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Terrorismo nas igrejas

o ponto na palavra

JUAN ANTONIO MONROY

É desanimador ter que lidar com pessoas e com as tensões morais que o terrorismo espiritual nos coloca nas congregações evangélicas.
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Imagem por Grace Galligan , Unsplash.

A palavra terrorismo não é encontrada na Bíblia nem uma vez. Nenhuma concordância registra isso, nenhum dicionário o define, nenhuma enciclopédia bíblica comenta sobre isso. Isso significa que as ações abomináveis ​​do terrorismo estão ausentes das Escrituras? Acho que as respostas podem ser múltiplas. Se na lista do terrorismo incluímos apenas tortura, sequestro, matar por matar, jogar bombas em pessoas inocentes, então não há um único ato de terrorismo nas páginas do Novo Testamento. Mas esta coleção de livros que vai do Evangelho escrito por Mateus ao Apocalipse transcrito por João na ilha de Patmos, e que giram todos em torno do nascimento e expansão da igreja cristã, frequentemente alerta sobre outras formas de terrorismo que podem ser incubadas dentro das igrejas locais.Em uma igreja cristã, o bem deve superar o mal. Mas é sempre assim? É desanimador ter que lidar com o povo e com as tensões morais em que o terrorismo espiritual nos coloca nas congregações evangélicas.

 

 

terrorismo de pensamento

O homem evidentemente foi criado para pensar, disse Pascal. Isso representa toda a sua dignidade e todo o seu mérito; pela mesma razão, ele tem o dever de pensar corretamente. Eu queria que fosse assim! O Novo Testamento nos fala de um terrorismo que cometemos contra nossos irmãos usando o pensamento como arma.

Aos fariseus, Cristo disse: “Por que vocês pensam mal em seus corações?” (Mateus 9:4). Com os discípulos – supostos cristãos – era ainda mais difícil: “Por que pensais vós mesmos, homens de pouca fé, que não tendes pão?” (Mateus 16:8).

Imagine uma daquelas reuniões da igreja em que os ânimos esquentam. Se todo mau pensamento concebido contra os líderes da congregação ou contra algum dos irmãos presentes fosse expresso por meio de uma mancha na pele, os corpos ficariam cheios de feridas.

palavras terrorismo

Mais nocivo que o terrorismo do pensamento é o terrorismo das palavras, o terrorismo da fofoca. O livro apócrifo chamado Eclesiástico – não confundir com o Eclesiastes – fala da terceira língua. O Talmud judeu diz que a língua tríplice mata três: o caluniador, o caluniado e aquele que acredita na calúnia. O capítulo 28 do citado Eclesiástico contém esta dura diatribe contra o terrorismo da fofoca: “Maldito o charlatão e de língua dobre, porque perdeu muitos que viviam em paz. A terceira língua abalou a muitos e os lançou de nação em nação, e derrubou cidades fortes e destruiu casas de nobres; a terceira língua expulsou de casa mulheres corajosas e privou-as do fruto de seu trabalho”.

 

 

rancor terrorismo

“Quantas vezes perdoarei meu irmão que pecar contra mim? Até sete? Pedro perguntou a Jesus. E o Senhor lhe responde: “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18:21-22). Setenta vezes sete é quatrocentos e noventa. É muito difícil um irmão ofender outro quatrocentas e noventa vezes, por isso Jesus inclui aqui o possível e o impossível. Mesmo assim, a interpretação mais comum desse texto é que Jesus dá uma figura definida para se referir ao indefinido. Como se dissesse: sempre, cada vez que seu irmão pecar contra você, perdoe-o.

Que perdão é difícil para algumas pessoas! Têm consciência de que estão na misericórdia de Deus, porque o Senhor lhes perdoou todos os seus pecados, os brancos, os escuros, os mais negros, mas são incapazes de perdoar os seus irmãos na fé, com quem partilham os símbolos da a Ceia do Senhor no culto dominical.

terrorismo de julgamento

O terrorismo, considerado um dos processos mais inquietantes e inesperados dos últimos anos, parte de uma situação crítica, emitindo juízos que condenam o contrário e justificando suas próprias ações.

Esta situação ocorre nas igrejas locais. É aquele tipo de terrorismo que julga os outros levianamente, favorecendo partidos falsos, medindo e pesando os outros com medidas que não se aplicam a eles. Cristo veio nos ensinar que quem julga pelo que ouve e não pelo que realmente é, é um ouvido, não um juiz. Se ele, o Senhor, com toda a autoridade que o Pai lhe conferiu, disse que não veio para julgar o mundo, o mundo humano, não o mundo cósmico, quem somos nós para julgar as pessoas e os comportamentos alheios, tornando-nos em juízes da consciência do outro?

Terrorismo Cainita

O cainismo é simplesmente a morte de um irmão nas mãos de outro irmão. Quando Lord Byron escreveu sua grande tragédia em verso com o nome do primeiro filho de Adão e Eva, uma obra que foi elevada às estrelas por figuras literárias de prestígio como Goethe, Shelley e Scott, ele deixou claro que somos todos Cainitas, sempre estamos matando nosso vizinho e irmão de uma forma ou de outra.

A resposta insolente de Caim a Deus, tantas vezes ouvida em nossas igrejas: “Sou eu guardador de meu irmão?” , já é em si uma forma de terrorismo dilacerado.

Mas há mais: quantas pessoas deixaram as igrejas e morreram espiritualmente por causa do terrorismo espiritual desencadeado contra elas por aqueles que deveriam ser guardiões de suas almas?

O terrorismo mantém uma luta sem fronteiras em todos os cantos do planeta. O antiterrorismo pode partir de nossas próprias igrejas, derrotando-o dentro de nós mesmos e mostrando ao mundo a face pacificadora do Evangelho de Cristo.

Publicado em: Foco Evangélico – O ponto na palavra – Terrorismo nas igrejas

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20 igrejas destruídas e 100 cristãos assassinados no último mês

Março foi um dos meses mais sangrentos dos últimos anos para os cristãos nigerianos

por Jarbas Aragão

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20 igrejas destruídas e 100 cristãos assassinados no último mês
20 igrejas destruídas e 100 cristãos assassinados no último mês

Muçulmanos pertencentes a etnia Fulani fizeram em março uma série de ataques no estado de Benue, na Nigéria. O resultado foram 20 igrejas destruídas e 100 cristãos assassinados. Este foi um dos meses mais sangrentos dos últimos anos para os cristãos nigerianos.

Os incidentes ocorreram no Estado de Benue, na região central do país. Quase todos os ataques foram contra a vida de agricultores cristãos pertencentes a tribo Tiv. Até o governador local, Gabriel Suswam foi vítima de uma emboscada, mas escapou ileso graças a agilidade de seus guarda-costas.

Benue é 95% cristão e historicamente não há ataques de muçulmanos. As autoridades acreditam que eles vieram de estados vizinhos, onde são maioria. Também chamou atenção a maneira rápida de atacar, matar, atear fogo a casas e igreja e sumir em pouco tempo. O povo Tiv acredita que os muçulmanos pretendem ficar com suas terras.

Segundo a organização World Watch Monitor, que trabalha com igrejas perseguidas, todas as igrejas queimadas estão ligadas à Associação Cristã da Nigéria, lideradas por Yiman Orkwar.

“É um ataque em duas frentes para tomar a nossa terra e converter ao Islã as pessoas que aqui vivem, mas nós resistimos”, disse ele. “Eles foram matando todo mundo que encontram nas aldeias. Não pouparam as mulheres e nem nossos filhos. O que eles estão fazendo é muito semelhante aos ataques dos terroristas do Boko Haram”, lamenta Orkwar.

O líder cristão pediu que o governo da Nigéria envie soldados para a região. “O governo federal não pode permitir que o genocídio continue no Estado de Benue para continuar. Não podemos admitir esta matança indiscriminada”. Com informações Charisma News

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Imprensa acusa cristãos de praticarem canibalismo

Reportagem da BBC coloca ignora realidade dos cristãos na África

por Jarbas Aragão

  • gospelprime

De maneira muito similar ao que acontece na Líbia, a “guerra civil” que ocorre na República Centro-Africana acaba tendo uma cobertura bastante parcial por parte da imprensa.

São meses de intensa violência que envolve milícias muçulmanas e grupos cristãos. Com maioria cristã, o país tinham um presidente cristão. Ele sofreu um golpe militar em março de 2013 e passou a ser governado por um muçulmano, Michel Djotodia, que acabou deposto no início de 2014.

As milícias muçulmanas que ajudaram o presidente a dar o golpe começaram a atacar cristãos, queriam instituir a sharia e forçá-los a se converter ao islamismo. Oficialmente, a ex-colônia francesa tem 66% de cristãos e 17% de muçulmanos.

Para se defender de um possível genocídio, montaram grupos de combatentes e o que era um conflito políticose transformou em uma verdadeira guerra religiosa.

  

Estima-se que 20% da população de 4,6 milhões de habitantes do país abandonou suas casas e vive refugiada. A contagem oficial de mortos no conflito beira as duas mil pessoas. Mas a ex-colônia francesa tem 200 grupo étnicos, muitos deles são animistas, ou sejam, adoram os espíritos da natureza.

Esta semana surgiram relatos de canibalismo em Bangui, capital do país. Uma equipe da rede BBC estava fazendo uma matéria sobre o conflito quando presenciaram um grupo de pessoas parar um ônibus, tirar um muçulmano de seu interior, matá-lo no meio da rua e atear fogo a seu corpo.

Um dos que o atacaram foi filmado comendo a perna do morto. O repórter conversou com o canibal, que se identificou como “Cachorro Louco”. Ele explica que fez aquilo por vingança, pois um grupo de muçulmanos assassinou muitos de seus familiares, incluindo sua esposa (que estava grávida), sua cunhada e sua sobrinha, que era bebê.

“Eles derrubaram a porta da casa da minha cunhada e a encontraram com o bebê”, conta. “Cortaram os seios dela. Também mataram a bebê com uma faca. Era uma bebê muito pequena, mas eles a cortaram ao meio. Eu jurei que me vingaria.”

“Cachorro Louco” explica que quando a vítima que estava no ônibus foi reconhecida como muçulmano, reuniu outros cristãos que decidiram parar o ônibus e matá-lo. “Eu o esfaqueei na cabeça. Derramei gasolina nele e o queimei. Então eu comi sua perna, tudinho até chegar ao osso. É por isso que me chamam de ‘Cachorro Louco’”, explicou à BBC.

Ghislein Nzoto, que testemunhou a morte afirma que ninguém tentou impedir a violência. “Todos estão furiosos com os muçulmanos. De jeito nenhum alguém teria coragem de se meter”. O senhor Nzoto afirma concordar que os cristãos se defendam dos muçulmanos, mas não concorda com atos de canibalismo.

Esse episódio chocante se tornou notícia no mundo todo, revelando a complexa relação entre cristãos e muçulmanos na África, que gera mortes todos os dias no continente, divide países como a Nigéria e causa crises internacionais como no Sudão.

O que muitas vezes é ignorado pela imprensa mundial é o que significa ser um cristão em alguns desses países. No final da reportagem da BBC, lê-se: “Enquanto “Cachorro Louco” conversava com nossa equipe, muitos cristãos ao seu redor balançavam suas cabeças, demonstrando apoio, e davam tapinhas em suas costas. Ele é tratado como um herói por seu ato de canibalismo”.

Contudo, deixa-se de enfatizar a opinião de testemunhas como Nzoto. Afinal, é relatado que muitos desses “combatentes cristãos” (os antibalaka) acreditam em magia. Ele vão para a batalha usando muitos amuletos. Alguns deles carregam amuletos com pequenos pedaços de carne das vítimas que assassinaram.