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Brasil aprova imunoterapia para tratamento de câncer de mama

O registro do atezolizumabe foi publicado nesta segunda-feira (13) no Diário Oficial; terapia prolonga vida de pacientes com tipo específico de tumor
Deborah Giannini, do R7
O câncer de mama é o segundo mais comum entre mulheres, depois do de pele

O câncer de mama é o segundo mais comum entre mulheres, depois do de pele

Reprodução/Record TV

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o primeiro tratamento de imunoterapia para tratar pacientes com câncer de mama no país. O registro do atezolizumabe foi publicado nesta segunda-feira (13) no Diário Oficial da União.

Esse tipo de terapia aumenta a sobrevida de mulheres com um tipo de câncer de mama específico, o triplo-negativo, com expressão da proteína PD-L1, de 15 para 25 meses.

Segundo o oncologista Carlos Barrios, isso representa 15% das pacientes com câncer de mama, que normalmente são tratadas apenas com quimioterapia.

“Dentro desse grupo de triplo-negativo, 40% se beneficiam desse tratamento. Isso é definido por aquelas que apresentam a expressão da proteína PD-L1”, explica.

O PD-L1 é um receptor localizado na superfície das células que indica a possibilidade de sucesso com o tratamento de imunoterapia.

A presença dessa proteína é identificada por meio de um exame chamado imuno-histoquímico. “Isso está associado a um conceito que é uma das estratégias mais importantes de avanço da oncologia que é identificar grupos de pacientes que tenham mais chance de responder aos tratamentos”, afirma.

“Triplo-negativo” se refere a um tipo de tumor que não apresenta um dos três biomarcadores mais usados na classificação do câncer de mama, que são receptor de estrógeno, receptor de progesterona e proteína HER-2.

Brasil é um dos primeiros países a aprovar tratamento

O médico ressalta que o Brasil é um dos primeiros países do mundo a aprovar esse tipo de tratamento. “Trata-se do primeiro tratamento que evidencia que a imunoterapia funciona para o câncer de mama. Antes, esse tipo de tratamento existia apenas para outros tipos de câncer, como pulmão e melanoma”, afirma.

Barrios é um dos pesquisadores do estudo internacional que envolveu 246 centros médicos de 41 países e comprovou a eficácia do uso do imunoterápico atezolizumabe em conjunto com a quimioterapia para o combate desse tipo de câncer de mama.

A pesquisa foi apresentada no Congresso Europeu de Oncologia (ESMO Congress), em outubro do ano passado e publicada na revista científica The New England Journal of Medicine em novembro.

Leia também: Autoexame da mama não substitui exame clínico, diz Ministério

Esse estudo comprovou a redução de 38% no risco de progressão da doença ou morte do paciente e ganho de 10 meses de sobrevida.

A imunoterapia utiliza medicamentos que fazem com que o próprio sistema de defesa do organismo reaja às células cancerosas, combatendo-as. É considerado menos agressivo do que a quimoterapia, tratamento no qual o medicamento, ao combater as células cancerosas, também afeta as células saudáveis, causando efeitos colaterais.

No caso desse tratamento contra o câncer de mama, a imunoterapia é realizada por meio da aplicação de injeção a cada duas semanas com a função de ativar o sistema imune contra o tumor. “Está dirigida não contra o tumor, mas ao sistema imune, para acordar o sistema imune e fazer com que reconheça o tumor e o mate”, explica.

O câncer de mama é o mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo, depois do de pele não melanoma, correspondendo a 29% dos casos novos a cada ano no país, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer).

Estima-se que haja cerca de 59 mil casos novos por ano no país.

“Novas pesquisas estão sendo conduzidas para avaliar se a imunoterapia ajuda nos outros sub-tipos do câncer de mama. Embora essa seja uma excelente notícia, porque na doença triplo-negativa não haviam boas notícias há muitos anos, é importante destacar que estamos beneficiando só uma pequena porcentagem de mulheres. Ainda é preciso muito trabalho para encontrar remédios que funcionem para outros tipos de câncer de mama”, afirma o pesquisador.

O tratamento será disponibilizado na rede privada e não ainda incorporado ao SUS.

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‘Outubro Rosa’ convoca mulheres ao exame contra o câncer de mama

 

PorLuana Santiago | Correspondente do The Christian Post

O movimento popular internacionalmente conhecido como ‘Outubro Rosa’ comemorado em vários países, está chamando atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce.

  • 'Outubro Rosa'

    ‘Outubro Rosa’ convoca mulheres para realizar exames contra o câncer de mama

 

Objetivo do movimento é conscientizar todas as mulheres, a partir dos 40 anos, da necessidade de reservar um dia do ano para o exame de mamografia.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama o segundo tipo mais frequente no mundo é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.

Ainda segundo o INCA, no Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.

O exame radiológico capaz de identificar a presença de nódulos nas mamas pode ser feito nas unidades de saúde da rede municipal e é possível fazer o agendamento grátis.

O movimento ‘Outubro Rosa’ começou nos Estados Unidos, onde vários estados tinham ações isoladas referentes ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro. Posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro tornou-se o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama.

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A primeira iniciativa vista no Brasil em relação ao Outubro Rosa, foi em 2 de outuro de 2002 com a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo, SP.