Fósseis achados no Uruguai podem invalidar teoria de povoamento da América

10/07/2011 – 01h59

 

DA EFE

Recentes escavações que permitiram desenterrar e começar a pesquisar no Uruguai restos ósseos de animais com 29 mil anos de idade poderiam jogar por terra a teoria de que o povoamento da América aconteceu através do estreito de Bering há cerca de 12 mil anos.

Segundo um comunicado emitido neste sábado pela Presidência uruguaia, uma equipe de especialistas da Faculdade de Ciências da Unidade da República começou este ano a escavar uma região na qual há vários anos foi detectada a presença de fósseis de vários animais pré-históricos.

"Nesta primeira escavação descobrimos, no leito do arroio, milhares de ossos pertencentes a entre oito e dez gliptodontes, preguiças e um toxodonte em um só lugar, em um estado de conservação maravilhoso", assegura Richard Fariña, que lidera o grupo de paleontólogos.

Os trabalhos, que são realizados no Arroio Vizcaíno da localidade de Sauce, a cerca de 35 quilômetros a oeste de Montevidéu, são a continuidade dos primeiros trabalhos realizados na região em 1997, quando se descobriu pela primeira vez a existência dos fósseis, relata o boletim.

Os problemas econômicos impediram dar continuidade à pesquisa, apesar de que no ano de 2001 o paleontólogo espanhol Alfonso Arribas relatou a descoberta de marcas em um osso, concretamente uma clavícula, que poderia ser o resultado de cortes realizados com armas criadas pelos homens.

Fariñas argumenta agora que as marcas têm forma de "V", enquanto se tivessem sido causadas pelas garras de um animal teriam forma de "U" e assegura, além disso, que se encontraram na área fragmentos petrificados do que poderiam ter sido utensílios de fabricação humana.

A datação com testes de carbono 14 da clavícula que apresenta essa marca determinou que ela tem 29 mil anos.

"Se ficar demonstrado que as marcas nos ossos efetivamente foram provocadas por ferramentas humanas seria necessário renovar o paradigma existente, que estabelece que o povoamento americano aconteceu há 12 mil anos, do Norte para o Sul, pelo estreito de Bering", diz Fariña.

As autoridades do departamento de Canelones, onde fica Sauce, pretendem criar um museu paleontológico nessa cidade para expor o material colhido.

"Somos otimistas quanto aos resultados que possamos obter, mas serei prudente porque ainda não demonstramos fidedignamente a hipótese da presença humana na América há 29 mil anos", acrescentou o especialista.

Fósseis de 35 gambás primitivos são encontrados na Bolívia

 

Esqueletos encontrados têm 64 milhões de anos

09 de maio de 2011 | 10h 32

Efe

Londres – Os fósseis de 35 membros de uma espécie primitiva de marsupiais da época do Paleoceno foram achados na Bolívia, detalha nesta edição a publicação digital da revistaNature.

A descoberta dos especialistas do Instituto Real de Ciências Naturais da Bélgica traz à tona algumas hipóteses tradicionais sobre os costumes dos marsupiais, que até agora os estudiosos acreditavam que eram pré-históricos.

O gambá comum, como um marsupial, caracteriza-se por seu comportamento solitário, e os cientistas consideravam que esta particularidade era proveniente das épocas primitivas.

Sob a coordenação da especialista Sandrine Ladevèze, os pesquisadores belgas localizaram os fósseis dos marsupiais da espécie Pucadelphys andinus, entre os quais machos e fêmeas em vários estágios de maturidade.

Os esqueletos desta espécie, com 64 milhões de anos, foram encontrados em uma área de um metro quadrado, uma clara evidência de que viviam em bando, existia uma manada na qual os machos competiam pelas fêmeas e praticavam a poligamia.

A descoberta conflita com os costumes dos gambás contemporâneos, solitários por natureza e de maior dimensão que seus ancestrais, que eram do tamanho de ratos.



Tópicos: Fóssil, Gambá, Paleoceno, Vida, Ciência