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Supremo arquiva ação penal contra líderes da Igreja Renascer

 

Para MP, religiosos montaram esquema de lavagem de dinheiro.
Defesa rebateu acusação. Decisão da Corte foi por unanimidade.

Fabiano CostaDo G1, em Brasília

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (12), por unanimidade, arquivar ação penal contra os fundadores da Igreja Renascer em Cristo, Estevan Hernandes Filho e Sonia Haddad Moraes Hernandes, acusados de lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), os dois religiosos comandariam uma organização criminosa que usava a estrutura da igreja e de empresas ligadas a ela para arrecadar grandes montantes de dinheiro, “ludibriando os fiéis por meio de variadas fraudes”.

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O MP também argumentava que Hernandes e Sonia teriam desviado os recursos doados para a entidade religiosa para usar em proveito “próprio e de terceiros”.
Os advogados dos religiosos rebateram a denúncia argumentando que, para que fosse configurado crime de lavagem de dinheiro, seria necessária a existência de um crime anterior. Os promotores apontavam que o delito anterior seria o de organização criminosa, porém, o relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, contestou a fundamentação.
Em seu voto, em novembro de 2009, o relator recomendou o encerramento da ação penal e foi acompanhado pelo ministro Antonio Dias Toffoli. O julgamento, no entanto, foi suspenso após pedido de vista da ministra do STF Cármen Lúcia.
Nesta terça, mais de dois anos após a análise ter sido interrompida, Cármen Lúcia retomou o apreciação do habeas corpus e defendeu o arquivamento do processo.

A ministra acatou a tese da defesa, segundo a qual não constaria na legislação penal brasileira o crime de “organização criminosa”. “Não há como se levar em consideração o que foi denunciado e o que foi aceito”, concluiu.
Os ministros Luiz Fux e Rosa Maria Weber também se manifestaram a favor do encerramento da ação. Os religiosos respondiam a processo na 1ª Vara Criminal de São Paulo.

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Estudos revelam nome da esposa de Jesus Cristo?

 

PorAmanda Gigliotti | Repórter do The Christian Post

Após especulações no fato de que Jesus poderia ter tido um envolvimento com sua seguidora Maria Magdalena, muitos céticos colocam em prova a santidade de Jesus Cristo e propõem que Ele teve uma esposa.

  • Escavações revelam fatos sobre a ressurreição de Jesus

    Foto: Reuters

 

No livro de Dan Brown lançado em 2004, por exemplo, o autor sugere que Maria Magdalena teria sido amante de Jesus. Ela era uma de suas seguidoras mais próximas e foi uma das primeiras a testemunhar a sua ressurreição.

Recentemente, especialistas nas Escrituras trouxeram a público elementos que são capazes de refutar qualquer romance de Jesus. Segundo o especialista em Novo Testamento do Seminário Teológico Asbury, nos Estados Unidos, Ben Witherington, os textos que mencionam sobre um envolvimento entre Madalena e Jesus foram escritos pelo menos 100 anos depois dos evangelhos bíblicos.

Estudiosos apontam ainda para o gnosticismo pela especulação baseada em supostas revelações secretas e esotéricas, pelas quais rumores de que Jesus teve uma esposa se seguiram.

Um pastor evangélico da Comunidade Cristã Paz, Leandro Santos, refutou veementemente os falsos rumores sobre o estado civil de Jesus em seu blog em seu artigo intitulado “Estudos revelam o nome da esposa de Jesus Cristo”.

“É claro que Jesus não se casou e nem ficou noivo com mulher nenhuma nesta terra”.

“Já inventaram inúmeras teorias acerca da vida de Jesus Cristo, mas nenhuma é tão confiável quanto os próprios Evangelhos”, afirmou.

Paradoxalmente, entretanto, ele propõe que Jesus possuiu e possui uma noiva. “A Bíblia fala sim sobre a esposa de Cristo”. E afirma que “quero lhe mostrar sobre ela”.

O pastor então aponta para a passagem de Apocalipse 21:9 “E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.”

Segundo ele, a esposa de Jesus Cristo é a “igreja”, desvendando o mistério da esposa de Jesus Cristo proposto no título: “A esposa de Jesus Cristo é a igreja”.

Leandro baseia suas afirmações no livro de Mateus, capítulo 25 em que diz na parábola das 10 virgens sobre um noivo e como as virgens saem ao encontro dele. Aqui, ele diz, o noivo é o Senhor e a igreja é a noiva.

“Olha, não é final de novela (risos), mas depois deste casamento, todos viverão felizes para Sempre”.

“Os estudos apontam, Jesus Cristo está voltando para buscar a Sua Noiva. Te prepares ó igreja para te encontrares com o teu Deus”, concluiu.

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Os darwinistas estavam errados

 



08/06/12 – 15:19
POR RAFAEL GARCIA

folha.com

QUANDO UM JUIZ AMERICANO da cidade de Dover, na Pensilvânia, deu ganho de causa a um grupo de pais que processava uma escola pública por ensinar conceitos criacionistas a seus alunos, cientistas comemoraram. Apesar de ter ocorrido em em um tribunal local, o julgamento vinha sendo coberto por vários jornais dos Estados Unidos, e havia a expectativa de que a vitória, obtida em 2005, fosse se refletir na opinião pública reduzindo a influência de movimentos religiosos conservadores que tentavam sabotar o ensino da teoria da evolução no país.

Os biólogos que defendiam Darwin, porém, estavam errados em esperar um recuo dos criacionistas. Uma pesquisa de opinião divulgada na semana passada pelo Instituto Gallup mostra que, sete anos depois, 46% dos americanos acreditam que Deus criou a espécie humana do nada. O número é o mesmo de 30 anos atrás, quando o levantamento foi feito pela primeira vez.

O que os professores de biologia se perguntam agora é: o que pode ser feito? Por que as pessoas são tão refratárias à ideia da evolução por seleção natural? Por que esforços educacionais e as incontáveis obras de divulgação científica sobre o assunto têm sido inócuas na tentativa de manter o fundamentalismo religioso longe da ciência?

No Brasil, por enquanto, é difícil projetar a tendência de crescimento do criacionismo. Umapesquisa do Datafolha feita dois anos atrás mostra que 25% da população acredita na versão bíblica da origem da humanidade. Não sei se há dados mostrando quantos mais acreditam no “design inteligente”, a teoria criacionista que evita falar em Adão e Eva, mas defende o mesmo ponto.

Num país onde a educação ainda é um direito mal assegurado, dá medo. Muita gente confia que o curso natural da cultura humana fará com que ela abrace a ciência cada vez mais, mas nem sempre é assim. Um exemplo de que retrocessos ocorrem veio da Coréia do Sul, na semana passada. O país não apenas deixou de repelir a influência criacionista na educação como também aceitou demandas de religiosos para expurgar Darwin dos manuais de biologia.

A falta de pesquisas de opinião sobre criacionismo ainda torna difícil avaliar o problema em escala global, mas eu me arrisco a dizer que biólogos e educadores sérios, hoje, estão perdendo essa guerra.

Não vou discutir aqui o mérito de grupos conservadores em conseguir espalhar o evangelho do criacionismo. É inútil tentar convencer o inimigo de que sua causa é nociva. Mas acredito que nós, divulgadores da ciência, estejamos cometendo alguns erros.

Primeiro, não são julgamentos espetaculosos em tribunais que vão resolver esse tipo de problema. Cientistas já tinham tentado isso uma vez, em 1925, quando o professor de biologia John Thomas Scopes violou uma lei do estado do Tennessee que proibia o ensino de evolução. Scopes foi absolvido em última instância, mas com uso de uma manobra técnica (o primeiro juiz aplicara uma multa ilegal). O julgamento acabou com os biólogos cantando vitória, enquanto os criacionistas se consideraram “campeões morais”.

É necessário que haja segurança jurídica para o ensino da evolução, sim, mas suspeito que juízes e suas sentenças não têm o poder de mudar a cabeça das pessoas. Logo, acredito que aquilo que está faltando aos professores de ciências é uma estrutura mais proativa para fazer estudantes de fato entenderem de que se trata a evolução. A praga criacionista cresce no terreno fértil do analfabetismo científico. Ironicamente, talvez os educadores tenham algo a aprender com a tática de guerrilha dos grupos criacionistas, que atuam de forma descentralizada para espalhar suas ideias.

Segundo, é preciso evitar que o combate ao criacionismo se transforme numa cruzada contra a religião em si. Transformar o ensino de evolução em patrulha ideológica só vai fazer com que a rejeição a Darwin aumente. Richard Dawkins, possivelmente o maior porta-voz da luta anti-criacionismo no mundo, adotou essa abordagem ao escrever “Deus, um delírio” em 2006. O livro fez muito barulho ao ser lançado no mesmo ano de “Deus não é Grande“, do ensaísta Christopher Hitchens.

Sou bastante cético quanto ao potencial que tais autores têm de converter a turba criacionista. Particularmente, acho incômodo o fato de os dois textos basearem sua argumentação na crença de que a religião torna o mundo um lugar pior para se viver. Não é isso o que a própria ciência diz, e as evidências estão na maior revisão de estudos de sociopsicologia da religião já feita sobre o assunto, publicada em 2008 na prestigiada revista “Science”.

Para resumir, então, acredito que o combate ao criacionismo se beneficiaria de uma atitude mais ponderada dos biólogos. É preciso explicar que a teoria da evolução não está em conflito com uma compreensão religiosa mais sofisticada sobre a natureza, e não se pode embutir a pregação ateísta no ensino da biologia, porque a evolução não se trata disso. Além disso, é preciso mobilizar forças fora do âmbito oficial para dar fôlego ao ensino da biologia. Por que há tão poucas ONGs de educação se dedicando ao problema? Suspeito que as iniciativas para ensinar evolução fora do ambiente escolar estejam em falta. Quantas cidades têm o luxo de possuir um museu de história natural? Os criacionistas já estão começando a se mobilizar para montar osmuseus deles. Os biólogos precisam esperar o dinheiro do Estado para ampliar suas ações?

Não há como combater a ignorância sem investir na educação como um bem coletivo, e não há como frear o dogmatismo religioso tentando impor o ateísmo na marra. Se existe um desejo inconsciente dos cientistas de que todos se tornem ateus, talvez ele se realize num mundo onde as pessoas tenham bom repertório cultural e se sintam livres para pensar. Não vejo outro caminho.