Pai de santo é acusado de estelionato, extorsão e formação de quadrilha.
Além dele, foram presas outras três pessoas suspeitas de atuar no esquema.
Do G1 RJ
Pai Bruno mudou o visual na prisão
(Foto: Divulgação/Seap/ Reprodução/ TV Globo)
A Secretaria de estado de Administração Penitenciária (Seap) divulgou, nesta segunda-feira (25), a foto do pai de santo Edmar dos Santos Araújo, 23 anos, conhecido como "Pai Bruno da Pomba Gira" ou "Pai Bruno de Ogum". Preso na madrugada de 13 de junho, Pai Bruno, que prometia trazer a pessoa amada em três horas, é acusado de ameaçar e extorquir seus clientes.
Pai Bruno divulgava seus serviços em anúncios de jornais e nas ruas. Nas propagandas, ele aparecia maquiado, com cabelos descoloridos e usando trajes com brilho. Já no presídio, o pai de santo cortou o cabelo, assumiu os fios escuros e só pode usar o uniforme, uma camiseta verde com a inscrição Seap.
Além de pai Bruno, foram presos Alex Alberto de Souza, que trabalhava como motoboy da quadrilha, e as irmãs Viviane Duarte de Souza, de 37 anos, e Luciana Duarte de Souza Reis, de 42. Elas são acusadas de extorquir os clientes por telefone. Todos os envolvidos negam os crimes.
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Eles foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, por intermédio da Promotoria de Justiça junto à 27ª Vara Criminal, pelos crimes de estelionato, quadrilha e extorsão. A Promotoria requereu ainda a conversão da prisão dos denunciados em preventiva.
Quadrilha
Para a delegada Flávia Monteiro, cada um dos presos tinha uma função definida na quadrilha.
"Havia uma prévia divisão de funções. Pai Bruno era o mentor, elas faziam as ligações com as ameaças e o motoboy ia ao encontro das vítimas para pegar o dinheiro obtido com as extorsões", explicou ela, acrescentando que a polícia continua as investigações em busca de outros integrantes da quadrilha.
As investigações apontam que a mãe de Pai Bruno e um outro homem cediam as contas bancárias para que os clientes fizessem os depósitos com os pagamentos dos trabalhos espirituais. A polícia investiga ainda se um policial militar fazia a segurança do pai de santo.
"O crime não é a religião, se a pessoa acredita que vai ter a pessoa em três, cinco horas, não há problema. É questão de fé de cada um. O problema é quando há extorsão. O crime é a extorsão. Investiguei o crime após uma vítima extorquida ter feito uma denúncia na delegacia do Leblon", ressaltou Flávia.
Denúncia de vítimas
Segundo a delegada, 15 pessoas foram à 14ª DP (Leblon) denunciar a quadrilha de Pai Bruno. "Mas há denúncias em várias delegacias, e acho que as denúncias chegam a 50", disse Flávia, ressaltando que "o número de vítimas, no entanto, deve ser bem maior, já que nem todo mundo denuncia, por medo ou por vergonha".