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Igrejas querem ser “cidades de refúgio” contra deportações de Trump

Anúncios de entidades religiosas ecoam posturas políticas

por Jarbas Aragão

Igrejas querem ser “cidades de refúgio” contra deportações de TrumpIgrejas serão “cidades de refúgio” contra deportações de Trump
As medidas relativas aos imigrantes ilegais nos Estados Unidos anunciadas por Donald Trump foram usadas por seus adversários políticos como algo ruim para o país, muito embora durante o governo Obama o número de deportações bateu recordes.
Após a confirmação que ele será o novo presidente, os prefeitos de Nova York, Chicago e Seattle declararam que suas cidades seriam “santuários”, afirmando que eles protegerão os imigrantes indocumentados da deportação em massa prevista para o início de 2017.

Logo em seguida, milhares de estudantes, professores, ex-alunos das universidades de elite, incluindo Harvard, Yale e Brown, assinaram petições para que as instituições protegessem os estudantes indocumentados de qualquer ordem executiva.

Agora, as congregações religiosas, incluindo igrejas e sinagogas, estão se declarando “santuários” para imigrantes que fogem da deportação.

Semana passada, um mexicano indocumentado e pai de três filhos, que afirma estar determinado a ficar nos EUA apesar de não ter permissão, apareceu em uma coletiva de imprensa na Igreja Metodista Unida Arch Street.

Javier Flores buscou refúgio na igreja antes de uma ordem para comparecer ao serviço de Imigração e Alfândega. O mexicano de 40 anos, que reside no norte da Filadélfia, entrou ilegalmente nos Estados Unidos pela primeira vez em 1997. Desde então, foi deportado e voltou a entrar várias vezes.

“Se Javier e sua família preferem ficar conosco, terão um lar aqui”, afirmou o reverendo Robin Hynicka, pastor responsável pela congregação.

Peter Pedemonti, diretor executivo do Movimento Novo Santuário da Filadélfia, afirmou que dezenas de igrejas estão procurando se juntar ao programa de desobediência civil, de oposição  às deportações e que pretendem transformar os templos em locais de refúgio. Além das 17 que já assinaram os termos, existem duas sinagogas participando.

Na verdade, desde 2014, 13 igrejas em nove cidades já serviram de “santuário” a 15 pessoas em risco de deportação iminente, explica Noel Andersen, coordenadora nacional de base do Church World Service, que presta apoio jurídico para imigrantes cristãos.

Andersen estimou que existem 400 congregações em todo o país que apoiam os esforços ou estão dispostas a abrir suas portas para as pessoas que temem a repatriação forçada.

Historicamente, igrejas, escolas e hospitais, são considerados “locais sensíveis” pelo serviço de Imigração e Proteção de Fronteiras dos EUA. Os agentes federais evitam prender ou entrevistar pessoas que estejam dentro desses espaços.

Um dos argumentos usados pelos líderes religiosos é a tradição das cidades de refúgio, mencionados no Livro de Números. No Israel bíblico existiam locais para onde uma pessoa que acidentalmente matou outra poderia se refugiar de quem buscava vingança.

Apesar de jurar deportar cerca de 11 milhões de estrangeiros ilegais durante sua campanha, em entrevista recente Trump explicou que o foco são de 2 a 3 milhões de indocumentados que foram condenados por crimes.

“São os criminosos, que estão presos, têm antecedentes criminais, são membros de gangues, traficantes de drogas… Nós temos um monte dessas pessoas, provavelmente 2 milhões, pode chegar a 3 milhões”, afirmou o novo presidente ao programa 60 Minutes no início do mês. Com informações Religion News  e Gospel Prime

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Wikileaks revela que líderes da Universal estavam ilegais

 

Telegrama da diplomacia americana no Brasil aos Estados Unidos dá especial atenção aos religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus.
Correspondência enviada pela diplomacia americana no Brasil aos Estados Unidos revela que a embaixada dos EUA suspeitava de fraudes nos pedidos de visto para religiosos. Em telegrama divulgado pelo site WikiLeaks, o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel afirma que 15% dos vistos do tipo R1, concedidos a religiosos, são fraudados. Ou seja, a pessoa permanece ilegalmente no país, com outro emprego.
Das fraudes, 80% são feitas por pessoas de Goiás. Segundo Sobel, foram concedidos 100 vistos desse tipo entre 2003 e 2005.
O telegrama dá especial atenção aos religiosos da Igreja Universal do Reino de Deus. "Todos os missionários da igreja indicaram no pedido de visto que ficariam nos Estados Unidos por apenas um ano". Em 2006, ninguém havia deixado o país. Sobel informa que os missionários falam inglês muito mal, mas sabem de cor todos os procedimentos de obtenção de vistos e de permanência. Também é dado destaque para religiosos da Assembléia de Deus. Nenhuma das 16 pessoas que obtiveram vistos no período voltou para o Brasil.
Em outro telegrama, o consulado dos EUA em São Paulo classificava os pedidos de visto de trabalho feitos por brasileiros de maneira jocosa. O ex-cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo Christopher McMullen classifica os brasileiros de "o bom, o mau e o feio" – uma paródia ao título do clássico filme de caubói italiano de 1966, com Clint Eastwood no elenco.
No telegrama, McMullen diz estar preocupado com o recente aumento de pedidos de vistos de trabalho. Segundo o diplomata, os "bons" candidatos paulistas são jovens de classe média com bom nível de escolaridade interessados em passar alguns meses em hotéis, resorts, áreas de esqui e cassinos para juntar dinheiro e treinar o inglês. Os "maus" são parentes e amigos de brasileiros que moram nos EUA que querem trabalhar com faxina e em empresas pequenas. Para o diplomata, essas pessoas oferecem riscos, pois não costumam voltar para o Brasil.
Os "feios" são candidatos a imigrantes pouco qualificados que pagam pelo menos 3 mil dólares a agências de emprego por uma chance de entrar no país. É um grupo de "pessoas pobres e desesperadas que pegaram dinheiro emprestado com taxas de juros ultrajantes". Muitas dessas pessoas chegam aos Estados Unidos e percebem que foram enganadas, pois não terão o emprego prometido.
Segundo McMullen, de janeiro a novembro de 2005, o consulado de São Paulo entrevistou 1.515 candidatos ao visto de trabalho, "quase 200% mais do que no mesmo período em 2004". O índice de negativas era de 30% em 2004 e saltou para 49% no ano seguinte. O ex-cônsul informou que a maioria dos vistos concedidos são para os "bons", e a maioria dos negados, para os "feios". O ex-cônsul alerta ainda para a necessidade de haver um cadastro unificado de candidatos para que não se envie mais trabalhadores do que o possível para os EUA. "Precisamos dificultar as coisas para os ‘feios’".
Outro telegrama, assinado pelo diplomata Phil Chicola, alerta uma comitiva da Nasa, a agência espacial americana, em viagem ao Brasil. "O nível de ameaça do crime em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife é crítico. Ladrões de rua armados são comuns nessas cidades. A área em volta do setor de hotéis em Brasília é extremamente perigosa, especialmente à noite. Visitantes da embaixada foram roubados com uma arma apontada enquanto andavam na rua", diz.

Data: 2/2/2011 08:28:36
Fonte: O Globo

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Perseguição a hispanicos em Phoenix – EUA – Faz Igreja perder fiéis

 

Saúl Montiel/foto: Alessandra Corrêa

Saúl diz que pretende desobedecer a nova lei de imigração

Nas últimas semanas o pastor Saúl Montiel, responsável por uma igreja metodista no oeste de Phoenix, área que concentra grande parte da população hispânica na capital do Arizona, viu a frequência em seus sermões cair em um terço.

"Estamos perdendo muitos membros", diz Montiel, que comanda a Epworth United Methodist Church, uma igreja metodista que atrai fiéis americanos e hispânicos com cultos em inglês e em espanhol e atividades para a comunidade, como aulas de inglês e esportes.

Segundo o pastor, o motivo do sumiço dos fiéis é a lei SB 1070, que torna crime estadual a presença de imigrantes ilegais e dá à polícia o poder de exigir documentos de qualquer um sobre quem paire "suspeita razoável".

Montiel diz que, como a maioria dos frequentadores da igreja está ilegalmente nos Estados Unidos, eles têm medo de ser abordados pela polícia, o que poderia levar à prisão e à deportação, e estão evitando sair de casa.

"As pessoas estão em pânico, não sabem o que vai acontecer. É o mesmo sentimento em todos os lugares aqui em Phoenix", diz o pastor.

Ele afirma também que muitos dos membros da comunidade já deixaram o Arizona, ou estão planejando partir assim que a lei entrar em vigor, no fim de julho.

"Há um êxodo em curso no Arizona", diz Montiel, de 40 anos, 28 deles nos Estados Unidos, país ao qual chegou ainda criança, vindo com a família do Estado mexicano de Sonora, e onde hoje vive legalmente.

Desobediência

De acordo com Montiel, nos cultos em inglês, acompanhados em sua maioria por americanos de terceira idade que vivem nas redondezas, a frequência permanece inalterada, em torno de cem fiéis por domingo.

As atividades em espanhol, porém, têm reunido apenas em torno de 50 pessoas, um terço a menos que antes da assinatura da lei, em abril.

Eu não vou cumprir essa lei, mesmo que seja preso.

Saúl Montiel, pastor

"Mantenho contato com outras igrejas da região e é exatamente a mesma situação", afirma. "Só o que (os fiéis) querem falar é sobre a SB 1070. Todos os domingos querem que eu faça o sermão sobre isso."

O pastor descreve a zona oeste de Phoenix como "o marco zero da questão da imigração" e diz que 90% dos seus fiéis não têm documentos regularizados.

Como a nova lei de imigração também pune qualquer um que ajudar ou der abrigo a um imigrante ilegal, Montiel afirma que ele e outros pastores da região estão temerosos com relação ao efeito da medida em suas paróquias.

"As igrejas estão preocupadas com a lei, porque nós não poderemos ajudar ou dar abrigo a ninguém em situação ilegal, ou ficaremos sujeitos a consequências legais", diz. "Se alguém sem documentos legais vier a esta Igreja em busca de ajuda, isso vai ser ilegal."

Com quase a totalidade de seus fiéis hispânicos nessa condição, Montiel diz que só lhe resta desobedecer a nova lei.

"Eu não vou cumprir essa lei, mesmo que seja preso", afirma.

Plano B

Montiel diz que sua igreja vem orientando os membros sobre o que fazer caso sejam presos em decorrência da nova lei.

Segundo o pastor, foi criada também uma corrente de apoio para garantir que, caso um casal seja preso ao mesmo tempo, algum membro da Igreja seja chamado para tomar conta das crianças.

"Temos muitos membros da Igreja que vivem aqui há mais de 15 anos, mas, infelizmente, são indocumentados. Eles têm propriedades aqui, têm filhos que são cidadãos americanos. Têm toda a vida aqui. É muito difícil para eles simplesmente ir embora e deixar mulher, marido, filhos", diz.

"Eles precisam ter um plano B caso sejam presos."