As imagens falam por sí
As imagens falam por sí
10 de março de 2011 | 16h 42
No segundo volume de seu livro sobre a vida de Jesus, lançado oficialmente nesta quinta-feira, o papa Bento XVI afirma que o Cristo não era um "revolucionário".
Max Rossi/Reuters
Livro será lançada em 24 idiomas
Em Jesus de Nazaré, da Entrada em Jerusalém até a Ressurreição, o sumo pontífice diz que Jesus "não vem (ao mundo) como um destruidor. Ele não vem empunhando a espada de um revolucionário". Em vez disso, Jesus vem "com o dom da cura", para revelar "o poder do amor".
Bento XVI afirma que, na época em que Jesus viveu, não havia separação entre política e religião, e que teria sido o próprio Jesus que estabeleceu a distância entre as duas coisas.
"Naquela época as dimensões política e a religiosa eram absolutamente inseparáveis", disse Bento XVI. "Jesus, com sua mensagem e modo de agir, inaugurou um reino não político do Messias e começou a separar uma coisa da outra."
Extremismo
O livro, dividido em 9 capítulos, é a continuação do que Bento XVI escreveu em 2007, Jesus de Nazaré, e fala sobre a trajetória de Cristo desde a sua entrada em Jerusalém até sua morte e Ressurreição.
Este segundo volume da vida de Jesus Cristo, segundo o papa, será lançado em 24 línguas. No Brasil, ele será publicado pela editora Planeta.
No livro, Bento XVI faz referência aos extremismos religiosos, afirmando que "os terríveis resultados de uma violência motivada religiosamente estão, de modo drástico, diante dos olhos de todos nós. A violência é o instrumento preferido do anticristo, não é útil ao humanismo, mas à desumanidade".
"Toda a atividade e a mensagem de Jesus, desde as tentações no deserto, ao batismo no Jordão, ao discurso da montanha, até a parábola do juízo final, se opõem decididamente a este imagem."
"A subversão violenta e o assassínio de outros em nome de Deus não correspondem a seu modo de ser", escreve Bento XVI.
O papa afirma que a imagem de Jesus como revolucionário teve relevância na década de 1960, quando autores interpretaram a passagem da purificação do Templo como um ato de violência política.
O fato de Jesus ter sido preso e justiçado seria outra prova de que foi um revolucionário, na visão de autores naquela década.
"Esta tese provocou uma onda de teologias políticas e de teologias da revolução", escreve o papa, sem citar explicitamente movimentos como a Teologia da Libertação.
"Desde então, acalmou-se a onda das teologias da revolução que tentou legitimar a violência como meio para instaurar um mundo melhor."
Situação atual
Na introdução do livro, o papa esclarece que também teve a preocupação de enfocar a "figura realmente histórica" de Jesus, "de modo que possa ser útil a todos os leitores que queiram encontrar Jesus e acreditar nele".
Na parte final do livro, Bento XVI recorda uma das passagens o Evangelho e a utiliza para fazer uma comparação com a situação atual da Igreja Católica.
Ele cita a parte em que, depois de multiplicar os pães, Jesus manda os discípulos pegarem um barco e esperarem por ele no outro lado do rio. Um vento forte e o mar agitado ameaçam os discípulos e, assim, Jesus vai na direção deles caminhando sobre as águas.
"Hoje o barco da Igreja, com o vento contrário da História, navega através do oceano agitado do tempo. Muitas vezes temos a impressão que vai afundar. Mas o Senhor está presente e chega no momento oportuno." BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
11/03/2011 – 06h08
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Atualizado às 07h10.
O terremoto de magnitude 8,9 que atingiu a costa nordeste do Japão nesta sexta-feira, seguido de um tsunami com ondas de até dez metros de altura, deixou ao menos 23 mortos e causou sérios estragos em diversas cidades da região, segundo informações das autoridades locais.
As vítimas incluem um homem de 67 anos, esmagado por uma parede, e uma idosa, atingida pelo teto da própria casa, que desabou, ambos na região de Tóquio.
Outras três pessoas morreram soterradas dentro de casa em Ibaraki, a nordeste da capital.
A Agência Nacional de Polícia, entretanto, afirmou que ainda não é capaz de confirmar o balanço de mortos.
"Os danos foram tão grandes que ainda levará muito tempo até que consigamos reunir todas as informações", indicou um porta-voz do órgão.
Segundo as autoridades sismológicas japonesas, este é o pior terremoto dos últimos 140 anos no país.
Imagens da emissora de televisão japonesa NHK mostram carros, barcos e até mesmo casas sendo levados pelas ondas gigantes geradas pelo tsunami nas províncias de Aomori, Miyagi, Iwate, Fukushima e Ibaraki.
O terremoto também causou vários incêndios, entre eles um de grandes proporções em uma refinaria na província de Chiba, sem relatos de vítimas até o momento.
A NHK também exibiu chamas e fumaça negra saindo de um edifício em Odaiba, um subúrbio de Tóquio.
O tremor também paralisou em todo o país os serviços do "shinkansen", o trem-bala japonês. Em Tóquio foram desativados os serviços de metrô e de trens suburbanos, e passageiros foram retirados do aeroporto de Narita.
Cerca de quatro milhões de casas estão sem energia elétrica em seis províncias do país, segundo informaram as autoridades.
O terremoto, que ocorreu às 14h46 da hora local (2h46 de Brasília) e alcançou 7 graus na escala japonesa –o nível máximo, teve epicentro no Oceano Pacífico, a 130 quilômetros da península de Ojika, e a uma profundidade de dez quilômetros.
O Japão, situado no "anel de fogo do Pacífico", sofre frequentes terremotos, que raramente causam vítimas devido às rígidas normas de construção vigentes no país.
Após o terremoto que ocorreu há dois dias no país, a Agência Meteorológica japonesa advertira que durante uma semana poderia haver réplicas, embora tenha sido estimado que a intensidade máxima seria de magnitude 4 pela escala japonesa –cujo nível máximo é 7.
Editoria de Arte/Folhapress
ALERTA
O aviso de ondas gigantes emitido nesta sexta-feira pelo Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico foi ampliado para Austrália, Nova Zelândia, Polinésia e países do litoral oeste do continente americano.
"A avaliação do nível do mar confirma que foi gerado um tsunami que pode causar grandes danos", adverte em seu site o Centro, que pede que as autoridades "tomem as medidas apropriadas diante desta ameaça".
México, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Panamá, Honduras, Chile, Equador, Colômbia e Peru foram incluídos no último boletim do Centro, que fez o mesmo com Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Samoa e várias ilhas da Polinésia.
Inicialmente, o primeiro alerta foi emitido para Japão, Rússia, Filipinas, ilhas Marianas, Guam, Taiwan, Ilhas Marshall, Indonésia, Papua Nova Guiné, Micronésia e Havaí (EUA).
As Filipinas ordenaram nesta sexta a evacuação de milhares de cidadãos na costa oriental do terço norte do país pelo risco de um tsunami atingir a região.
Segundo o Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia (Philvolcs), a onda gigante chegará ao litoral leste da ilha de Luzon entre 17h e 19h do horário local (6h e 8h de Brasília).