Com duras críticas à conferência mundial, ex-Ministra afirmou que conquistas da Eco-92 estão sendo apagadas pelo fracasso nas negociações para novo acordo de metas ambientais
16 de junho de 2012 | 20h 12
Bruno Deiro, da Agência Estado
RIO – Uma das personalidades mais aguardadas pelos participantes da Cúpula dos Povos, Marina Silva foi ovacionada pelos ativistas ambientais no fim da tarde deste sábado, em sua primeira aparição no evento paralelo da Rio+20. Com duras críticas à conferência mundial, a ex-Ministra do Meio Ambiente afirmou que as conquistas da Eco-92 estão sendo apagadas pelo fracasso nas negociações para um novo documento mundial de metas ambientais.
"Este evento está colocando uma pá de cal na memória da Eco-92", afirmou Marina Silva. "O momento que a gente está vivendo aqui é de grande responsabilidade. Temos de dizer à presidente Dilma que estamos aqui porque não somos de oposição e nem de situação, somos de posição. A favor o desenvolvimento sustentável e de um legislação ambiental que vem sendo ameaçada por uma meia dúzia de parlamentares."
A ex-ministra criticou ainda a atuação do governo brasileiro como País sede da Rio+20. "Havia a esperança de que a presidente recolocasse nos trilhos a nossa posição de liderança, que fosse capaz de se impor pelas ações e não pelo marketing. Mas como esperar algo, se nós, como anfitriões, não estamos fazendo nem mesmo o dever de casa?", questionou.
Empolgadas, as cerca de 2 mil pessoas presentes na Plenária 5 da Cúpula dos Povos defenderam uma nova candidatura de Marina para a presidência. "Brasil, para frente, Marina presidente", gritaram. Em 2010, a ex-senadora concorreu pelo Partido Verde (PV) e ficou em terceiro lugar na corrida presidencial, com quase 20 milhões de votos.