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O “atirador do cinema” estava possuído, afirmam padres e pastores

 

  Satanás pode ter levado James Holmes, o “assassino do cinema” a abrir fogo contra as pessoas no Colorado, num tiroteio que custou 12 vidas e feriu mais 58. Enquanto o veredito final não sai, continua o debate religioso sobre o tema.

  “Ele estava possuído por demônios? Talvez. Isso acontece”, disse o padre Dwight Longenecker em sua coluna no site religioso Patheos. O padre que trabalha em uma igreja católica de Greenville, Carolina do Sul não é o primeiro a tentar oferecer explicações para a explosão de violência enquanto procuram dar orientação espiritual para lidar com o assunto.Muitos outros líderes religiosos e figuras públicas têm suscitado algumas discussões acaloradas sobre a tragédia.

  Mike Huckabee, um dos ex-pré-candidatos a presidência pelo partido Republicano é pastor batista e culpou “o problema do pecado” da nação pelo crime. Ele repetiu a maioria dos argumentos do deputado republicano Louie Gohmert, do Texas, afirmando que o tiroteio aconteceu porque a oração não é mais permitida nas escolas públicas e que os norte-americanos perderam a “mão protetora” de Deus.

  Longenecker descartou a maioria das explicações sobre o que poderia ter motivado Holmes: problemas de infância, doença mental, constrangimento social, opiniões políticas ou religiosas extremadas, ou a exposição a jogos violentos. Também foi ventilado que o próprio filme do Batman seria uma má influencia, uma vez que James Holmes teria afirmado que era o Coringa (principal inimigo do homem-morcego).

  O verdadeiro culpado, segundo o padre é uma força espiritual maligna. “Possessão demoníaca é uma doença estranha, que causa uma terrível aflição psico-espiritual”, disse Longenecker. “Em termos simples, uma inteligência malévola infesta a mente e o espírito de uma pessoa.”O padre admitiu que agora “diagnosticar a possibilidade de influência demoníaca é extremamente difícil”. Mas em sua coluna, o padre Longenecker sugere que é possível apenas dizer que Holmes foi “tomado por Mal”.

“Sempre que o mal se manifesta, ele usa uma máscara… Alguma coisa aconteceu com aquele aplicado aluno de ciências. Ele virou um monstro. Algo torceu sua mente e coração, e o mal entrou e tomou conta de sua vida infestada”, concluiu.A colocação do padre gerou diversas reações contrarias na Internet. A maioria das pessoas não acredita que é possível que uma força sobrenatural possa ser acusada pelos assassinatos e que James Holmes é o único culpado por tudo que aconteceu.
  O pastor evangélico Rick Warren, da megaigreja Saddleback, na Califórnia postou um comentário polêmico no Twitter. Falando sobre o atirador, James Holmes, escreveu “Quando os alunos aprendem que eles são apenas animais, agem como tais”. Sua critica indireta aborda uma antiga discussão sobre a decisão de se ensinar nas escolas americanas apenas a teoria da evolução, atestando que o homem é um “animal racional” que descende dos macacos.

  Bryan Fischer, o porta-voz da tradicional “Associação da Família Americana”, foi rápido em emitir um comunicado em nome da entidade cristã, criticando o ensino da evolução na rede pública e classificando o tiroteio como mais uma prova do “ataque aos valores judaico-cristãos” feitos diariamente no país.O pastor J Lee Grady, colunista da revista Charisma, ecoou muitos dos argumentos do padre. “Você pode me chamar de simplista ou antiquado, mas ainda acredito que o diabo e seus demônios são reais e que Satanás é a razão pela qual pessoas como James Holmes cometem crimes horríveis como o que assistimos [em Colorado]. Você não pode explicar esse ato de terror usando apenas a psicologia e você certamente não pode culpar a Deus”, escreveu ele.

Conforme tem sido noticiado pela imprensa, a família de Holmes é parte de uma igreja Luterana em San Diego, Califórnia. Seus pais dizem que deram a ele uma educação cristã e não entendem o que levou o filho de 24 anos a se afastar dos princípios que aprendeu em casa.

O pastor Jerald Borgie, líder da Penasquitos Lutheran Church disse que conviveu com James durante 10 anos na igreja e que ele era um jovem dedicado e muito inteligente. Embora não tenha visto o jovem nos últimos seis anos, desde que Holmes foi para a faculdade, Borgie pediu que as pessoas orem pelo rapaz antes de julgá-lo.

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Osama Bin Laden: vilão ou herói?

 

14 de maio de 2011 | 0h 00

Sérgio Telles – O Estado de S.Paulo

O maior dos terroristas, a encarnação do Mal, o inimigo público número 1, um desalmado assassino cuja execução é celebrada com grande júbilo em praça pública, um fanático religioso que prega a guerra santa, o representante de forças retrógradas e da ignorância. Um herói cujo assassinato é pranteado em inúmeras cidades, levando muitos jovens sequiosos de vingança jurarem seguir seu exemplo; um líder político capaz de planejar e executar uma espetacular manobra militar que humilhou o maior império do ocidente, afrontando-lhe a arrogância e a suposta superioridade.

Que norte-americanos e árabes possam ter tais opiniões tão discrepantes sobre Osama Bin Laden mostra, mais uma vez, como aquilo que consideramos verdadeiro ou real nem sempre é autoevidente ou aceito de forma consensual. O que chamamos de realidade ou verdade não decorre da nossa percepção direta e isenta do mundo, pois dele só percebemos o que nos permitem nossas crenças.

O sistema de crenças através do qual enxergamos o mundo é o que chamamos de ideologia. O modelo mais acabado de ideologia é a religião. Ela fornece um conjunto articulado de crenças e dogmas que soluciona os grandes enigmas que atordoam o ser humano (de onde viemos, para onde vamos, para que vivemos, o que acontece depois da morte?), além de lhe garantir (pelo menos nas três religiões abraâmicas) a eterna proteção de um pai poderoso. Nisso está sua força imbatível.

À medida que o mundo se secularizou, configuraram-se outros sistemas de crenças nos quais a imagem paterna de um deus protetor é substituída pela do líder político, que oferece o paraíso não mais no céu e sim aqui na Terra. São "religiões" políticas, às quais seus fiéis se agarram com a mesma tenacidade dos crentes das religiões convencionais.

A ideologia não tolera contestação. Seu correlato mais imediato é a propaganda, ou seja, a imposição de dados que reforçam os pressupostos e crenças ideológicos, independente de corresponderem ou não aos fatos. A ideologia sustenta o poder totalitário e é por ele apoiada.

Nas conflagrações, a ideologia e a propaganda são a regra. Não é por outro motivo que se diz que, na guerra, a primeira a morrer é a verdade. Cada lado da contenda estabelece uma inquestionável versão dos acontecimentos, penalizando como traidor quem dela duvidar.

É preciso lembrar tudo isso antes de falar de Bin Laden, cuja execução pelos Estados Unidos foi justificada como um ato de guerra. Ao se desconstruir a ideologia e a propaganda em torno do fato, constata-se que Bin Laden e Al-Qaeda são sintomas de um problema maior, decorrente dos impasses trazidos pela globalização, que simultaneamente exacerba diferenças culturais e promove uma grande uniformização do mundo. Visto assim, é uma ilusão acreditar que a eliminação física de um líder ou a dispersão de seu grupo seja de alguma eficácia na consecução da resolução desses problemas.

As complicações trazidas pela globalização foram muitas vezes descritas como um choque entre cristianismo e islamismo, um choque de civilizações.

Bin Laden e Al-Qaeda expressam um momento especialmente agudo nesse conflito de grande envergadura, já diagnosticado por Jacques Derrida em 1995, quando a imigração islâmica já provocava tensões na Europa. O conflito decorre não de um embate religioso e sim das mudanças radicais desencadeadas pelas novas tecnologias de comunicação próprias da globalização, especialmente a televisão e a internet. Tais tecnologias formam grandes redes transnacionais que ignoram barreiras geográficas, linguísticas, legais, sociais, promovendo um desenraizamento que coloca em risco as identidades dos povos. Desta maneira abalam o que Derrida chama de "microclimas" culturais, políticos e religiosos. Embora os povos menos desenvolvidos fiquem fascinados por estas novas tecnologias, ao mesmo tempo sentem-se profundamente ameaçados por elas, o que os faz reagir de forma violenta, reforçando todos os elementos que os ligam a suas identidades, como o apego ao lugar de origem, ao sangue, à família, à língua, ao país, aos costumes mais arcaicos e, evidentemente, à religião.

Assim, o lugar que a religião ocupa nestas reações não decorre de uma questão transcendental ou uma preocupação com o divino. Ela é apenas um elemento de reafirmação da identidade ameaçada.

Neste enfoque sociocultural, não é de pouca monta o fato de que ainda não ocorreu nos países muçulmanos um equivalente da nossa ocidental Revolução Francesa, ou seja, a necessária separação entre estado e religião. Este passo deve ser dado pelos próprios muçulmanos, pois é de se supor que naqueles países exista uma elite insatisfeita com o atual estado de coisas e deseje alterá-lo. Esta mudança não eliminará o islamismo, assim como a Revolução Francesa não eliminou o catolicismo, limitando-se a retirar-lhe o poder terreno, enquanto lhe assegurava o do reino dos céus. O que as potências ocidentais precisam fazer é apoiar as forças progressistas do islamismo, ao invés de se aliar com os grupos mais reacionários, como bem mostra o filme Syriana (2005), de Stephen Gaghan, no qual George Clooney faz um agente da CIA às voltas com príncipes árabes de estados que mal se distinguem de agrupamentos tribais, corrupção das megacompanhias petrolíferas, negócios escusos e assassinatos.

A desorganização identitária trazida pela globalização não atinge apenas os países islâmicos. No mundo ocidental, como aqui no Brasil, o recrudescimento das religiões evangélicas e pentecostais, transformadas em espetáculos pela televisão, arrebanha as massas formadas pelas migrações internas, multidões que abandonaram seus rincões e se alojaram nas periferias das grandes cidades, perdendo seus "microclimas" culturais. Elas reencontram na religião televisiva resquícios de uma identidade perdida e a sensação de pertencimento. Isso lhes é tão fundamental que, para mantê-lo, não se importam de serem explorados até o último centavo de seu suado dinheirinho.



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Bispo anglicano compara assassino islâmico do Rio a católicos e evangélicos pró-vida

Nero e seus amigos estão entre nós

Julio Severo

Satanás, o Supremo Culpador, foi o primeiro a se levantar com acusações contra os filhos de Deus.

Séculos mais tarde, levantou-se o insano imperador Nero, que mandou incendiar Roma e jogou toda a culpa nos cristãos.

Outros séculos mais tarde, levantou-se o satanista Karl Marx, um ex-protestante, culpando Deus, a família e os cristãos pelos males do mundo.

Hoje, o Supremo Acusador usa não somente gente como Nero e Marx, mas também indivíduos nominalmente cristãos que, embora aleguem desprezar Nero, são amantes de Marx. Entre esses estão líderes católicos e protestantes que usam o Evangelho de Jesus Cristo como mero palanque para as ideias de Marx.

Nas mãos deles, o Reino de Deus é mera fachada para um reino teocrático socialista, onde a ideologia reinista impõe que o evangelho remoldado à imagem e semelhança de Karl Marx reine neste mundo.

Tudo o que se opõe a agenda reinista socialista se torna… apostasia.

Até a oposição cristã à agenda do aborto e sodomia atrai a ira dos socialistas, e seus fiéis amantes católicos e protestantes preferem se alinhar com… seus irmãos ideológicos.

Qualquer crime, por mais distante que esteja dos cristãos, se torna pretexto para eles despejarem vingança sobre os cristãos.

No recente episódio do homem simpatizante do islamismo que matou alunos de uma escola do Rio, um líder evangélico progressista (ou reinista, ou marxista, ou socialista, ou o que quer que usem como rótulo)comparou o chacinador do Rio aos cristãos católicos e evangélicos que lutam contra o aborto.

Em outro texto, em seu rotineiro raciocínio envenenado de malícia ideológica enfeitada com cobertura de “amor cristão”, o evangélico reinista, que é um bispo anglicano,declara sobre o aborto:

“Quem pensa, por exemplo, que proibindo oaborto vai coibir o avanço desta prática nefasta, está equivocado. As clínicas clandestinasagradecem qualquer tentativa de impedir que oaborto seja regularizado no País.”

Vindo de uma pessoa comum, essa é uma declaração irresponsável e estúpida. Mas vindo de um bispo anglicano, dá para dizer que são palavras inocentes e puras?

Essa esquizofrênica ginástica linguística tem a cara do que Lula disse certa vez: “Sou contra o aborto, mas a favor de sua legalização”.

Essa esquizofrênica ginástica linguística tem também a cara de Caio Fábio, que diz que é contra o aborto, masaconselha sua prática — incoerência igualmente manifesta nas opiniões e aconselhamentos dele sobre a homossexualidade. Não por coincidência, os dois são destaque no tabloide sensacionalista Genizah.

A questão fundamental é que o aborto propositado é homicídio. Meu amigo Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, que é formado em direito e reconhecido líder pró-vida católico, disse sobre a ideia do bispo anglicano: “A pessoa tem um valor intrínseco, uma dignidade pelo simples fato de ser pessoa. A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, III, CF). Assim, o que importa não é saber se o número global de abortos vai diminuir através de sua ‘legalização’. O que importa é saber se este indivíduo humano no ventre desta mulher estará ou não protegido se o aborto for ‘regularizado’”.

O evangélico reinista pode ter tentado esconder suas intenções, mas as implicações óbvios de seu raciocínio são fáceis de captar, se aplicarmos a “lógica” dele a outras situações igualmente horrendas:

“Quem pensa, por exemplo, que proibindo oestupro vai coibir o avanço desta prática nefasta, está equivocado. Os estupradoresclandestinos agradecem qualquer tentativa de impedir que o estupro seja regularizado no País.”

“Quem pensa, por exemplo, que proibindo ohomicídio vai coibir o avanço desta prática nefasta, está equivocado. Os assassinosclandestinos agradecem qualquer tentativa de impedir que o homicídio seja regularizado no País.”

“Quem pensa, por exemplo, que proibindo apedofilia vai coibir o avanço desta prática nefasta, está equivocado. Os pedófilosclandestinos agradecem qualquer tentativa de impedir que a pedofilia seja regularizada no País.”

Já refutei detalhadamente esse tipo de pensamento no meu artigo sobre uma líder evangélica que atacou o ativismo cristão contra o PLC 122 e o “casamento” homossexual. Essa líder hoje escreve, juntamente com ele, no tabloide sensacionalista Genizah.

A incoerência e o paradoxo dominam as palavras do bispo anglicano, que aparentando ser contra o aborto, mostra nítida indiferença para sua legalização. No mesmo fôlego, ele mostra favoritismo por ideias socialistas e finge não ter simpatia por Marx. E numa carta de alegado amor cristão, ele conseguiu dizer que não faz uso de jargões, e ao mesmo tempo insultou o filósofo Olavo de Carvalho. Ele é medalha de prata em esquizofrênica ginástica linguística, perdendo apenas para seu colega Caio Fábio.

E sobre o PLC 122? O bispo anglicano Hermes Fernandes ri como se os cristãos que estão lutando contra a agenda gay estivessem sofrendo de uma paranoia.

Mas no lugar dele, eu estaria chorando. A Igreja Anglicana está se demolindo com o avanço da agenda gay em seu meio, tendo já ordenado bispos gays e lésbicos. E seus representantes mais “conservadores”, como Robinson Cavalcanti, bispo anglicano brasileiro, estão no fundo do poço das contradições. Cavalcanti, por exemplo, fundou o Movimento Evangélico Progressista, que ajudou a colocar Lula no poder anos atrás. Por sua vez, Lula colocou a agenda gay no pedestal durante seu governo. Mesmo no final de seu mandato, Lula, o campeão dos ativistas gays e dos cristãos progressistas, deu numerosos presentes aos ativistas gays.

Hoje, o bispo Hermes, que mora nos EUA, é um fervoroso apoiador, com sua típica e esquizofrênica ginástica linguística, de Dilma Rousseff e Barack Obama, ambos adeptos da religião marxista do aborto e sodomia. Culpar Dilma e Obama pela promoção dessa religião na sociedade brasileira e americana? Isso é algo que o bispo anglicano não sabe fazer. Ele só foi adestrado para culpar os cristãos conservadores.

Opondo-se ou não à agenda do aborto e sodomia, o que os evangélicos progressistas fazem e dizem acaba cooperando para o avanço da agenda socialista, ainda que jurem não querer nada com o socialismo. Entre os muitos cooperadores estão Ariovaldo Ramos, que viajouà Venezuela para dar apoio ao ditador marxista Hugo Chavez, e Caio Fábio, que confessou que durante anos trabalhou para aproximar os evangélicos de Lula e do PT. Outros famosos socialistas evangélicos do Brasil são: Ricardo Gondim, Paul Freston e Ed Rene Kivitz.

Eles provocam incontáveis estragos à divulgação do Evangelho, ao pervertê-lo e coloca-lo a serviço de uma ideologia que nada tem a ver com Jesus Cristo. Cada tentativa de se implantar um reino humano dessa ideologia trouxe a manifestação do reino das trevas: matanças, genocídios, mentiras, destruição e horrenda perseguição aos verdadeiros seguidores de Jesus Cristo.

Quando a sociedade é destruída pelas chamas de sua ideologia, como Nero os marxistas já sabem em quem jogar a culpa: os cristãos conservadores pró-vida e pró-família, que têm de sofrer também os dedos incriminadores de católicos e evangélicos progressistas.

Se dissermos que esse é o espírito de Nero entre os cristãos, os reinistas prontamente negarão, dizendo: “Preferimos Rubens Alves!” ou “Preferimos Frei Betto!” ou “Preferimos qualquer outro descendente religioso de Marx!” ou, bem no estilo da esquizofrênica ginástica linguística, “Preferimos o melhor de todos eles!”

Não importa. No final, dá tudo no mesmo.