Categorias
Noticias

Pastor presbiteriano questionou vontade de diálogo do pontífice

 

     Ainda que a verdade e o diálogo foram elementos centrais no discurso de Bento XVI em sua segunda jornada nesta cidade, o pastor José Salvador, presidente da Igreja Presbiteriana de Portugal, questionou a vontade de diálogo do pontífice romano.
     “Não há um esforço real para dialogar com as mulheres que pedem sua ordenação, ou com os homossexuais que exigem o reconhecimento de seus direitos, ou com aqueles que defendem o aborto voluntário. É um diálogo de conveniência. Mas não há verdadeiro diálogo se não se fala com os setores marginalizados”, disse Salvador.
     O líder presbiteriano também questionou a seriedade do ecumenismo católico romano. “Apenas dois dias antes da missa inaugural do papa nos pediram para enviar um representante a essa celebração”, revelou, agregando que a pessoa encarregada “esqueceu que existia uma Igreja Presbiteriana no país!”
     Participaram do encontro com o papa personalidades do mundo da cultura e representantes de religiões presentes em Portugal – judaísmo, islamismo, hinduísmo. Também foi convidada a Aliança Evangélica Portuguesa, que se caracterizou por sua rejeição ao ecumenismo, e não ao Conselho de Igrejas Cristãs de Portugal, que protagonizou encontros e diálogos com a Conferência Episcopal.
     “No fundo, parece que a Igreja Católica não tem muita consideração pelos protestantes”, sentenciou Salvador.
     Na terça-feira, 11, Bento XVI iniciou sua visita a Portugal, a 15º viagem de seu pontificado, celebrando uma missa num altar levantado especialmente junto ao estuário do rio Tejo, na praça do velho palácio real que foi destruído no terremoto de 1775.
     Nesse domingo, 16, o papa encontrou-se com o premiê português, José Sócrates. Seu programa inclui uma visita e várias celebrações no santuário de Fátima, e concluirá com uma missa eucarística em Porto, a segunda cidade do país.

Fonte: ALC

Categorias
Noticias

MP apura denúncia de dinheiro roubado do BC nas mãos de Macedo

Bispo macedo

O Ministério Público investiga os líderes da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo Bezerra e Romualdo Panceiro, por suspeita de receber R$ 200 mil procedentes de um roubo a banco. A Igreja nega as denúncias.

Segundo as investigações, há indícios de que o dinheiro seja parte dos R$ 164 milhões furtados do Banco Central de Fortaleza, em agosto de 2005. A Polícia Federal recuperou só R$ 12 milhões e indiciou 96 pessoas pelo crime. Entre elas, um homem preso por estelionato e lavagem de dinheiro e que é investigado pela possibilidade de ser o doador ilegal à Universal.

A denúncia foi feita ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pelo lavador de carros Edilson Cesário Vieira, ex-fiel que diz ter presenciado a entrega em dezembro de 2006.

A doação, segundo a denúncia, ocorreu em uma sala de reuniões no 4º andar do templo central da igreja em São Paulo, na Avenida João Dias, em Santo Amaro, na Zona Sul da capital.

Segundo Edilson Vieira, um homem conhecido como Alexandre, frequentador da igreja, procurou Edir Macedo na noite de uma segunda-feira para entregar R$ 200 mil que havia adquirido de “um roubo ao Banco do Brasil”, porque queria “se redimir pelo crime”.

“O bispo Romualdo mandou um carro blindado pegar o dinheiro na casa do Alexandre, em Ermelino Matarazzo. Duas horas depois, chegaram com duas pastas pretas. O Alexandre jogou o dinheiro na mesa, ainda com lacre”, descreveu o ex-fiel. Ele fez a denúncia porque diz ter sido usado pelos líderes da igreja como “laranja” em lavagens de dinheiro, adquirindo uma dívida de R$ 380 milhões em nome da Universal. A igreja responde atualmente a 64 processos na Justiça paulista.

“O Edir Macedo mandou o Alexandre se ajoelhar e rezar, gritando que todos deviam fazer como ele”, conta Edilson Vieira. “Dinheiro a gente recebe, não importa de onde vem”, teria dito o dirigente da Universal, segundo o relato ao Gaeco.

Apesar de dizer que foi amigo dos bispos e frequentador da igreja entre 1997 e 2006, o lavador afirma desconhecer o destino dado à quantia. Ele diz, contudo, ter ouvido Edir Macedo referir-se a “uma remessa grande de dinheiro ao exterior”.
Fonte: Diário SP

Categorias
Noticias

Cristãos são expulsos do Marrocos

 

     Desde o começo de março cerca de 90 cristãos foram expulsos do Marrocos. No fim de semana passado, mais uma dezena de pessoas foram expulsas do país, a maioria evangélicas. Algumas foram acusadas de fazer proselitismo – um delito reconhecido no código penal do país – mas outras nem ficaram sabendo porque foram expulsas.
     O policial espanhol estava disposto a carimbar seu passaporte guatemalteco. Mas logo percebeu que os demais marroquinos que a acompanhavam tinham recebido o carimbo de “expulsos” em seus passaportes. Perguntou então a Silvia Cordón, a titular do documento, se ela também estava sendo expulsa do Marrocos. “Sim”, ela respondeu. Você quer entrar na Espanha, perguntou o agente. “Não”, ela respondeu.
     O policial chamou então o chefe do posto de fronteira de Melilla, e este explicou aos oficiais marroquinos que acompanhavam Cordón até o lado espanhol que, se quisessem expulsá-la, deveriam enviá-la diretamente para a Guatemala.
     Então eles deram meia volta. Eram três da manhã de 8 de março, um sábado, em Beni Enzar, cidade na fronteira com Melilla. A expulsão de Cordón, evangélica de 59 anos, residente no Marrocos desde 1997, ficaria para mais tarde. Ela era professora de espanhol num colégio de Tahala-Noreste.
     Cordón é uma das dezenas de cristãos – o número já chega a cerca de 90 – expulsos do Marrocos desde o começo de março, e desde então as cifras aumentam. No fim de semana passado, mais uma dezena de pessoas foram expulsas do país, a maioria evangélicas. Várias delas se viram obrigadas a sair do país pela Espanha. Algumas foram acusadas pelas autoridades marroquinas de fazer proselitismo – um delito reconhecido no código penal do país – mas outras nem ficaram sabendo porque foram expulsas. Em tese, deveriam ter sido julgadas.
     “Pedi que me dessem uma ordem escrita, mas disseram que obedeciam instruções de cima”, afirma Cordón que falou por telefone com a reportagem. “Acho que os espanhóis me fizeram um favor”, acrescenta.
     “A Polícia veio me buscar na minha casa na quarta-feira, 5 de maio, para dizer que sentia muito, mas eu deveria deixar o país”, prossegue Cordón. “Deram-me 15 dias para fazê-lo, mas na quinta-feira irromperam no colégio para me coagir”. “Comecei a chorar”. “Os agentes foram educados o tempo todo.”
     “No sábado às dez da noite saímos da minha casa no meu próprio carro, com dois policiais que viajaram comigo rumo a Melilla”, continua. “Despedi-me dos meus alunos e vizinhos. Choramos muito”. A outras pessoas que foram expulsas, como o franciscano Rami Zaki, a polícia nem sequer permitiu que passassem em suas casas para recolher seus pertences.
     Cordón trabalhava para a ONG Desenvolvimento e Consultoria Pro Mundis, de Granada. De inspiração evangélica, a organização assinou um acordo com o governo marroquino em 1999. “Se me perguntam qual é a minha religião, eu não escondo, mas antes de mais nada respeito as leis”, assegura. “Se me acusam disso, deveriam provar.”
     “Estamos consternados com os procedimentos: sem explicação, sem registro escrito, sem poder se defender e sem tempo para concluir assuntos pessoais”, afirma Allan Matamoros, presidente da ONG. “Queremos continuar nosso trabalho de promoção da compreensão mútua entre muçulmanos e cristãos.”
     Depois de uma longa espera em Beni Enzar, Cordón voltou para sua casa à noite. Transferiram-na para o aeroporto de Casablanca onde embarcou rumo à Guatemala. O Ministério do Interior tentou fazer com que a ONG reembolsasse a passagem, mas acabou pagando os 2.300 euros (R$ 5.180) que ela custava.

Fonte: El pais