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Monja Coen explica relação entre vegetarianismo e budismo;

 

A monja Coen Murayama, representante da tradição budista Soto Zen, falou à Folha.com  sobre a relação entre o vegetarianismo e o budismo.

Embora não seja obrigatória para a prática do budismo, a alimentação vegetariana causa uma digestão mais fácil –o que pode beneficiar a meditação, segundo a monja. :

Se você é vegetariano e curte cozinha japonesa, alguns endereços na internet podem nortear sua refeição.

O Sushi Forum tem um espaço onde vegetarianos adoradores da culinária oriental podem trocar ideias.

Já o site vegetarianismo.com.br apresenta um texto dedicado aos alimentos oriundos do mar usados na gastronomia japonesa e que podem ser degustados.

Aline Gattoni/Folhapress

Sopa fria vegetariana de morango, tomate momotaro, missô --pasta de soja-- e "shiso" do chef Murakami foi servida em festival; saiba mais

Sopa fria vegetariana de morango, tomate momotaro, missô e “shiso” do chef Murakami foi servida em festival; O blogueiro de gastronomia da Folha Marcelo Katsuki sugere o restaurante paulistano Lótus.

Outra opção para matar a vontade das gulodices japonesas é a rede Matsuya, que oferece um rodízio vegetariano típico.

Mas, se você está no Japão e deseja comprar ingredientes vegetarianos, a loja Karuna (site em japonês) pode ajudar. Lá, uma sociedade vegetariana também está à disposição.

Na rede de relacionamentos Orkut, uma comunidade reúne os vegetarianos brasileiros no Japão. Veja o que eles aprontaram por lá. informações obtidas junto a Folha.com

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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.
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Religiões Comparadas: o Budismo

 

budismo

por João R. Weronka
INTRODUÇÃO

O budismo é uma religião de abrangência e importância mundial. Está presente em todos continentes, com evidente predominância na Ásia, a ponto de ser designado como a “Luz da Ásia”. Já foi a religião oficial da Índia – pátria mãe do budismo – durante o século III a.C., onde praticamente desapareceu.

É importante destacar que embora o budismo possua profunda característica religiosa nos dias atuais, é um movimento “sem deus ou deuses”, o que faz muitos budistas afirmarem que se trata apenas de uma filosofia de vida ou então um simples caminho de crescimento espiritual, através dos ensinos deixados por Buda.

Sidharta Gautama – ou Gautama Buda – o fundador do budismo, não acreditava em deuses, o que fez da literatura monástica budista um movimento onde o conceito de divindade seja insignificante ou até mesmo nulo.

Interessante é notar que com o tempo o próprio Gautama foi endeusado por seus seguidores, a ponto de ser visto, sejam em templos ou nas casas de seus seguidores, estátuas que simbolizam Buda, sejam estas minúsculas ou colossais que remetem os budistas à idolatria e adoração ao fundador deste sistema de crença/filosofia.

SIDHARTA GAUTAMA

A origem do budismo está totalmente ligada à vida de Sidharta Gautama. Este homem nasceu em torno de 563 a.C. vivendo até 483 a.C.. Ele nasceu na região noroeste da Índia, nas planícies de Lumbini, que hoje pertence ao Nepal, ao sul deste país.

As histórias a respeito do budismo – segundo a tradição – apontam Gautama como um príncipe que teve a vida severamente protegida por seu pai, chamado Sudodana, um importante governante/nobre.

Aos 16 anos Gautama já era dono de três palácios, o que evidencia sua vida aristocrática. Aos 19 anos casou-se.

A GRANDE RENÚNCIA

Com aproximadamente 29 anos de idade, Gautama decide conhecer o mundo que se encontrava além das muralhas que o cercava. Ele pode contemplar quatro cenas até então desconhecidas: ele se deparou com um ancião, em seguida com um doente, um defunto e um asceta, cada um em determinado momento. Tais encontros o levaram a um profundo período de reflexões sobre o real sentido da vida, até que decidiu abandonar sua vida de conforto e luxo, bem como sua família, para então integrar um grupo de monges.

Vale lembrar que a expressão Buda não corresponde a um nome próprio, mas a um título aplicado a Gautama. Buda significa Iluminado, Sábio, O Bem Aventurado.

Este título foi aplicado a Gautama devido a sua insatisfação com a vida material que o levou a abandonar todo mundo que o rodeava, fato este conhecido por “A Grande Renúncia”.

Ao abandonar tudo, Gautama se tornou um asceta errante à procura de iluminação. Conta a tradição budista que após 6 ou 7 anos de peregrinações, Gautama encontrou o chamado “Verdadeiro Caminho” após profunda meditação abaixo de uma figueira designada por árvore bodhi (Árvore da Sabedoria) onde Gautama Buda atingiu o Nirvana e a partir deste instante desenvolveu todo corpo doutrinário do budismo. Não vamos nos ater aos ensinos budistas propriamente ditos neste momento, mas sim ao aspecto histórico.

EXPANSÃO

Após a morte de Gautama, o budismo avançou pela Índia e enviou missionários para diversos países asiáticos. É justamente no continente asiático que o budismo concentra o maior número de praticantes.

No ocidente consta o registro da construção do primeiro templo budista nos Estados Unidos, no ano de 1898 na cidade de São Francisco. Em 1906 é fundada na Inglaterra a Sociedade Budista da Inglaterra. Na França, no ano de 1929 foi fundada a Sociedade dos Amigos dos Budistas. No Brasil o budismo chegou na década de 20.

O NIRVANA

Sidharta Gautama atingiu o Nirvana após profunda meditação. Este estado onde Gautama adentrou o levou a profunda compreensão da realidade, que é mais que transitória, ou seja, é uma realidade absoluta além do tempo e espaço. Neste estado, Gautama pode dominar seu desejo de viver, e isso não mais o prenderia à matéria. O benefício que Gautama descobriu foi que não haveria mais necessidades de retornar ao corpo material em novas encarnações: o ciclo de reencarnações estaria encerrado.

Gautama descobriu que o caminho ficou aberto para que ele pudesse abandonar o mundo e atingir o Nirvana Final. O Nirvana Final é como um eterno apagar de luzes. No seu entendimento, a alma não é eterna. Sendo assim, a alma, após sofrer inúmeras reencarnações se tornaria como o fogo de uma lamparina, que se passa de uma para outra, até finalmente extinguir-se. O Nirvana Final não é um estado de gozo e alegria eterna, mas sim um triste fim de inúmeros ciclos de vida que não levaram a lugar algum. É simplesmente, no entendimento budista, o fim da reencarnação.

ENSINOS: BASE DOUTRINÁRIA

Após a iluminação, Gautama (a partir de agora “Buda”) fez seu primeiro sermão, conhecido como Sermão de Benares, pois foi feito na localidade de Benares, atual Varanasi, cidade ao norte da Índia. Este sermão é conhecido como As 4 nobres verdades.

As 4 nobres verdades sobre o sofrimento:

1) A verdade santa sobre o sofrimento:

Tudo no mundo é sofrimento. Nascer, envelhecer, morrer, estar unido às coisas que não trazem satisfação, separar de coisas agradáveis, não conseguir aquilo que queremos. Tudo isso corresponde a sofrimento intenso. Para o Budismo, como tudo é passageiro, a vida é marcada pelo sofrimento.

2) A causa do sofrimento:

Buda afirma que todo sofrimento humano tem como causa comum o desejo. Como o desejo pelas coisas acarreta obstinação, o homem nunca conseguirá saciar por completo seus desejos, e isso produz sofrimento.

3) A suspensão; a cura do sofrimento:

Para encerrar o sofrimento, os desejos devem ser dominados. Após dominar o desejo, o estopim do Nirvana é aceso. O homem precisa enfrentar sua ignorância para se libertar dos desejos. A ignorância produz desejo, o desejo produz atividade, a atividade traz renascimento e este produz mais ignorância. Vencer a ignorância rompe o círculo vicioso.

4) O caminho para cura do sofrimento:

Para Buda, a cura para o sofrimento e libertação dos ciclos de renascimento é possível ao seguir-se o Caminho das Oito Vias, ou Nobre Caminho Óctuplo, este pode ser resumido assim:

Nobre Caminho Óctuplo

1. Crença justa ou livre de superstição e de engano;

2. Resolução justa, não causando dano a nenhum ser vivo;

3. Palavra justa, bondosa, franca e verdadeira;

4. Ato justo, honesto, pacífico e puro;

5. Visão justa, elevada e digna de um homem inteligente e sincero;

6. Esforço justo, para desenvolvimento e domínio próprio;

7. Pensamento justo, ativo e vigilante;

8. Meditação justa, profunda sobre a realidade da vida.

ADEPTOS NO MUNDO

O budismo é uma religião de abrangência mundial, com predominância em países asiáticos como China, Mongólia, Mianmar, Tailândia, Camboja, Nepal e Japão.

Estima-se que cerca de 5,9% da população mundial (algo em torno de 380 milhões de pessoas) confessem o credo Budista. No Brasil existe a estimativa de que 0,15% da população (cerca de 280 mil pessoas) sejam budistas.

ESCOLAS BUDISTAS

O budismo possui divisões que são chamadas de “Escolas”, conforme a doutrina seguida. Originalmente o budismo era formado por cerca de 18 escolas. Com o passar dos anos muitas destas escolas deixaram de existir ou foram absorvidas pelos movimentos hoje existentes. Os demais grupos ou partidos que confessam variações do budismo são frutos destas correntes principais, a Maaiana e Teravada.

BUDISMO MAAIANA (OU MAHAYANA)

A Escola Maaiana teve origem em 185 a.C., sendo designada como “Escola Maior”, “Veículo Maior” ou “Caminho de Muitos”. Em contraste com a Teravada (Escola mais tradicional), a Maaiana é um segmento budista mais liberal. Sua presença é marcante nos países do norte asiático, como Coréia, Japão, China, Tibet, Nepal, Indonésia e Vietnã.

Para os Maaianas, Buda é considerado um ser divino, pois acreditam que ele optou em abdicar do Nirvana Final para ficar por mais tempo na Terra ensinando os sofredores. Para esta Escola, o amor e compaixão são considerados fundamentais, sendo assim, para os Maaianas, aquelas pessoas que buscam a iluminação (no campo pessoal/individual), são considerados seres egoístas.

Esta Escola possui características particulares que a levou a posição de destaque em relação à Teravada. Isso se dá por sua capacidade de adaptação cultural, às questões do cotidiano, à compaixão e amor e ao sincretismo religioso. A Maaiana é contrária e rejeita o asceticismo extremo dos Teravadas, crendo que toda e qualquer pessoa, mesmo sendo leiga, possa alcançar a iluminação.

ESCOLA TERAVADA (OU THERAVADA / HINAYANA)

A palavra Hinayana significa “Pequeno Veículo”, em contraste com a Escola vista anteriormente. É a segunda grande divisão do budismo, prevalecendo ao sul asiático, em países como Sri Lanka, Mianmar, Tailândia, Laos e Camboja. É considerado o lado mais conservador do budismo, cuja expansão significativa ocorreu em torno do século III a.C.

Diferente dos Maaianas, os Teravadas crêem que leigos não podem atingir a iluminação, sendo assim, apenas os monges podem alcançar este objetivo final. A dádiva maior para um leigo é poder reencarnar como um monge numa futura existência.

O asceticismo é marca desta corrente. No entanto vale a ressalva que ambas as Escolas prestam grande reverência a pessoa de Buda (Sidharta Gautama).

DEMAIS GRUPOS BUDISTAS

O budismo possui outras facções que surgiram ao longo da história, como por exemplo, o budismo Nichiren-Shoshu, Soka Gakkai e o Zen-Budismo.

ZEN-BUDISMO

É muito comum nos dias de hoje ouvirmos a expressão “Zen”. Quando uma pessoa está ou é quieta e pensativa, logo surge alguém para rotulá-la como alguém Zen. De onde vem tal costume?

Os grande pioneiros do Zen-Budismo no Japão foram Eisai, que fundou a seita Rinzai em torno de 1191 e Dogen, que fundou a seita Soto em 1227.

O vocábulo Zen significa algo como “meditação”. O Zen-Budismo tem sido propagado de forma crescente no ocidente, desde sua chegada entre o entre os séculos XIX e XX através de D.T. Suzuki.

O Zen é uma mistura eclética de várias correntes. Possui, por exemplo, a característica Maaiana de que todas as pessoas podem ser iluminadas. Possuí também traços do panteísmo, crendo que o cosmos é “um no todo”. A ioga é prática comum para os zen-budistas.

Não existe concepção do divino para o Zen. Os praticantes devem se submeter a intenso esforço próprio, meditação e muito treinamento em direção à iluminação.

Assim como tem acontecido com os fenômenos espiritualistas do Movimento Nova Era, o ingresso de tantas pessoas nas Escolas Budistas se dá pela combinação de frustração com o materialismo e o fascínio pela espiritualidade oriental.

PARALELOS E PERPENDICULARES

Algumas escolas e faculdades teológicas trazem em sua grade curricular uma disciplina chamada “Religiões Comparadas”. Faremos exatamente isso aqui: comparar aquilo que cremos e praticamos em matéria de fé (cristianismo) com o budismo. Focamos até o momento os estudos no aspecto histórico do budismo. Agora faremos a comparação com o Cristianismo.

TENTATIVAS DE TRAÇAR PARALELO

É um fato que os ecumênicos de plantão sempre farão esforço para traçar paralelo forçado entre as religiões e crenças. Por mais que os propósitos e crenças sejam totalmente incompatíveis, haverá sempre alguém disposto a gritar com toda força que todos os caminhos levam a Deus, ou que todas as religiões são boas, ou que somos todos filhos do mesmo Pai. Os que tentam fazer paralelo entre cristianismo e budismo, normalmente trabalham no seguinte eixo, comparando Jesus Cristo com Buda:

a) os discursos: ambos se levantaram na sociedade de sua época e seu povo, em dado momento, para trazer seus ensinos iluminados, formando assim discípulos e tornando-se grandes mestres e exemplos para posteridade;

b) ensinos espirituais: ambos buscam levar o homem ao desprendimento material e a voltar-se para o lado espiritual. A busca desenfreada pelos prazeres materiais leva a frustração;

c) o amor: dentro do cristianismo o amor é fundamental. O ensinamento de Jesus (segundo grande mandamento) é que os seus devem amar o próximo como a si mesmo; amar os inimigos é um ensino moral do Cristianismo. Para os budistas, principalmente da Escola Maaiana, o amor e compaixão são dois alvos, duas virtudes, dois objetivos a se alcançar. O budista que vive uma vida regrada nos ensinos de Buda procura uma vida correta e amorosa.

A REALIDADE PERPENDICULAR

Apesar das grandes tentativas de harmonizar Jesus com Buda, a mistura não é possível. É água e óleo.

Embora os princípios de boa moral, vida regrada, amor ao próximo e misericórdia estarem presentes no budismo e no cristianismo, cada caminho é um caminho, cada qual ensina pontos fundamentais distintos e não é possível transitar em duas estradas ao mesmo tempo. A fé cristã é completamente divergente do que se apregoa no budismo.

É preciso traçar um comparativo doutrinário para, de forma resumida e eficaz, verificar se a base doutrinária cristã – Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo, Bíblia e Salvação – é a mesma base doutrinária do budismo. Vejamos se há compatibilidade (para informação adicional, leia os ensaios “O exclusivismo cristão”, “Pluralismo Religioso”):

Quadro Comparativo Doutrinário: Budismo e Cristianismo

Foco
Budismo
Cristianismo

Deus
No Budismo existem dois entendimentos sobre Deus; ou Ele é ignorado, pois não pode interferir na vida das pessoas; ou Deus é tudo e tudo é Deus (panteísmo). Apesar de não glorificarem a Deus, Buda foi “endeusado” por seus seguidores.
Deus é soberano, é o Todo-poderoso, Pai bondoso. É o único Deus e Se revela e Se relaciona com os que O buscam – Gn 1.1;Êx 3.14; Sl 47.2,7,8; Sl 139; Is 40.12-18; Is 43.11; Is 44.6; 1Jo 4.8.

Jesus
Jesus foi um grande mestre, professor puro da mais alta moral, uma reencarnação de um buda. Alguns crêem que Ele peregrinou até o Tibet e Índia.
Jesus Cristo é Deus Filho, a segunda pessoa da Trindade – Is 9.6; Mt 1.23; Jo 1.1; Jo 10.30; Jo 14.9; Jo 20.28; Rm 9.5; 2Co 4.4; 1Ts 2.3; Cl 1.15; Cl 2.9; Fp 2.5-7; 1Jo 5.20.

Espírito Santo
Não possui nada formulado ou entendido sobre o Espírito Santo.
O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade Divina – Sl 139.7-12; Sl 143.10; Jo 16.7-14; At 5.3-4; At 10.19-20; 2Co 3.17; Ef 4.30; 1Ts 5.19.

Bíblia
Despreza a Bíblia como Palavra de Deus; seus ensinos estão estruturados num conjunto de três obras literárias chamadas deTriptaka.
A Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus inspirada – Sl 19.7-10, Sl 119; Jo 17.17; 1Tm 4.9; 2Tm 3.16;Hb 4.12-13; 2Pe 1.20-21.

Salvação
Não existe vida eterna com Deus; não há alegria ou gozo eterno, apenas o encerrar das reencarnações e o “apagar de luzes” do Nirvana Final.
Salvação pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo. A morte reserva a vida eterna ao lado de Deus. A crença está em torno da ressurreição dos mortos, não existindo possibilidade de reencarnação – Jo 3.16; Jo 14.6;At 14.12; Rm 3.23-26; Rm 10.9-10;Gl 2.16; Ef 2.8-9; Tt 3.4-5.

CONCLUINDO

Por mais nobre que sejam as motivações, não há como tentar conciliar a prática budista com a fé cristã. As cosmovisões são opostas, completamente divergentes.

Concordo com a afirmação incisiva de Josh McDowell:

Há divergências radicais entre o budismo e o cristianismo que tornam impossível qualquer tentativa de reconciliação entre as duas crenças.1

Como vimos, o entendimento sobre os pilares elementares do cristianismo é muito avesso no budismo; apesar do segundo ensinar muitas coisas nobres, diverge significativamente do primeiro.

O cristianismo é uma fé baseada em Jesus Cristo exclusivamente, e como Ele afirmou ser o único caminho e único mediador (Jo 14.6; 1Tm 2.15), pela fé e pela razão, confiamos nossas vidas apenas em Jesus Cristo:

E você?

Notas:1 MCDOWELL, Josh. Respostas convincentes. São Paulo: Editora Hagnos, 2006. p.312

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Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.

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SEICHO-NO-IÊ

 

:Mt 24.24 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que , se possível fora, enganariam até os escolhidos.

seicho

HISTÓRICO DA SEITA
O fundador da chamada religião do “Seicho-no-iê” (Casa de Vida Longa) é Taniguchi Masaharu, fundada em 1º de março de 1930, no Japão tendo como livro principal “Semei no Jissô (verdade da Vida), com mais de quarenta volumes.

Na realidade, o Seicho-no-iê é um reflexo das idéias de Taniguchi e “não passa de um grande caldeirão em que fermentam as doutrinas mais diversas e contraditórias, tiradas da filosofia, psicanálise, medicina, psicologia, magia, pedagogia, e das religiões mais conhecidas”. “É uma religião de retalhos”. Revistas no Brasil: Fonte de Luz, antigo Acendedor (tiragem mensal 500 mil exemplares), e Pomba Branca para mulheres (tiragem mensal 120 mil exemplares).

Taniguchi Masaharu nasceu em Kobê, atrás das montanhas de Rokko, em novembro de 1893. Devido à pobreza de seu lar, foi educado por seu tio, de forma severa. Seu temperamento era retraído entregava-se à leitura avidamente. Começou a se sentir desgostoso pela vida e a maldizer a sociedade. Já adulto, teve vários casos de amor, a tal ponto que sua consciência dolorida não o deixava dormir. Contraíra doenças venéreas e pensava tê-las transmitido a uma menina, sobrinha de um chefe seu, com a qual tivera um caso. Somente sua auto-sugestão de que não existia doença (era fruto de sua imaginação) o tranquilizou, curando-o da insônia e aliviando sua consciência por um período de tempo.

Desvencilhando-se dos casos de amor, entregou-se ao estudo teórico e prático das ciências psíquicas que exerciam atração sobre ele e nas quais depositava a confiança de que poderiam salvar espiritualmente o homem e a sociedade. Várias leituras influenciaram sua vida, sua filosofia, seus pensamentos e a vida de seus familiares: Leu Holmes, Zenwicke, Adler, Freud e outros.

Lendo uma sutra budista, tirou dela o ensinamento fundamental: “Não existe matéria, como não existe doenças: quem criou tudo isso foi o coração. A doença pode ser curada com o coração”. Mais tarde esse conceito tornou-se fundamental também no Seicho-no-iê.

Este pensamento veio de encontro às necessidades de Taniguchi e foi complementado com idéias tiradas da seita Omotoko, de que a “alma psíquica” (shinrei) realmente existe.O complexo de culpa, por causa do problema com aquela menina, atormentava-o ainda.

Somente libertou-se dele com a doutrina da não existência do pecado, da seita Omotokio. Convidado pela seita, começou a escrever a revista Shinrenkai (O Mundo Psíquico). A “recompensa do mundo” se daria em maio de 1922 criam aqueles adeptos. Dois anos antes, Taniguchi se casou, incentivando muitos a fazer o mesmo, apesar de parecer tal loucura diante da profecia. No entanto em maio de 1922 chegou e nada aconteceu. Ao invés de pensar que o erro fora seu e dos adeptos em marcar o dia para o juízo de Deus, ele julga “Deus impotente”.

Em dezembro de 1922, já em Tóquio, Taniguchi, desempregado, escreveu uma dissertação sobre a natureza religiosa do homem – Seido e – (Para a Santidade). A obra logo se esgotou e foi ela que estabeleceu os fundamentos da filosofia de Taniguchi ou a “Teologia do Seicho-no-iê”. Em 1929, lançou número após números; em junho de 1930, Taniguchi inaugurou uma secretaria de imprensa. “Encontrar as leis do coração para fazer com que colaborem na realização da vida” é a finalidade da sua seita, explicada pelo autor Taniguchi Masahara.

Em 1934, estabeleceu seu quartel-general em Tóquio. Persuadiu os leitores que poderiam evitar o medo de qualquer mal, através do preço de uma assinatura da revista. Em 1935, começou a imprimir grandes anúncios nos jornais, semelhante. Logo “os amigos da revista” chegaram a trinta mil.

Em 1936, fez registrar Seicho-no-iê como “Associação Cultural”. Em 1941, a Associação transformou-se em seita, centralizada no “komio”, espécie de deus-pessoal ao qual se dirigem as orações. A seita continuou a dedicar-se à cura dos doentes de mente através de fluído vital. Várias obras saíram da pena de Taniguchi Masahara. A mais importante, além das 80 já publicada, é a intitulada Seimei no jissô (verdadeira natureza da vida) – em mais de 20 volumes.

A cada ano sai um novo contingente desta obra. Redigia cinco revistas mensais, dentre as quais Seicho-no-iê, com uma tiragem de mais de um milhão de exemplares. Jissô no Kotoba (Palavras acerca da verdadeira essência das coisas) contém relatos de curas, histórias vividas e inventadas; desperta a esperança nos crentes e explica a
expansão do Seicho-no-iê. Explodindo a II Guerra Mundial, o Seicho-no-iê influenciou, particularmente, os operários das indústrias bélicas e os colonizadores da Manchúria.

Depois da guerra, Taniguchi foi expurgado. A filha Emiko assumiu a chefia da seita. Masaharu, no entanto, continua sendo a alma e o propagandista da seita. Em 1949 veio dos Estados Unidos um pedido, assinado pelos americanos de origem japonesa, para que Taniguchi pudesse desenvolver livremente a sua atividade.

O quartel general do Seicho-no-iê está em Tóquio. Possuía cerca de 50 filiais, 10 das quais no estrangeiro; 5.000 catequistas. Dizem que no quartel-general há dez milhões de fiéis. Os que participam das reuniões na sede da seita são na maioria pequenos industriais ou assalariados com suas famílias. Os cânticos foram redigidos por Taniguchi. A seita vai assumindo o caráter das religiões tradicionais japonesas.

DOUTRINAS DA SEITA
1. FONTE DE AUTORIDADE – A Seicho-no-iê não é nenhuma seita religiosa. No sentido de dar a vida a todas as religiões, faz conferências baseadas em escrituras do Budismo, em textos da antiguidade japonesa, e, também na Bíblia (A Verdade da Vida, vol. I, p. 13).

Refutando a declaração acima:
a) Que se trata de uma religião ecumênica associando xintoísmo, budismo e cristianismo. Tal é a mistura e é condenada na Bíblia (Dt 32.16,17; I Rs 11.33; Mt 7.13,14; I Co 8.5,6; 10.20; Ef 4.5). Jesus condenou crenças e práticas religiosas que não estavam em harmonia com a palavra de Deus (Mt 16.6,12; 23.5,7,28; Mc 7.6,9).

b) A Bíblia adverte contra o ser desencaminhado pela tradição da religião falsa (Mt 15.3,69; I Co 4.6). Proíbe adicionar ou tirar da palavra de Deus (Dt 4.2; Pv 30.5,6; Is 8.20; Ap 22.18,19). 2. DEUS – Apesar do caráter religioso de suas orações, o Seicho-no-iê não adora nenhum deus, pois Taniguchi julgou Deus impotente e declarou que o deus dos homens são eles próprios.

Palavras inspiradas repetidas nas reuniões: “Neste mundo da essência de Deus perfeitamente ordenada, nós somos os filhos de Deus benéfico, sem arrependimentos, da Providência de Deus que faz viver… O infinito poder da vida que emana de Deus, penetra-nos… penetra-nos…Obrigado!…Obrigado!…Obrigado!”.

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“O Deus da Seicho-no-iê, que manifestastes para indicar o caminho do Deus- Pai, protegei-nos” (Kanro no Hoou, p. 12). “É o Deus do meu interior que te cura…” (Shinsokan e Outras Orações, p. 10). “No interior da criança aloja-se o Infinito” (Shinsokan e outras Orações, p. 15).

Refutando: Identifica Deus como a criatura. A Bíblia apresenta o conceito de um Deus pessoal que criou o Universo. Embora esteja em todas as partes, visto que é onipresente, existe à partes de suas obras. Deus é transcendente, isto é, sua existência vai além das coisas criadas. Segundo as Escrituras, a obra de sua criação (o homem, por exemplo) não constitui parte do ser divino (Gn 1.1,26,27; 2.15; Sl 2.8,9; I Co 15.38,41).

O HOMEM É FILHO DE DEUS
“O Deus da minha alma despertando – Eu vejo em todos os homens o Filho de Deus, é Buda” (Remido Imortal – A verdade da Vida, vol, I, p. 15). Refutação: Os homens tornam-se filhos de Deus quando aceitam Jesus como seu
Salvador pessoal (Jo 1.12).

Se ser criatura significasse o mesmo que ser filho de Deus, se poderia até admitir, contra o bom senso, que Deus é pai dos irracionais. Ele o criou, o que é bem diferente. Pai e filho devem pertencer à mesma espécie; não fosse assim, o cavalo bem que poderia ser filho do homem.

O pecado fez do homem um inimigo de Deus, privando-o da semelhança com o Criador, ainda perceptível no estado de inocência. No que diz respeito ao parecer-se com Deus, o pecador está muito longe. Não pensa como Ele, não se comunica com Ele, ignora sua vontade, não lhe obedece, não o ama. Vive de forma independente e tortuosa, e não aceita a reconciliação por meio de Cristo.

Como pode o pecador considerar-se filho de Deus, se não o vê como Pai? (Jo 8.44; II Co 4.3,4). A semelhança perdida só pode ser recuperada quando nos permitimos lavar e purificar (de todo o pecado) no sangue de Cristo (Ap 1.5), mediante a fé e o arrependimento (At 16.30,31).

3. O PODER DO CORAÇÃO – A doença pode ser curada com o coração. “O que desejamos e amamos vem a nós naturalmente; o que não desejamos e não amamos afasta-se naturalmente de nós…” Há a crença de que não existe matéria apenas coração. Não existe matéria, mas existe realidade (jissô). Está no coração do homem a causa de todos os males do mundo e das dificuldades do dia-a-dia.

Fazer o Seicho-noiê é encontrar as leis do coração para fazê-las colaborar na realização da vida. O próprio inconsciente é chamado de Deus.

A filosofia do Seicho-no-iê revela a psicologia japonesa: magniloquência, egocentrismo, poesia, a utilidade imediata, a procura da alegria de viver, o espírito prático.

4. EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS – Para a educação das crianças é necessário educar primeiro os pais. A influência dos pais sobre os filhos é muito grande e eles reagem como por “reflexo” às utilidades dos pais.

5. CURAS – Lendo a revista Seicho-no-iê a pessoa pode ser curada, pode obter sucesso no casamento, pode ir bem na escola, porque é incentivada a ter fé, aprende sobre a verdade aplicada à vida prática e sobre os reflexos como a causa de muitas coisas negativas.

Ter consigo o livro de Seicho-no-iê possibilita o afastamento de desgraças. Os ensinos Taniguchi Masaharu envolvem o pensamento positivo, a vontade de vencer, a coragem de enfrentar – o que produz efeito benéfico na pessoa.

A EXISTÊNCIA DO PECADO, DOENÇA E MORTE
“A doença não existe no mundo da criação de Deus” (Shinsokan e Outras Orações, p.11). Surge agora, a Seicho-no-iê perante a humanidade como os “Sete Candeeiros”, que profetisa a Luz da Verdade através destes candeeiros e aniquila os três males: Pecado, Doença e Morte, que tem torturado a humanidade desde sua expulsão do Paraíso Éden, como está citado no Gênesis (Kanro no Hoou, p6).

Refutação: A doutrina da não existência do pecado, de que tudo é ilusão, tranquiliza a consciência, sem que a alma rebelde tenha de humilhar-se em arrependimento.

O disfarce do ensino – sob o nome de “filosofia”, de “ciência” – apregoado pelo Seichono- iê, cega os membros com as muitas contribuições que contém.

O orgulho natural se compraz na superioridade intelectual da pessoa que julga poder compreender e praticar uma religião tão incompreensível para a maioria das pessoas. Muitas pessoas são enganadas pela hipocrisia do nome, crendo que uma simples religião possa solucionar o problema do pecado. Como a avestruz da lenda, encontrou para a cabeça um buraco na areia e crêem estar segura.

Mas vejamos o que a Bíblia tem a dizer:
A Bíblia declara que Satanás, o “deus deste século”, foi uma vez um poderoso ser angélico. É o que está escrito em (Is 14.12-14; ez 28.14-16). Esse anjo desejou o trono de Deus (Is 14.1314). Arregimentando após si a terça parte dos anjos, em total rebelião. Orquestrou um ataque frontal a soberania divina, sendo em consequência expulso do céu (Gn 3.6,19; Rm 3.23; 5.12; 6.23).

Jesus nunca curou alguém mediante a negação da enfermidade. Se a doença era algo ilusório, então a cura não tinha sentido. Mas ele deixava bem claro não só que existia a doença, como que havia nEle o poder para curá-las, sendo Deus glorificado.

Antes de atender o convite para visitar seu amigo Lázaro, que estava à morte, ele não teve pressa. Esperou que o moribundo morresse fisicamente e que a morte fosse comprovada, aguardando quatro dias até ressuscitá-lo. É importante ter em mente que Jesus não negou a realidade da enfermidade, como fazem os adeptos da Seicho-no-iê. Ele nunca considerou a doença como uma ilusão. Ao contrário, foi bem claro, foi bem enfático e objetivo quando reconheceu: “Lázaro está morto” (Jo 11.14).
Afirmamos, portanto, que os milagres de Jesus foram reais, fisicamente tangíveis, o resultado incontestável, visível e comprovável da intervenção sobrenatural de Deus sobre suas criaturas:

a) Jesus curou a sogra de Pedro (Mt 8.14,15);
b) Faz cessar a tempestade (Mt 8.26,27);
c) Cura um paralítico (Mt 9.2,6,7);
d) Restaura a visão de dois cegos (Mt 9.27,30);
e) Cura a muitos e expulsa demônios (Mc 1.1,11);
f) Transforma água em vinho (Jo 2,1,11);
g) Multiplica os pães (Jo 6.10,14).

6. O PECADO – O Seicho-no-iê, na pessoa de seu fundador, nega a existência do pecado. Para Taniguchi, somente duas pessoas realizaram o “Eu sem pecado” como ele: Gautama Buda e Jesus Cristo. Para ele, a única salvação para os homens está em acreditarem que são livres do pecado. O Seicho-no-iê, assim com a seita Omokokio, declara o homem imaculado, porque Deus não criou o pecado.

7. SAGRADAS ESCRITURAS – A Bíblia é interpretada por Masaharu de acordo com sua possibilidade e sua fé. São considerados sagrados os seus próprios escritos, pelos adeptos da seita.

8. A MULHER – É muito considerada na seita e enaltecida. Taniguchi fala da “Mulher Eterna”. São suas palavras: “O esplendor da beleza da verdadeira “Mulher Eterna’ adquire sempre mais frescor com o passar da idade”.

9. RECONHECIMENTO – Uma vez que está sendo difícil sobreviver apenas com o lucro da venda de seus livros, Taniguchi introduziu um novo ensino: pede donativos e declara que o grau de generosidade influi na qualidade do donativo (O-kage).

CONCLUSÃO:
Para finalizar, parece que a seita tende a desaparecer quando morre seu líder, uma vez que se prende aos seus ideais. Nela temos um exemplo do poder da literatura. Uma revista, imbuída de misticismo e propaganda intensa, pode dar origem a uma seita que existirá talvez por pouco tempo, talvez por muito tempo.

Que diremos nós diante disso? Temos usado a comunicação escrita para transmitir as verdades do evangelho de Jesus Cristo a tantas almas sedentas e oprimidas?

FONTES DE PESQUISA
LEITE, Tácito da Gama, Resistindo a Tempestade das Seitas. Goiânia: Renascer, 2002.
GEISLER, Norman L., RHODES Ron, Respostas às Seitas, Rio de Janeiro: CPAD, 5ª Ed. 2008.
OLIVEIRA, Raimundo, Seitas e Heresias, Rio de Janeiro: CPAD, 37º impressão, 2010.
CABRAL,J., Religiões , Seitas e Heresias, Rio de Janeiro: Produções, 6ª Ed. 1996.
RINALDI, Natanael, ROMERO, Paulo, Desmascarando as Seitas, Rio de Janeiro: CPAD.
EBD, Pr. Djalma Gomes 17/09/10

06-06-16 013

Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria, A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.