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AVALIANDO MELHOR APOCALIPSE 13.

Enviado por Leandro Borges

Apocalipse 13 é um dos mais fascinantes e misteriosos capítulos de toda a Bíblia. Esse capítulo é singular para a nossa época, porque não identifica países definidos por fronteiras; em vez disso, ele fala do mundo inteiro – um mundo global. Essa mensagem simplesmente ignora que o planeta Terra é dividido em cinco continentes e aproximadamente 200 nações. Ele ignora que essas nações são diversas, falam línguas diferentes, têm diferentes culturas, praticam várias religiões, têm seus próprios costumes e festejam seus próprios feriados. Apocalipse 13 ignora tudo isso e simplesmente nos revela um mundo único no final dos tempos: uma Nova Ordem Mundial para todas as pessoas do planeta Terra.

Sabemos que uma situação dessas seria impossível á um século atrás. O mundo era muito diversificado e dividido por fronteiras nacionais, mantidas por forças militares. Mas, hoje em dia, está acontecendo uma coisa que nunca aconteceu antes: a corrida em direção ao globalismo.

Durante a crise financeira internacional, o globalismo atravessou um terreno instável, em que as nações tentaram desesperadamente cuidar de si mesmas. Neste contexto, o protecionismo tornou-se uma questão séria para o mundo. Mas tudo isso é temporário. Não devemos jamais permitir que nossa visão da profecia bíblica seja obscurecida pelas circunstâncias atuais. No fim das contas, o mundo precisa, e irá, se tornar um. Essa é uma sentença irrevogável da profecia bíblica.

Apocalipse 13 mostra o resumo do sucesso fraudulento de Satanás, o deus deste mundo e príncipe das trevas que dominou o planeta Terra com suas artimanhas. Esse capítulo da Bíblia fala de política, comércio e religião; tudo junto. A autoridade terrena é o Anticristo; seu poder é absoluto. Ninguém pode existir no planeta Terra se não tiver a marca da besta.

Os 18 versículos de Apocalipse 13 são uma mensagem compacta sobre o final dos tempos, destacando três identidades principais: 1) O dragão, 2)A primeira besta que é o Anticristo, 3) A segunda besta, que é o falso profeta.

FISICAS TERRENAS  E  FÍSICAS ESPIRITUAIS.

Ao lermos o livro de Apocalipse como crentes em Cristo, precisamos pedir sabedoria para distinguir entre coisas físicas terrenas e coisas físicas espirituais.

Aqui está um exemplo: Em (Apocalipse cap.1), encontramos uma descrição do Senhor:

“Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força”. (Apocalipse cap.1 vers.12 á 16).

João é incapaz de descrever o que está vendo, senão através de definições metafóricas. Observe as palavras “semelhante” e “como”. Os seus cabelos eram brancos “como neve”; seus olhos, “como chama de fogo”; seus pés “semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha”; a sua voz “como voz de muitas águas”. Se deixarmos nossa imaginação correr solta, construiremos uma figura delirante: um homem com cabelo branco, com labaredas saindo dos olhos, pés pegando fogo, e com uma voz parecendo as Cataratas do Niágara. Esses pensamentos nos levam a uma imagem distorcida da realidade espiritual que o autor tenta transmitir no livro de Apocalipse.

A BESTA DE 7 CABEÇAS.

Do mesmo modo, não faz sentido presumir que a besta sobre a qual lemos em (Apocalipse cap.13) seja um animal desconhecido que tem sete cabeças e dez chifres. Se deixarmos essas fantasias entrarem na nossa mente, imaginando a figura de um monstro, teremos dificuldade em entender o significado espiritual realista dessa profecia.

Apocalipse 13 pode ser difícil de entender, mas isso não altera o que está escrito em (2 Timóteo cap.3 vers.16): “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. Com essas palavras, temos a garantia da confiabilidade da Bíblia e recebemos instruções para estudar criteriosamente o conteúdo da Bíblia; neste caso, o livro de Apocalipse.

TODA A TERRA.

Em particular, este capítulo se aplica à época em que vivemos por causa das palavras que identificam o globalismo: “toda a terra”, “cada tribo, povo, língua e nação”, “adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra”, “a terra e os seus habitantes”. Essas palavras apontam claramente o que está acontecendo em nossos dias. “Toda a terra” significa o mundo inteiro, e essa é a característica do globalismo.

É mais do que evidente que isso não poderia ter acontecido 100 ou 200 anos atrás. Naquela época, seria impossível para o mundo se unir, ser governado por um único líder ou ter um sistema econômico que monopolizasse o planeta Terra. Pensar em uma religião unificada que fizesse com que “todos os que habitam sobre a terra” adorassem a besta era algo completamente fora de cogitação.

A COMUNICAÇÃO ENTRE AS NAÇÕES.

A comunicação entre as nações também era limitada. Os países falavam línguas diferentes. A tradução só estava ao alcance das classes superiores. Ninguém sabia realmente o que estava acontecendo no país vizinho. A única informação disponível era aquela fornecida por seus respectivos líderes.

Hoje em dia, podemos nos comunicar com o mundo todo a qualquer hora. Ondas de rádio, telefone, satélites e cabos interconectaram os continentes. Praticamente todas as pessoas podem se comunicar com qualquer um a qualquer hora.

A NOVA INTERDEPENDÊNCIA.

Até há pouco tempo, as nações tinham independência. Cada uma delas precisava zelar pela segurança de suas fronteiras e estabelecer novas, na maioria das vezes pelo uso da força. Elas tinham que cuidar de sua economia, finanças e religião, independentes umas das outras. Mas, hoje em dia, isso já não acontece. Praticamente tudo se tornou uma questão global. Tudo o que acontece em outros países, afeta o nosso. A independência foi substituída pela interdependência. O motivo disso é bastante razoável. Por exemplo, para fazer vôos para a Europa, os Estados Unidos tem que pedir permissão ao Canadá para cruzar seu espaço aéreo. Pense só em países interiores, como a Suíça. O que aconteceria se seus aviões não pudessem voar por cima dos outros países ??? A interdependência é um resultado natural do avanço tecnológico.

Portanto, quando lemos na Bíblia sobre uma sociedade política, econômica e religiosa global, compreendemos que só nos nossos dias é que essas coisas são possíveis. Estamos vivendo na época em que essas coisas podem se cumprir.

QUE DEUS TE ABENÇOE…

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Divórcio ainda é tabu nas igrejas evangélicas

 imagesdNa Igreja ainda persiste a ideia de que um crente que chega ao divórcio, seja por qual motivo for, sofreu não apenas uma derrota pessoal, mas, sobretudo, espiritual.

Volta e meia, Jesus Cristo, em seu ministério terreno, era confrontado com perguntas espinhosas. Uma delas, que até virou dito popular, dizia respeito à validade, ou não, de se pagar tributos ao imperador. “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”, a antológica sentença do Mestre, encerrou a questão. De outra feita, diante da mulher flagrada em adultério, os fariseus tentaram condenar o Filho de Deus por suas próprias palavras. Caso autorizasse o apedrejamento, estaria contrariando o perdão que tanto pregava; se optasse por liberar a pecadora, Jesus seria acusado de desobedecer a lei judaica. Simplesmente, ele fitou seus inquiridores e fez um desafio que ecoa até hoje: “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”.

Contudo, uma das falas do Salvador continua rendendo discussões, interpretações desencontradas e inquietação. Instado pelos fariseus a responder se era lícito a um homem deixar sua mulher por qualquer motivo, Jesus foi enfático: segundo ele, apenas em caso de adultério o divórcio deveria seria admitido. O que passasse disso seria devido à “dureza do coração” das pessoas. No momento em que aumenta quantidade de casamentos dissolvidos, na sociedade em geral e dentro da Igreja, a fala de Cristo dá mesmo o que pensar. Hermenêutica à parte, muito mais casais crentes se divorciam hoje do que em tempos idos, quando a ideia de uma separação sequer era cogitada pelos evangélicos. E há argumentos bem razoáveis para sustentar qualquer posição nesta delicada seara da intimidade humana. A verdade é que o divórcio hoje faz parte da realidade da Igreja e cada vez mais gente procura maneiras não só para enfrentá-lo, como também para juntar os cacos e seguir em frente.

Se os levantamentos mostram que o número de divórcios no Brasil cresce a cada ano, ainda mais depois que mudanças na legislação facilitaram bastante a dissolução de um casamento, nas igrejas evangélicas o assunto ainda é tabu. Persiste a ideia de que um crente que chega ao divórcio, seja por qual motivo for, sofreu não apenas uma derrota pessoal, mas, sobretudo, espiritual. Embora não existam pesquisas quantitativas de divórcio entre os crentes, quem trabalha no pastoreio não tem dúvidas ao afirmar que os divórcios estão aumentando, não apenas entre membros de igreja, como também no meio da liderança. “Em minha experiência de vida pessoal e pastoral, nunca testemunhei tantos casos de divórcio no contexto de uma comunidade cristã”, atesta o pastor presbiteriano Ricardo Agreste, colunista de CRISTIANISMO HOJE e autor do livro Feito para durar, em que aborda a questão sob a ótica bíblica.

Apesar da célebre declaração “até que a morte os separe”, tradicionalmente proferida nos casamentos, o fato é que muitos outros motivos estão fazendo as pessoas dividir as trouxinhas e pular fora. Incompatibilidade de gênios, desejo pelo tal “espaço próprio”, desajustes financeiros, transtornos familiares ou simplesmente esgotamento do amor são alguns dos mais invocados. O que não legitima a decisão, na opinião do pastor Carlos Flávio Teixeira, da Igreja Adventista. “Apenas a hipótese de adultério pode justificar, aos olhos de Deus, a separação ou divórcio do cristão”, aponta o mestre em teologia, que também é advogado. No seu entender, embora a legislação e os costumes facilitem cada vez mais as coisas para quem quer botar ponto final no matrimônio, o Evangelho aponta noutra direção. “A lei dos homens dá opções que, para a lei de Deus, não podem ser admitidas”.

“SAÍDA DE EMERGÊNCIA”

Vinculado à Convenção Geral das Assembleias de Deus, o pastor Josué Gonçalves é terapeuta familiar e líder do Ministério Família Debaixo da Graça, em Bragança Paulista (SP). “Não podemos aceitar a banalização do casamento, que é uma instituição divina”, defende. “É equivocado incentivar uma separação como se fosse coisa normal e sem consequências”. Ele reconhece que cada caso deve ser analisado e tratado individualmente, para que injustiças não sejam cometidas, mas acredita que a questão deve ser vista de forma radical, como o fez Jesus. “Sabemos que nem sempre os problemas conjugais podem ser resolvidos. Mas o divórcio nunca deve ser visto como porta de saída, mas sim, como uma saída de emergência”.

É claro que, em se tratando de aspecto tão pessoal da vida, qualquer tribulação na vida conjugal causa dores e frustrações. O que, na opinião de Agreste, é difícil de administrar. “Uma das coisas que mais ouço de casais em crise no gabinete de aconselhamento é a recorrente frase: ‘Eu tenho o direito de ser feliz’”. Na sua ótica, isso é reflexo do hedonismo e do individualismo da cultura secular. E o divórcio sempre tem seu preço.Quando o gerente de marketing Leonildo Aires Durães, hoje com 37 anos, viu seu casamento de sete anos ruir, teve enorme sentimento de culpa. Criado dentro de um ambiente de conservadorismo evangélico, ele foi ao altar com apenas 18 anos – e achava que a palavra separação jamais faria parte de sua vida. “Recebi uma educação legalista na igreja Eu tinha o casamento como um ideal, algo para toda a vida”, conta.

Leonildo era membro da Igreja do Evangelho Quadrangular quando ocorreu a dissolução do casamento. O sofrimento era potencializado por sua idade, uma vez que, aos 25, já divorciado e com dois filhos, ele sentia-se um peixe fora d’água no ambiente evangélico. “O descasado na igreja chama a atenção de uma forma que não gostaria. Alguns se afastam, já que existe muita especulação sobre sua vida”. Passaram-se 12 anos do divórcio e Leonildo reestruturou sua vida, compondo nova família. Casado com Roberta, com quem tem uma filha, Lenildo agora congrega na Assembleia de Deus do Bom Retiro, em São Paulo. E preocupa-se com a situação: “A nova geração quer ser feliz. Se uma união não dá certo, basta procurar outro casamento, ou seja, a fila anda. Ninguém mais quer sustentar um matrimônio frustrante pelo resto da vida. O grande desafio para a Igreja, hoje, é lidar com essa mentalidade.”

DOR E SOLIDÃO

Com um livro-depoimento quase pronto sobre o assunto para ser lançado, a jornalista Virginia Martin conhece o peso de um divórcio quando se é evangélico. Ela permaneceu casada por dez anos e, a partir da separação, em 2004, experimentou um misto de dramas e emoções de que apenas ouvira falar nos bancos de igreja. “Um divórcio tem muitas consequências. Precisamos passar a lidar com problemas com filhos, sustento e a própria identidade pessoal – isso, sem falar na solidão”. Remédio, a bem da verdade, não existe para fazer a dor sumir, mas quem tem a Cristo sai em vantagem. É o que diz Virginia: “A maturidade espiritual é fundamental nessa hora, assim como apoio. Aprendi que amigos são anjos em forma de gente”. O livro, ainda sem título definido, teve origem a partir de um estudo preparado para a escola dominical da Primeira Igreja Batista de São Gonçalo, onde Virginia é membro com o casal de filhos.

Em seus escritos, ela conta sobre traição, mentiras e a ausência do ex-marido. “Preferi ficar sozinha a viver um casamento de fachada. A incompatibilidade tornou-se insuportável”. Segundo ela, ninguém deve ser condenado a permanecer numa relação que gera falência emocional. “Eu reconheço um Deus amoroso e consolador, paciente e perdoador, que concede a possibilidade de um novo contrato, uma nova aliança, abençoada por ele por sua graça”, continua. Embora não esteja, agora, em nenhum relacionamento, ela não exclui a possibilidade. “Imagine se todas as pessoas divorciadas, fora ou dentro da igreja, estivessem condenadas a permanecer sozinhas? Haveria uma epidemia de gente muito esquisita andando por aí”, brinca. “Há gente que foi tão infeliz e maltratada no casamento que sequer sabe o que significa uma verdadeira união”. Por outro lado, destaca, muitos casais em segundo matrimônio são uma bênção para si mesmos e para os outros. A intenção de Virginia é que a obra possa trazer cura às pessoas, assim como fez com ela. “Que o livro leve à percepção de que as feridas que sangram na alma podem ser fechadas”.

Podem, mas o processo costuma ser dolorosamente longo – e, no caso de ministros do Evangelho, acompanhado de muitas cobranças. CRISTIANISMO HOJE fez contato com alguns pastores que se divorciaram, mas quase todos se recusaram a falar ou fizeram questão do anonimato. Mas o pastor, escritor e conferencista Ariovaldo Ramos, da Comunidade Cristã Reformada, contou sua experiência. Logo ele, que passou boa parte do ministério ajudando pessoas a superarem suas crises pessoais e conjugais. No entanto, há cinco anos, viu a família construída havia 22 anos se desmontar com um divórcio. “Perdi grande parte dos que considerava como minha família, que ficou praticamente reduzida às minhas filhas”. Hoje, o religioso já ultrapassou a pior fase, mas ainda assim sofre efeitos do que lhe aconteceu. “Cheguei a ser muito caluniado.”

Ariovaldo não engrossa o coro dos crentes que acham que o casamento, ainda mais quando feito dentro da igreja, não pode acabar. “A Bíblia questiona como duas pessoas poderão andar juntas, se entre elas não houver acordo. Então, sob vários aspectos, o divórcio é admitido. Mas não é o ideal – deve-se sempre lutar pela manutenção do casamento”. Opinião semelhante tem seu colega Luiz Longuini Neto, pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Conhecido por celebrar casamentos de celebridades, como as atrizes Juliana Paes e Deborah Secco, ele defende que uma segunda tentativa possa ser feita – e com conhecimento de causa, já que divorciou-se três vezes e está no quarto matrimônio. “Antigamente, a igreja não estava preparada para lidar o com o divórcio, ainda mais de pastores”, avalia.

Ele lembra que sofreu muito preconceito quando de sua primeira separação, há 25 anos. “Contudo, ocorreram muitos avanços”. Deixando claro que não defende o divórcio, Longuini lembra que, entre os evangélicos, o matrimônio não é um sacramento, ao contrário do que ocorre no catolicismo. Mesmo assim, o pastor diz que, quando procurado, sempre ajuda casais em crise a recuperarem a união. “Mas, às vezes, o fim do casamento é inevitável. Não apenas por uma questão de adultério sexual, e sim, pela quebra do pacto do casamento. Um homem que maltrata a mulher ou uma esposa perdulária, que gasta todos os recursos da família indevidamente, também cometem quebra de compromisso matrimonial.”

DESCANSO NO SENHOR

Um dos caminhos para quem busca um recomeço – com ou sem companhia – depois do divórcio são os ministérios voltados os chamados singles, termo genérico que abrange solteiros, viúvos e descasados na igreja. Esses grupos cresceram à medida em que o divórcio foi se tornando mais tolerado no meio evangélico. Eles promovem integração, convívio, edificação espiritual, suporte emocional e ajuda mútua entre o segmento, que tem demandas bem específicas e geralmente não supridas pelas atividades de outros setores das igrejas, como jovens ou casais. Um dos primeiros movimentos do gênero surgiu em 1989, na Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro. Chamado Oásis, no início o grupo enfrentou certo preconceito e atraiu apenas seis pessoas. Contudo, mais de 20 anos depois, a associação hoje tem grande atividade na congregação. Além de realizar encontros devocionais e sociais, o Oásis auxilia o departamento diaconal e atua em serviços assistenciais mantidos pela igreja.

Na Igreja Batista de Água Branca (IBAB), de São Paulo, funciona o Ministério de Ação e Integração, o Mai, que tem como responsável o pastor Claudio Manhães. “Temos observado diversos testemunhos de gente que se integrou à igreja através desse trabalho”, diz o dirigente. O grupo promove reuniões quinzenais e realiza um encontro anual, com cerca de 200 pessoas – e, volta e meia, novos relacionamentos surgem ali. Mas nem todos os que deles participam estão à procura de uma nova cara-metade. O comerciante Edélcio Edmir Caraça, 54 anos, divorciou-se em 1996, e só depois aceitou o Evangelho, na Igreja Renascer em Cristo. Mais tarde, transferiu-se para a Primeira Igreja Batista de Perus, onde fez seminário e envolveu-se em diversas atividades. Hoje, é diácono, e permanece sozinho. “Minhas funções na igreja e vida espiritual não são afetadas por eu ser divorciado, porém, a vida social com os membros da igreja fica mais restrita”, admite.

Edélcio, que tem uma filha de 23 anos, diz que a diferença de idade em relação a outros grupos, como os de jovens, dificulta o desenvolvimento de laços de amizade mais fortes. O comerciante diz que não se sente excluído, mas afirma que é necessário saber precaver-se de algumas situações: “Principalmente no início, sempre tentaram arrumar um casamento para mim. Se aparecesse uma viúva ou uma mulher acima da idade jovem na igreja, já queriam marcar até encontro para a gente”, lembra, divertido. Dizendo buscar a vontade de Deus para sua vida, Edélcio garante que não está ansioso por um novo relacionamento. “Sei que, se não me casei novamente, foi porque o Senhor ainda não quis. Descanso nas palavras de Paulo em I Coríntios 7”. Ali, o apóstolo dá uma série de orientações aos crentes acerca de casamento e família e deixa claro que, caso o cristão decida se casar ou permanecer sozinho, não á nada de errado nisso. Uma de suas falas constitui excelente conselho, seja qual for a situação: “O que eu realmente quero é que vocês estejam livres de preocupações”. E, mais adiante, ele é categórico ao defender o valor do matrimônio: “Se estás casado, não procura separar-te.”

Os efeitos das recentes mudanças no Direito de família no Brasil, que facilitaram os processos de divórcio, já podem ser medidos em números. De acordo com dados do Colégio Notarial de São Paulo, a quantidade de divórcios realizados em cartórios, sem necessidade de processo judicial – possibilidade inaugurada com a nova lei –, aumentou em 109% no último ano em São Paulo. Foram 9.317 casamentos que chegaram ao fim, contra 4,5 mil em 2009. Pelas novas regras (Emenda Constitucional 66/2010), não existe mais exigência de tempo de separação de fato para que casais possam se divorciar – antes, era preciso esperar dois anos entre a separação de fato e o divórcio. Além disso, caso não haja filhos menores ou incapazes e seja firmado acordo prévia em relação à partilha dos bens, marido e mulher podem encerrar sua relação com apenas uma visita ao cartório.

“Falta mudança de vida”

Pastor e missionário, Sergio Leoto atua na área de família na Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo, ao lado da mulher, a psicóloga Magali. Ele conversou com a revista evangélica Cristianismo Hoje:

A quê o senhor atribui o aumento dos casos de divórcio no meio evangélico?

SERGIO LEOTO – Embora não haja levantamento específico, podemos dizer, a partir da observação como conselheiros, que esse aumento é um fato. Aponto a falta de discipulado sério junto aos novos convertidos como um dos motivos. Assim, situações erradas da vida anterior à conversão – como a mentira e o adultério –continuam se repetindo, pois não há instrução sobre o que é a nova vida em Cristo e a santificação. A falta de ministérios de família também é um problema. Apesar de diversos trabalhos de ótima qualidade, no geral, não existe atendimento efetivo a casais em crise.

Quais são os principais problemas que levam um casal de crentes a se divorciar?

Os fatores principais são a inabilidade em lidar com as diferenças de comportamento entre os cônjuges, o adultério – muitos crentes, homens ou mulheres, ainda não sabem fugir das “cantadas” – e transtornos ligados à área financeira. Ou por haver muito dinheiro envolvido, ou pela falta dele…

Como pastor de igreja e conselheiro, que orientação o senhor dá aos crentes que, casados já na condição de evangélicos, manifestam a intenção de encerrar o relacionamento?

Partimos do pressuposto de que, se somos procurados por casais a um passo do divórcio, é porque ainda existe chance de reconciliação. Nunca é um trabalho fácil, pois casamentos que se deterioraram através de anos não são recuperados em questão de minutos. São muitos encontros, meses de trabalho, muita oração, muita boa vontade de todos os envolvidos – e, na maioria das vezes, acontece a reconciliação. Nossa maior recompensa é ver famílias que permaneceram unidas, aprenderam a lidar e conversar sobre as diferenças de pensamento, aprenderam a perdoar e amadureceram, entendendo que casamento nos dá direitos mas também deveres.

Curva ascendente

Para cada quatro casamentos realizados no Brasil, um é desfeito (com números do IBGE de 2009):

916.006 foram os casamentos

231.329 uniões chegaram ao fim

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IGREJA REAL X IGREJA IDEAL

 

As igrejas locais nunca foram e nunca serão perfeitas aqui na terra

Por: Davi Alencar Santana

     A igreja primitiva nasceu debaixo de inúmeros inimigos externos, como o Sinédrio, o poder de Roma e seus imperadores, os judeus adeptos das seitas judaicas, como os fariseus e saduceus e ainda os partidos políticos, como o dos herodianos. Enfim, havia muita perseguição e oposição, porém o inimigo mais perigoso não era o que vinha de fora e sim o interno, que atacava, como um câncer, as estruturas espirituais do organismo vivo, da comunidade cristã, de dentro para fora.
A carta de Paulo aos coríntios tem muito a nos ensinar, devido ao seu conteúdo, que discorre sobre problemas que foram tratados, e eram muito semelhantes aos que as igrejas locais hoje enfrentam. Problemas conjugais, desunião, desordem no culto, vaidade de pregadores, falta de sabedoria no uso dos dons espirituais, desconhecimento das doutrinas básicas da fé cristã, entre tantos outros, existiam naquela comunidade de fé.
As igrejas locais de hoje, tem muito em comum com a igreja de Corinto, tanto em suas virtudes como nos seus defeitos. Nesta carta vai ficar evidente que elas têm um lado muito lindo a ser observado e expandido no tocante ao uso, dos dons espirituais, contudo vai ficar claro também que temos grandes problemas a serem abordados com muita seriedade, que é a ausência de espiritualidade, por falta de observância do fruto do Espírito, na vida de muitos membros e porque não dizer de muitos obreiros também.
As igrejas locais nunca foram e nunca serão perfeitas aqui na terra. Partindo desta conclusão nós evitaremos a ilusão de exigir algo de nós e dos outros que nunca iremos alcançar. Enquanto vivermos neste corpo, teremos que conviver com muitas limitações e fraquezas, que só serão vencidas e amenizadas com uma maturidade maior de cada filho de Deus.
Devemos trabalhar para ter uma igreja ideal, segundo o modelo bíblico, contudo já sabendo de antemão que vivemos em uma igreja real, não de anjos ou de seres glorificados e impossibilitados de pecar. Isto evitará muitas decepções.
As igrejas locais amadurecerão muito, se conseguirem aplicar os ensinamentos divinamente inspirados desta carta, em sua vida prática, seja de forma coletiva ou individual

06-06-16 013

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.