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Três padres são condenados por pedofilia no interior de Alagoas

 

Integrantes da Igreja Católica não serão presos por serem réus primários e ainda podem recorrer

19 de dezembro de 2011 | 19h 59

Angela Lacerda – O Estado de S.Paulo

RECIFE – O juiz da 1.ª Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca (AL), João Luiz de Azevedo Lessa, condenou nesta segunda-feira, 19, por crime de pedofilia, três religiosos da Igreja Católica: o monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 83 anos, a 21 anos de prisão; e o monsenhor Raimundo Gomes, 53, e o padre Edílson Duarte, 45 anos, a 16 anos e quatro meses de prisão.

Os padres Luiz Marques, Edilson Duarte e Raimundo Gomes durante um dos dias de julgamento - Ailton Cruz/AE

Ailton Cruz/AE

Os padres Luiz Marques, Edilson Duarte e Raimundo Gomes durante um dos dias de julgamento

Apesar da condenação, eles não foram presos. De acordo com o juiz, os religiosos são réus primários e cumpriram as determinações solicitadas pela Justiça. Após o recesso judiciário, os advogados dos religiosos serão notificados da decisão e terão cinco dias para recorrer da sentença.

A sentença só foi proferida depois de quase quatro meses do final do julgamento, que foi adiado várias vezes devido a pedidos de diligência e ausência de testemunhas.

Os padres foram investigados a partir de denúncias de ex-coroinhas que relataram casos de abuso sexual dos religiosos contra crianças e adolescentes, em março do ano passado. Um ex-coroinha, que afirma ter sido vítima do monsenhor Luiz Marques Barbosa, filmou às escondidas o sacerdote na cama com um outro coroinha, colega seu. As denúncias e o vídeo chocaram a cidade, a segunda maior de Alagoas, com população de 209 mil habitantes, a 150 quilômetros de Maceió.

Repercussão. O bispo da diocese regional de Penedo, que engloba Arapiraca, Dom Valério Breda, que, segundo as vítimas, tinha ciência de tudo o que se passava, afastou os religiosos dois dias depois da eclosão do escândalo. Ele prometeu para terça-feira a divulgação de uma nota oficial da diocese sobre a condenação judicial.

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) à Justiça, figuram como vítimas de abuso dos religiosos Fabiano Silva Ferreira, de 21 anos, Cícero Flávio Vieira Barbosa, de 20, e Anderson Farias Silva, de 21. Eles foram os primeiros a serem ouvidos pelo juiz – que estava acompanhado do promotor do MPE, Alberto Tenório – durante o julgamento. Eles reafirmaram as denúncias de abuso quando eram menores de idade.

Recompensa. De acordo com os autos do processo, as investigações apontaram que os padres prometiam vantagens econômicas aos coroinhas para ganhar a confiança deles e depois tirar proveito das vítimas. Em um dos depoimentos da acusação, o caminhoneiro João Ferreira, que trabalhava como motorista do monsenhor Barbosa, disse que o religioso era carinhoso com os coroinhas, mas só se deu conta de que abusava dos garotos depois de ver o vídeo.

Os padres mantiveram a declaração de inocência.

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Escandalo católico: Milhares de crianças abusadas sexualmente

Com informações da Protestante digital

Uma em cada cinco crianças  internadas sofreram algum tipo de abuso sexual

Milhares de crianças sofreram abuso sexual em instituições católicas holandesas desde 1945,

Investigação foi realizada após uma série de denúncias no leste da Holanda - Phil Nijhuis/AP

Phil Nijhuis/AP

O documento diz  que líderes da Igreja Católica sabiam dos abusos. Uma pesquisa com mais de 34 mil pessoas estima que uma em cada cinco crianças em instituições católicas sofreram algum tipo de abuso.

A investigação foi realizada após uma série de denúncias no leste da Holanda. Em agosto de 2010, a comissão independente começou a analisar 1,8 mil relatos e acabou identificando 800 supostos responsáveis pelos abusos, 100 dos quais ainda estão vivos.

A Igreja Católica na Holanda criou um sistema de indenizações entre 5 mil e 100 mil euros.

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Justiça condena padre a 60 anos de prisão por abuso sexual em Franca

 

Pároco aguarda decisão de recurso em liberdade.
Seis adolescentes relataram abusos entre 2009 e 2010.

Do G1 SP, com informações da EPTV

 

Padre José Afonso Dé (Foto: Reprodução/G1)

Padre José Afonso Dé (Foto: Reprodução/G1)

O padre José Afonso Dé foi condenado pela 2 ª Vara Criminal de Franca, no interior de São Paulo, a 60 anos e oito meses de prisão por estupro e atentado violento ao pudor. Em abril de 2010, o pároco foi acusado de pedofilia e indiciado por abusar sexualmente de seis garotos, entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010.

As vítimas, com idades entre 12 e 16 anos, eram coroinhas e frequentadores da Paróquia São Vicente de Paulo, em Franca. Segundo o advogado de defesa, Eduardo Maestrelo Caleiro Palma, a decisão foi proferida no meio do ano, mas como o caso corre em segredo de Justiça, não havia sido divulgada.

O advogado entrou com um pedido de habeas corpus e, atualmente, o pároco aguarda a decisão do recurso ao Tribunal de Justiça (TJ) em liberdade.

O caso
Uma denúncia anônima feita no dia 24 de março de 2010 ao Conselho Tutelar de Franca deu origem à investigação da Delegacia de Defesa da Mulher. O denunciante, que não quis se identificar, havia dito que o sacerdote molestava adolescentes na sacristia da igreja onde ele celebrava missas e na própria casa. Os meninos relataram terem sido beijados e acariciados nos órgãos sexuais pelo Afonso Dé.

O padre foi afastado das suas funções pelo bispo de Franca, Dom Pedro Luís Stringhini, que também entrou em contato com a Nunciatura Apostólica, a ‘embaixada’ do Vaticano no Brasil, para encaminhar formalmente as acusações contra o pároco.

Durante a apuração, 31 pessoas foram ouvidas, entre o acusado, as vítimas, mães dos garotos e testemunhas. Além dos seis garotos molestados entre 2009 e 2010, a polícia identificou outras quatro vítimas, num total de dez. No entanto, como o abuso teria ocorrido entre os anos de 1990 e início de 2000, o crime prescreveu.