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Telegrama da Embaixada dos EUA vê risco de ataque com aviões a prédios públicos em Brasília

12/12/2010 – 03h04

DE BRASÍLIA

WikileaksO espaço aéreo de Brasília é vulnerável ao ataque de terroristas, que podem usar um avião para atingir e destruir prédios públicos na capital federal, diz um telegrama secreto da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, informa Fernando Rodrigues na edição daFolha deste domingo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL),

Datado de 28 de março do ano passado, o despacho diplomático faz parte do lote de milhares de telegramas obtidos pela organização WikiLeaks (wikileaks.ch). A Folha é uma das sete publicações no mundo que têm acesso a esse material antes de ele ser divulgado no site.

 

O então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, fazia comentários sobre a aplicação da Lei do Abate no Brasil. A legislação é de 1998. Entrou em vigor de maneira plena em 2004, quando foi regulamentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobel relatava aos seus superiores um episódio ocorrido em 12 de março do ano passado, quando um homem roubou um monomotor em Luziânia (GO), cidade a 56 km de Brasília.

O pequeno avião era tripulado só pelo piloto e uma menina de 5 anos, sua filha. Ambos morreram quando o Embraer EMB-712 caiu no estacionamento do maior shopping center de Goiânia.

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Rabinos-chefes assinam decreto proibindo aluguel de carro a árabes

VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO

 

     O presidente da Associação Internacional dos Sobreviventes do Holocausto, Noah Flug, condenou nesta quinta-feira, 9, um grupo de cerca de 50 rabinos-chefes de cidades israelenses que assinou um decreto proibindo judeus de alugarem imóveis para cidadãos árabes.

     Flug exigiu que os rabinos retirem imediatamente o decreto e afirmou que ficou chocado com a declaração.

     "Como judeu que sofreu o Holocausto, lembro-me de como os nazistas alemães expulsaram os judeus de seus apartamentos e dos centros das cidades para criar guetos", disse ao site de notícias israelense Ynet.

     "Pensávamos que no nosso país isso não iria acontecer, isso é especialmente difícil para alguém que passou pelo Holocausto", acrescentou.

     No decreto, os rabinos signatários ameaçam isolar da comunidade os que violarem a ordem.

     O Museu do Holocausto em Jerusalém, Yad Vashem, também publicou um comunicado condenando a posição dos rabinos.

     De acordo com o museu, o decreto dos rabinos é "um golpe duro para os valores básicos de nossas vidas como judeus e como um povo que vive em um país democrático".

     Segundo pesquisa do Israel Democracy Institute publicada no mês passado, 46% dos cidadãos judeus israelenses não gostariam de ter vizinhos árabes, e 39% não gostariam de morar perto de trabalhadores imigrantes ou com doenças mentais.

     Há cerca de 1,3 milhão de árabes vivendo em Israel (em sua maioria palestinos que permaneceram no território após a criação do Estado), que representam um quinto da população.

      Críticas

    O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, criticou o decreto dos rabinos, afirmando que "não há lugar em um Estado democrático para esse tipo de pronunciamento".

     Na quarta feira, 8, após a divulgação do decreto, cerca de 150 pessoas se manifestaram em Jerusalém, em frente à sinagoga principal da cidade, levantando cartazes com os dizeres: "decreto dos rabinos = blasfêmia".

     O ex-presidente do Parlamento israelense Avraham Burg, que estava entre os manifestantes, fez um apelo ao premiê Netanyahu para que demita os rabinos, que chamou de "nacionalistas e fundamentalistas".

     De acordo com a escritora Yael Gvirtz, "depois de combater o incêndio no Carmel, devemos nos dedicar a combater o fogo do racismo".

     "Esse é um judaísmo auto-concentrado, ignorante e intoxicado pelo poder", afirmou a escritora.

     Segundo o site Ynet, o rabino Yehuda Gilad, do vilarejo de Maaleh Gilboa, qualificou o decreto dos rabinos de uma "deturpação grave da Torá (o livro sagrado do Judaísmo), de maneira que contradiz valores humanos básicos".

      Apoiadores

     Apesar das críticas, cerca de 300 religiosos acrescentaram suas assinaturas ao decreto dos rabinos nesta quinta-feira, 9, segundo o jornal Yediot Aharonot.

     Para o rabino-chefe da cidade de Ashdod, Yossef Sheinin, a proibição "se baseia na Bíblia".

     "Na Bíblia está escrito que Deus deu a terra de Israel ao povo de Israel, o mundo é tão grande e Israel é tão pequeno mas todos o cobiçam, isso é injusto", afirmou Sheinin.

     O rabino-chefe do assentamento de Beit El, Shlomo Aviner, que também assinou o decreto, disse que "os árabes são 25% dos cidadãos, e não devemos ajudá-los a criar raízes em Israel".

     Entre os rabinos que assinaram o decreto estão os rabinos-chefes de cidades importantes como Rishon Letzion, Carmiel, Rehovot, Herzlia, Naharia e Pardes Hana e todos são funcionários públicos.

Data: 10/12/2010 08:20:00
Fonte: BBC

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LULA DECEPCIONA ATÉ TERRA SANTA

 

Reconhecimento de Estado palestino gera mal estar a Israel

Em nota, governo expressou ‘decepção’ com decisão do presidente Lula. Reconhecimento atendeu a pedido do presidente da Autoridade palestina.

Israel lamentou a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reconhecer o Estado palestino de acordo com as fronteiras de 1967.

“Israel lamenta e expressa sua decepção depois da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotada um mês antes de passar o poder para a presidente eleita Dilma Rousseff”, indica um comunicado do ministério israelense de Relações Exteriores.

Segundo a nota publicada na sexta-feira pelo ministério brasileiro das Relações Exteriores, o reconhecimento de um Estado palestino responde a um pedido pessoal feito pelo presidente da Autoridade palestina, Mahmoud Abbas, a Lula, em 24 de novembro passado.

“Por considerar que o pedido apresentado por sua Excelência é justo e coerente com os princípios defendidos pelo Brasil para a questão palestina, o Brasil, por meio desta carta, reconhece o Estado Palestino nas fronteiras de 1967″, diz o texto.

No comunicado, Lula reitera a necessidade de tornar realidade “a legítima aspiração do povo palestino a um Estado unido, seguro, democrático e economicamente viável, coexistindo em paz com Israel”.

Uma nota oficial da chancelaria brasileira também recordou que, desde 1998, arepresentação da Delegação Especial Palestina em Brasília goza de tratamento “equiparado aos de uma embaixada, para todos os efeitos”.

O ministério israelense das Relações Exteriores reagiu dizendo que a decisão do governo brasileiro “constitui uma violação dos acordos interinos assinados entre Israel e a Autoridade palestina e que estipulam que o tema do futuro da Cisjordânia e da Faixa de Gaza será discutido e definido mediante negociações”.

Os legisladores americanos também criticaram na sexta-feira a decisão do Brasil de reconhecer o Estado palestino com as fronteiras de 1967, afirmando que é “extremamente imprudente” e “lamentável”.

A decisão brasileira “é lamentável e só vai prejudicar um pouco mais a paz e a segurança no Oriente Médio”, afirmou Ileana Ros-Lehtinen, que lidera os republicanos na comissão de Assuntos Externos da Câmara de Representantes.

Ros-Lehtinen disse ainda que “as nações responsáveis” devem esperar para dar esse passo até o retorno de palestinos às negociações diretas com Israel.

A comunidade internacional apoia as demandas palestinas por um Estado em praticamente toda a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém oriental, todos os territórios ocupados por Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias.

Mas os Estados Unidos e a maioria dos governos ocidentais são reticentes em reconhecer um Estado palestino, afirmando que isso deve ser alcançado através de uma negociação de paz com Israel.

A postura do Brasil também gerou a ira do legislador democrata Eliot Engel, que a classificou de “extremamente imprudente”, acrescentando que significava “o último suspiro de uma política externa (brasileira) que se isolou muito sob o governo de Lula”.

Engel citou as atitudes de Lula de “mimar” o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e advertiu que o Brasil “quer se estabelecer como uma voz no mundo, mas está fazendo as escolhas erradas”.

“Só podemos esperar que a nova liderança que vem para o Brasil mude o curso e entenda que este não é o caminho para ganhar a preferência como uma potência emergente, ou para se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

“O Brasil está enviando uma mensagem aos palestinos de que eles não precisam fazer a paz para obter o reconhecimento como um Estado soberano”, disse Engel.

Ele acrescentou que deu “um forte apoio ao Brasil como uma democracia dinâmica e diversificada, que um dia terá seu lugar ao lado as principais nações do mundo”.

Data: 10/12/2010 09:12:34
Fonte: G1