DE SÃO PAULO
A CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) organizou uma campanha de vacinação falsa no Paquistão tendo como objetivo obter o DNA do chefe da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, informa reportagem do jornal britânico "The Guardian" publicada nesta segunda-feira.
Como parte de suas extensivas e elaboradas estratégias que antecederam o ataque que matou o terrorista no dia 1º de maio deste ano, agentes da CIA se infiltraram na região de Abbottabad, onde estava localizada a casa de Bin Laden.
No local, fizeram contato com o médico Shakil Afridi, que liderou o projeto de vacinação –iniciado numa das regiões mais pobres da cidade, para parecer mais autêntico– e foi recentemente preso pelo ISI, o serviço secreto paquistanês, diz o "Guardian".
A ideia era se aproximar da comunidade local e possivelmente obter acesso à casa da família de Bin Laden. Administrando vacinas de hepatite B a algum dos filhos do terrorista, agentes americanos esperavam obter amostras de DNA e compará-las com o material genético de uma de suas irmãs morta em Boston, em 2010.
Alguns detalhes da operação ainda são desconhecidos. Por exemplo, como as enfermeiras recrutadas para a campanha obteriam material genético das pessoas? Talvez retirando amostras de sangue, clandestinamente, após administrar a vacina, aponta o diário.
O jornal diz que ao menos uma enfermeira conseguiu, de fato, entrar na casa do terrorista, mas comunicações finais teriam afirmado que a operação não foi bem sucedida. No entanto, há registros de que a profissional pode ter deixado um aparelho eletrônico no local.
"De acordo com várias fontes, o médico, que esperou do lado de fora da casa, disse a ela que levasse consigo uma bolsa contendo um aparelho eletrônico. Não se sabe ao certo o que era o aparelho, ou se ela de fato o deixou no local. Também não se sabe se a CIA conseguiu obter o DNA de Bin Laden, embora uma fonte aponta que a operação não foi bem sucedida", afirma o jornal britânico.
Segundo o "Guardian", a CIA não comentou o assunto, que vem à tona num momento em que as relações entre os dois países enfrentam um de seus piores momentos.