Categorias
Noticias

Lúcio da Seleção Brasileira fala das mensagens religiosas e da copa

PAPO DE ZAGUEIRO

Lúcio da Seleção Brasileira fala das mensagens religiosas e da copa

     Lúcio diz que, como líder da equipe de Dunga, seu papel é mais importante na concentração e nos treinamentos do que dentro de campo. Ele garante que vai conseguir uma forma de "mostrar sua fé" nos gramados, apesar da proibição da Fifa.
     Na copa da África do Sul, o brasiliense Lúcio, 31, será o primeiro zagueiro a disputar três Mundiais como titular da seleção brasileira. Mas, se era coadjuvante em 2002 e 2006, agora ostenta o título de capitão do Brasil e está perto de disputar a final da Copa dos Campeões.
     Na semana passada, sua equipe parou o Barcelona de Messi e pode até perder o jogo no Camp Nou, na quarta-feira, 28, para avançar à decisão do interclubes.
     Lúcio ainda é um dos principais nomes do movimento evangélico no futebol. Em entrevista à Folha de São Paulo, por telefone, de Milão, o zagueiro refutou qualquer insinuação de que a opção religiosa possa interferir no ambiente do time de Dunga. Ainda disse que ele e os outros jogadores da seleção vão conseguir uma forma de "mostrar a fé" nos gramados, apesar de a Fifa ter proibido camisetas com mensagens religiosas.
      A Inter, só com sul-americanos na defesa, parou o Messi no primeiro jogo das semifinais da Copa dos Campeões. Esse é o segredo para anular o argentino?
     Um dos principais fatores, que fala mais alto, é a marcação em conjunto. Na Inter, todo mundo ajudou, o time é compacto. Qualquer atacante encontra dificuldade.
      Você vai ser o primeiro zagueiro titular em três Copas seguidas. A que atribui essa longevidade?
     A primeira Copa foi a mais difícil. Era novo, não tinha tanta experiência de seleção e Europa. A segunda foi melhor, apesar de não ganharmos.
      Você acompanhou o Cafu como capitão em 2002 e 2006. Qual é seu estilo como capitão? É diferente do de Cafu ou se espelha no dele?
     O meu estilo é bem particular. Sou tranquilo, humilde, não me preocupo com o status de capitão. Meu papel é passar coisas boas para os outros jogadores no momento certo, dentro de campo, no dia a dia, nos treinos. Tenho que fazer todo mundo se sentir bem, quem joga ou está na reserva. Meu objetivo é manter todo mundo satisfeito, com o pensamento de que é possível ganhar títulos.
      Então o papel do capitão é mais importante fora de campo, na concentração?
     Eu acredito que sim. O mais importante é o trabalho na concentração, no dia a dia, nos treinamentos. Dentro de campo, você vai jogar como os outros. Você tem os mesmos deveres, precisa se empenhar e se dedicar. É claro que, às vezes, você precisa se impor, alertar os colegas. Mas o principal é o convívio no dia a dia.
      Que liberdade o Dunga lhe dá para cobrar os companheiros?
     Ele nunca comentou sobre isso, mas no dia a dia a liberdade que temos é total. Da mesma forma que posso tentar alertar alguém, passar uma informação, também dou toda a liberdade para ele fazer o mesmo comigo. O respeito tem de ser de ambas as partes. Nunca vou agredir ninguém.
      Quem serão os principais concorrentes do Brasil na Copa
     As seleções tradicionais, a Inglaterra, a Espanha. A Itália não está jogando bem, mas é a atual campeã. A Argentina não fez uma boa eliminatória, mas sempre é perigosa.
      O time está mais preparado agora do que em 2006?
     É difícil dizer isso agora. Mas é claro que mentalmente nossa equipe está tendo uma evolução muito grande. Todo mundo tem o pé no chão.
      O Dunga quer privacidade total na Copa. Você é a favor?
     A Copa do Mundo é uma competição muito curta. O que você puder fazer para se concentrar é preciso ser feito. Todo mundo vai estar desgastado, porque é final de temporada. É um preço que tem de pagar. Acho correto. É o sonho de todo mundo. Temos que fazer o melhor que pudermos.
      Você está de acordo que Weggis (a concentração da seleção antes da Copa de 2006) foi um erro?
     Poderia ter sido diferente. Não conseguimos fazer o melhor que poderia ser feito naquele momento. Os treinos pareciam mais um show, com a venda de ingressos. Isso tira o foco do objetivo de todo mundo. Não diria que foi um erro, mas que poderia ter sido bem melhor, isso sim.
      A Fifa proibiu camisetas com mensagens religiosas, como as que você tem o hábito de usar. Qual sua opinião sobre isso?
     Vou respeitar, até porque a Fifa é a instituição maior do futebol, que tem regras que precisam ser respeitadas. Mas, com certeza, a forma de agir dentro do campo não vai mudar. Vai ter um momento certo para a gente passar nossa mensagem religiosa.
      Acha que existe algum tipo de perseguição religiosa?
     Não sei, não tenho certeza absoluta. Talvez possa ser alguma disputa religiosa. Pode ser para prevenir alguma coisa. Mas isso não vai tirar nossa alegria de comemorar e agradecer a Deus da melhor forma possível. Com certeza vai ter outra forma de mostrar a nossa fé.
      Esse grupo da seleção tem muitos atletas religiosos. Vocês usam a religião de alguma forma no dia a dia do time?
     As conversas na concentração não são voltadas em tudo para a religião. A gente se entrosa bem. Dentro da seleção, o relacionamento é bom, independentemente de ser evangélico. Não existe separação do grupo por religião. Em 2006, pessoas levantaram isso, que o grupo estava rachado entre os evangélicos e os outros. Nunca existiu isso. Gente que não conhecia o grupo começou a falar coisas que não existiam. Só quando há oportunidade, como nos dias de folga, fazemos reuniões dos evangélicos.
      Quando parar de jogar, pensa em seguir no futebol ou fazer algum trabalho religioso?
     Agora não penso em nada disso. Ainda tenho alguns anos de futebol. Não tenho ideia nítida do futuro.
      Já se imaginou, como um zagueiro, sendo o melhor jogador de uma Copa do Mundo?
     É difícil. A gente comenta que goleiros, zagueiros são posições que levam desvantagem no geral. Se um zagueiro tira nove bolas e perde uma, seu time perde e você não é bom. Se o atacante erra nove bolas, mas acerta uma e faz um gol, vira o herói. Eu sonho ser o melhor de uma Copa, mas o meu principal objetivo é ajudar a seleção.
      O grupo está fechado ou tem lugar para alguém novo?
     Eu não tenho como responder a isso. Cabe ao treinador. Mas é claro que faltam poucos dias para a convocação (em 11 de maio). O Dunga já tem uma base, que está sendo mantida há um bom tempo. Mas é claro que pode haver surpresa.
      Já viu o Neymar jogar?
     Vi alguns jogos do Santos. É um jovem que está despontando muito bem, assim como a equipe do Santos. Mas, para mim, é difícil dizer alguma coisa sobre ele. É uma decisão do treinador. Existem jogadores que o Dunga já conhece, que ele precisa para uma função específica. Ele tem o motivo da escolha de cada jogador.

Fonte: Folha de SP

Categorias
Noticias

Campanha da Fraternidade 2010 é um tapa, bem dado, dos católicos nos "evangélicos da prosperidade".

O lema da Campanha da Fraternidade 2010 é um tapa, bem dado, dos católicos nos "evangélicos da prosperidade".

Rubinho Pirola

Fui supreendido pela Campanha da Fraternidade de 2010 (assinada pela Igreja Católica, através da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e um grupo de outras denominações, representantes do Conic: Igreja Luterana, Igreja Anglicana, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.) mais especificamente pelo seu lema: "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro", baseado em Mateus 6:24.
Creio mesmo que essa campanha da Igreja Católica tem destinatário identificado e conhecido, partindo de onde chegamos nós ditos "evangélicos": o fundo do poço.
Nunca antes na história deste país pregou-se tanto sobre dinheiro, riquezas, incentivando o que de pior todos temos como a ganância, o egoísmo e a cobiça, travestida de "verdades bíblicas".
A história mostra onde leva o amor do homem ao dinheiro. Os modelos econômicos idem, quando o motor da existência humana não é mais o amor à vida, a convivência solidária, mas a ganância e a sede do poder – o temporal, o passageiro e transitório, posto que tem aqui – na terra – o supremo alvo de todos nós.
Enquanto os judeus foram abençoados com promessas de fixação nessa terra, nesse chão, de prosperidade material, sem revelação alguma sobre o além, sobre o que teremos todos além da morte, no Antigo Testamento, a igreja, os fiéis da "segunda casa", receberam a revelação de uma pátria superior e um apelo insistente a que marchemos fiéis rumo à nossa cidade, onde Deus está entronizado, onde a riqueza, não tem outra serventia a não ser existir como pavimento da cidade celestial, para que a pisemos, sem outra importância alguma. Essa é a verdade. Basta que leiamos todos as Escrituras com olhar bem atento.
Mas, se Cristo mesmo advertiu-nos que o nosso reino não é daqui, vemos hoje outro evangelho ser pregado que enoja, ultraja e tenta roubar da cruz o seu real significado, que põe as riquezas e os poderes deste mundo no seu devido lugar. As riquezas são mais importantes que a vida humana e os governos (e os falsos apóstolos) todos estão ai, à mercê de Mamom.
Não nos iludamos – a crise que se instalou nesses dias recentes em todo o planeta foi e é motivada pela ganância. As guerras recentes do Iraque e do Afeganistão idem. A fome em toda a parte miserável do planeta também. E não acabará jamais porque cumpre ao homem, servir ao deus deste mundo – o ouro e a prata.
O comunismo faliu dentre outros motivos, porque ignorou que não há motivo maior para que o homem trabalhe a não ser a perspectiva do seu ganho pessoal e, dane-se o estado, dane-se o seu semelhante. E o capitalismo, na sua vertente mais cruel o liberalismo está posto como a religião que mais cresce no mundo, a que privilegia e serve o nosso ventre, privilegiando os bens e não a vida e a justiça.
Muito se tem falado sobre o crescimento islâmico na Europa, mas pouco do poder que a divindade deste mundo que se esconde atrás dos seus santos e ídolos: Nike, Audi, Rolex… podem fazer para amenizar o ardor religioso dos seguidores de Maomé – como também os de Cristo. Essa força terrena pode muito em seus efeitos…
Batemos todos no fundo do poço da vergonha, por isso, essa Campanha dos Católicos vem em boa hora. Como bem sugeriu há anos, o suíço Francis Shaffer no que ficou conhecido como "co-beligerância" (o juntarmos-nos a outras forças da sociedade naquilo que nos une, mesmo que estes não compartilhem de todos os nossos ideais – sem abrirmos mão do que cremos), essa Campanha bem que pode ser assinada por todos os homens e mulheres de bem deste país, dos que amam o verdadeiro evangelho. Não nos esqueçamos: ou servimos a Deus, ou às riquezas. A teologia que privilegia a prosperidade material, também acaba por privilegiar a pobreza ética…
Eu, da minha parte, já estou nessa.
"Ninguém poderá servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." Mt 6:24

Rubinho Pirola

Categorias
Estudos

"Crente pode fazer tatuagem?"

Questão: "Crente pode fazer tatuagem?"

Resposta do Herege (Rev. Digão):

Uma pergunta que sempre fazem a mim é a seguinte: “pastô, pó fazê tatuági?” Tem horas que dá vontade de responder: “não dá, não sou tatuador, não tenho a maquininha, e nem sei desenhar a Hello Kitty!”
Brincadeiras à parte, muitos crentes ficam se perguntando se é plausível um cristão usar tatuagem. Usam alguns versículos para embasar sua argumentação. Basicamente dois:
Lv 19:28: Não fareis lacerações na vossa carne pelos mortos; nem no vosso corpo imprimireis qualquer marca. Eu sou o Senhor.
1Co 6:19: Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Infelizmente temos o péssimo hábito de ler textos bíblicos de maneira isolada, sem conhecer o devido contexto. Não há nada nesses textos acima que indiquem uma proibição explícita a tatuagens.
Quando Moisés estava escrevendo Levítico, lembrou-se que, no meio dos povos pagãos em redor de Israel, era costume fazer marcações nos corpos em honra a seus mortos. O texto de Lv 19 deve ser lido em todo o conjunto, pois indica uma série de atitudes culturais próprias do paganismo, e não uma proibição da tatuagem por si só. Não é engraçado que ninguém ainda tenha se levantado para dizer que também é pecado os homens barbados apararem a barba, baseados em Lv 19.27, um versículo imediatamente anterior? Essa seletividade de pecados é tããão engraçada…
Já o texto de 1Co 6 não faz alusão a pretensas tatuagens, mas sim à prostituição. No contexto, entendemos que a cidade de Corinto era muito licenciosa. Era uma cidade portuária, com grande movimentação de estrangeiros, que buscavam “diversão adulta” nas horas vagas. Era também uma cidade conhecida por seu templo a Afrodite, com sua prostituição cultual. A coisa era tão braba que algumas prostitutas cultuais se convertiam, mas continuavam com sua aparência “profissional” anterior, ou seja, com a cabeça raspada, símbolo de dedicação a Afrodite. É por isso que, no cap. 11, Paulo fala sobre o véu e a confusão que se formava na igreja. Mas isso é outra conversa. O que interessa aqui, no cap. 6, é que Paulo não falava de um ato estético em si, mas sim atacava o comportamento pecaminoso expresso na prostituição de alguns crentes de Corinto. Paulo é ainda mais explícito no v. 15: Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei pois os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz? De modo nenhum!
Portanto, o que Paulo e Moisés combatiam não era uma mera questão estética, e sim uma questão espiritual: nosso compromisso com Deus. Ambos os textos atacam, à sua maneira, nosso grau de comprometimento com Deus. Seja praticando coisas próprias dos pagãos (quem se lembra de rosas ungidas ou vales do sal?), seja na licenciosidade moral (onde “irmãs” sonham em ser capa da Playboy), o terrível problema a ser combatido não é um bocado de tinta injetado debaixo da pele. Combater tatuagem é, no meu entender, apenas uma cortina de fumaça. O que deve ser combatido, com todas as forças, é a superficialidade de nossa relação com Deus, que tanto envergonha o nome do Evangelho. Para isso, somente com a “tatuagem” do caráter de Cristo em nossos corações, somente com o lavar regenerador do Espírito (Tt 3.5). Em suma, não se preocupe com tatuagem, brincos, piercings ou coisas passageiras. Focalize sua energia, isso sim, em ser sal da terra, luz do mundo e testemunha viva do Rei vivo. Com ou sem tatoo.

Rev. Digão é pastor prebiteriano e membro da gangue do Genizah