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O Êxodo aconteceu? Estudioso israelense visita o Egito e aponta evidências

Com pesquisas que duram 10 anos, Joshua Berman do Departamento Bíblico Zalman Shamir da Universidade Bar-Ilan confronta arqueólogos que não acreditam no Êxodo.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO JPOST
Ilustração do Êxodo do Egito (Ilustração: Edward Poynter / Wikimedia Commons)
Ilustração do Êxodo do Egito (Ilustração: Edward Poynter / Wikimedia Commons)

Nas últimas semanas, milhões de judeus se reuniram em sinagogas em todo o mundo para ler sobre o Êxodo do Egito, um dos episódios que marca a história e identidade judaicas ao longo dos milênios.

Parte de estudiosos da Bíblia e especialmente arqueólogos, se não a maioria dos pesquisadores, porém, são céticos de que a narrativa reflita eventos históricos com alguma precisão. Eles apontam a falta de evidências arqueológicas no Egito ou em outros locais mencionados na história, bem como a falta de registros fora da própria Bíblia

No entanto, de acordo com o Prof. Joshua Berman, do Departamento Bíblico Zalman Shamir da Universidade Bar-Ilan, alguns de seus colegas estão cometendo um erro fundamental: eles estão procurando evidências do Êxodo no Egito, em vez de procurar marcas da cultura egípcia na Torá, os Cinco Livros de Moisés.

“A Torá é infundida com a cultura egípcia e sua resposta a ela”, disse Berman.

“O que eu acho incrivelmente fascinante é o quão familiar a Torá está com a cultura egípcia, sugerindo que os israelitas estavam de fato no Egito, e eles estiveram lá por um longo tempo, mas também que a forma como a Torá se envolve com este material é o que hoje gostaríamos de ver. Chamam de apropriação cultural – um povo usando a propaganda de seus opressores e tornando-a sua”, disse ele.

Evidências na Torá

“O Senhor nos libertou do Egito com mão poderosa, com braço estendido e poder tremendo, e por sinais e portentos”, diz um versículo no livro de Deuteronômio que descreve o Êxodo.

A expressão “mão forte e braço estendido” aparece várias vezes na Bíblia, mas apenas no contexto do Êxodo. Berman disse que isso não é por acaso, pois esses elogios também foram usados ​​no Egito.

“Quando olhamos para inscrições do período do Novo Reino, entre 1500 e 1200 a.C., aproximadamente o período da escravização, essas expressões são rotineiramente usadas para descrever faraós e suas vitórias em batalha, por exemplo: ‘O faraó derrotou os líbios com mão poderosa’”, disse ele.

A imagem foi empregada para se referir ao Faraó naquele tempo específico. Isso torna improvável que os israelitas ou um autor bíblico mais recente estivessem cientes disso séculos depois, disse Berman.

Outro elemento para apoiar a teoria de Berman é um baixo-relevo representando o que foi considerado a maior conquista de Ramsés II, a batalha de Cades, onde obteve uma grande vitória contra os hititas no que os especialistas descrevem como a maior batalha de carruagens da história.

Ramsés II, que reinou no século 13 a.C., é supostamente o rei do Egito apresentado no Êxodo. O baixo-relevo foi esculpido no templo dedicado ao faraó em Abu Simbel, perto da fronteira com o Sudão.

“Depois de sua vitória, imagens de seu acampamento de guerra apareceram por todo o Egito”, disse Berman. “No centro disso, havia o acampamento do trono, feito de duas câmaras, incluindo uma menor, onde o próprio Ramsés se sentava.”

“O que os estudiosos notaram é que a câmara esquerda tem as dimensões de dois para um, e a câmara direita tem as dimensões de um para um”, disse ele. “Essas são exatamente as dimensões do Tabernáculo na Torá.”

Tabernáculo

O Tabernáculo é o santuário portátil construído pelos israelitas durante suas peregrinações no deserto, conforme descrito no Livro do Êxodo.

“A alegação é que foi modelado após o campo de batalha de Ramsés”, disse Berman.

Outra conexão entre a batalha com os hititas e a história do Êxodo foi que os hititas são descritos como fugindo para um rio.

Além disso, após a vitória, as tropas de Ramsés cantam uma canção de louvor dedicada a ele.

“No Êxodo, os israelitas também cantam uma canção de louvor a Deus, e as palavras são muito semelhantes”, disse Berman. “Por exemplo, Ramsés é descrito como consumindo seus inimigos como palha, como palha, e os israelitas também dizem que Deus consumiu seus inimigos como palha. Não há outros textos com esta imagem no antigo Oriente Próximo.”

Nomes

O uso de nomes de clara origem egípcia na Torá também sugere a estreita conexão com a cultura egípcia, disse ele.

“Miriam, por exemplo, significa ‘amada do Deus Amon’”, acrescentou.

Sobre a ausência de provas da escravização e fuga dos israelitas no Egito, Berman disse que os egípcios nunca registraram derrotas e momentos negativos, “da mesma forma que hoje ninguém escreve no currículo que foram demitidos”.

Berman disse que, embora seja verdade que muitos pesquisadores não acreditam que o Êxodo aconteceu, há também um vasto campo que apoia totalmente a noção de que aconteceu. Ele acrescentou que muitas vezes essas duas escolas também refletem diferentes crenças políticas.

Ele tem pesquisado pessoalmente o tema nos últimos 10 anos.

No ano passado, ele finalmente conseguiu realizar seu sonho de visitar o Egito e os diferentes locais que comprovam o que aprendeu.

Na segunda-feira, ele partiu para o Egito mais uma vez, liderando uma viagem kosher especial de 10 dias para visitar os mesmos locais.

“Achei que seria legal trazer judeus religiosos para ver onde seus antepassados ​​foram escravizados”, disse ele antes da viagem.

Arqueólogos descobrem tabuletas que confirmam narrativa bíblica do exílio judeu na Babilônia

Profile photo of Tiago ChagasPublicado por Tiago Chagas – gnoticias.com – em 16 de fevereiro de 2015

Arqueólogos descobrem tabuletas que confirmam narrativa bíblica do exílio judeu na BabilôniaUma expedição de arqueólogos localizou mais de 100 tabuletas com relatos do exílio do povo hebreu na Babilônia há aproximadamente 2.500 anos. O achado histórico reitera as narrativas bíblicas sobre o período.

Segundo Filip Vukosavovic, pesquisador especializado na Babilônia antiga, Suméria e Assíria, as tabuletas possuem o tamanho da palma da mão de um adulto e mostram em detalhes a rotina dos judeus por volta de 600 a. C.

“Nós começamos a ler as placas e em poucos minutos estávamos absolutamente atordoados. Elas preenchem uma lacuna crítica na compreensão do que estava acontecendo na vida dos judeus na Babilônia mais de 2.500 anos atrás”, disse Filip.

A expedição pelo Iraque chegou à conclusão de que o rei Nabucodonosor não tratava os judeus da mesma forma que o povo havia sido tratado séculos antes pelos faraós. “Eles não eram escravos”, disse o arqueólogo.

Durante suas investidas militares para aumentar seu império, o rei babilônio fez incursões contra Israel, e uma delas, em 586 a. C., coincidiu com a destruição do primeiro Templo, construído por Salomão em Jerusalém. Nessas circunstâncias, ele forçou os judeus a migrarem para a capital do império babilônico.

“Nabucodonosor não era um governante brutal em relação a isso [bem-estar dos povos conquistados]. Ele sabia que precisava dos judeus para reanimar a economia babilônica”, acrescentou Filip, citando como exemplo o posto ocupado por Daniel, um judeu que se tornou braço-direito do rei.

De acordo com a agência Reuters, as tabuletas também descrevem a vida de uma família judaica ao longo de quatro gerações, começando com o pai, Samak-Yama, passando para seu filho, depois o neto e o próximo neto com cinco filhos, todos eles batizados com nomes hebraicos bíblicos.

As peças estão em exposição no Museu Terras da Bíblia, em Jerusalém, numa mostra chamada “Os rios da Babilônia”. Para Filip Vukosavovic, elas formam um achado que complementa o quebra-cabeça de seu período histórico, e ajudou a descobrir um dos fatores que levaram os judeus a se espalharem pelo mundo, pois quando os babilônios permitiram que o povo hebreu retornasse a Jerusalém, em 539 a. C., uma parcela escolheu permanecer e fundou uma comunidade judaica forte, que permaneceu sólida durante 2.000 anos.

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Tráfico sexual humano: a moderna escravidão que não foi abolida

Julio Severo

Dezenas de milhares de meninas e moças, especialmente da Europa Oriental e até mesmo da Rússia, são ludibriadas por ofertas de empregos na Europa Ocidental e EUA, onde acabam sendo transformadas em escravas sexuais. A vida delas é tão dura que muitas morrem, se suicidam ou são mortas depois de cinco anos de escravidão. É uma escravidão mortal que sustenta a indústria criminosa da prostituição e pornografia. Desgraçadamente, os EUA e a Europa Ocidental são os consumidores que sustentam a máfia que escraviza as meninas e moças.

Raptadas e escravizadas para prostituição e pornografia

Como é que elas poderiam chamar a polícia, quando autoridades elevadas recebem subornos ou fazem uso da prostituição escrava?

Tenho acompanhado a tragédia da escravidão sexual desde a década de 1980, e confesso que é difícil entender como uma nação como os EUA, que tem tanta tecnologia de “segurança”, abrigue uma grande população de meninas e moças escravas, trazidas de muitos países, para uso de prostituição e pornografia.

Contudo, um grupo de cristãos está fazendo campanhas de oração e conscientização em favor dessas vítimas.

Este artigo é minha colaboração para a abolição da escravidão de meninas e moças. Vamos orar contra a indústria da escravidão e para que muitas igrejas façam desse tema motivo de oração.

Eis agora o artigo, cuja leitura recomendo a todos:

“Nefasto: Mercadores de Almas” desmascara a indústria do tráfico sexual

Jimmy Stewart

Enquanto aguardávamos recentemente num salão lotado para assistir a um novo documentário sobre tráfico sexual, fiquei tentando imaginar como o cineasta cristão Benjamin Nolot apresentaria esse assunto vivido para nós.

Nolot dirige um ministério internacional chamado Exodus Cry (Grito do Êxodo), com sede em Grandview, Missouri, e é parte da equipe de liderança da Casa Internacional de Oração, liderada por Mike Bickle. O propósito do Exodus Cry é abolir a escravidão sexual no mundo inteiro por meio de campanhas de oração e conscientização, resgates sem uso de violência e a reabilitação e reintegração social das vítimas.

Eu sabia, pois, que ele estaria buscando alcançar a audiência mais ampla possível com seu documentário revelador, “Nefarious: Merchant of Souls” (Nefasto: Mercadores de Almas). Para fazer isso com esse tema, ele teria que balancear realidade com discrição. Logo vi que ele conseguiu — realizando essa façanha sem comprometer seu propósito: revelar a realidade horrenda dessa indústria criminosa que está espalhada em várias partes do mundo.

Em 2007 Nolot embarcou em missões de levantamento de dados para investigar o submundo da “indústria” sexual. Ele acabou viajando com sua equipe de filmagem para 19 países. O filme que estávamos para ver fazia um registro das viagens deles.

A maioria de nós que estávamos na noite de pré-estreia do filme na Universidade Full Sail em Orlando, Flórida, era cristã. Fomos a convite de Florida Abolitionist, ONG patrocinadora que faz campanhas contra as modernas formas de escravidão. O pastor local, Tomas J. Lares, disse à audiência que ele fundou a organização depois de ficar sabendo que a Flórida é um dos maiores canais de tráfico humano. O estado da Flórida, pelo que consta, é o segundo maior centro de tráfico humano dos Estados Unidos, de acordo com o Ministério da Justiça dos EUA.

Lares apresentou algumas estatísticas preocupantes sobre a escravidão sexual: no mundo inteiro, 2 milhões de crianças são vítimas; 80 por cento de todas as vítimas são mulheres e crianças; a idade média das vítimas que entram na prostituição comercial nos EUA é 13 anos. O filme de Nolot, porém, acrescentou o lado humano dessas estatísticas, contando os casos de vítimas da vida real.

Durante duas horas, fomos levados a momentos abaladores acerca da indústria mundial do sexo: Europa Oriental, Sudeste da Ásia, Europa Ocidental, EUA. Em todas as filmagens e entrevistas feitas nos próprios locais com meninas resgatadas, especialistas de direitos humanos e outros, o documentário Nefarious iluminou a escuridão que encobre esse comércio ilegal.

De modo particular, descobri duas expressões dessa tão chamada indústria que são profundamente preocupantes pela desgraça e opressão que infligem. Essas são a infraestrutura de tráfico humano na Europa e a cultura de cumplicidade dos pais no Sudeste da Ásia.

Europa: os “pontos de iniciação”

Nefarious inicia com a encenação perturbante de um sequestro em plena luz do dia. Uma moça é agarrada à força na rua de uma cidade de algum lugar da Europa. O local não é citado, mas parece que é na Moldávia, um pequeno país que era satélite da União Soviética, a beira do mar Negro.

A Moldávia está hoje entre os países mais pobres da Europa e é perfeita para empreendimentos ilegais: um lugar de “crime generalizado e atividade econômica criminosa”, de acordo com os relatórios da CIA. Os comerciantes de escravos chamam a Moldávia de “Motor” da indústria do tráfico sexual da Europa. Conforme o filme, mais de 10 por cento da população da Moldávia foram vitimadas pelo tráfico sexual.

A moça é levada a um prédio de apartamentos de propriedade de uma organização criminosa, onde ela fica confinada com outras meninas que tiveram o mesmo destino dela. Os traficantes chamam essas residências de “pontos de iniciação”, e o filme deixa evidente que essas residências são fábricas de desgraça humana. Ali, as moças são tratadas com brutalidade até se transformarem em submissos produtos para a indústria sexual.

Embora o tipo de sequestro que Nefarious retratou realmente ocorra, a maioria das moças vítimas do tráfico sexual da Europa são atraídas e ludibriadas por ofertas de emprego que prometem uma vida melhor. As ofertas incluem trabalho em hotéis, restaurantes ou de babá em cidades prósperas da Europa. Agências de emprego fajutas, estabelecidas pelos traficantes, se encarregam de fazer as ofertas fraudulentas. Os melhores empregos supostamente vão para meninas que irão para o exterior. Mas, em vez de melhoria de vida, elas são raptadas logo que chegam ao outro país e são enviadas para os “pontos de iniciação”.

Vlad (não é o nome real dele) trabalhou como traficante de seres humanos durante 11 anos na Europa. Ele falou diante da câmera e dissecou, para Nolot, o inferno dos pontos de iniciação.

Terror, drogas, ameaças de violência e violência real são usados para subjugar a vontade das vítimas e criar submissão total. Os homens brutais que são encarregados de implementar isso consideram que o estado ideal de submissão é quando eles gritam uma única palavra para as meninas (“Vá”. “Fique”. “Deite-se”. “Levante-se”. “Sente-se”.) e recebem obediência imediata.

Um número muito pequeno de meninas escapa dos pontos de iniciação, disse Vlad, devido à constante monitoração, violência física e por saberem das consequências se tentarem uma fuga. Perguntaram a Vlad o que aconteceria com uma menina que tentasse escapar mais de uma vez.

“Pois bem, quando são pegas, elas são surradas”, disse ele. “Se tentam de novo…” A voz dele se perdeu, insinuando o óbvio.

Perguntaram-lhe: Isso não o incomodava?

“Nas primeiras duas ou três vezes que tive de dar lição numa menina, fiquei pensativo”, respondeu ele. “Depois disso, não pensei mais. A gente acaba se acostumando”.

Perguntaram-lhe: Isso não o incomodava?

“Por que eu pararia de pensar no que acontece com as meninas?” ele respondeu retoricamente. “Parei de pensar por causa de dinheiro — muito dinheiro”.

No final, as meninas enfrentam a triste realidade de passar a vida inteira na prostituição. Pior, algumas são enviadas a leilões de escravas onde são vendidas como propriedade para quem fizer a oferta mais alta. Os compradores chegam de todas as partes do mundo. Uma menina europeia que foi resgatada, cuja face estava escondida ao falar diante da câmera, descreveu as modernas escravas secretas da Europa Oriental que são mantidas presas em prédios fortemente guardados por seguranças e câmeras. Os prédios têm a fachada de desfile de modas.

“Éramos obrigadas a descer a passarela e ficar sem nenhuma roupa diante da audiência”, disse ela. “Os homens que mostravam interesse em comprar chegavam perto e nos examinavam, como se fossemos gado”.

Nefarious contrastou o brutal e secreto comércio sexual da Europa Oriental com o comércio consolidado e praticado publicamente na Holanda, na Europa Ocidental. Na Holanda, os bordéis são um negócio legal regulamentado pelo governo. Amsterdã é famosa como destino internacional para o turismo sexual.

Contudo, a Holanda está também na lista dos principais destinos para onde vão parar as vítimas de tráfico sexual, de acordo com a Agência da ONU de Drogas e Crime. Em anos recentes, negócios de sexo na cidade foram fechados devido a suspeita de atividade criminosa.

Nolot e sua equipe falaram com um fornecedor de prostituição em Amsterdã chamado Slim e lhe perguntaram se seu negócio era financiado pelo crime organizado. Hesitando por um momento, Slim respondeu: “Não, não”.

Vlad discordou. “Esses negócios são todos administrados pela máfia”, afirmou o ex-traficante, usando o termo máfia para designar o “crime organizado” em geral. “Esses negócios envolvem muito dinheiro”.

De acordo como o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, o tráfico humano é a indústria criminosa que mais cresce no mundo e a segunda maior, perdendo apenas para o comércio ilegal de drogas. Vlad disse para Nolot que o tráfico sexual em particular está crescendo muito rápido.

“Diferente das drogas, que podem ser vendidas apenas uma vez”, disse ele, “uma jovem pode ser vendida repetidas vezes”.

Perguntaram-lhe: Mas como é que conseguem fazer isso em escala internacional?

“Sem as máfias, não haveria nenhuma tráfico humano. Tudo isso é por causa do dinheiro”, ele disse para Nolot. “Mas o que também possibilita o tráfico humano é a corrupção dos governos”.

O dinheiro ilícito é tão abundante, explicou ele, que até mesmo autoridades governamentais fazem vista grossa por um preço. Todos os dias ocorrem subornos, afirmou ele, envolvendo autoridades das mais elevadas até as mais inferiores: de líderes nacionais a locais, desde agentes de imigração até funcionários de alfândega, desde agências policiais até policiais nas ruas.

O dinheiro é a chave que abre a porta para a cumplicidade de líderes governamentais, disse ele.

Sudeste da Ásia: Cumplicidade dos Pais

No Sudeste da Ásia, principalmente no Camboja e Tailândia, Nolot e sua equipe descobriram outro tipo de cumplicidade que está ajudando a avançar a indústria do sexo.

Nesta esquina do mundo, as opiniões culturais sobre as mulheres, bem como pobreza generalizada, combinaram para criar um sistema que alimenta a prostituição infantil incentivada pela “cumplicidade dos pais”. A diferença entre esta esquina do mundo e a Europa Oriental é que os pais que vivem em regiões empobrecidas enviam, de forma consciente e deliberada, suas filhas novas para centros urbanos de prostituição para fazer dinheiro para a família.

Em algumas regiões do Sudeste Asiático, meninas se prostituem antes da idade de 10 anos e são usadas na subindústria da pornografia.

De novo, o crime organizado controla a indústria maior. Embora esse fato não seja evidente na vida cultural das vilas rurais, o filme o mostrou em funcionamento nas modernas áreas turísticas das grandes cidades.

Nos destinos turísticos do Sudeste Asiático, clubes de karaokê são os principais pontos de conexão para o turismo sexual. Nolot capturou as cenas desses clubes no filme: grupos de meninas que pareciam estar no início da adolescência até os 20 anos se misturavam com clientes nas calçadas ou barzinhos em frente dos clubes. Muitas das meninas saíam com homens ocidentais brancos de meia idade — alguns dos quais haviam, sem dúvida alguma, viajado milhares de quilômetros para estar num lugar onde pudessem de forma segura comprar meninas menores de idade para fins sexuais.

Dentro dos clubes, a câmera de Nolot capturou as cenas: quartos com decoração moderna em tom lustroso, cores vivas, grandes TVs de tela plana, música ambiente, iluminação suave e energia sexual. Certo clube onde ele filmou tinha 80 quartos desse tipo. Em cada um deles, as meninas se misturavam, ou ficavam entrando e saindo em busca de conexões. De acordo com uma fonte policial entrevistada por Nolot, o dono havia comprado outros oito clubes exatamente como esse e mais de 2.000 meninas em sua rede. Esse era apenas um dos muitos clubes nas áreas de turistas internacionais.

Ver com os próprios olhos a indústria sexual em funcionamento, por meio de cenas como essas, significava que a produção de Nefarious não era uma tarefa fácil para Nolot: “Ver o problema do tráfico humano a partir desse ângulo era extremamente difícil. Não se passa um dia sem que eu recorde as tragédias horríveis que escavamos”.

Seu motivo para o filme, disse ele, não é “fazer vendas”, mas ajudar a consertar um erro. “Isso tudo é pessoal e profundamente importante pra mim. Abordo essa questão com um desejo de justiça, não credencial ou fama. Sou apaixonado de ver outros, como eu mesmo, estimulados a passar da ignorância para a ação”.

Falando como espectador, imagino que todos nós que estávamos no salão naquela noite tivemos o mesmo pensamento no final do filme quando estavam aparecendo os nomes: Não queríamos nada menos do que ver esse comércio nefasto detido para sempre.

“Nefarious: Merchant of Souls” (Nefasto: Mercadores de Almas) é o primeiro de três filmes de Benjamin Nolot sobre tráfico humano. Os filmes dois e três estão em fase de produção. Para mais informações sobre os filmes, assista o primeiro. Para mais informações sobre Exodus Cry, clique aqui.

Tradução: www.juliosevero.com

Fonte: Charisma