E, ainda que distribuísse toda a minha fortuna, para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor; é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade; não se ensoberbece; não se porta com indecência; não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (I Coríntios 13.3-7)
Existem muitas diferenças entre as pessoas, e a igreja, sendo parte desse contexto, não é diferente. Por isso há tantas advertências no NT para a mutualidade, para a necessidade de praticarmos o amor uns com os outros (não um amor romântico e teórico, mas um amor prático e sacrificial).
1. AMEM-SE UNS AOS OUTROS.
(João 13:34) – Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
Cada um tem seu jeito de demonstrar amor. Uns o fazem com um presente, outros com um abraço, outros com serviço. É necessário atentarmos para a forma de atenção que nosso receptor precisa receber.
2. ACEITEM-SE UNS AOS OUTROS.
(Romanos 15:7) – Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.
“Receber” alguém é muito mais do que cumprimentá-lo ou deixá-lo sentar-se ao lado. Receber é aceitar, deixar conviver, frequentar a casa, permitir achegar-se e sentir-se à vontade. Não devemos estabelecer categorias de pessoas, para definir quem merece ou não a nossa receptividade.
3. SAÚDEM-SE UNS AOS OUTROS.
(I Coríntios 16:20) – Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.
Um aperto de mão frio e um abraço burocrático podem ser tolerados no ambiente profissional. Na igreja, entre irmãos, o aperto de mão deve ser olho-no-olho e o abraço deve ser sincero, apertado e caloroso. Tal qual na igreja primeva, a nossa cultura também recebe com simpatia um beijo no rosto (inclusive entre homens).
4. TENHAM IGUAL CUIDADO UNS PELOS OUTROS.
(I Coríntios 12:24-25) – Porque os que em nós são mais nobres não têm necessidade disso, mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela; para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros.
No meio secular é normal deixarmos cada um cuidar dos seus problemas: “Cada um que se vire como pode”. Mas entre irmãos é necessário atentarmos para as dificuldades uns dos outros, sobretudo dos menos favorecidos.
5. SUJEITEM-SE UNS AOS OUTROS.
(Efésios 5:18-21) – E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.
Esse trecho fala de autoridade. Entre irmãos (ou não) devemos andar “desarmados”. Quando recebemos orientação/exortação de nossa liderança, devemos agir com humildade e sujeição. Quando agimos assim criamos um ambiente reverente e próspero, e a tirania e o autoritarismo são naturalmente afastados. Assim como desejamos “ser ouvidos” quando somos liderança, devemos “dar ouvidos” quando somos liderados.
6. SUPORTEM-SE UNS AOS OUTROS.
(Efésios 4:1-3) – Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
(Colossenses 3:12-14) – Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.
Os irmãos que convivem conosco têm menos ou mais maturidade que nós. Uns caminham mais rápido, outros menos. Devemos esperar, diminuir o passo, se for preciso, e suportar as dificuldades uns dos outros. As pessoas têm percepções diferentes sobre o mesmo ponto.
7. NÃO TENHAM INVEJA UNS DOS OUTROS.
(Gálatas 5:25-26) – Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.
Já disseram que o amor verdadeiro tolera o sucesso do outro. É comum, pela corrupção do pecado em nós, sentir um pouco de inveja de alguns que chegam onde também gostaríamos de chegar. Se não é verdade, Gálatas 5:25-26 não foi inspirado e foi escrito debalde. Devemos lutar contra isso, e ficarmos felizes com o sucesso do irmão, enquanto também não nos gloriamos com nosso próprio sucesso, sabendo que tudo vem das mãos de Deus.
8. DEIXEM DE JULGAR UNS AOS OUTROS.
(Romanos 14:13) – Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.
Às vezes temos a nítida impressão de que sabemos o que o outro pensa. Esboçamos certeza das motivações do outro para agir dessa ou daquela forma. Assim julgamos. Ocorre que somente Deus vê todo o cenário. Nós vemos apenas em parte. Devemos presumir boa intenção (em princípio) nos atos de todas as pessoas. Somente Deus conhece o coração.
9. NÃO SE QUEIXEM UNS DOS OUTROS.
(Tiago 5:9) – Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais condenados. Eis que o juiz está à porta.
Há seis coisas que Deus odeia e uma que Ele abomina: a testemunha falsa, aquele que semeia contenda entre irmãos (Pv 6.16-19). É normal ocorrerem conflitos entre irmãos. Se ocorrer, trate de resolver isso pessoalmente entre você e ele. O princípio é o perdão. Não fale mal, não julgue, não semeie discórdia. Quando muito, busque apenas um mediador ou testemunha. Cuidado para não atuar como ferramenta de Satanás para alastrar dissensões.
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Canoa Furada