunstâncias trágicas do sofrimento do Japão.

Aqui estão as citações exatas de Beck:

Agora, veja, não estou dizendo que Deus está provocando terremotos. Olha — não estou dizendo isso.

Deus — o que Deus faz é da conta de Deus, eu não tenho ideia. Mas lhe direi isto: quer você o chame de Gaia, quer você o chame de Jesus — uma mensagem está sendo enviada. E essa mensagem é: ‘Ei, sabe essas coisas que estamos fazendo? Não estão saindo muito bem. Talvez devêssemos parar de fazer algumas dessas coisas’. Ontem fui para casa, pensando em todas as mensagens que eu poderia apresentar, todas as coisas que eu poderia dizer, e oh, tenho muita coisa sobre o Hezbolá. Oh, tenho muita coisa sobre o islamismo radical nos EUA que faria seus olhos saltarem de pavor. Ou eu poderia simplesmente lhes dizer a resposta, e a resposta é: Apertem os cintos. Apertem os cintos, pois vai ser um percurso cheio de solavancos.

Certifique-se de que você está mantendo braços e pernas dentro do carro o tempo todo, pois vai haver muitos solavancos e, exatamente como alguns avisos que ficam ali no começo antes da decolagem da montanha-russa, há sempre uma boa dica de segurança: Mantenha braços e pernas dentro. Não faça nada estúpido. Vamos propor que todos sigam Dez Grandes Normas. Você pode chamá-las de os Dez Mandamentos de Moisés ou dez princípios básicos. Que tal começarmos a segui-los? Pois as coisas que estamos fazendo são realmente muito ruins e não vão ficar melhores.

Pediram que eu fizesse um comentário no programa da rádio noticiosa 570 em Kitchener, Ontário na quarta-feira em reação aos comentários de Beck e comentários de outros, que estão provocando turbulência.

A perspectiva judaico-cristã tem a consciência de que Deus criou este mundo perfeito e que só foi depois que o pecado entrou no mundo — quando a humanidade rejeitou a ordem natural de Deus — que as coisas começaram a sair errado. Shintaro e Beck claramente fazem referências indiretas a essa consequência quando se rejeita ou se vai contra Deus.

Ao mesmo tempo, não dizemos que Deus não tem controle sobre o que ocorre em nosso mundo. Ele conhece, Ele vê, e sim, Ele até tem o poder de impedir coisas ruins de ocorrerem.

Entretanto, ao ir contra o plano de Deus para o bem da humanidade (o que chamamos de pecado), empurramos Deus para fora de nossas vidas. Os cristãos são ensinados que quando empurramos Deus para longe, a Proteção dEle também é empurrada para longe — por nós mesmos.

Para os verdadeiros crentes cristãos e judeus, essas são as realidades da vida, não teorias, especulações ou mitos. E em nossa vida ocupada e muito materialista em que não parecemos precisar de Deus de forma alguma, perdemos completamente o senso dessa realidade — até que a tragédia atinja.

Além disso, os cristãos são também ensinados que o diabo é o que as Escrituras chamam de “o príncipe deste mundo”. O diabo tem intenções de que o mal e injustiças nos ocorram.

Deus permite muito mal no mundo, mas a fé ensina que Ele age assim porque Ele pode extrair grande bem das situações mais malignas e aparentemente impossíveis.

Eu acho que isso é explicado com mais facilidade quando damos uma olhada difícil na realidade — a realidade eterna. (Sim, a realidade. Se alguém diz que é cristão ou judeu praticante, ele precisa crer que o mundo espiritual é uma realidade, muito mais do que a vida na terra.)

Mas muitos, talvez a maioria, parecem não viver uma vida que aceita a realidade de que Deus teria um papel, ou até uma mensagem deliberada e propositada para nós, em desastres tais como os que ocorreram agora no Japão.

Estamos aqui na terra por um período muito curto de tempo. Em termos de nossa vida real após a morte, nossa vida que prossegue na eternidade, [a duração de nossa vida aqui] é um piscar de olhos. Aqueles que não creem são propensos a terminar nas profundezas do desespero quando a calamidade atinge.

Vista a partir da perspectiva spiritual, o significado da vida é principalmente sobre decidir qual caminho tomar para a eternidade. E a partir dessa perspectiva pode haver uma esperança especial com relação à situação difícil das vítimas japonesas dos terremotos, tsunami e sobrecarga dos reatores nucleares, e aliás esperança para todas as vítimas de qualquer tragédia.

Um número incontável de pessoas volta o coração para Deus quando se depara com tais calamidades, muitas pela primeira vez, algumas depois de um longo tempo rejeitando a Deus. E embora as orações e súplicas delas por segurança não venham a se cumprir neste mundo, elas de repente se tornam mais abertas a uma profunda mudança de coração que elas sabem as colocará numa direção de felicidade, segurança e tranquilidade com um Pai amoroso para sempre na próxima vida.

Uma das verdades exclusivas e consoladoras do ensino cristão sobre o sofrimento é que Cristo sofre com todos nós em nossos sofrimentos e calamidades. Ele está ali para nos ajudar em todas as ocasiões, mas fica mais perto quando estamos sofrendo.

O povo japonês está na verdade sofrendo de forma terrível e muitos de nós estamos sofrendo com eles em espírito e oração. Mas muitos deles, que têm coração disposto, estão também sendo abençoados ao mesmo tempo com um senso transformador do verdadeiro propósito e sentido desta vida e a importância impressionante de ser bom e fazer o bem e não colocar nossa esperança nas coisas deste mundo.

Artigo relacionado, em inglês:
Why them? – Michael Cook – Mercator.net
This is the hardest question of all in the wake of the death and devastation in Japan.

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

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Terremoto do Japão deixou o dia mais curto, diz Nasa

 

Assim como tremores do Chile e da Sumatra, abalo acelerou rotação da Terra em microssegundos

11 de março de 2011 | 19h 08

Reuters

WASHINGTON – O terremoto de magnitude 8,9 na escala Richter que atingiu o Japão nesta sexta-feira, 11, acelerou a rotação da Terra e encurtou a duração dos dias no planeta em 1,6 microssegundos, de acordo com o geofísico Richard Gross, da Agência Espacial Americana (Nasa).

A alteração na rotação terrestre ocorreu também com os terremotos do Chile, no ano passado, e da Sumatra, em 2004. A constatação sobre o tremor chileno, de magnitude 9,0, foi de um grupo de cientistas do Laboratório da Nasa na Califórnia. Segundo eles, os dias passaram a ter 1,26 microssegundos a menos. Já o abalo da Sumatra, também de magnitude 9,0, causou uma aceleração de 6,8 microssegundos.

Assim, com esses três últimos terremotos, os dias na Terra estão 9,66 microssegundos mais curtos. As alterações, porém, provavelmente não são sentidas, umas vez que cada microssegundo equivale a um milionésimo de segundo. A mudança ocorre, segundo a Nasa, porque um terremoto de grande magnitude é capaz de fazer com que parte da massa do planeta aproxime-se do eixo do globo.

O sismo desta sexta foi o maior já registrado no Japão desde que os tremores começaram a ser registrados, há 140 anos e o sétimo pior da história. O abalo principal aconteceu às 2h46 de Brasília, com epicentro a 130 quilômetros de Sendal, na ilha de Honshu, e com profundidade de 24,4 quilômetros, na mesma região onde há dois dias ocorreu um terremoto de 7,3 graus que não deixou vítimas.