“Senhores, porque fazeis isto? Nos também somos homens como vós sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas cousas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles”. (Atos 14,15).
O contexto deste verso acima, nos revela Paulo e Barnabé na cidade de Listra, uma colônia romana. Depois de curarem um aleijado, as pessoas daquele lugar começaram a chamar a Paulo de Mercúrio (Hermes), deus mensageiro, porta voz dos deuses e Barnabé de Júpiter (Zeus), principal do panteão grego.
Indignados com a situação, Paulo e Silas rasgaram suas vestes e disseram: “Nos também somos homens como vós sujeitos aos mesmos sentimentos…”.
Pois bem, gostaria de contrapor essa história com a realidade religiosa de nossos dias. Nossa era está sendo marcada por uma forte ênfase ao culto personalista, onde a figura do pastor, bispo, apóstolo é exaltada a de tal maneira que mais parecem super homens que não compartilham das mesmas coisas que os reles mortais (membros de suas comunidades). E o pior nesta história é que aceitam com naturalidade e até se auto exaltam reafirmando possuírem mesmo super poderes.
Conheci uma denominação que o pastor era chamado de arcanjo.
O nome das denominações são renegados a um segundo plano, pois o que sobressai é o nome do pastor. As pessoas dizem assim: Hoje vou na igreja do fulano de tal, aquele que faz tal coisa. Bizarro isto. Bem, voltando à história de Paulo e Barnabé, eles ficaram tão perplexos e indignados das pessoas daquele lugar o chamarem de deuses que ergueram suas vozes e disseram: “somos homens como vós…”.
O ministério pastoral é verdadeiramente um privilégio, mas carregado de muita responsabilidade. O pastor não exerce uma profissão, mas sim uma vocação. Pastor chora se alegra, sente medo, algumas vezes fica deprimido.
Conheci um pastor muito usado por Deus, suas mensagens tocavam no profundo do ser de quem ouvia. Depois de quase 30 anos de ministério ele estava com depressão e teve que se licenciar para tratamento.
A igreja não entendia: ” mas como o nosso pastor pode estar com depressão?” Pastor não é super homem e não possui super poderes. Não consegue resolver todos os problemas. As vezes, erra outras acerta, assim é a figura do pastor.
Pastor se cansa, se fere, as vezes fica com raiva, outras chora. Pastor, as vezes, precisa de ombro. Fica frustrado. Lembro-me da história de um pastor muito conhecido – prefiro não revelar seu nome – que certo dia entrou em seu quarto, amarrou uma corda no telhado e se enforcou. Pastor também peca, fica doente.
Ouvi certa vez a história de um pastor que pregava à sua congregação que crente de verdade não ficava doente. Até que um dia ele ficou. Precisou ser internado no hospital da cidade vizinha com um nome falso.
Faço um apelo as pessoas (membros) das igrejas, cuidem de seus pastores, pois são homens e mulheres sujeitos aos mesmos sentimentos.
Faço um pedido aos pastores e líderes em geral. Sejam apenas o que a Palavra diz para serem. Íntegros, honestos, não beberrões, cuidem da vossas famílias, amem as pessoas, se dediquem a obra de Cristo, orem sem cessar.
Uma resposta em “PASTOR TAMBÉM SENTE DOR!”
PASTOR TAMBÉM SENTE DOR! https://t.co/nqtABdUHSy