O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), integrante da bancada evangélica, voltou a ser pressionado para dar andamento aos pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), por conta dos crimes de responsabilidade fiscal apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Na última semana, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) cobrou de Cunha – investigado por suspeita de corrupção – uma “postura de servo de Deus” para enfrentar o desafio de julgar a chefe da nação: “Tenha coragem de entrar para a história, não como um vilão, como alguém que está barganhando, mas como alguém que vai libertar essa nação, para que essa nação volte a viver, a respirar, a ter fé”, disse, em discurso na tribuna do plenário.
Agora, os demais partidos da oposição a Dilma, incluindo o PSDB, estariam pressionando Cunha de maneira mais enfática: “A oposição fixou o dia 15 de novembro como data-limite para que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, abra o processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Se até a data isso não acontecer, os partidos que defendem a saída da presidente dizem que deixarão de dar apoio a Cunha e trabalharão, efetivamente, para tirá-lo da presidência da Câmara”, informou a jornalista Vera Magalhães, na coluna Radar Online, da Veja.
Como resposta a esse movimento, Cunha já teria dado “sinais para a oposição de que pode nos próximos quinze dias definir a questão do impeachment de Dilma”, segundo noticiou Lauro Jardim, do jornal O Globo. “De acordo com o que [Cunha] tem dito, dará mais duas semanas para o STF se posicionar” sobre seu recurso contra a liminar que derrubou o rito de trâmite estipulado por ele para o processo de impeachment.
“A chance de Eduardo Cunha cair hoje é igual a zero. Até porque ele tem o apoio do PSDB”, acrescentou Jardim.
Diante desse cenário de pressão, conforme informou o jornal Folha de S. Paulo, a Câmara já teria definido que emitirá parecer técnico favorável ao pedido de impeachment apresentado pela oposição, com análise dos juristas Hélio Bicudo (fundador do PT), Miguel Reale Jr. (ex-ministro da Justiça) e Janaína Paschoal.
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