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Por Que Alguns Pecadores Não São Perdoados

 

No. 2705

Um sermão pregado na noite de Domingo 30 de Outubro, 1881

Por Charles Haddon Spurgeon

No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.

E lido no Domingo 16 de Dezembro, 1900.

 

“E por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade?” Jó 7: 21a (ACF)

Ninguém deveria descansar até ter absoluta certeza de que seu pecado foi perdoado. Pode ser perdoado, e necessita-se ter segurança do perdão recebido. E não deveria dar descanso a seus olhos, nem um sono rápido e tranquilo às suas pálpebras, enquanto não tiver recebido a segurança, com absoluta certeza, de que a sua transgressão foi perdoada e sua iniquidade retirada.

Vocês, queridos amigos, podem ser pacientes com o sofrimento, mas não deveriam ser pacientes com o pecado. Vocês podem pedir cura com resignação completa à vontade de Deus caso Ele queira concedê-la; mas devem importuná-lO ao pedir perdão, sentindo que alcançarão. Podem não estar convictos de que seja a vontade de Deus livrá-los da enfermidade, mas devem ter a absoluta certeza que é a vontade dEle ouvi-los quando clamam a Ele para que os salve do pecado.

E, se no primeiro clamor não são salvos, procurem conhecer por que Ele recusa conceder-lhes a bênção que tanto desejam. É legítimo fazer esta pergunta a Deus uma e outra vez: “E por que não perdoas a minha transgressão e não tiras a minha iniquidade?”

Precisamos também, refletir neste assunto com nosso coração e nossa consciência, para ver se poderíamos descobrir por que o perdão não nos é concedido durante um tempo, pois Deus nunca age arbitrariamente e sem razão; e, podem acreditar que se esquadrinhamos diligentemente à luz da lâmpada do Senhor, seremos capazes de encontrar uma resposta a esta pergunta de Jó: “E por que não perdoas a minha transgressão e não tiras a minha iniquidade?”

A pergunta de Jó poderia ser formulada por um filho de Deus; mas poderia ser feita com mais frequencia por outras pessoas que ainda não foram levadas conscientemente à família do Senhor.

I. Em primeiro lugar considerarei nosso texto como UMA PERGUNTA QUE, COMO NO CASO DE JÓ, UM VERDADEIRO FILHO DE DEUS PODERIA FAZER: “Por que não perdoas a minha transgressão e não tiras a minha iniquidade?”
Algumas vezes, amados amigos, esta pergunta é feita debaixo de um mal entendido. Jó era um homem que sofria grandemente; e ainda que ele soubesse que não era tão culpado como seus impertinentes amigos queriam fazê-lo crer, ele realmente temia que suas grandes aflições fossem resultado de algum pecado; e, portanto, se apresentou ao Senhor com esta desconsolada pergunta: “por que continuas mandando-me toda esta dor e esta agonia? Se é por causa do pecado, por que, então não perdoas primeiro o pecado, e em seguida tiras suas consequências?

Agora, eu entendo que tivesse sido um mal entendido da parte de Jó supor que suas aflições eram o resultado do pecado. Atentem irmãos, para o fato que nós estamos tão cheios de pecado por natureza, que sempre podemos crer que há suficiente mal dentro de nós que nos poderia fazer passar por severa aflição, se Deus nos tratasse segundo Sua justiça; mas, por favor, lembrem que, no caso das afições e provas de Jó, o propósito do Senhor não era castigá-lo por seu pecado, mas sim mostrar no patriarca – para Sua honra e glória – as maravilhas de Sua graça, concedendo a Jó grande paciência para que ainda se apegasse a Deus mesmo com o mais horrendo sofrimento, e para que triunfasse em tudo isso.

Jó não estava sendo castigado; ele estava sendo honrado. Deus estava concedendo-lhe um nome entre os grandes da terra. O Senhor estava elevando-o, estava promovendo-o, estava colocando-o em um posto superior, estava fazendo com que ele se convertesse em um dos pais e modelos da antiga igreja de Deus. Estava fazendo por Jó coisas extraordinariamente boas, para que vocês ou eu, ao revisar toda sua historia, pudéssemos muito bem dizer: “eu estaria muito contente em receber as aflições de Jó se pudesse contar também com a graça de Jó, e ter o lugar dele na Igreja de Deus.”

Poderiam pensar, amados, que sua aflição presente é o resultado de algum pecado em vocês, mas poderia não ter nenhuma relação. Pode ser que o Senhor os ame de uma maneira muito especial porque são um ramo frutífero, e Ele os está podando para que possam produzir maior fruto.

Como Rutherford[1] disse em seus dias a uma preciosa dama que havia perdido a vários de seus filhos: “você é tão doce para o Bem Amado, que Ele está com ciúmes por sua causa, e lhe está tirando todos os objetos de seu amor terreno para poder absorver para Si todo o afeto de seu coração.”

Era a própria doçura do caráter da piedosa mulher que conduziu seu Senhor a atuar desta forma com ela, e eu creio que há alguns filhos de Deus que agora estão sofrendo simplesmente porque são agraciados.

Há certos tipos de aflição que só sobreveem aos mais eminentes membros da família de Deus; e se vocês são alguns daqueles que são honrados desta maneira, em vez de perguntar a seu Pai Celestial: “quando perdoarás meu pecado?“, poderiam dizer com mais propriedade: “Meu Pai, como Tu perdoaste minha iniquidade, e me adotaste como um membro da Tua família, aceito alegremente minha porção de sofrimento, já que em tudo isto Tu não estás trazendo à minha mente a lembrança de nenhum pecado não perdoado, pois eu sei que todas as minhas transgressões foram contadas sobre a cabeça do Cordeiro Macho da antiguidade. Como Tu não estás colocando diante de mim nenhum motivo de contenda entre Tu e eu, pois eu caminho na luz como Tu estás na luz, e tenho uma doce e bendita comunhão Contigo, me inclinarei diante de Ti, e amorosamente beijarei Teu cajado, aceitando de Tuas mãos qualquer coisa que Teu decreto infalível estabeleça para mim.”

Seria algo bendito, queridos amigos, que pudessem possuir este estado de mente e de coração; e poderia suceder que seu oferecimento da oração acima estivesse  cimentado sobre um total mal entendido do que o Senhor está fazendo com vocês.

Algumas vezes, também, um filho de Deus usa esta oração com um sentido muito incomum de pecado. Vocês sabem que quando estão contemplando uma paisagem, podem fixar seu olhar de tal forma sobre um objeto em especial, que já não olham o resto da paisagem. Poderiam deixar de ver suas grandes belezas porque observaram unicamente uma pequena parte da mesma.

Agora, de maneira semelhante, ante a observação do crente, há um amplo espectro de pensamento e de sentimento. Se colocarem seu olhar sobre sua própria pecaminosidade, como poderiam fazê-lo, poderia ser que se esquecessem da grandeza do amor do Todo Poderoso e da grandosidade do sacrifício expiatório; mas, sem dúvida, ainda que não os esquecessem, não pensariam tanto neles como deveriam, pois pareceria que fazem de seu próprio pecado e de toda sua atrocidade e gravidade, o objeto central de sua consideração.

Há certos momentos em que não podes evitá-lo; esses pensamentos e esses sentimentos sobrevêm a mim, assim que posso falar com base em minha própria experiência. Dou-me conta que algumas vezes, sem importar o que eu faça, o pensamento que domina minha mente tem a ver com minha própria pecaminosidade, com minha pecaminosidade inclusive desde minha conversão, com minhas deficiências e meus desvios de meu Deus cheio de graça.

Agora, vejam bem, é bom pensar em nosso pecado desta maneira, mas não é bom pensar nele desproporcionalmente em comparação com outras coisas.

Quando vou ao médico porque estou doente, penso naturalmente na minha doença; mas, acaso não penso também no remédio que seria prescrito, e em muitos casos em que uma doença foi combatida com o uso deste remédio? Então, não seria indevido eu fixar meus pensamentos inteiramente sobre um fato e excluísse outros fatos compensatórios?

Sim, e é precisamente assim que atuamos muitos de nós, e logo clamamos a Deus como fez Jó: “Por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade?“, quando, na verdade, já está perdoada e já foi retirada.

Se tentássemos vê-lo, flui diante de nós esse rio sagrado do sangue propiciatório de nosso Salvador que cobre toda nossa culpa, de tal forma que, ainda que seja grande, não existe aos olhos de Deus, pois o sangue precioso de Jesus apagou para sempre.

Há outros momentos nos quais o crente poderia, talvez, articular a pergunta de nosso texto; sempre que se meta em problemas com seu Deus. Vocês sabem que depois de sermos completamente perdoados – como o somos no momento em que cremos em Jesus – não somos considerados mais como criminosos diante de Deus; antes, nos convertemos em Seus filhos.

Vocês sabem que é possível que um homem que tenha sido levado à corte como  prisioneiro, seja perdoado; mas suponham que, depois de ser perdoado, fosse adotado por aquele que atuou como seu juiz, e fosse integrado à sua família convertendo-se em seu filho. Agora, depois de fazer isso, supomos que não seria possível levá-lo novamente diante do tribunal para julgá-lo e colocá-lo na prisão. Não; se ele se converteu em filho do juiz, sei o que seria feito; o juiz o colocaria debaixo das regras de sua casa às quais, se espera, sejam acatadas por todos os membros da sua família. Logo, se ele se comportasse mal na sua condição de filho, então não haveria a liberdade de relacionamento e a comunhão de pai e filho que deveria existir. Pela noite, o pai poderia se recusar a beijar o filho desviado e desobediente. Quando seus irmãos se alegrassem com o sorriso do pai, a sua porção poderia ser um cenho franzido; não que o pai o tivesse expulsado de sua família, ou que ele passasse a ser menos filho do que era, mas há uma nuvem entre eles devido ao seu comportamento indevido.

Temo, meus queridos amigos, que alguns de vocês devem ter sentido, algumas vezes, o que esta experiência significa; pois entre vocês e seu Pai Celestial –ainda que vocês estejam seguros de que Ele nunca os apartará de Si – há uma nuvem. Vocês não estão caminhando na luz, e seu coração não é reto aos olhos de Deus. Eu os exorto sinceramente a que não permitam que esta triste situação ocorra; ou se alguma vez aconteça, rogo a vocês que não permitam que esse triste estado de coisas dure nem sequer um dia. Resolvam a contenda com seu Deus antes de irem deitar-se à noite. Talvez o filho tenha enfadado-se e seu pai teve que falar muito asperamente; durante longo tempo foste muito orgulhoso para ceder; mas, no final, o pequenino veio e disse: “pai, me comportei mal, sinto muito“; e no mesmo instante a perfeita paz se instalou entre os dois. O pai lhe disse: “isso é tudo que eu precisava ouvir, meu filho querido. Eu te amei inclusive quando fostes avesso e irado, mas eu queria que sentisse e reconhecesse que estavas agindo mal; e agora que o sentes e reconheces,  minha dor terminou. Vem me abraçar pois tu és tão amado para mim como o resto da família.

Posso imaginar muito bem que, quando tiveram propósitos que se encontravam com Deus, Ele tenha recusado por algum tempo depositar o sentimento de Seu amor paterno em seus corações. Então eu lhes suplico que se acheguem a Ele, e lhes sugiro que a oração mais apropriada a Ele é com as palavras do texto: E por que não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade?”Ou peçam em oração como fez Jó um pouco mais tarde: “Faze-me saber por que contendes comigo, pois quero estar em paz contigo, e meu espírito recém nascido não pode ter descanso enquanto haja alguma causa de contenda entre nós.”

Até aqui estive me dirigindo aos filhos de Deus. Agora peço suas sinceras orações para que seja guiado a falar sábia e poderosamente aos demais.

II. A PERGUNTA DE NOSSO TEXTO PODERIA SER FORMULADA POR ALGUNS INDIVIDUOS QUE NÃO SÃO CONSCIENTEMENTE FILHOS DE DEUS: “E por que não perdoas a minha transgressão, e  não tiras a minha iniquidade?”

E, primeiro, parece que escuto alguém que faz este tipo de interrogação: “Por que Deus não tira a minha iniquidade e acaba com ela? Quando venho a este lugar, ouço muito sobre a expiação pelo sangue, e da reconciliação através da morte de Cristo; mas, por que Deus não me diz simplesmente:“É certo que fizeste o mal, mas eu te perdôo, e ali termina todo o assunto?”

Com suma reverência para com o nome e o caráter de Deus, devo dizer que tal curso de ação é impossível. Deus é infinitamente justo e santo, Ele é o Juiz de toda a terra, e deve castigar o pecado.

Vocês sabem, queridos amigos, que há momentos, inclusive na história dos reinos terrenos, em que os governantes dizem, mesmo que não por palavras, mas com suas ações: “há sedição por toda parte, mas deixaremos que continue; não queremos parecer severos, assim que não queremos suprimir os rebeldes.”

Qual é a consequência inevitável de tal conduta? Pois bem, que o mal se torna pior e pior; os homens rebeldes se vangloriam baseando-se na liberdade que lhes é concedida, e agem com maior liberdade; e, a menos que o legislador tenha a intenção que sua lei seja chutada por toda a rua como uma bola de futebol, a menos que pretenda que a paz e a segurança de seus súditos que cumprem a lei seja absolutamente destruída, se obrigará a agir; e diz: “não; não se pode permitir que este estado de coisas continue. Eu seria cruel para com os outros a menos que desembainhe a espada e faça justiça para ser respeitado por todo meu reino.”

Eu digo a vocês, queridos amigos, que a coisa mais terrível do universo seria um mundo cheio de pecado, e, que não houvesse um inferno para seu castigo. A mais espantosa condição em que se poderia encontrar alguém é a condição de absoluta anarquia, quando cada pessoa faz o que lhe apraz, e a lei se torna totalmente desprezada.

Agora, se depois que os homens tivessem vivido vidas de impiedade e pecado, dos quais nunca se arrependeram, e de cuja culpa não foram exonerados, Deus os levasse tranquilamente ao céu, todo governo moral teria chegado do fim, e o próprio céu não seria um lugar para onde alguém tivesse almejado chegar. Se os ímpios fossem para o céu na mesma condição em que se encontram na terra, o céu se converteria em uma espécie de ante-sala do inferno, um respeitável lugar de condenação; mas esse não poderia jamais ser o caso. “O Juiz de toda a terra, não há de fazer o que é justo?

Ele formulou um maravilhoso plano pelo qual pode perdoar ao culpado sem abalar, no mínimo grau, as estruturas de Seu trono, ou colocar em perigo Seu governo. Querem ser salvos dessa maneira ou não? Se rejeitarem o caminho de salvação de Deus, se perderão, e a culpa permanecerá à sua própria porta. Deus não permitirá a anarquia para satisfazer seus caprichos, nem deixará vazio o trono do céu para que possamos ser salvos segundo nosso próprio capricho.

spurgeonCharles Spurgeon

Com um infinito custo do amor de Seu coração, pela morte de Seu próprio amado Filho, Ele providenciou uma via de salvação; e se vocês rejeitam isso, não precisariam fazer a pergunta de Jó, pois saberiam por que não perdoa sua transgressão e não perdoa sua iniquidade; e sobre sua cabeça recairá o sangue de sua alma imortal.

Talvez alguém diga: “bem, então, se essa é a via de salvação de Deus, creiamos em Jesus Cristo, e obtenhamos o perdão imediatamente. Mas tu falas da necessidade de um novo nascimento, e de deixar o pecado, e de seguir a santidade, e dizes que sem santidade ninguém verá ao Senhor.”

Sim, com efeito, digo, porque a Palavra de Deus o diz; e eu repito que, se Deus outorgasse o perdão e em seguida permitisse que os homens continuassem no pecado justamente como o faziam antes, seria uma maldição para eles ao invés de uma bênção.

Vejamos, se o homem desonesto prosperasse no mundo, isso acaso seria uma bênção para ele? Não, certamente não; pois com certeza se faria mais desonesto. Se um homem pratica a libertinagem e escapa de suas consequencias nesta vida, isso acaso é uma bênção para ele? Não; pois se converterá em um libertino ainda maior; e se Deus não castigasse aos homens por seu pecado, antes permitisse que fossem felizes no pecado, seria uma maldição maior para eles se Ele viesse e lhes dissesse: “Por cada transgressão da minha lei justa, haverá um castigo devido; e para todo mal moral sobrevirá também males físicos naqueles que os cometem.”

Eu dou graças a Deus por não permitir que o pecado produza felicidade; abençoado seja Deus que põe o castigo nas costas do mal, pois assim deveria ser.  A maldição do pecado está no próprio mal mais que em seu castigo; Se um homem sendo pecador, se convertesse em algo feliz, então os homens pecariam, e pecariam repetidamente, e pecariam ainda mais gravemente; e isto Deus não tolerará.

“Bem”, – dirá algum outro amigo- “esse não é meu problema. Eu desejo ser salvo pela expiação de Cristo, e estou perfeitamente ansioso de ser conduzido a deixar de pecar, e a receber de Deus um novo coração e um espírito reto; por que, então, não me perdoa, e apaga minhas transgressões?”

Bem, em primeiro lugar, pode ser, porque tu não confessaste teu mal proceder. Lembrarás que o apóstolo João diz: “Se confessamos nosso pecado, ele é fiel e justo para perdoar nossos pecados.” Você pergunta: “a quem confessarei meus pecados?” Por acaso deve vir a mim com sua confissão? Oh, não, não, não! Eu não poderia suportar isso. Existe um velho provérbio que descreve a imundície assim: “é tão imundo como o ouvido de um padre.” Não posso imaginar algo mais sujo que isso, e não tenho nenhum desejo de ser participante da imundície. Busca auxílio em Deus, e confessa a Ele o seu pecado; verte no ouvido dAquele a quem ofendeste com a triste história de seu coração; diga como Davi: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista.

Querido amigo ansioso, se me dissesse: “durante muitos meses busquei ao Senhor, e não posso encontrá-lo, nem alcanço paz na consciência“; eu lhe aconselharia que tentasse esse plano: se tranque em seu quarto, sozinho, e faz uma detalhada confissão de sua transgressão. Talvez tivesse a oportunidade de ser hipócrita ao confessá-la de maneira pouco exaustiva; assim que, tenta confessá-la em detalhe, refletindo especialmente naqueles pecados mais graves que provocam demasiadamente a Deus e sujam mais a consciência, da maneira que Davi orou: “Livra-me dos homicídios, oh Deus.” Esse era seu grande crime; ele havia causado a morte de Urias, assim que confessou que era culpado do sangue, e orou para ser livrado.

Da mesma maneira, confessa seu pecado, qualquer que tenha sido. Eu estou convencido que, seguidamente, a confissão a Deus alivia a alma do seu fardo de culpa. É como quando um homem tem um tumor em formação, e um médico sábio afunda seu bisturi, e o que se havia formado é retirado, e a inflamação cede, sucede com frequência o mesmo com o que a consciência acumulou, se, pela confissão, o coração é operado e o mal acumulado se dispersa. Como poderíamos esperar que Deus dê descanso à nossa consciência se não lhe confessamos nosso pecado?

Não poderia ser possível, também, queridos amigos que não possam obter perdão e paz, porquevocês ainda estão praticando algum pecado conhecido? Agora, seu Pai Celestial tem o propósito de lhes outorgar misericórdia de uma maneira que será para seu benefício permanente.

O que vocês estão fazendo de errado? Eu não os conheço tão intimamente como para poder dizer o que é que está mal com vocês; mas conheci a um homem que não podia obter de forma alguma a paz com Deus porque havia brigado com seu irmão, e como não queria perdoá-lo, não era razoável que esperasse receber o perdão de Deus.

Havia outro homem que buscou ao Senhor durante um longo tempo, mas não conseguia obter paz por esta razão: era um vendedor ambulante de tecidos, e tinha o que se supunha ser uma fita métrica, mas a fita não tinha as medidas completas; e, um dia, durante o sermão, pegou a fita no lugar de adoração, e a arrebentou, desse momento em diante encontrou a paz com Deus quando claramente renunciou ao que havia sido seu instrumento de crime. Ele havia buscado em vão o perdão todo o tempo em que havia perseverado no mal; mas tão logo renunciou a isso, o Senhor sussurrou paz à sua alma.

Acaso algum de vocês toma “uma embriagadora dose em excesso” em sua casa? Por acaso esse é o seu pecado urgente? Dirijo-me às mulheres da mesma forma que aos homens quando faço esta pergunta. Vocês riem pela sugestão, mas não é um assunto para rir-se, pois é tristemente certo que muitos, de quem não se suspeita que façam, são culpados de beber em excesso. Agora, pode ser que nunca haja paz entre Deus e sua alma até que a taça seja suprimida. A taça deve desaparecer se Deus há de perdoar seu pecado. Assim, quanto mais cedo desaparecer, melhor será para vocês.

Talvez, em seu caso, o pecado seja porque não governam adequadamente suas famílias. Quando seus filhos fazem algo errado, não são censurados nunca? De fato é permitido a eles que cresçam para que sejam filhos do demônio? Esperam que Deus esteja de acordo com vocês enquanto isto acontece? Pensem na queixa que Deus tinha contra Eli em relação a esse tema, e lembrem-se como terminou esta contenda, porque Eli chamou a atenção de seus filhos muito brandamente: “Por que fazem coisas semelhantes?”, mas não os reprimiu quando se aviltavam.

Observem, queridos amigos: Deus não nos salvará pelas nossas obras; a salvação é inteiramente de graça, e ela se mostra imediatamente ao pecador sobre quem é concedida levando-lhe a renuncia ao pecado ao qual  havia se entregado anteriormente.

Então, que escolherão: seu pecado ou seu Salvador? Não tratem de segurar o pecado com uma mão e o Salvador com a outra, pois ambos não poderiam ser seus; assim que, escolham por qual optarão. Rogo a Deus que lhes mostre qual é o pecado que está impedindo que tenham paz, e logo lhes conceda a graça para renunciar a ele.

Bem” -dirás- “não creio que este seja meu caso em absoluto, pois eu na verdade me esforço de todo coração, a renunciar a todo pecado, e estou buscando sinceramente a paz com Deus.”

Bem, amigo, talvez não a tenhas encontrado porque não tens sido completamente sincero ao buscá-la. Parecerias ser sincero enquanto estás aqui no domingo à noite, mas, quão sincero és na segunda à noite? Talvez sejas bastante sincero então, porque vens à reunião de oração, mas, o que acontece na terça, na quarta, e no resto da semana? Quando um homem realmente quer que sua alma seja salva, deveria abandonar tudo enquanto não resolvesse esse assunto de suma importância. Sim, me aventurarei a dizer tudo isso.

Recordem o que fez a mulher de Samaria quando recebeu a palavra de Cristo junto ao poço de Sicar. Ela havia ido ao poço em busca de água; mas olhem para ela quando regressa à cidade. Por acaso há algum cântaro sobre sua cabeça? Não; a mulher deixou seu cântaro, e esqueceu o que tinha sido para ela uma ocupação necessária uma vez que foi conduzida a pensar seriamente sobre sua alma e seu Salvador.

Não quero que esqueçam que, quando encontrarem a Cristo, podem carregar seu cântaro e ao mesmo tempo segurar a Cristo; mas, enquanto não o tiverem recebido realmente pela fé, eu gostaria de vê-los tão plenamente absorvidos na busca da única coisa necessária, que todo o restante é colocado num lugar secundário, ou mais baixo que isso; e se chegassem a dizer: “enquanto não seja salvo, não vou fazer absolutamente nada; irei ao meu quarto e vou clamar a Deus pedindo misericórdia, e deste lugar não sairei enquanto não me abençoe“, eu não os acusaria de fanatismo, nem ninguém mais o faria que conhecesse o valor relativo das coisas eternas e das coisas do tempo e do sentido.

Vamos, homem, para salvar seu abrigo, desperdiçaria sua vida? “Não“, responderias; “o abrigo é insignificante comparado com minha vida.” Bem, então, como tua vida vale mais que seu abrigo, e como sua alma é de maior valor que seu corpo, e como a primeira coisa que necessita é obter o perdão de seu pecado para que sua alma seja salva, enquanto não se tenha feito isso, todo o demais pode ser colocado de lado. Que Deus lhes conceda tal desesperada ousadia que os induza a querer e ter essa bênção! Quando alcancem essa determinação, a terão; quando não possam receber uma negativa de Deus, não receberão uma negativa.

Todavia há algo mais que vou mencionar como uma razão pela qual alguns homens não encontram ao Salvador, e seus pecados não são perdoados; e é porque não se apartam da base errada e se colocam sobre a base correta. Se fores perdoado alguma vez, querido amigo, deve ser inteiramente por um ato do favor divino e imerecido.

Agora, talvez esteja tratando de fazer algo que te recomende diante de Deus; você rejeitaria com desdém a doutrina de ser salvo por seus próprios méritos; mas, ainda assim, você tem um conceito de que há uma coisa ou outra em você que pode lhe recomendar ante Deus em alguma medida ou grau, e ainda pensa que a base de seu perdão deve radicar em alguma medida em ti.

Bem, agora, nunca poderias ter o perdão dessa maneira. A salvação é ou toda por obras, ou ao contrário, toda de graça. Concordas em ser salvo como um pecador culpado e merecedor do inferno, como alguém que não merece a salvação, muito pelo contrário, merece suportar a ira de Deus? Estás disposto a que, a partir deste momento em diante, se dirá de ti: “esse homem foi perdoado gratuitamente de todas suas transgressões, não por ele mesmo, mas unicamente por causa de Cristo“? Essa é uma boa base sobre a qual se apoiar; essa é uma rocha sólida.

Mas alguns homens parecem colocar um pé sobre a rocha, e dizem: “sim, a salvação vem por Cristo.” E, onde está teu outro pé, meu amigo Oh! Diz que foi batizado, ou que foi confirmado, ou que de alguma maneira ou outra fez algo em que pode confiar.

Agora, toda essa confiança não é nada senão apoiar-se sobre areia; e independentemente de quão firme esteja plantado teu outro pé sobre a rocha, tu cairias se este pé está sobre a areia. Necessitas uma boa base para ambos os pés, querido amigo; e procuras consegui-la. Este deve ser seu idioma:

“Tu, oh Cristo, és tudo o que necessito;
O que encontrei em Ti sobrepuja tudo.”

Não busque em nenhuma outra parte algo ou alguém que possa salvar-lhe; somente olhe para Cristo, e somente para Cristo. Acaso és demasiado orgulhoso para fazer isso? Terás que humilhar-te debaixo da poderosa mão de Deus, e quanto mais rápido o faças, melhor será para ti. “Oh, mas, eu, eu. . .eu realmente devo fazer algo! Escuta:

“Enquanto não te apegues à obra de Jesus
Por meio de uma fé simples,
‘Fazer’ seria algo mortal,
‘Fazer’ termina na morte.
“Derruba teu ‘fazer’ que é mortal,
E coloca-o aos pés de Jesus,
Apoia-te nEle, unicamente nEle,
Que é gloriosamente completo!”

Este é o Evangelho: “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo.” Nunca verás lá em cima no céu, um letreiro que mostre os nomes de “Cristo e Companhia”. Não, é Cristo, e somente Cristo, quem é o Salvador do pecador. Ele reclama isto para Si: “Eu sou o Alfa e o Ômega“; isto é, “Eu sou A, e Eu sou Z. Eu sou a primeira letra do alfabeto, e Eu sou a última letra, e Eu sou cada uma das letras desde a primeira até a última”. Querido amigo, deixarás que Ele seja isso para ti? O receberás como teu Salvador agora? “O que crê em mim, tem vida eterna.” Um amigo nos disse, em uma de nossas reuniões de oração, que “se soletramos T-E-M significa que já é sua.” “O que crê no Filho” é um pecador salvo, possui essa vida eterna que não morre nunca, e que não lhe pode ser tirada.

Portanto, amados amigos, creiam em Jesus, e vocês também terão esta vida eterna, terão o perdão, terão paz, terão a Deus, e terão o mesmo céu para gozá-lo antecipadamente. Que Deus lhes conceda isso, por Sua grande misericórdia em Cristo Jesus! Amém e Amém.


NOTAS


[1] Samuel Rutherford (1600 ?- março 1661) nasceu em Nisbet, Escócia: foi teólogo e escritor presbiteriano, e um dos comissários escoceses para a Assembléia de Westminster .

FONTE:

Traduzido do espanhol Por Qué No Son Perdonados Algunos Pecadores, tradução de Allan Román, com autorização e permissão deste para o português para o Projeto, de http://www.spurgeon.com.mx/

Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público

Sermão nº 2705—Volume 46 do Metropolitan Tabernacle Pulpit

Tradução: Rosângela Cruz

Revisão: Marcus Paolo Diel Rios

Prova e diagramação: Armando Marcos Pinto

 

Projeto Spurgeon | Pregamos a Cristo Crucificado.

Projeto de tradução de sermões, devocionais e livros do pregador batista reformado Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) para glória de Deus em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, para edificação da Igreja e salvação e conversão de incrédulos de seus pecados. Acesse em: http://www.projetospurgeon.com.br/

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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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ALGUMAS DAS PRINCIPAIS FALSAS DOUTRINAS PERIGOSAS PARA AS IGREJAS EVANGÉLICAS DA ATUALIDADE

índpiceAs seguintes são algumas das principais falsas doutrinas que são um perigo particular para igrejas bíblicas dos nossos dias; são acompanhadas de uma concisa refutação bíblica das mesmas.

ALGUNS FATOS BÍBLICOS SOBRE FALSOS ENSINADORES

1. Jesus alertou acerca de falsos ensinadores (Mat. 7:15-17).
2. Paulo alertou acerca de falsos ensinadores (Atos 20:29-30; 2 Tim. 3:13; 2 Tim. 4:3-4).
3. Pedro alertou acerca de falsos ensinadores e disse que muitos os seguiriam (2 Ped. 2:1-2).
4. João alertou acerca de falsos ensinadores (1 João 2:18-20).
5. Judas alertou acerca de falsos ensinadores (Judas 3-4).

ALGUNS FATOS SOBRE DOUTRINA

1. A Bíblia é dada para doutrina (ensinar) (2 Tim. 3:16-17).
2. Temos que continuar na doutrina dos apóstolos (Atos 2:42).
3. Os pregadores devem se dedicar à doutrina (1 Tim. 4:13).

4. Nenhuma doutrina falsa deve ser permitida (1 Tim. 1:3).
5. Nossa doutrina deve ser incorrupta (Tito 2:10).
6. Temos que nos desviar/ separar da falsa doutrina (Rom. 16:17).

ALGUMAS DAS DOUTRINAS FALSAS COM QUE A IGREJA DE HOJE SE CONFRONTA

1. O ENSINAMENTO FALSO QUE SALVAÇÃO É POR GRAÇA MAIS OBRAS (ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA, TESTEMUNHAS DE JEOVÁ, IGREJA DE CRISTO, IGREJA CATÓLICA ROMANA)


A Bíblia responde:

a. A Bíblia diz que salvação é pela graça sem obras e que as obras seguem após a salvação (Rom. 4:1-6; Efe. 2:8-10; Tito 3:4-8).
b. A Bíblia diz que graça e obras não podem ser misturadas (Rom. 11:6).
c. Graça significa um dom gratuito. Salvação é chamada um dom 16 vezes no Novo Testamento. Se salvação requer algum tipo de obras, então não é verdadeiramente um dom (a palavra dom vem do Latim donu e significa presente, dádiva). O dom de Deus é gratuito para o pecador porque Jesus Cristo adquiriu-o com grande preço através de Seu sangue e morte na cruz.

2. O ENSINO FALSO QUE JESUS NÃO É DEUS (TESTEMUNHAS DE JEOVÁ)

A Bíblia Responde:

a. A Bíblia claramente diz que Jesus é Deus:

(1) Isaías chama Jesus Deus (Is. 7:14; 9:6).
(2) Mateus chama Jesus Deus (Mat. 1:23).
(3) Jesus chamou-se Deus (João 5:17-18; 8:58-59; 10:30-33; Apoc. 1:8).
(4) João chama Jesus Deus (João 1:1; 1 João 3:16; 5:20).
(5) Tomé chama Jesus Deus (João. 20:28).
(6) Paulo chama Jesus Deus (Atos 20:28; Phil. 2:5-6; 1 Tim. 3:16; Titus 2:13).
(7) Deus Pai chama Jesus Deus (Heb. 1:8-10).

b. Na Sua encarnação o Senhor Jesus Cristo “… fez a Si mesmo de nenhuma reputação, havendo tomado perfil de servo, havendo-se tornado em semelhança de homens; (Phil. 2:7, Bíblia LTT). O Grego  do verbo “fazer de nenhuma reputação” (na expressão”fez a Si mesmo de nenhuma reputação “) é “kenoo” significando “esvaziar-se, humilhar-se, tornar-se de nenhum efeito”(Strong). Jesus não cessou de ser Deus.  Fil. 2:6 claramente afirma que Ele é Deus, mas o Filho de Deus voluntariamente pôs de lado Sua glória com o propósito de redimir o homem pela cruz.
c. Existe uma ordem na Trindade. Deus Filho submete-se a Deus Pai, mesmo sendo eles iguais.

3. O ENSINAMENTO FALSO QUE DEUS NÃO É UMA TRINDADE (TESTEMUNHAS DE JEOVÁ)

A Bíblia Responde:

a. O termo “trindade” não está na Bíblia, mas a doutrina está (Mt. 28:19; João 14:16,26; 16:7-15; 2 Co. 13:14; Efe. 4:4-6; 1 João 5:7).
b. O A.T. ensina que Deus é um em pluralidade. Embora o Antigo Testamento não revele totalmente a doutrina da Trindade, ensina-nos que Deus é uma pluralidade. É deixado para o Novo Testamento revelar claramente a doutrina.
Génesis 1:1 A palavra Hebraica para Deus aqui é elohim. É um nome plural, mas o verbo é singular, ensinando que existe um Deus em pluralidade.
Génesis 11:6-7 Mais uma vez aqui Deus está falando no plural e no singular ao mesmo tempo.
Deuteronómio 6:4 Este verso podia ser traduzido “Jeová nosso elhoim é um Jeová unido”. A palavra “um” refere-se à sua unidade. A mesma palavra para um é usada em Génesis 2:24, falando da unidade de marido e mulher. Este verso sumariza o ensinamento Bíblico acerca de Deus. Ele é um mas existe em três Pessoas.
Salmo 45:6-7 De acordo com Heb. 1:8-9, é Deus Pai quem está falando no Salmo 45, e Ele está-se referindo ao Filho como Deus. Por vezes as pessoas perguntam, “Se Jesus era Deus, porque se dirigia ao Pai como Deus?” A resposta é que Jesus se dirigia ao Pai como Deus, pela mesma razão que o Pai se dirigia ao Filho como Deus – pois ambos são Deus!

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4. O ENSINO FALSO QUE O BAPTISMO É NECESSÁRIO PARA A SALVAÇÃO (IGREJA DE CRISTO)

A Bíblia Responde:

a. Paulo ensina que o baptismo simboliza a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Rom. 6:3-4). É o sangue e a morte de Cristo que tira os nossos pecados, não a água ou os rituais religiosos.
b. Paulo diz que o baptismo não é o evangelho (1 Cor. 1:17). O evangelho é a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo pelos nossos pecados (1 Cor. 15:1-4). O baptismo somente simboliza o evangelho.
c. O livro de Actos ensina-nos que o baptismo segue a salvação (Atos 8:36-38; 16:30-33; 18:8).
d. Actos 2:38 não ensina que baptismo é parte da salvação, pois Pedro mais tarde ensinou que o baptismo é um símbolo (1 Ped. 3:21). Actos 2:38 ensina que somos baptizados porque fomos perdoados de nossos pecados e não para sermos perdoados.

5. O ENSINAMENTO FALSO QUE OS BEBÉS DEVEM SER BAPTIZADOS (CATÓLICOS ROMANOS, LUTERANOS, PRESBITERIANOS, METODISTAS)

A Bíblia Responde:

a. O baptismo é somente para quem crê (Marcos 16:15; Atos 8:36-38). Quando uma criança é crescida o suficiente para crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, então pode ser baptizada. Mas um bebé não pode fazer isto
b. Nenhum bebé foi baptizado no Novo Testamento.

Alguns dizem que devia haver bebés em casa de Cornélio pois seus criados e amigos estavam presentes (Actos 10:24, 47). Pelo contrário, Actos 11:17 diz que aqueles que foram salvos e baptizados com Cornélio foram aqueles que acreditaram no Senhor Jesus Cristo. Obviamente estes não eram bebés.
E o caso de Lídia e sua casa (Actos 16:14-15). Nada é dito acerca de bebés nesta passagem, e é altamente improvável que esta ocupada mulher mercadora tivesse bebés. Não existe aqui qualquer evidência para a prática de baptismo de bebés.
E o carcereiro Filipos e sua casa(Atos 16:30-34). Esta passagem claramente diz que Paulo falou a Palavra de Deus para toda a casa (v. 32) e que toda a casa “creu” (vv. 32-33). Isto não podia ter sido dito acerca de bebés.
E acerca da casa de Crispo (Actos 18:8)? Aqueles que foram salvos e baptizados na sua família eram todos crentes, pois é-nos dito ” E Crispo … creu no Senhor com toda a sua casa…” Obviamente não eram bebés.
E acerca da casa de Estéfanas (1 Cor. 1:16)? Mais uma vez, nada é-nos dito acerca de bebés estarem presentes ou baptizados. Em 1 Co. 16:15 é-nos dito que sua casa  se dedicava ao ministério. Isto não podia ser dito acerca de bebés.

6. O ENSINAMENTO FALSO DO MOVIMENTO CARISMÁTICO-PENTECOSTAL (ASSEMBLÉIAS DE DEUS, ETC.)

6A. A FALSA DOUTRINA QUE FALAR LÍNGUAS É PARA A ACTUALIDADE
A Bíblia Responde

a. A Bíblia mostra que línguas eram uma linguagem real (Actos 2:3-11).
b. A Bíblia diz que línguas eram um sinal para os Judeus incrédulos (1 Cor. 14:21-22). Depois de Israel rejeitar o sinal de línguas dado por Deus e Jerusalém ter sido destruída em 70 d.C. e os Jesus terem sido espalhados por toda a terra, a necessidade de línguas como sinal terminou.
c. Línguas Bíblicas tinham que ser usadas de acordo com os ensinamentos dos apóstolos, no entanto os Pentecostais e os Carismáticos não se submetem a essas restrições:

(1) Às mulheres não lhes é permitido falar em línguas (1 Cor. 14:34)
(2) Línguas eram para ser faladas ordeiramente (1 Cor. 14:27)
(3) Línguas devem ser interpretadas (1 Cor. 14:27)
(4) Não é para haver confusão (1 Cor. 14:33)
(5) Tudo deve ser decente (1 Cor. 14:40)
(6) Tudo deve ser ordeiro (1 Cor. 14:40)

d. Línguas não eram faladas por todos os crentes mesmo no tempo dos apóstolos (1 Cor. 12:28-30).
e. Línguas Bíblicas não eram buscadas mas eram soberanamente dadas por Deus (1 Cor. 12:11).
f. Não existe instrução na Bíblia acerca de COMO falar em línguas. Aqueles que acreditam em falar línguas para a actualidade  dizem que podem ensinar as pessoas como fazer.
g. A Bíblia diz que falar línguas, profetizar e palavra de conhecimento passarão (1 Cor. 13:8). Quando o Novo Testamento ficou completo, não havia mais necessidade para estes dons particulares.

6B. A FALSA DOUTRINA QUE CURAR ESTÁ PROMETIDO NA EXPIAÇÃO
A Bíblia Responde:

a. A Bíblia diz que nem todas as enfermidades são curadas (2 Cor. 12:97-10; 1 Tim. 5:23; 2 Tim. 4:20).
b. A Bíblia diz que a parte física da nossa salvação é para o futuro (Rom. 8:17-25).
c. Pedro diz que Isaías 53:5 refere-se à cura espiritual da alma (1 Ped. 2:24-25).

6C. A DOUTRINA FALSA QUE MILAGRES DEVEM SER BUSCADOS
A Bíblia Responde:

a. Jesus alertou que não é bom procurar milagres (Mat. 12:39).
b. Os milagres efectuados pelos apóstolos eram especiais (2 Cor. 12:12). Nem todo o Cristão pode realizar milagres.
c. A fé não provém de milagres mas da Palavra de Deus (Rom. 10:17). Multidões testemunharam grandes milagres de Jesus, mas a maioria não acreditava.

6D. A FALSA DOUTRINA QUE O BAPTISMO NO ESPÍRITO SANTO É POSTERIOR À SALVAÇÃO
A Bíblia Responde:

a. Jesus prometeu o baptismo do Espírito Santo (Atos 1:5); e foi cumprido em Actos 2 para os Judeus e em Actos 10:44-47 para os Gentios.
b. Depois disso, cada crente recebe o Espírito Santo quando ele crê [no instante de sua salvação] (Efe. 1:12-14).
c. O livro de Actos é um livro de transição. Nem tudo o que aconteceu é padrão para o resto da era das igrejas.
d. Nas epístolas, a recepção do Espírito Santo é sempre mencionada como tendo ocorrido no passado (os verbos estão no tempo passado) (Rom. 8:9-10; 1 Cor. 12:13; 2 Cor. 1:21-22; 5:5; Efe. 1:13).

6E. A FALSA DOUTRINA QUE DEVEMOS EXALTAR O ESPÍRITO SANTO
A Bíblia Responde:

a. O Senhor Jesus Cristo predisse qual seria o papel que o Espírito Santo teria na era das igrejas (João 16:13-15). Nesta passagem aprendemos que o Espírito Santo não se exalta a Si mesmo e o Espírito Santo não atrai atenção para Si.
b. Não existe nenhum exemplo no N.T. de orar ao Espírito Santo. O Senhor Jesus Cristo ensinou-nos a orar ao Pai e não ao Espírito Santo (Mat. 6:6,9; João 16:23). O apóstolo Paulo ensinou-nos a orar a Deus Pai através do Senhor Jesus Cristo pelo Espírito Santo (Rom. 1:8; 7:25).
c. Não existe exemplo no Novo Testamento de convidar o Espírito Santo a trabalhar. Nem Jesus nem os apóstolos  fizeram isso.

6F. A FALSA DOUTRINA QUE NÃO DEVEMOS TESTAR O ESPÍRITO SANTO COM A BÍBLIA
A Bíblia Responde:

a. A Bíblia avisa-nos que existem falsos espíritos e que os demônios tentam enganar (2 Cor. 11:4; 1 João 4:1). Portanto,devemos testar tudo cuidadosamente, ou seremos enganados.
b. A Bíblia ordena-nos a provar todas as coisas (1 Tess. 5:21).
c. A Bíblia elogia, louv os Bereanos pois eles testavam tudo pelas Escrituras (Atos 17:11)

6G. A FALSA DOUTRINA QUE O CRENTE PODE LIVRAR-SE DA SUA NATUREZA PECAMINOSA [AINDA AQUI NA TERRA, NESTA VIDA]
A Bíblia Responde:

a. Paulo ensina que o crente ainda tem que lutar com o pecado (Rom. 7:14-21; Gal. 5:16-17).
b. João ensina que o crente ainda tem pecado (1 João 1:8, 10).

6H. A FALSA DOUTRINA QUE A VITÓRIA NA VIDA CRISTÃ VEM ATRAVÉS DE EXPERIÊNCIAS E BAPTISMOS INVULGARES.
A Bíblia Responde:

a. A Bíblia não nos exorta a fazermos saltos espirituais através de experiências invulgares. Em vez disso, exorta-nos a CRESCER em Cristo (1 Ped. 2:1-2; 2 Ped. 3:18).
b. Os apóstolos escreveram muitas epístolas instruindo os crentes como lidar com pecado e problemas espirituais, mas nunca instruíram os crentes a procurarem um segundo baptismo ou outras experiências especiais

6I. A FALSA DOUTRINA QUE VISÕES E PROFECIAS SÃO PARA A ATUALIDADE
A Bíblia Responde:

a. A Bíblia diz que a fé (neste caso a fé é o corpo doutrinário) estava completa nos dias dos apóstolos (Jude 3).
b. A Bíblia diz que as Escrituras são suficientes (2 Tim. 3:16-17).
c. A Bíblia diz que as Escrituras são mais fiáveis que visões (2 Ped. 1:16-21).
d. A Bíblia diz que as profecias passarão (1 Cor. 13:8).


7. O FALSO ENSINAMENTOS QUE A MORTE É UM SONO E NÃO UMA JORNADA (ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA)


A Bíblia Responde

a. O Antigo Testamento claramente diz que a morte é uma jornada (Gen. 25:8; 35:18; Nu. 27:13; 2 Sa. 12:23; 1 Re. 17:21-22).
b. O Novo Testamento claramente diz que a morte é uma jornada:

(1) Jesus disse que a morte era uma jornada (Lc. 16:19-23; 23:42-43). Que Lucas 16:19-31 não é uma parábola é evidente pelo facto que Jesus mencionou os nomes de Abraão e Jesus. Ele nunca mencionou nomes quando estava ensinando parábolas. Ademais, mesmo sendo ela uma parábola, estaria ensinando verdade literal.
(2) Paulo diz que a morte é uma jornada (2 Cor. 5;6-7; Fil. 1:23; 2 Tim. 4:6).
(3) Pedro diz que a morte é uma jornada (2 Ped. 1:13-15).
(4) O facto que os santos mortos retornam com Cristo dos céus na altura do arrebatamento mostra que os mortos santos vão para o Céu na morte (1 Th. 4:14).
(5) As visões celestiais de João mostram que os mortos santos estão conscientes no céu antes da ressurreição e durante a Grande Tribulação na terra (Re. 6:9-11).
(6) O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração prova que os mortos têm uma existência consciente entre a  morte e a ressurreição. Moisés e Elias, embora mortos, foram permitidos por Deus aparecerem em tempo naquele monte e conversarem acerca de eventos que iriam acontecer em breve (Mt. 17:1-3; Lc. 9:30-31).

c. A Bíblia não fala de morte como um “sono”, mas é o corpo que dorme não o espírito (Tiago 2:26).
d. Eclesiastes por vezes fala da morte como nada (i.e., Ecc. 9:5), mas isto é porque Eclesiastes é escrito na perspectiva do homem “debaixo do sol” (Ecc. 1:3, 9, 14, etc), a perspectiva do homem olhar para a vida da maneira que aparenta aparte da revelação divina. Para o homem natural que não possui a revelação das Escrituras, a morte aparenta ser o fim de todas as coisas. Mas outras porções da Bíblia dizem-nos que isto não é o caso. Mesmo o livro de Eclesiastes, na sua conclusão, diz-nos que a morte é uma jornada (Ecc. 12:7).
e. O Antigo Testamento fala de “espírito” como a respiração uma ou outra vez, mas usualmente o “espírito” do homem é aquela parte imaterial que separa-se do corpo e que vive depois da morte (1 Tess. 5:23). Falsos ensinadores fazem o erro de recusarem permitir o contexto definir palavras na Bíblia e, em vez disso, eles colocam suas próprias definições sobre as palavras e forçam essa definição em todos os contextos.

8. O FALSO ENSINAMENTO QUE O INFERNO NÃO É UM TORMENTO ETERNO
(TESTEMUNHAS DE JEOVÁ, ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA)

A Bíblia Responde:

a. A doutrina da morte e inferno não foram totalmente reveladas no Antigo Testamento; estas foram trazidas à luz na vinda de Cristo (2 Tim. 1:10).
b. O Novo Testamento claramente ensina que inferno e o lago de fogo são lugares de tormento eterno:

(1) Jesus disse que o inferno é um lugar onde os vermes não morrem (Marcos 9:43-44).
(2) Jesus disse que o homem rico estava em tormento no inferno (Lc. 16:24). Isto não é uma parábola, pois Jesus nomeou os nomes de Lázaro e Abraão.
(3) Apocalipse diz que aqueles que receberem a marca do anticristo serão atormentados para sempre (Apoc. 14:10).
(4) Apocalipse diz que Satanás, o Anticristo, e o falso profeta, serão atormentados para sempre (Apoc. 20:10).
(5) Apocalipse diz que todos os não-salvos serão lançados para o lago de fogo (Apoc. 20:15), e, como o anticristo e o falso profeta não foramaniquilados [queimados até serem reduzidos a nada, à inexistência], mas são atormentados para sempre no lago de fogo, é óbvio que os outros pecadores alí lançados terão a mesma experiência.

c. A Bíblia diz que o castigo para os não-salvos será pior que morte violenta (Marcos 9:42). Isto prova que o castigo não é aniquilação, mas sofrimento eterno. Jesus disse que era melhor que Judas nunca tivesse nascido (Mt. 26:24). As palavras de Jesus não fazem sentido se Judas iria ser somente aniquilado.

9. O FALSO ENSINAMENTO QUE O SÁBADO PARA ADORAÇÃO É PARA AS IGREJAS DE HOJE (ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA)

A Bíblia Responde

a. O sábado, embora mencionado em Gen. 2:2-3, não foi dado ao homem até que foi dado a Israel no deserto (Neh. 9:13-14).
b. O sábado não foi dado para a humanidade em geral, mas somente para Israel, como um sinal especial da aliança entre Israel e Deus (Ex. 31:13,17).
c. Jesus observou o sábado pois ele nasceu debaixo da lei para cumprir os requisitos da lei (Gal. 4:4-5).
d. Os apóstolos e as igrejas primitivas reuniam-se ao Domingo.

(1) No primeiro dia Jesus ressuscitou dos mortos e primeiro apareceu aos seus discípulos (Marcos 16:9). O sábado está associado com a velha criação; o primeiro dia está associado com a nova criação.
(2) No primeiro dia Jesus encontrou-se com os discípulos em diferentes lugares e repetidamente (Marcos 16:9-11; Mt. 28:8-10; Lc. 24:34; Marcos 16:12-13; João 20:19-23).
(3) No primeiro dia Jesus ascendeu ao Céu, sentou-se à direita do Pai e foi feito Cabeça de tudo (João 20:17; Efe. 1:20).
(4) No primeiro dia, o Espírito Santo desceu (Atos 2:1). Pentecostes era 50º (quinquagésimo) depois do sábado que se seguia à oferta movida (Lev. 23:15,16). Portanto, o Pentecostes sempre foi num domingo.
(5) Os Cristãos encontravam-se para adorar no primeiro dia da semana (Atos 20:6,7; 1 Cor. 16:2).
e. O Novo Testamento claramente ensina que os Cristão não estão debaixo da lei do Sábado (Col. 2:16-17).

10. O FALSO ENSINO QUE AS PROFECIAS DE MATEUS 24 E APOCALIPSE 6-22 NÃO SÃO PARA O FUTURO, MAS ESTÃO-SE CUMPRINDO NA ATUALIDADE (CATÓLICOS ROMANOS, E A MAIORIA DAS DENOMINAÇÕES PROTESTANTES TAIS COMO OS PRESBITERIANOS E LUTERANOS, ETC.)

A Bíblia Responde:

a. O tempo dos acontecimentos de Mateus 24 são claramente revelados:

(1) Jesus disse que as profecias de Mateus 24 pertencem ao fim da era e ao tempo do Seu retorno. Isto inclui o reinado do anticristo (v.15) e a Grande Tribulação (v.21).
(2) Jesus disse que os eventos de Mateus 24 ocorrerão justamente antes do Seu retorno (Mat. 24:29-30).

b. Paulo também ensinou que o anticristo é um homem real que governará o mundo antes do retorno de Cristo (2 Tess. 2:2-9).
c. O julgamento de Apocalipse são a ira de Deus (Apoc. 6:16; 15:1), ora Paulo disse que os crentes na era da igreja não estão apontados para a ira (1 Tess. 5:9-10).

11. O FALSO ENSINAMENTO QUE DEUS TERMINOU COM A NAÇÃO DE ISRAEL; QUE A IGREJA SUBSTITUIU ISRAEL (CATÓLICOS ROMANOS, E A MAIORIA DAS DENOMINAÇÕES PROTESTANTES TAIS COMO OS PRESBITERIANOS E LUTERANOS, ETC.)

A Bíblia Responde:

a. As alianças de Deus com Israel são eternas (Jer. 31:31-37).
b. Paulo disse que Israel foi posta de lado temporariamente, e que Deus irá cumprir Suas promessas a Israel depois de ter completado seus plano para a Igreja (Rom. 11:25-29).

12. O FALSO ENSINAMENTO QUE DEUS ESCOLHE OS QUE IRÃO SER SALVOS E QUE SOMENTE OS ESCOLHIDOS PODEM SER SALVOS (CALVINISMO)


A Bíblia Responde:

a. A Bíblia diz que Deus quer que todos os homens se salvem (1 Tim. 2:3-5; 2 Ped. 3:9).
b. Jesus morreu pelos pecados de todos os homens, não somente pelos pré-escolhidos (1 João 2:1-2).
c. Deus ordenou que toda a pessoa que crê em Cristo seja salva (João 6:40).
d. Deus ordenou que o evangelho seja pregado a toda a pessoa (Marcos 16:15).
e. O Espírito Santo convence todos os pecadores e Jesus traz e dá luz a todos os pecadores (João 1:9; 12:32; 16:7-8).
f. Os crentes são os eleitos de Deus, mas isso não significa que Deus escolheu alguns para serem salvos e outros para não serem salvos. Eleição é baseada na presciência de Deus (1 Ped. 1:2).

13. O FALSO ENSINAMENTO QUE OS CRENTES SÓ PODEM COMER CERTAS COISAS (ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA)


A Bíblia Responde

a. Lei dietéticas no Novo Testamento são marca de falsos mestres (1 Tim. 4:1-5).
b. O crente no Novo Testamento têm liberdade em tais coisas (Rom. 14:1-4; Col. 2:16).

14. O FALSO ENSINAMENTO QUE DEVE EXISTIR SOMENTE UMA IGREJA EM CADA VILA, CIDADE


A Bíblia Responde

a. A idéia não tem suporte na Bíblia. Não existe tal mandamento no Novo Testamento.
b. A idéia é contrária à Grande Comissão de Jesus. Jesus ordenou a todos os crentes pregarem o evangelho e baptizarem cada nação e indivíduo (Mat. 28:19-20; Marcos 16:15). Este mandamento não foi dado somente a uma igreja em cada área. Crentes não precisam pedir permissão a outras igrejas para pregarem o evangelho, baptizarem e estabelecerem igrejas. Temos autoridade de Jesus Cristo.
c. Se esta idéia é verdade, como pode ser conseguida? Tal princípio significaria que uma igreja deveria proibir outras igrejas de pregarem, mas Jesus disse que não devemos proibir outros (Lc. 9:49-50).
d. Se existe somente uma igreja em cada cidade, que igreja seria? Quem teria o controle para dizer qual igreja deveria ser? Isto é o que a Igreja Católica Romana reivindica para si própria, e seitas tais como os Testemunhas de Jeová reclamam para si próprios.

David Cloud
November 3, 2005 (David Cloud, Fundamental Baptist Information Service, P.O. Box 610368, Port Huron, MI 48061, 866-295-4143, [email protected]; for instructions about subscribing and unsubscribing or changing addresses, see the information paragraph at the end of the article)
Traduzido e ligeiramente adaptado por
Humberto Rafeiro


Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
(retorne a http://solascriptura-tt.org/ SeparacaoEclesiastFundament/
retorne a http:// solascriptura-tt.org/ )

A ilustração foi inserida pelo autor do site

06-06-16 013

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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Maçons negros famosos

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Famosos maçons negros: Francisco Ge Acaiaba Montezuma, Joaquim Saldanha Marinho, José do Patrocínio, Francisco de Paula Brito

Novo estudo da historiadora paulista Célia Maria Marinho de Azevedo revela o papel central que maçons negros tiveram nas lutas por cidadania e igualdade de direitos para as ‘pessoas de cor’, que aconteceram quando o Brasil ainda estava em formação. E, como importantes protagonistas do processo abolicionista, o que fazem, atualmente, os negros vinculados a essa ordem para ajudar a população negra a superar os problemas decorrentes da existência do racismo em nosso país?

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Marco José da Silva, grão-mestre geral

Fortemente influenciada pelo iluminismo, a maçonaria moderna adota o lema Liberdade, Igualdade, Fraternidade, imortalizado pela Revolução Francesa. Em suas lojas, que são seus organismos de base, os ‘irmãos’ se reúnem regularmente para discutir os mais variados temas e, de alguma forma, tornar-se melhores cidadãos e contribuir para uma sociedade melhor.
Presente no país desde o período colonial, a maçonaria por longo tempo exerceu forte influência sobre os rumos políticos do país. O que havia de comum entre André Rebouças, José do Patrocínio; João Maurício Wanderley – Barão de Cotegipe, Luiz Gama; Antonio Carlos Gomes, Rui Barbosa de Oliveira, Francisco Glicério, Nilo Peçanha e Castro Alves? Todos eram afrodescendentes e maçons: a presença de muitos homens negros de elite entre os maçons brasileiros do século XIX chamou a atenção da historiadora Célia Maria Marinha de Azevedo, que percebeu a importância de estudar de uma forma articulada as histórias da maçonaria e das ‘pessoas de cor’ na época da escravidão.
Desse estudo nasceu o livro Maçonaria, Anti-Racismo e Cidadania, lançado pela editora Annablume. A obra coloca seu foco em três personagens:

Francisco Ge Acaiaba Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha; Francisco de Paula Brito – tipógrafo, jornalista e editor, fundador da afamada sociedade literária Petalógica; e Joaquim Saldanha Marinho – líder republicano e grão-mestre do Grande Oriente do Brasil. “Foi pesquisando as vidas e os escritos de maçons ilustres que percebi haver uma dimensão antirracista importante em suas lutas pelos direitos de cidadania”, diz Célia, acrescentando que para Paula Brito, assim como para muitos outros brasileiros afro- descendentes que viveram entre 1830 e 1870, era fundamental fazer valer os direitos gravados na Constituição de 1824, que não distinguia as ‘cores’ de seus cidadãos, mas tão somente os ‘seus talentos e virtudes’. “É claro que aqui não se incluíam os escravos, ou seja, uma imensa parte da população que não tinha existência naquela constituição monárquica”, ressalva a historiadora.
A luta antirracista daqueles maçons negros de meados do século XIX procurava impedir a reafirmação de uma hierarquia racial pública, herdada dos portugueses. Eles se posicionavam contra a classificação das cores dos cidadãos justamente por temerem que esses fossem impedidos de ocupar cargos, de fazer carreiras administrativas e profissionais. “Na época dos portugueses, além dos regimentos militares segregados (pretos, pardos e brancos), era preciso pedir dispensa de ‘defeito de cor’ para ocupar determinadas posições públicas e isto, é claro, ainda estava bem fresco na memória daqueles que atuaram nessas primeiras décadas do Brasil independente”, informa Célia.

“UMA DAS COISAS QUE A MAÇONARIA PREGA É A IGUALDADE EM TODOS OS SENTIDOS, ENTÃO, NÃO HÁ QUALQUER PRECONCEITO, NÃO HÁ NADA QUE DIGA QUE HAJA UMA REJEIÇÃO OU UMA FORMA DE SE ESTEREOTIPAR”

Veja mais sobre maçonaria clicando aqui: Primeira Igreja Virtual

ANTESSALA DOS DEBATES NACIONAIS

No período conturbado da vida política do país, a maçonaria tinha um papel importante na preparação de novas lideranças de diversas tendências, numa época em que os partidos ainda não eram organizações de massas. A maçonaria – que tem uma estrutura organizativa similar ao estado democrático, dividida em executivo, legislativo e judiciário – era um espaço único para importantes discussões: “Seria interessante pensar a maçonaria como uma espécie de antessala dos debates parlamentares, onde se experimentavam cisões, aproximações, alianças, as quais, por sua vez, eram testadas publicamente no Parlamento e cujos resultados repercutiriam outra vez nos espaços maçônicos”, diz Célia.
Vale lembrar que a década de 1830 marca o surgimento de um espaço público no país, quando a atividade política deixa de ser exclusividade dos gabinetes e ganha o mundo das ruas. É a época das regências, em que a agitada vida política do país é marcada pela presença de três correntes de opinião: liberais moderados (que chegaram ao poder logo após a abdicação de Dom Pedro I); liberais exaltados (mais próximos das
reivindicações populares e divididos entre republicanos e monarquistas constitucionais); e os caramurus (que pregavam a volta de Dom Pedro I).

Francisco de Paula Brito era um exaltado. Nascido em família modesta no Rio de Janeiro, em 1809, ele se tornou tipógrafo e trabalhou em gráficas até 1831, quando abriu sua própria tipografia, aos 22 anos. Em setembro de 1833, saiu da Tipografia Fluminense, de Paula Brito, o jornal O Homem de Cor . Era o segundo título de uma imprensa militante ‘exaltada’, defensora de uma cidadania livre de restrições legais de teor racista, que começou com O Filho da Terra e prosseguiu com O Cabrito, O Meia Cara, O Crioulinho e O Crioulo .
Lembrado nos livros de história como um político importante do Segundo Reinado – mas não como negro – Francisco Montezuma nasceu em Salvador, na Bahia, em 1794. Não se sabe se sua origem africana veio da mãe ou do pai. Além de se tornar um político de oposição, Montezuma dedicou-se a introduzir no Brasil o Rito Escocês Antigo e Aceito, que aumentava o número de cargos superiores das lojas. Segundo Célia, a questão dos ritos é importante, uma vez que o cotidiano das lojas organiza-se em torno deles. O Rito Escocês expandiu-se rapidamente, possivelmente por atender os anseios de muitos maçons humildes, que poderiam assim alcançar níveis mais altos por mérito e não por nascimento.
O apoio mútuo assistencial – outra característica da maçonaria escocesa – pode também ter sido um fator de atração.

Na obra, Célia relata também o grande debate transnacional sobre as discriminações sofridas pelos maçons negros nos Estado Unidos, logo após a Guerra da Secessão, que começou 1868 quando o Grande Oriente da França apoiou a decisão do Supremo Conselho da Louisiana de admitir homens negros como irmão maçons em suas lojas. Quando esse debate chegou ao país, os maçons brasileiros estavam divididos em duas correntes políticas: Grande Oriente do Lavradio, liderada por José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco (que apoiou os segregacionistas norte-americanos); e Grande Oriente dos Beneditinos, liderada pelo pernambucano Joaquim Saldanha Marinho, que não hesitou em apoiar decisão antirracista do Grande Oriente Francês.

“A MAÇONARIA NÃO É UMA RELIGIÃO, MAS SIM UMA FILOSOFIA. EM TODAS AS LOJAS HÁ CATÓLICO, EVANGÉLICO, JUDEU, ÁRABE… A MAÇONARIA TRANSFORMA AS PESSOAS PORQUE É UMA FILOSOFIA BASEADA NA FRATERNIDADE”

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Sede da Grande Oriente do Brasil

E ATUALMENTE NO BRASIL…

Mais de um século e meio depois do período regencial, à frente da maior organização maçônica do país, o Grande Oriente do Brasil (GOB), com sede em Brasília, está um homem negro: o grão-mestre geral Marco José da Silva. Carioca, ex-professor de administração e funcionário aposentado do Banco Central, ele define a maçonaria como uma instituição que nada tem de secreta, voltada para o aprimoramento do homem, e afirma que o fato de ser negro não gerou problemas para sua ascensão na ordem: “Uma das coisas que a maçonaria prega é a igualdade em todos os sentidos, então, não há qualquer preconceito, não há nada que diga que haja uma rejeição ou uma forma de se estereotipar”, diz Marco. Embora se declare pessoalmente favorável à política de cotas raciais, o grão-mestre do GOB diz que a instituição não se posiciona sobre o tema: “Como nós temos maçons negros e brancos, a maçonaria não tem esse tipo de preocupação, assim como também não tem uma política para privilegiar os indígenas. O que ela procura fazer é a igualdade de oportunidade para todos os homens. Ela não tem essa preocupação, mas também não condena”, explica.
Outro homem negro em posição de destaque na maçonaria é José Renato dos Santos, grão-mestre adjunto da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo. Lembrando que foi a maçonaria que mais trabalhou pela libertação do trabalho escravo no Brasil e também pessoalmente favorável às cotas, ele considera que a maioria dos maçons hoje é contra essa política. “Não entenderam as cotas, que é uma política pública recente no país, necessária. A maior parte dos maçons não entendeu isso

Acham que é um privilégio”, explica. Ele acredita que existe certa dificuldade para o negro ingressar na maçonaria por que, no Brasil, só entra na ordem quem é convidado: “Como ele não tem contato com os maçons, não tem acesso, fica cerceado. Isso é um redutor”, afirma. Aliás, é só no Brasil que isso acontece. Nos Estados Unidos, por exemplo, é você que procura e entra na maçonaria. José Renato explica também que não existem no Brasil organismos maçônicos só de negros, porém, ele foi um dos criadores, na década de 80, de um grupo de estudos e trabalho denominado Grupo Três Pontos (G3P), integrado por negros de diversas potências maçônicas.

ESCOLAS AFRICANAS
E foi justamente o G3P que serviu como porta de entrada na maçonaria para João Carlos B. Martins, presidente do Coletivo de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros (Ceabra) e também integrante da Grande Loja. Ele conheceu a maçonaria através de um grupo de negros e entrou para trabalhar socialmente pelo engrandecimento da raça. “O Ceabra treina e fornece livros adequados para professores que trabalham no resgate de crianças de periferia de qualquer cor. Vamos lá, fazemos os cursos para os meninos, que enfrentam grandes dificuldades, não têm mais muita esperança de vida. Damos um pouco de esperança a eles”, explica.
Desse grupo, surgiram três presidentes (veneráveis) de lojas: Adilson Charles dos Santos, o já falecido José Carlos de Oliveira, da loja Novos Obreiros, e o próprio João Carlos que, mesmo depois que o G3P foi ‘adormecido’, continuou com os trabalhos. “Hoje em dia nós temos na minha loja Mestre Pescador uns 10 negros em uma família de 60 irmãos, o que é muito, porque, geralmente, o normal é ter um ou dois. Acima
disso, em grau filosófico, nós temos uma loja chamada José do Patrocínio, que também presido, onde 80% são negros”, comenta João Carlos, que tem uma ligação com as Lojas Prince Hall de Oregon, Idaho e Montana, da maçonaria negra norte-americana, uma representação para intercâmbio.

A maçonaria brasileira também mantém contato com os irmãos africanos por intermédio do maestro Roberto Casemiro, dos corpos estáveis do Teatro Municipal de São Paulo. Maçom há 28 anos, ele ingressou na ordem a convite de um professor francês da Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde estudou e se formou. Casemiro revela que, por meio de contatos conseguidos com um integrante da maçonaria holandesa que esteve no Brasil, ele teve acesso aos irmãos do Togo, Benin, Costa do Marfim e Senegal, no Golfo da Guiné. “Nosso sonho, no futuro, é trazer esse outro tipo de maçonaria, que nem os maçons aqui conhecem, por ser tão distante: as maçonarias da África e do Oriente Médio, que são fortíssimas”, especula. O maestro, que agora está no Grande Oriente de São Paulo, lembra que a maçonaria não é uma religião, mas sim uma filosofia. Em todas as lojas há católico, evangélico, judeu, árabe… “A maçonaria transforma as pessoas porque é uma filosofia baseada na fraternidade. Tudo que é oferecido para todos, nós também passamos a compartilhar. Eu vejo reflexo na minha vida profissional, por que, principalmente nas adversidades, em grandes momentos que eu passei, recebi solidariedade de muitos irmãos. O irmão tem um compromisso de socorro para contigo”, finaliza Roberto.

Fonte: http://racabrasil.uol.com.br//cultura-gente/151/artigo208161-3.asp

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