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BRUXARIA

 

Juiz decreta prisão preventiva de procuradora acusada de agressão

Policiais da 13ª DP (Ipanema) estiveram na casa da procuradora Vera Lúcia de Sant’Anna Gomes, de 66 anos, em Ipanema, com um mandado de prisão preventiva contra ela, expedido na tarde desta quarta-feira pelo juiz em exercício da 32ª Vara Criminal da Capital, Guilherme Fchilling Pollo Duarte, atendendo a um pedido do Ministério Público estadual. Porém, a procuradora, denunciada por tortura contra menina de 2 anos , que estava sob a sua guarda provisória, não estava em casa (apesar de as janelas estarem abertas). Outras equipes foram até a casa da procuradora em Búzios, mas também não a encontraram. Vera Lúcia pode ser presa a qualquer momento.

O advogado da procuradora aposentada, Jair Leite Pereira, informou que vai entrar no Tribunal de Justiça com um pedido de habeas corpus para tentar anular o pedido de prisão. Segundo Jair Leite, apenas um desembargador poderia ter revertido a decisão do juiz Roberto Câmara Lacé Brandão que, mais cedo, declinando de sua competênica, transferira o caso para o 1º Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Neste caso, pena seria menor, apenas por lesão corporal, chegando no máximo a três anos de prisão. Se condenada por tortura, com agravante, a procuradora aposentada pode pegar até dez anos e meio de prisão.

(MP pede indenização e pagamento de tratamento para menina agredida)

             O juiz Guilherme Fchilling considerou que a liberdade de Vera Lúcia colocaria em risco a busca por provas e a garantia da ordem pública.

"A ré vem exercendo atos de coação e intimidação contra testemunhas essenciais para o esclarecimento da verdade dos fatos. Ainda, o caso vertente vem merecendo especial destaque no meio social, não apenas em razão da natureza hedionda do delito, mas também diante das peculiares condições da vítima e da denunciada. Por tais motivos, decreto a prisão preventiva da acusada", excreveu o juiz na sua decisão.

O juiz ressaltou também que o Juizado Especial de Violência Doméstica é direcionado aos casos de violência de gênero, o que não ficou caracterizado no episódio.

        "Embora os fatos tenham sido praticados no contexto de uma relação familiar, as agressões teriam ocorrido não por ser a vítima uma mulher, mas por ser uma criança", explicou o magistrado.

Procuradora teria batido a cabeça da criança em mesa de mármore

          No total, 12 pessoas foram ouvidas no inquérito. Algumas, ex-empregadas domésticas que relatam as agressões sofridas pela menina, entre elas, o dia em que Vera Lúcia Gomes a agrediu e depois bateu a cabeça da criança com força numa mesa de mármore. Fotos anexadas à denúncia do Ministério Público mostram a criança com olhos roxos e inchados. O Conselho Tutelar recebeu inicialmente a denúncia por meio de um telefonema anônimo. Uma gravação, que teria sido feita dentro do apartamento, mostra um dos momentos de agressão. A voz seria da procuradora, e o choro, da menina.

– Maluca! Engole! Você vai comer tudo, entendeu? Sua vaquinha! Pode chorar! Sua cachorra! – grita, supostamente, Vera Lúcia

Na denúncia encaminhada pelo MP à Justiça, os promotores citam ainda o depoimento de uma testemunha considerado um relato assustador. A mulher vincula a violência contra a criança a práticas de uma seita satânica. Ela diz ainda acreditar que a menina seria oferecida como um sacrifício a esta seita.

Antes de o caso voltar para a Vara Criminal, a biofarmacêutica Maria da Penha questionou a decisão do juiz Roberto Brandão. Para a cearense, a lei que leva o seu nome só se aplica a casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. Apesar de considerar que a lei poderia ser aplicada por se tratar de uma menina, ela acha que a primeira decisão abrandaria a punição:

– Entendo a lei Maria da Penha como a maioria das pessoas. Deve ser aplicada nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. Se fosse um menino, não caberia (usar a lei). Então pela fato de a vítima ser uma criança do sexo feminino a pena vai ser amenizada? E se fosse um menino, com que lei o juiz trabalharia?

Data: 18/6/2010
Fonte: O globo

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CRISE NA IGREJA CATÓLICA

 

Declaração de arcebispo sobre pedofilia não é opinião da CNBBPope Bento xvi

O porta-voz da 48.ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, deixou claro nesta quarta-feira que a polêmica declaração do arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, de que “a sociedade é pedófila” , não é uma opinião da CNBB. Ele disse inclusive que não compartilha da mesma visão, mas, na linha do arcebispo gaúcho, procurou dividir com a sociedade a responsabilidade pelos abusos sexuais de crianças e adolescentes praticados por religiosos. ” As opiniões de cada bispo são livres ”

– A gente não compartilha essa ideia de acusar ninguém, mas é claro que ela (Igreja) sofre da realidade do mundo de hoje, da própria sociedade de hoje – disse dom Orani.

– As opiniões de cada bispo são livres. Cada um pode manifestar segundo a sua compreensão e a sua ideia. Aquilo que é opinião oficial da CNBB sai nos seus comunicados oficiais.

Para dom Orani, o arcebispo de Porto Alegre foi mal interpretado:

– (Ele) não acusou toda a sociedade de pedófila, nesse sentido como foi colocado. D. Orani disse ainda que a Igreja condena qualquer tipo de abuso, tem carinho em relação às vítimas e entende que os agressores devem ser julgados conforme a legislação de cada país.

As declarações de dom Dadeus provocaram constrangimento entre os 309 bispos que participam da 48.ª Assembleia, em Brasília. O bispo do Xingu (PA), dom Erwin Krautler, escalado para conceder entrevista coletiva, disse que as questões sobre pedofilia seriam respondidas pelo porta-voz:

– Não vou agora fazer uma coletiva sobre pedofilia. Eu sei que todos os criminosos têm que ser punidos na forma da lei, sejam eles dentro da Igreja ou fora da Igreja.
Fonte: O Globo

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Investigação liga secretário nacional de Justiça a líder de máfia

TUMA JÚNIOR

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Gravações telefônicas e e-mails interceptados pela Polícia Federal (PF) durante investigação sobre contrabando ligam o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, ao principal alvo da operação, Li Kwok Kwen, apontado como um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo.

A relação de Tuma Júnior com Kwen, também conhecido como Paulo Li, foi mapeada ao longo dos seis meses da investigação que deu origem à Operação Wei Jin, deflagrada em setembro de 2009.

Paulo Li foi preso com mais 13 pessoas, sob a acusação de comandar uma quadrilha especializada no contrabando de telefones celulares falsificados, importados ilegalmente da China.

Ao ser preso, Paulo Li telefonou para Tuma Júnior na frente dos agentes federais que cumpriam o mandado. Dias após a prisão, ao saber que seu nome poderia ter aparecido no inquérito, Tuma Júnior telefonou para a Superintendência da PF em São Paulo, onde corria a investigação, e pediu para ser ouvido. O depoimento foi tomado num sábado, para evitar exposição. Tuma declarou que não sabia de atividades ilegais de Li. O surgimento do nome Tuma Júnior no inquérito seguia em segredo até agora.

O esquema, estimou a PF à época, girava R$ 1,2 milhão por mês. Os aparelhos eram vendidos no comércio paralelo de São Paulo e no Nordeste. Denunciado pelo Ministério Público Federal pelos crimes de formação de quadrilha e descaminho, Li seguia preso até ontem.

Além de ocupar um dos postos mais importantes da estrutura do Ministério da Justiça, Tuma Júnior preside, desde o último dia 23 de abril, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria.

Foi investigando Paulo Li – a quem a PF se refere nos relatórios como comandante de “uma das maiores organizações criminosas de São Paulo e do Brasil” – que os policiais descobriram seus laços com Tuma Júnior. Entre os telefonemas gravados com autorização judicial, são frequentes as conversas de Li com o secretário nacional de Justiça.

Li, que de acordo com as investigações também ganhava dinheiro intermediando a emissão de vistos permanentes para chineses em situação ilegal no País, tinha livre trânsito na secretaria.

Vistos. De acordo com o inquérito, Li conseguia agilizar processos em tramitação no Departamento de Estrangeiros, órgão subordinado diretamente ao secretário. Os telefonemas também revelam o secretário como cliente assíduo do esquema: sem hesitar, ele fazia encomendas por telefone de aparelhos celulares, computador e até videogame.

As gravações mostram Li especialmente interessado nos bastidores da aprovação da lei que deu anistia a estrangeiros em situação irregular no País. Assim que a lei foi sancionada, em julho passado, o chinês logo passou a intermediar a aprovação de processos de anistia.

As demandas de Paulo Li eram transmitidas abertamente a Tuma Júnior – muitas delas, por telefone. Nos contatos, o secretário se mostrava diligente, de acordo com a PF. Num deles, em 1º de agosto de 2009, ele convida Li para uma conversa em Brasília ou em Ribeirão Preto, onde daria palestra dias depois. “Eu tenho um monte de respostas daqueles negócios. Se você quiser vir…”, disse.

Tuma demonstra ter proximidade com Li, a ponto de convidá-lo para dividir o quarto de hotel caso quisesse encontrá-lo durante seu compromisso oficial em Ribeirão Preto. “Mesmo que você tenha que dormir lá, você dorme comigo no quarto. Não tem problema. E você não paga hospedagem”, afirmou.

Busca e apreensão. Durante busca e apreensão no escritório de Li, os policiais federais apreenderam cartões de visita, com brasão da República e tudo, em que o chinês se apresentava como “assessor especial” da Secretaria Nacional de Justiça, comandada por Tuma Júnior.

Nos contatos com o secretário, Li se mostrava ansioso pela aprovação da anistia. “Está todo mundo esperando a anistia, hein, caramba!”, disse, em 29 de maio. “Eu sei, eu vou ver esta semana”, respondeu Tuma.

Assim que a lei foi aprovada no Congresso, semanas depois, Tuma se encarregou de dar a notícia ao amigo chinês. “Já aprovou, viu?”, anunciou. “Ih, caramba! Coisa boa!”, festejou Li. “Só que mantiveram a data de primeiro de fevereiro”, ressalvou o secretário, referindo-se ao fato de a lei beneficiar imigrantes que ingressar no Brasil até 1º de fevereiro de 2009.

“Agora vai pro presidente, ele vai marcar uma data pra assinar”, diz Tuma. O chinês pede: “Me avisa, hein”. Tuma não só avisou mas colocou Li, à época já investigado pela PF, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia em que a lei foi sancionada, em 2 de julho.


Fonte: Estadão