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A História do Mais Famoso "Boa Noite" da TV Brasileira

 

Por Luciana Mazza|Colunista Convidada do The Christian Post

  • luciana mazza

No meio de tantos livros com temas diversificados, essa semana, um me chamou a atenção pelo emocionante testemunho, além do relato histórico. Não é sempre que temos a oportunidade de indicar ou sugerir de fato uma boa leitura! Mas, a história do jornalista Cid Moreira é algo impar entre as atuais biografias que estão disponíveis nas livrarias. Foram tantos "Boa Noite" em mais de 27 anos atrás da bancada do Jornal Nacional, na Rede Globo, que até o próprio Cid confessa que já perdeu a conta. Aliás, esse é o nome que leva a biografia do lendário homem que tem a voz mais conhecida do Brasil, escrita por Fatima Moreira, esposa de Cid. O Boa Noite, que já é um sucesso no mercado editorial laico leva o leitor à uma viagem aos anos dourados da história da TV brasileira. Na obra, Fatima descreve a vida de Cid, desde sua infância em Taubaté, interior de São Paulo, passando por sua consagração na televisão brasileira, até seu trabalho com a narração de textos bíblicos. São de Cid Moreira as palavras: "Depois de andar tanto, de tantas experiências que muitos poderiam chamar de sucesso, eu encontrei o verdadeiro segredo da vitória! E o melhor, ele está ao alcance de todos, sem distinção alguma". E foi com essa declaração que o próprio jornalista começa a contar sua história: "E é sobre esse sucesso, muito maior que qualquer coisa nesse mundo, que eu quero falar com vocês! Mas agora vou voltar um pouquinho no tempo para falar sobre meu início profissional, para vocês saberem que, como a maioria das pessoas, tenho a origem de vida muito simples, como grande parte das pessoas que vieram do interior. Caipira, de Taubaté, (era assim que me chamavam) porque eu falava com aquele sotaque do interior que todo mundo conhece. Lá na minha cidade pinto não pia, faz "pir, pir"!!!

Brincadeiras à parte, eu não tinha, de jeito nenhum, um perfil para o sucesso! Tímido de doer, só de falar perto de um estranho a voz sumia, a garganta secava, um horror! Mas para contradizer tudo isso, num esforço sobre-humano, vejam só, meu início de carreira foi no rádio. Na minha terra! Eu fui em busca de um estágio na área de contabilidade da Rádio Difusora Taubaté, pois meu vizinho e muito amigo era filho de um dos diretores de lá.

Bem, mas o diretor gostou do meu timbre de voz… e ao invés de me mandar para a sala da administração me mandou para a cabine de som, para fazer um teste. Eu quase morri naquela hora. O coração disparou! As minhas mãos suavam! Comecei a pigarrear! Foi um terror. Que isso sirva de consolo para os tímidos…Mas, apesar de todas as dificuldades, me aceitaram e comecei, então, aos 17 anos, a trabalhar na minha profissão! De Taubaté para a rádio na capital foi um pulo. Comecei substituindo um colega na Rádio Bandeirantes, em São Paulo, e acabei indo trabalhar com eles…

Todo bonitão, com uns 20 anos… Era smoking ou summer, com cravo na lapela e tudo o mais que os locutores trabalhavam. Participar de um programa de auditório era um evento, um acontecimento social… Não se esqueçam que não havia ainda televisão. Não demorou muito e em 1951 fui para o Rio de Janeiro… Rádio Mayrink Veiga… A maioria falava impostando a voz… E pronunciando os erres e esses. Trabalhei uns 13 anos lá! A Mayrink Veiga foi o celeiro de muitos humoristas famosos. Conheci o Chico Anísio, mocinho, magrinho, começando lá! Eu fiz um pouco de tudo nessa rádio. Apresentei a cantora Maysa e o querido Luis Gonzaga. Também nomes como Cauby Peixoto, Marlene e fazia também participação no jornal da rádio, sem falar no número imenso de comerciais… Quando surgiu o jornal na TV, os grandes nomes do rádio levaram seu estilo e sua voz para frente das câmeras, pois as pessoas não davam muita credibilidade a esse aparelho novo que começou a surgir aos pouquinhos, na casa de um ou outro rico da época… A obrigação era cativar o público, firmando um padrão de qualidade e de credibilidade. E olha que esse é um grande desafio… como acontece hoje com a internet. A televisão no começo era em preto e branco. Portanto não havia muita preocupação com as combinações dos ternos e gravatas…

Em maio de 1969 a Rede Globo já estava brilhando com as suas novelas. época em que fui convidado e aceitei participar como apresentador do Jornal da Globo, que ia diariamente ao ar às 19 horas e quarenta e cinco minutos. Entre duas novelas.

Foram as novelas que garantiram, no início, o sucesso da TV. Eu uma vez estava num posto de gasolina e uma senhora me chamou… Eu fiquei todo envaidecido, as pessoas estavam começando a me reconhecer… Mas que nada! Elas me chamaram e pediram para falar as notícias mais rapidinho que elas queriam assistir a novela mais cedo! Pode uma coisa dessas? Precisou, mais ou menos, dois anos para que o Jornal Nacional se tornasse campeão de audiência, transformando-se no maior destaque da programação jornalística da TV brasileira. Tive bons companheiros de bancada! Comecei com Hilton Gomes, fiz dupla com o Chapellin, depois com o Celso Freitas, Lilian Whitefibe!!… Agora são os queridos Willian e a Fátima que comandam esse desafio!

Bem, tudo isso hoje é história e é muito bom de lembrar! Eu me lembro, por exemplo, da grande emoção que sentimos no primeiro dia de estreia do Jornal Nacional. E, após mostrar o gol 979 de Pelé, que garantiu a classificação do Brasil para a copa de 1970, no México, eu me despedi do telespectador, anunciando para breve a integração do circuito de Brasília e Belo Horizonte ao Jornal Nacional: “é o Brasil ao vivo aí, na sua casa”. O mesmo ano em que foi lançado passou a ser transmitido em rede… Daí a responsabilidade ficou maior ainda… E tínhamos contato com os colegas em todo Brasil… Vejam vocês! O Jornal Nacional chegou a ter pico de 80% de audiência. O que difere basicamente o telejornalismo hoje dos tempos passados é a questão tecnológica. A rapidez da notícia chegar!

Foi também muito marcante quando chegaram as cores na televisão brasileira. A primeira transmissão colorida ocorreu em rede nacional, através da Embratel, em 1972. No início, empolgados com a novidade, exageramos nas cores e nas padronagens dos nossos ternos. Eu cheguei a usar paletós verde, cor-de-abóbora e quadriculado. Mas a euforia do colorido logo passou. O trabalho era mais duro, não havia máquina copiadora e a mão ficava toda preta ou roxa com os carbonos… Não tínhamos a internet, ferramenta importante e instantânea para pesquisa, envio de fotos, imagens e voz. Hoje gravo em casa, no meu estúdio, transformo a gravação em mp3 e envio para qualquer parte do mundo… Mando para a equipe do Fantástico, de casa, a qualquer hora…

Olha pessoal, houve um tempo em que eu trabalhava todos os dias da semana. Cheguei a ficar sem férias durante quatro anos. Fazia o Jornal Nacional a semana inteira e apresentava o Fantástico no Domingo…

Tudo isso aconteceu apenas por um motivo… Eu amava o que fazia. Sempre estive completamente envolvido com a minha profissão… perdi a conta de quantas noites e dias passei em estúdios! Não eram só comerciais, não! Fiz dezenas de documentários e gravei jornais cinematográficos para a maioria dos estados do país!

E vou contar para vocês… O que não faltam são lendas a respeito do meu trabalho… Já ouvi os mais diferentes comentários, como o de que eu ia trabalhar de bermuda, paletó e gravata. Mas isso aconteceu somente uma vez, durante o carnaval…Foi uma longa estrada no JN! 27 anos fiquei naquela bancada! Quase três décadas! Confesso agora, aqui pra vocês, que não foi fácil sair! Mais de três décadas naquela agitação. Fiquei perdido! Mas é que Deus tinha um plano muito maior para mim e eu ainda não tinha me dado conta disso! Pouco depois de sair da bancada do JN fui convidado por uma empresa de São Paulo, para gravar na íntegra o Novo Testamento da Bíblia Sagrada. Surgia então um grande desafio. Na realidade o maior desafio da minha vida. Já que eu mencionei aqui este outro lado da minha carreira profissional, torna-se necessário que eu volte um pouco no tempo. Criado, em agosto de 1973, eu trabalhei também no Fantástico, que se transformou num marco da TV brasileira para enfrentar os programas de auditório, líderes de audiência na época. Hoje, depois de quatro décadas, o Fantástico ainda atrai a maior fatia de público nas noites de Domingo. Quem não se lembra do Mister M, o mágico mascarado?

E foi lá então, no final do Programa, a cada Domingo, que comecei a ler mensagens que me deram experiência para gravar tantos CDs relacionados à bíblia. De lá para cá não parei de gravar. Na Som Livre, o primeiro trabalho em 1975 “Desiderata”. Já na Line Records: 2 CDs “Salmos” Com a Warner-Continental: 3 CDs. “Quem é Jesus”, ”Sermão da montanha” e ”Salmos”. Fui também convidado pela TV Line, para fazer 23 CDs do Novo Testamento. Na Gol Records foram as passagens bíblicas, aquels CDs encartados nos jornais. Para a AB Records fiz "Mensagem de Paz", gravando com a cantora Aline Barros. Pouco depois veio a Novo Tempo, onde gravei 2 CDs "Textos Bíblicos Extraordinários". Com a SBB, gravei a Bíblia na íntegra – Em Linguagem de Hoje. Em DVD tenho participação nos documentários sobre o Jornal Nacional, Fantástico e Caminhos de Jesus.

Hoje, eu tenho bem mais de meio século trabalhando na área de comunicação e não pretendo parar tão cedo…

Recebo muitos carinhos dos fãs por todo lugar que ando! Vou contar à vocês um segredo: Minha trajetória foi toda uma preparação para chegar aqui! Aqui mesmo! Para falar para vocês meu testemunho. De todo meu coração, eu confesso, nada me deu mais alegria, mais contentamento, mais sentido para a vida do que o meu envolvimento com os textos bíblicos! O mais é tudo ilusão! Pratiquei esportes, tive mulheres bonitas ao meu lado, conheci muitos países, presidentes, pessoas consideradas importantes, mas nada, nem ninguém, é mais importante do que o encontro pessoal com Deus. Minha vida agora é falar sobre isso com as pessoas. Eu tive esse encontro e sei que não é um privilégio meu.

Eu precisei pedir profundamente, chorar, soluçar e quando me encontrava totalmente rendido Deus tocou nas minhas fibras mais profundas. Eu, cheio de defeitos, de coisas mal resolvidas, muita coisa pendente para arrumar, mas Ele estava lá comigo e me disse: Eu aceito você assim mesmo filho meu! Eu te conheço desde o ventre da sua mãe. Esqueça o passado, esqueça seus erros, não se apegue neles! O que importa é o agora, é o aqui por diante! E eu tenho feito esse o propósito da minha vida! Depois do grande sucesso da gravação de toda a Bíblia em CD, a surpresa inédita no mundo é o "Salmos em DVD", com imagens Espero que tenham gostado de minha história e que apreciem a biografia "Boa Noite" .Um abraço, Cid Moreira.

Luciana Mazza, 36 anos, filha de pastor e neta de missionario americano batista.
Jornalista, Cineasta, Diretora de Comunicação da Agencia MR1 que atua há 10 anos no mercado cristão. Apaixonada pela obra de Deus e pela música gospel que é muito além do que um motivo de várias lutas e sim uma causa por toda a vida. Esposa do publicitario Marcelo Rebello e mãe de Yeshua e Chaya.

Por Pastor Ângelo Medrado

Pr. Batista, Avivado, Bacharel em Teologia, PhDr. Pedagogo Holístico docente Restaurador, Reverendo pela International Minystry of Restoration - USA - Autor dos Livros: A Maçonaria e o Cristianismo, O Cristão e a Maçonaria, A Religião do Anticristo, Vendas Alto Nível com Análise Transacional, Comportamento Gerencial.
Casado, 4 filhos, 6 netos, 1 bisneto.

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