Fenômeno desta terça-feira (16) poderá ser observado em toda a América do Sul, África, Europa, Ásia e Oceania.
Data é a mesma em que se celebram os 50 anos do lançamento da missão que levou o homem à Lua.
Por Fabio Manzano, G1
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Eclipse parcial na lua em 2018, no céu do Rio de Janeiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1
Na noite desta terça-feira (16), quando o mundo celebra 50 anos desde que a missão Apollo 11 decolou da Terra rumo à Lua, o Brasil poderá ver um eclipse lunar parcial. O fenômeno ocorre quando Sol, Terra e Lua se alinham, e nosso planeta faz sombra sobre o satélite.
O eclipse poderá ser visto a partir das 17h01 (horário de Brasília) e, no total, terá duração de mais de cinco horas, parecido com o que ocorreu em janeiro deste ano.
“O eclipse lunar, em geral, dura bastante tempo. Desta vez será em um horário bom, porque vai ser próximo do pôr do sol, e a Lua vai estar em uma posição relativamente alta no céu”, disse ao G1 Thiago Signorini Gonçalves, astrônomo da UFRJ e membro da Sociedade Astronômica Brasileira.
Programe-se (horários de Brasília):
A duração da fase de umbra (quando a sombra da Terra começa a ser observada na Lua) será de 2 horas e 51 minutos. Já considerando todo o período do eclipse, incluindo a fase de penumbra (quando a sombra da Terra sobre a Lua ainda é vista de forma borrada), a duração total do fenômeno chega a 5 horas e 33 minutos.
- 15h43: início da fase de penumbra
- 17h01: início da fase da umbra
- 19h52: fim da fase da umbra
- 21h17: fim da fase da penumbra
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Eclipse lunar total será visto em toda a América — Foto: Juliane Souza/G1
Não é preciso usar óculos de proteção
Diferentemente de um eclipse solar – quando o que fica “escondido” é o Sol –, para observar o fenômeno lunar não é preciso óculos de proteção.
A visão da Lua é a olho nu, mas é mais fácil assistir ao fenômeno em áreas menos iluminadas e com o horizonte livre.
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Montagem com seis fotos mostra a evolução do eclipse parcial ao total com Lua de Sangue de 2018
— Foto: Vyacheslav Oseledko/AFP
Sem ‘Lua de sangue’ desta vez
Thiago Gonçalves explica que este eclipse, por ser parcial, não provocará o fenômeno da “Lua de sangue”. Para isso acontecer, seria necessário que os astros se alinhassem perfeitamente, como aconteceu em 21 de janeiro.
“O alinhamento não será perfeito e isso impede a visualização da ‘Lua de sangue’, que é quando o satélite adquire tons avermelhados. Isso acontece porque a Terra se sobrepõe ao Sol e os raios solares atravessam a atmosfera terrestre ganhando esta coloração”, explica Gonçalves.
Essa mudança de cor é provocada pelos mesmos fatores que fazem o céu ser azul e pode ser observada em todos os eclipses totais da Lua.
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O fenômeno da Lua de Sangue — Foto: Alexandre Mauro/G1
Eclipse solar recente
Há menos de 15 dias, a Lua passou entre o Sol e a Terra, “tampando” sua luz. Em 2 de julho, um eclipse solar total levou milhares de turistas ao Chile, de onde foi possível acompanhar o momento em que o dia virou noite. Diversas regiões do Brasil também puderam observar o fenômeno.
Os dois acontecimentos não estão desvinculados, como comenta o astrônomo da UFRJ: “Não é coincidência. É algo decorrente deste alinhamento. Eclipses solares podem vir junto com um eclipse lunar. Isso é comum”.
Este é o último eclipse lunar do ano. O mundo verá o próximo eclipse total da lua apenas em 2021 – com possibilidade de observação parcial no Brasil. Outros fenômenos parciais acontecem antes, mas no país um eclipse total plenamente visível ocorrerá apenas em 16 de maio de 2022.