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Chávez exalta religiosidade de olho na reeleição, dizem analistas

 

Claudia Jardim

De Caracas para a BBC Brasil

Atualizado em  14 de setembro, 2011 – 06:26 (Brasília) 09:26 GMT

Chávez participa de ritual no Palácio de Miraflores. Foto: AFP

Desde que descobriu câncer, presidente incorporou fé e religião a seu discurso

Desde que foi diagnosticado com câncer, o presidente da Venezuela Hugo Chávez incorporou a fé e a religião a seu discurso, mas para analistas ouvidos pela BBC Brasil, essa mudança de estilo responde a uma necessidade de recuperar popularidade.

Em suas escassas aparições públicas, a retórica de Chávez em defesa do socialismo tem cedido espaço ao misticismo. Especialistas afirmam que isto tem como objetivo a vitória nas eleições presidenciais de 2012, pleito no qual o presidente pretende ser reeleito.

"Com o favor de Deus, de nossos deuses indígenas, do manto da virgem e o espírito da savana (…), esse câncer não voltará nunca mais", disse Chávez durante um ritual indígena, realizado no último sábado no palácio de governo para, segundo os xamãs venezuelanos, curar o "grande cacique".

A Venezuela é um país de maioria católica, mas com forte crescimento no número de evangélicos – os venezuelanos também mesclam cultos africanos e indígenas em suas celebrações espirituais.

Em meio a essa diversidade, Chávez participou de um de um ritual africano, com tambores e cantos por sua recuperação. Ele também viu mais de cem jovens rasparem a cabeça em um ato ecumênico católico-evangélico em demonstração de "sacrifício a Deus", em troca da recuperação do presidente.

Para o analista político Nicmer Evans, professor da Universidade Central da Venezuela, a utilização da fé e do misticismo venezuelano é parte de uma estratégia eleitoral. "Chávez apela à fé para manter a conexão com a população, vínculo que se viu afetado por sua ausência no cotidiano", disse Evans à BBC Brasil.

Chávez, que acostumou a população à sua presença quase que diária na televisão e em atos públicos, teve de sair de cena em junho, para realizar o tratamento médico contra o câncer.

"(Chávez) tem de buscar um compensador místico-religioso para preencher esse vazio (na comunicação), que não é de poder, e sim, um vazio de Chávez."

Luis Vicente León, da consultoria Datanalisis

‘Prato principal’

De família católica, Chávez – que foi coroinha de Igreja quando criança – nunca escondeu seu lado religioso vinculado ao cristianismo. Em consequência do câncer, o que mudou foi a "dose" de espiritualidade, na opinião do diretor da consultoria Datanalisis, Luis Vicente León.

O analista afirma que a cultura místico-religiosa durante o governo Chávez sempre existiu, porém, "sempre foi o tempero, não o prato principal".

"Agora, o prato principal, que era essa presença praticamente onipresente na comunicação desaparece, e ele (o presidente) tem de buscar um compensador místico-religioso para preencher esse vazio, que não é de poder, e sim, um vazio de Chávez", disse.

Em julho, durante uma missa em que recebeu a unção dos enfermos, Chávez – que mantém uma tensa relação com a hierarquia da Igreja católica – disse sentir-se "o coroinha que sempre fui" e leu trechos da Bíblía durante a cerimônia.

Neste mesmo período, Chávez prometeu entregar US$ 22 milhões para a construção de um templo católico, no Estado de Táchira, com capacidade para quase 30 mil pessoas.

‘Milagre’

Nessa terça-feira, o presidente anunciou que se prepara para um quarto e talvez último ciclo de tratamento com quimioterapia e disse esperar estar "plenamente" recuperado da doença.

Parcialmente fora da cena política desde julho, Chávez admitiu, no entanto, que não poderá percorrer o país com o mesmo vigor colocado nas campanhas anteriores.

"Chávez recuperado, já como candidato, recorrendo o país, no ritmo que imponha as circunstâncias, mas também utilizando ao máximo a tecnologia que temos", disse o presidente.

Para Luis Vicente León, em uma campanha tão decisiva como as eleições presidenciais de outubro do próximo ano, "quanto mais místico, mais espiritual for o entorno do presidente agora, mais mágico será seu retorno".

"Chávez apela à fé para manter a conexão com a população, vínculo que se viu afetado por sua ausência no cotidiano."

Nicmer Evans, professor da Universidade Central da Venezuela

"Chávez prepara o cenário da ressureição e envolve a todos seus simpatizantes (que rezaram por ele) no milagre", disse o especialista.

Popularidade

De acordo com pesquisas de opinião realizada pela consultoria Hinterlaces, a popularidade do presidente venezuelano aumentou nos últimos meses, ao atingir 58% em setembro.

Este índice contrasta com a queda em sua aprovação que vinha sendo registrada, cujos indicadores flutuavam entre 44% e 48%. O pior indíce dos últimos anos foi registrado em março de 2010, quando apenas 37% dos venezuelanos diziam apoiar o presidente.

O câncer, a moderação do discurso – voltado à classe média e setores empresariais – e a tentativa de dar uma nova roupagem à gestão do Executivo com o lançamento de um mega projeto de construção de moradia popular teriam alavancado a popularidade do presidente nos últimos meses.

"Chávez diminuiu o volume ideológico e se favoreceu. Tem se comportado mais como um predicador que como um líder político", disse o analista Oscar Schemel, diretor da Hinterlaces.

Para esses especialistas, os pre-candidatos presidenciais da coalizão opositora, por sua vez, também acabaram "contaminados" pela onda religiosa vinda de Miraflores.

Na semana passada, pelo menos sete pré-candidatos participaram de atos de celebração de uma das santas padroeiras da Venezuela, a Virgem del Valle.

"Todos acabam amarrados no tipo de liderança de Chávez e tentam ser como ele", afirmou o analista Nicmer Evans. "Chávez, apesar da doença, continua influenciando a atuação de seus opositores."

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MP vai apurar negociação de Roriz com genro de Britto

Fonte: Estadão

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Sex, 01 Out, 07h54

 

A negociação entre o genro do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto e o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) vai ser alvo de investigação do Ministério Público (MP) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, vai apurar a contratação do advogado Adriano Borges Silva, genro de Britto, por Roriz durante o processo do ex-governador sobre o caso Ficha Limpa. O pedido de investigação foi encaminhado hoje pelo presidente do Supremo, Cezar Peluso, a pedido do próprio Ayres Britto.

O objetivo do acordo entre Roriz e o genro de Britto era provocar o impedimento do ministro do STF por causa do parentesco, afastando-o do julgamento. A manobra ajudaria Roriz porque o ministro havia sinalizado ser favorável à aplicação da lei contra o ex-governador.

A estratégia, porém, não foi levada adiante: Borges acabou não assumindo a causa, Ayres Britto votou pela aplicação imediata da lei e Roriz teve de desistir da disputa diante do empate do julgamento no STF. O presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante, pediu também a abertura de um processo administrativo sobre o caso.

O episódio veio à tona com a revelação de um vídeo, gravado no dia 3 de setembro, em que Roriz e o advogado Adriano Silva discutem os termos da possível contratação. No vídeo, Roriz sugere que a contratação de Borges obrigaria Ayres Britto a se declarar impedido de votar. "Com isso eu ganho… folgado", afirmou o então candidato, na conversa. Em seguida, o genro do ministro confirma que, assim que fechassem um contrato, Britto estaria automaticamente fora.

Defesa

Hoje, o genro de Britto defendeu-se e afirmou que o ex-governador divulgou um vídeo editado, incompleto, para tentar desmoralizar o STF. Segundo Adriano, ele foi chamado para atuar como advogado no dia 31 de agosto, quando o processo ainda estava no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Somente no dia 3, quando Roriz já preparava recurso ao STF, é que ele disse ter percebido das intenções do ex-governador de usá-lo para afastar Ayres Britto do processo. "O Roriz adulterou o vídeo. Armaram uma arapuca para mim. Eu não estava negociando para figurar e causar impedimento, mas para trabalhar", disse.

O genro do ministro do STF nega que tenha oferecido qualquer vantagem a Roriz para ser contratado. Disse que não via problemas em atuar no caso, apesar da ligação familiar dentro do Supremo. "Existe independência entre mim e meu sogro. Temos relação familiar, mas não profissional", afirmou.

Queixa-crime

Por outro lado, uma queixa-crime foi protocolada pelo advogado Eri Varela no STF contra os ministros Ayres Britto e Ricardo Lewandowski, este último, que preside o TSE, também foi citado no diálogo entre Roriz e o advogado Adriano Silva.

Ligado ao ex-governador, Varela disse que o ex-candidato só soube da sua iniciativa depois de divulgada pela imprensa. Segundo ele, as conversas foram gravadas no escritório de Joaquim Roriz, em sua casa, pela coligação que o apoia "em face da autoproteção e da autossegurança do ex-governador".

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ALCKMIN DESTACA PAPEL DOS CRISTÃOS

 

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Candidato ao governo do estado visitou EXPOCRISTÃ

O candidato ao governo do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB) visitou na tarde desta terça, dia 07, as dependências da EXPOCRISTÃ, que termina no próximo domingo, dia 12. Durante a caminhada que demorou 40 minutos, o candidato destacou a importância do evento, que está em sua nona edição para a economia e turismo. “É importante destacar o papel da igreja e de que forma ela norteia a sociedade com valores. Fico feliz em ver jovens, idosos, crianças se envolvendo e de que forma a EXPOCRISTÃ movimenta a indústria trazendo livros de qualidade e materiais que aprimoram a fé”, enfatizou.Durante a visita ele recebeu um exemplar da Bíblia Sagrada. Caminharam com ele os candidatos Carlos Bezerra Júnior, Aloysio Nunes e Vaz de Lima.

Data: 7/9/2010 16:51:32