COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um cálculo matemático demonstra que os supostos genes responsáveis pela orientação religiosa de um indivíduo se reproduzem com mais rapidez.
A base do estudo teve como ponto de partida análises demográficas, que indicam que grupos religiosos geram mais filhos do que os ateus.
Em média, uma mulher sem qualquer religião teria de um a dois bebês. Para termos de comparação, no caso de uma seguidora do judaísmo ortodoxo, esse número passaria a ser seis.
O resultado a longo prazo é que o "gene da religião" se tornaria mais comum a cada nova geração.
De acordo com Robert Rowthorn, professor emérito de economia do Kings College, em Cambridge (Reino Unido), que desenvolveu o cálculo, essa expansão teria aumentado em até 50% depois de dez gerações.
Rowthorn acrescenta que os genes seriam ainda mais perpetuados e distribuídos se os integrantes do segmento religioso passassem a se relacionar com a população secular.
"Este é puramente um exercício especulativo", diz o autor do estudo a ser publicado nesta quarta-feira no "Proceedings of the Royal Society B".
Ele enfatiza que, até 150 anos atrás, o contraste na taxa de natalidade entre famílias religiosas e não religiosas não existia. O número de nascimentos caiu globalmente e a transição afetou mais alguns grupos do que outros.
Segundo Rowthorn, a progressão matemática demonstrada em seu cálculo indica a hipótese de que a população pode ser mais propensa à religião a longo prazo, mas isso dependeria também da proporção entre fertilidade e "deserção" de membros no grupo religioso.