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Ato ecumênico no Rio lembra vítimas de acidente com bonde

 

Cerimônia reuniu parentes e amigos das vítimas e líderes religiosos.
Acidente aconteceu em agosto e deixou 6 mortos e mais de 50 feridos.

Do G1, com informações da Globo News

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Cerca de 150 pessoas se reuniriam neste domingo (11), no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, para um ato ecumênico para lembrar as vítimas doacidente com um bonde, no dia 27 de agosto. Depois da cerimônia, os manifestantes seguiram em cortejo pelas ruas do bairro, pintando de vermelho os trilhos do bonde.

No local do acidente, flores e cartazes homenageavam os seis mortos na tragédia e os mais de 50 feridos.
Além de parentes e amigos das vítimas, moradores e músicos do bairro e sacerdotes de diferentes religiões participaram do ato promovido pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), em parceria com a Associação de Amigos e Moradores de Santa Teresa (Amast).
“Temos que levar em conta que entre as vítimas devia ter pessoas de diversas religiões e até quem não tinha religião. Então é importante você trazer solidariedade a várias religiões e a esses parentes que estão num momento de dor muito difícil”, disse Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.

Para os organizadores, o encontro visava chamar a atenção para o descaso com os bondes e unir os parentes das vítimas. “Isso serve para que as pessoas entendam que tragédias como essa não podem acontecer e as religiões estão atentas a isso”, disse Daniel Rangel, representante da Igreja Anglicana.

Casal de vítimas recebe alta

Na última quinta-feira (8), um casal de vítimas do acidente recebeu alta do hospital. O frânces Arnold Donatien, de 28 anos, e sua namorada Gisely Idalgo Moretis, de 23, estavam internados no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul. De acordo com o hospital, Arnold teve fratura de bacia, perna direita e escoriações. E Gisely sofreu fratura na mão direita, lesão pélvica e escoriações.

Outra vítima, Daniele Abreu, de 30 anos, segue internada, no hospital, com fratura da face, bacia, tórax e lesão cervical, sem previsão de alta. Ela permanece estável, lúcida e respirando espontaneamente, informou a assessoria.

Outras duas pessoas continuam internadas no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. E uma terceira vítima está em um hospital particular, também em Copacabana.

Reunião de moradores e MP-RJ
O procurador-geral do estado do Rio, Cláudio Lopes, se reuniu na terça-feira (6) com representantes da Associação de Moradores de Santa Teresa e parlamentares para avaliar questões relativas ao acidente com um bonde.

Uma das questões abordadas na reunião foi a abertura de um procedimento criminal pelo Ministério Público para apurar a responsabilidade do secretário de Transportes Júlio Lopes no acidente. A abertura do procedimento foi feita após uma denúncia apresentada pelo vereador Paulo Messina (PV).

Reunião no Ministério Público envolveu representantes da associação de moradores e parlamentares (Foto: Patrícia Kappen/G1)Reunião no Ministério Público envolveu
representantes da associação de moradores e
parlamentares (Foto: Patrícia Kappen/G1)

Cláudio Soares informou que vai ser feita a investigação e, caso fique comprovado que o secretário teve alguma culpa, ele poderá ser indiciado por homicídio. Lopes afirmou que quer ouvir pessoas relacionadas ao acidente, e que o secretário será intimado a depor.

Outro assunto levado por representantes da associação foi uma decisão judicial de 2009, que, de acordo com a associação não foi cumprida pelo estado. O processo diz respeito à recuperação dos bondes, do gradil, reforma da oficina, entre outras medidas que o estado teria que ter tomado.

O procurador afirmou que foi dado um prazo de dez dias, a contar a partir de sexta-feira (2), para que o estado comprove que cumpriu a decisão, conforme teria informado ao MP.

Na segunda-feira (5), o delegado Tarcísio Jansen, da 7ª DP (Santa Teresa) ouviu três funcionários da Central, empresa que administra os bondes de Santa Teresa, no Centro do Rio. Em depoimentos, o engenheiro chefe da oficina, o chefe do almoxarifado e o chefe dos mecânicos disseram, segundo a polícia, que os bondes têm peças de reposição e sofrem manutenção frequente. Dos 12 funcionários que estavam de plantão no dia do acidente, oito já foram ouvidos.
Perícia complementar
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli fizeram uma perícia complementar no dia 4 de setembro no local do acidente. Segundo a polícia, os peritos colocaram um bonde para funcionar por volta das 6h e tiraram algumas dúvidas referentes às circunstâncias do acidente. Não foram passados detalhes do trabalho dos peritos. O laudo final será entregue ao delegado titular da 7ª DP, Tarcísio Jansen.

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