PorJussara Teixeira | Correspondente do The Christian Post
Os ateus decidiram "sair do armário" e se reúniram no 1º Encontro Nacional de Ateus que aconteceu no último domingo, em 21 estados e Distrito Federal com o objetivo de “conhecer uns aos outros e organizar a nossa força”.
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Foto: Facebook
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“Precisamos sair do armário, mostrar que somos bons filhos, pais, que a moralidade independe de uma crença”, disse a estudante Stíphanie da Silva, 22, membro da Sociedade Racionalista, que organiza a ação, usando a expressão comumente utilizada para homossexuais, segundo a revista IstoÉ.
Participaram do movimento cerca de 3 mil pessoas distribuídas pelos diversos locais onde aconteceu o evento que incluiu debates, palestras, bate-papos e até shows de humor.
Um fato curioso é que o encontro levantou críticas entre os próprios ateus de que estava sendo criada uma nova religião formada justamente por ateus.
A estudante participa de acaloradas discussões na internet sobre existência de um Ser Criador, a importância das religiões, ceticismo contra as diversas formas de fé e outros temas relacionados.
O encontro foi justamente pensado para que os participantes de tais dicussões pudessem se conhecer e colocar fim à solidão imposta pelo infinito embate de idéias.
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Segundo o IBGE, no estudo Novo Mapa das religiões, os que professam o ateísmo ganharam mais expressão depois de ficarem durante décadas em uma escala bem reduzida, de 0,2 a 1,8%, antes da década de 80.
Entre as capitais em existem maior números de ateus, estão Boa Vista, em Roraima, com 21,1%, seguida por Recife e Rio de Janeiro, ambos com 13,3% da população afirmando que não crêem na idéia de um Deus.
A “religião atéia” na internet
No intuito de expressar e trocar idéias sobre desapego a religiões e manifestar opiniões de porque não seguem nenhuma delas os ateus têm se reunido em cada vez mais grupos organizados em comunidades virtuais na internet. O fato vem corroborar as estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou considerável crescimento dos sem-religião na última década.
O anonimato e facilidade de encontrar pessoas que pensam da mesma forma fez da internet e das redes sociais o local ideal para que os que não crêem em Deus se encontrem.
Só no Facebook são centenas de grupos reunindo milhares de participantes que compartilham frases como “a inspiração da Bíblia depende da ignorância da pessoa que a lê” ou “você ou pode aceitar a ciência e encarar a realidade ou pode acreditar em anjos e viver num mundo infantil”.
Segundo o IBGE, os sem religião, que inclui também os agnósticos, representam somente 6,7% da população brasileira, uma minoria em uma cultura predominantemente cristã.