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36 argumentos para a existência de Deus. Ou contra…

 

Em entrevista ao site de VEJA, a "ateia com alma" Rebecca Goldstein critica o radicalismo de crentes e descrentes e comenta seu novo livro, uma saborosa "cilada" para os fanáticos de ambos os lados

Marco Túlio Pires

"Os ateus têm que acabar com o pedantismo. Eles não têm que ensinar como as pessoas religiosas devem pensar"

"As pessoas religiosas têm que parar de pensar que ateus são imorais e não sabem a diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado"

Uma ateia em missão de paz. É assim que Rebecca Goldstein, doutora em filosofia pela Universidade de Princeton e pesquisadora na área de psicologia em Harvard (EUA), se posiciona nas discussões, sempre acaloradas, entre ateus e religiosos.

Em seu novo livro, 36 Argumentos Para a Existência de Deus (Companhia das Letras, tradução de George Schlesinger, 536 páginas, 59 reais), Rebecca faz uma crítica ao radicalismo de ambos os lados. E um convite à conciliação. "Ateus têm que deixar o pedantismo de lado e parar de dizer como os religiosos devem pensar", diz ao site de VEJA. "E religiosos têm que parar de pensar que ateus são imorais e não sabem a diferença entre o bem e o mal."
Mistura de romance, ensaio filosófico e divulgação científica, 36 Argumentos… é uma saborosa provocação – para crentes e descrentes – dividida em duas partes. Na primeira, conta a história do "ateu com alma" Cass Seltzer, um psicólogo subitamente famoso por causa de um livro em que refuta… 36 argumentos sobre a existência de Deus. Ao final da aventura de Seltzer, que inclui experiências transcendentais, um apêndice reúne os 36 argumentos e os desmonta, um a um, com base em razões da biologia, astronomia, geologia, matemática, filosofia…
A tensão entre a parte ficcional e os argumentos científicos faz de 36 Argumentos… uma divertida cilada para fanáticos de ambos os lados. "Incluí os aspectos emocionais da discussão filosófica no formato de romance para servir de contraste ao apêndice", diz Rebecca. "Ao final de tudo, uma nova visão pode emergir do encontro entre esses dois lados antagônicos." Confira abaixo a entrevista:

Confira alguns dos argumentos a favor da existência de Deus refutados no fim do livro

Divulgação

Rebecca Goldstein: "Ateus e religiosos concordam mais sobre o mundo do que imaginam"

Rebecca Goldstein: "Ateus e religiosos concordam mais sobre o mundo do que imaginam"

De que Deus a senhora fala em 36 Argumentos…? É o Deus das religiões abraâmicas – Judaísmo, Cristianismo e Islamismo -, que tem três características principais. Primeiro, esse Deus existe fora do espaço e do tempo e decidiu criar o mundo e as leis da natureza a partir do nada. Segundo, ele tem um interesse moral nesse mundo — na diferença entre o bem e o mal, naquilo que devemos ou não fazer. Por fim, esse Deus interfere nesse mundo por meio de revelações, escrituras ou milagres.
A senhora acredita nesse Deus que acabou de descrever? Não. Penso que podemos estabelecer moralidade sem teologia. Mas amo a definição de Deus do filósofo holandês Spinoza (1632-1677). Ele admite experiências transcendentais, mas não as justifica a partir da existência de um Deus abraâmico. Para ele, Deus e a natureza — o próprio universo — são a mesma coisa.
É possível ser um "ateu com alma", como o personagem principal de seu livro, o psicólogo Cass Seltzer? Sim, é possível. O que faz de Cass meu herói ateu é que ele se mostra aberto a experiências transcendentais. É esse amor pelo universo que se expressa tão facilmente como religião. É aquela sensação grandiosa, magnífica, difícil de verbalizar, que às vezes nos toma completamente. É o combustível da grande arte, por assim dizer. É algo que o mundo secular não consegue traduzir ainda. Mas isso é porque o idioma religioso está pronto. A humanidade está há milênios exercitando essa linguagem. Já a tradução secular dessas experiências ainda está sendo desenvolvida.
Existe alguma explicação racional para essas sensações transcendentais? Não acho que entendemos o suficiente a mente humana — ainda — para explicar por que somos capazes de experimentar essas coisas grandiosas. É uma área misteriosa. Contudo, não acho que isso coloque o ateísmo em contradição.
Em que diferem as experiências de ateus e religiosos? Filosoficamente, penso que temos muitas personalidades. Quando estamos lidando com questões que estão além de uma resposta definitiva, como a existência de Deus, então nossa ‘personalidade filosófica’ entra em cena. É a maneira como encaramos o mundo, a forma como nos orientamos. Algumas pessoas escolhem canalizar suas experiências transcendentais em termos religiosos. Outras, em termos seculares. Seja qual for a decisão tomada, precisamos considerar as limitações dos dois lados. Os seculares precisam entender os limites da ciência e tolerar os mistérios. Já os religiosos, que a ciência pretende dar respostas honestas sobre a natureza e não deturpá-la.
Existe um meio-termo? Com certeza. Mas primeiro os ateus têm que acabar com o pedantismo. Eles não têm que ensinar como as pessoas religiosas devem pensar. Isso é revoltante e tem que parar. Além disso, as pessoas religiosas têm que parar de pensar que ateus são imorais e não sabem a diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado. Isso é falso – existe toda uma filosofia moral que fez muito bem ao mundo e nos tirou da idade das trevas, por exemplo. Quando os dois grupos deixarem de fazer essas coisas, será ótimo. As pessoas poderão ver que o modo como enxergam o mundo é muito semelhante. Se você é religioso, tente se aproximar de um ateu e entender, sem reservas, como ele enxerga o mundo moralmente, independente de suas convicções fundamentais. Se for ateu, faça o mesmo com uma pessoa religiosa. (continue lendo a entrevista)

5 argumentos refutados para a existência de Deus

Confira alguns dos argumentos rebatidos por Rebecca Goldstein no apêndice de seu novo livro36 Argumentos Para a Existência de Deus

«O argumento cosmológico

1. Tudo que existe deve ter uma causa
2. O universo deve ter uma causa
3. Nada pode ser causa de si mesmo
4. O universo não pode ser causa de si mesmo
5. Algo fora do universo deve ter causado o universo
6. Deus é a única coisa que está fora do universo
7. Deus causou o universo
8. Deus existe

Falha: Se tudo que existe deve ter uma causa, quem causou Deus? Os teístas dizem que suas premissas têm ao menos uma exceção, mas não explicam por que Deus precisa ser a única exceção. O próprio universo poderia existir sem causa. Já que a responsabilidade precisa ir para alguém, por que não para o universo?


O seu livro seria então uma tentativa de pacificar o debate? Com certeza. E as reações das pessoas têm sido muito agradáveis. Tanto de pessoas muito religiosas quanto de ateus fervorosos. Acredito que isso acontece por causa da maneira como apresento os elementos desse debate. A ficção, nesse caso, é sorrateira. O romance é capaz de seduzir pessoas de ambos os lados e superar o preconceito. Ateus e religiosos acabam achando pontos em comum e no fim percebem que concordam mais do que discordam sobre o mundo.

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36 Argumentos Para a Existência de Deus - Capa

Por que misturar a forma do romance com um apêndice científico? O apêndice do livro mostra como eu penso. Eu queria que ele exercesse uma tensão na história que o precede. É uma forma honesta de mostrar os argumentos mais comuns a favor da existência de Deus e as falácias de cada um deles. Já o romance retrata a emoção que envolve esse debate. A emoção raramente está presente nesses debates justamente por ser tão complicada de retratar. Isso depende do modo como vemos o mundo, as decisões que tomamos, nossa experiência de vida e assim por diante. Tudo isso fica fora das discussões filosóficas sobre a existência de Deus. Contudo, incluí a emoção no formato de romance para servir de contraste ao apêndice. Ao final de tudo, uma nova visão pode emergir do encontro entre os dois lados antagônicos.

Alguns ateus consideram pessoas religiosas intelectualmente inferiores, e alguns religiosos consideram imorais os ateus. Qual a sua opinião? É algo muito, muito triste. As duas afirmações são falsas. Venho de uma família judaica muito religiosa. E muitos de meus parentes religiosos são muito mais espertos do que eu, que sou ateia. Por isso, sei que experimentar o mundo de um jeito religioso e colocar essas sensações na linguagem religiosa não é um sinal de inferioridade intelectual.

Onde a senhora acha que esse debate irá nos levar? Espero que o debate seja respeitoso e honesto. Que as pessoas consigam encontrar as semelhanças e trabalhar a partir daí. A civilização é tudo o que temos.

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Estudo diz que ateísmo vai tomar lugar das religiões

 

DE SÃO PAULO

Carolas, tremei.

Um estudo que será publicado neste mês aponta que, quanto mais desenvolvido o país, maior o número de ateus.

Para o autor Nigel Barber, portanto, chegará o dia em que quase todo o mundo vai se declarar sem religião.

A mudança já estaria ocorrendo. A pesquisa, feita em 137 países, mostra que nas economias mais desenvolvidas o número de descrentes é crescente.

Na Suécia, por exemplo, o índice chega a 64% da população, seguida por Dinamarca (48%), França (44%) e Alemanha (42%).

Na outra ponta, países da África sub-saariana têm menos de 1% de ateus.

O autor aponta razões mercadológicas para a baixa das religiões.

Segundo ele, as pessoas procuram as igrejas para se salvar de dificuldades e incertezas da vida.

Hoje profissionais como psicólogos e psiquiatras podem perfeitamente suprir essa lacuna.

SXC

Mulher rezando

Mulher rezando, cena que poderá ser cada vez mais rara se estudo sobre ateísmo a ser publicado se confirmar

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Organização de ateus está tentando demolir cruz do World Trade Center

 

John Jalsevac

ALBANY, N.Y., EUA, 28 de julho de 2011 (Notícias Pró-Família) — Quando duas vigas principais de aço foram encontradas intactas, na forma de uma cruz, no meio dos escombros do World Trade Center depois do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, muitos a aclamaram como um mini-“milagre” e sinal de esperança para um país assediado por um devastador ataque terrorista.

Cruz do entulho do World Trade Center

Contudo, agora uma organização de ateus entrou com uma ação judicial buscando demolir essa cruz, que foi mudada recentemente para o Memorial e Museu 9/11 na Cidade de Nova Iorque.

A organização Ateus Americanos entrou com sua ação judicial,Ateus Americanos versus Autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jérsei, no tribunal do estado de Nova Iorque na segunda-feira.

“O que estamos procurando é uma solução que honre todos de forma igual, com uma exposição que tenha neutralidade religiosa, ou uma exposição de igual tamanho e proeminência”, disse Dave Silverman, o diretor da organização.

De acordo com a ação judicial, os membros de Ateus Americanos “estão sendo sujeitos a e prejudicados pela consequência de ter uma tradição religiosa que não é sua imposta sobre eles por meio do poder do Estado”.

Entretanto, as autoridades do Museu Memorial 9/11 defenderam a cruz, dizendo que a missão do museu é simplesmente “contar a história do 11 de setembro por meio de artefatos históricos como a cruz do World Trade Center”.

“Este refugo de aço se tornou um símbolo de consolo espiritual para os milhares de trabalhadores da recuperação que trabalharam no lugar onde o World Trade Center foi destruído, bem como para as pessoas ao redor do mundo”, disse numa declaração o presidente do museu, Joe Daniels.

A ação judicial está também tendo a oposição do Fundo de Defesa Aliança (FDA), uma organização advocatícia que defende os interesses do público.

“A agenda de uma única organização de ateus não deveria diminuir o sacrifício feito pelos heróis do 11 de setembro”, disse Byron Babione, consultor jurídico graduado do FDA, o qual argumentou que a cruz “simplesmente não equivale a um ato governamental instituindo uma religião”.

“A cruz não somente é conhecida em todos os lugares como um símbolo religioso, mas também como um símbolo de morte, memória e honra aos mortos. Os americanos há muito tempo reconhecem isso. Nada na Constituição autoriza os ateus a sair por aí numa missão de buscar e destruir cruzes memoriais”.

Em 2005, os Ateus Americanos haviam entrado com uma ação judicial num tribunal federal para demolir as cruzes à beira de estrada que honravam os policiais rodoviários de Utah mortos em serviço. O FDA, que representa a Associação de Policiais Rodoviários de Utah, recorreu desse caso no Supremo Tribunal dos EUA.

Em abril de 2010, o Supremo Tribunal dos EUA concluiu que um memorial de veteranos na forma de uma cruz no Deserto de Mojave na Califórnia não tinha de ser removido. Nessa decisão, o tribunal escreveu: “A meta de evitar endosso governamental não requer a erradicação de todos os símbolos religiosos da esfera pública… A Constituição não obriga o governo a evitar nenhum reconhecimento público do papel da religião na sociedade”.

“Cruzes têm sido usadas para honrar heróis mortos em combate neste país desde sua fundação”, disse Tom Marcelle, consultor jurídico graduado do FDA com sede em Albany. “O FDA está de prontidão para defender a Cruz do World Trade Center de qualquer forma que puder, exatamente como temos defendido muitos outros memoriais de cruzes em todo o país”.

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Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com

Veja também este artigo original em inglês:http://www.lifesitenews.com/news/atheist-lawsuit-seeks-to-tear-down-world-trade-center-cross

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