PorAna Araújo | Repórter do The Christian Post
O dissidente cristão e um dos mais famosos ativistas pelos direitos humanos da China, Yu Jie, encaminhou para os Estados Unidos, nesta sexta-feira, um pedido de asilo e afirmou que vai revelar informações sigilosas da repressão do governo chinês.
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(Foto: Reprodução)
Dissidente chinês Yu Jie pese asilo aos EUA
Suas denúncias podem ser graves para a política internacional. Em seu depoimento prometido à uma comissão do Congresso dos EUA na semana que vem, ele contará como foi repreendido, condenado à prisão domiciliar e torturado pelo governo de seu país.
Já adiantando o assunto, Yu afirmou que as autoridades se tornaram mais duras depois que outro dissidente, Liu Xiaobo, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2010.
"Minhas circunstâncias mudaram dramaticamente e eu fui submetido à tortura extremamente cruel", declarou Yu a Reuters por telefone.
Um mês antes da entrega do prêmio, Yu Jie foi sequestrado e espancado nu até perder seus sentidos, “tive de ser levado a um hospital para ser salvo”, contou “passei seis meses com perda de memória, insônia e dores”.
As declarações são ainda mais esperadas por anteceder a visita do atual vice-presidente da China, Xi Jingping, à Washington. Ele é um dos principais nomes para assumir a próxima presidência chinesa e já anunciou uma visita aos EUA nos próximos meses.
Dissidente
Yu foi sentenciado a 11 anos de prisão domiciliar em 2009, por incitar à subversão. Ele e sua mulher foram proibidos de saírem de casa. Ainda não se sabe como ele fez para deixar o país nesta quarta-feira, acompanhado de sua esposa e um filho pequeno.
Segundo a agência de notícia francesa AFP, um membro da organização das nações unidas afirmou que o dissidente deixou Pequim sem incidentes.
Ele é um dos mais persistentes críticos dos controles impostos pelo Partido Comunista às religiões e mantém um posicionamento político contrário ao regime.
Um de seus maiores feitos foi a publicação do livro "Wen Jiabao: o melhor ator da China", em 2010. Na publicação ele faz graves denúncias e críticas sobre o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao.
O Estado americano ainda não divulgou qual será a sua resposta ao pedido de asilo.