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‘Estou firme, inabalável, como os montes de Sião’, diz Feliciano em participação no programa do Ratinho

Feliciano diz que está sendo perseguido apenas por o grupo de ativistas gays e o problema não são os homossexuais.

Por Adoniran Peres | Correspondente do The Christian Post

O deputado federal Marco Feliciano (PSC) participou do programa do Ratinho, no SBT, na noite desta segunda-feira (15), respondendo perguntas de internautas e telespectadores referentes às críticas e polêmicas que aconteceram desde que assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). No programa, Feliciano salientou que o problema não são os homossexuais e sim os ativistas gays, e ressaltou que, apesar dos protestos e pressão que vem sofrendo, está firme na CDHM. “‘Estou 40 dias no olho do furacão. Estou firme, inabalável, como os montes de Sião”.

  • Marco Feliciano no programa do Ratinho
    Reprodução/SBT Programa do Ratinho
    Marco Feliciano no programa do Ratinho

O deputado Feliciano contou no programa que tem alguns amigos homossexuais, que os respeita, e atacou os ativistas do movimento LGBT (lésbicas, gays, transexuais e travestis) que, segundo ele, ganham para protestar e são os responsáveis pelos protestos que pedem sua renúncia. “O problemas não são os gays, o problema são os ativistas, que ganham para fazer manifestações”. Segundo Feliciano, com R$ 2 mil é possível comprar um grupo de 15 manifestantes em Brasília para fazer manifestações contrárias a uma pessoa.

Ainda sobre as manifestações que pedem sua renúncia, Feliciano disse que está sendo perseguido por um único grupo, o LGBT, que é apoiado pela mídia, e que nesse grupo de manifestantes não existe nenhum pai de família. “Queria que você me mostrasse algum pai de família ali. Não tem um pai de família se manifestando contra mim, porque pai de família tem de estar trabalhando para colocar um pão dentro de casa. A mídia distorce, e me apresenta como se fosse um vilão”, disse Feliciano.

Feliciano diz que a CDHM, antes de sua entrada, por quase 18 anos foi usada para beneficiar o movimento LGBT. Ele falou da sua representatividade, que segundo ele, é maior do que do movimento gay e citou que houve 40 manifestações que pedem sua saída, realizadas pelo Brasil, que reuniu 5 mil pessoas no total, enquanto em apenas um culto conseguiu reunir mais de 20 mil fieis.

Em relação às manifestações públicas recentes de artistas famosos, Feliciano diz que só soube de cinco que foram contrários a ele e que esses não deveriam ser ouvidos. “O mundo do artista é muito regado à festa e álcool. Trocam de namorado como trocam de roupa. É um direito deles se levantarem contra mim, mas não me pauto a eles, me pauto no trabalhador”, disse.

Quando questionado se um casal gay entraria de mãos dadas em sua igreja, Feliciano respondeu. “Podem entrar na igreja de mãos dadas. Acho que é falta de respeito, as pessoas iriam olhar diferente, mas jamais mandaria sair de dentro da igreja”.

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Perguntado se caso tivesse um filho homossexual, Feliciano disse que a sexualidade é orientada por um lar sadio com um pai e uma mãe e que ficaria surpreso. “É a pessoa quem ensina a criança no caminho deve andar. O próprio movimentoLGBT diz que isso é uma orientação sexual. Se tiver um lar sadio, não terá problema. Mas, se isso ocorrer, daria a ele carinho e compreensão”, disse.

Quando questionado sobre como fica sua família em relação a tudo isso, Feliciano declarou que nunca imaginou que fossem tão forte e destacou o que vem passando. “Em meio as protestos, estava com minhas filhas e as pessoas tirando a roupa, guspindo e falando palavrões. Minha filhas sofrem bullying na escola. Minha Filha chega e fala, papai, o Senhor é racista? A gente sofre com isso”.

Feliciano salientou que existe uma cortina de fumaça que tenta jogar as atenções para os protestos que pedem sua renuncia e citou os dois deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), condenados pelo crime do mensalão, que continuam na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). “Fui julgado por um tribunal que não existe. Tem outros deputados que foram condenados e estão nas comissões e passam despercebidas”.

Segundo Feliciano, ele estaria mais atuante nas decisões das votações polêmicas se estivesse de fora da presidência da CDHM, já que como presidente da comissão fica como mediador e coloca as pautas em votação e que vence a maioria.

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Pastor é confirmado no comando da Comissão de Direitos Humanos

 

Religioso que atacou negros e gays é indicado oficialmente para presidir colegiado na Câmara

05 de março de 2013 | 18h 10

  • Eugênia Lopes – O Estado de S. Paulo

 

BRASÍLIA – A maioria da bancada do PSC decidiu nesta terça-feira, 5, indicar o deputado e pastor Marco Feliciano (SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Pela tradição da Casa, o ato o coloca, na prática, na chefia do órgão parlamentar. Partidos governistas e da oposição, porém, não descartam rejeitá-lo em votação prevista para hoje. Feliciano é acusado de ser racista e homofóbico por causa de declarações recentes feitas na internet.

O PT, que tradicionalmente comanda esse colegiado, abriu mão da vaga em favor da sigla cristã, que faz parte da base de sustentação do governo da presidente Dilma Rousseff. O papel da comissão é analisar projetos que tratem de interesses de minorias.

Feliciano escreveu em sua página no Twitter, em 2011, que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva "ao ódio, ao crime e à rejeição", e que descendentes de africanos são "amaldiçoados". Ontem, ele defendeu as frases. "Não neguei o que escrevi e não nego agora. Foi só um post. A maioria das informações sobre mim não são reais", afirmou.

A bancada do PSC decidiu manter a indicação de Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos depois de quase três horas de reunião. Dos 17 deputados do partido, 13 teriam votado a favor do nome do pastor.

Preocupado com a repercussão negativa do nome de Feliciano, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), fez um apelo nos bastidores para a bancada desistir da nomeação. Mas não adiantou.

A previsão é que a eleição hoje de Feliciano para a presidência da Comissão seja tumultuada. "Vamos fazer uma guerra. Do ponto de vista prático, essa indicação significa a inviabilidade da comissão, que passará a ser um palco de conflito permanente", afirmou o líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ). "A indicação vai criar uma crise sem precedentes. Mesmo que venha a ser eleito, ele vai ter muito votos contrários. Não é uma restrição ao PSC e sim ao papel dele. É uma desmoralização para o Parlamento", disse a deputada Érica Kokay (PT-DF).

Ao ter seu nome ratificado pelo líder do partido, deputado André Moura (SE), Feliciano defendeu a discussão prioritária dos seguintes temas: imigração ilegal, terras para quilombolas e para índios. "Muitas minorias têm sido esquecidas pela comissão", disse. Feliciano tem sido um crítico do espaço dado à defesa de direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais pela comissão. "Há um predomínio dos assuntos GLBT. Precisamos discutir outros assuntos", afirmou.

"O casamento de pessoas do mesmo sexo não é previsto na Constituição. O casamento civil neste país é entre homem e mulher. E ponto final", disse Feliciano, assim que sua indicação foi anunciada. Em entrevista, Feliciano aproveitou para se comparar ao pastor norte-americano e defensor dos direitos humanos Martin Luther King. "Disseram ser da idade da pedra ou dos tempos de caça às bruxas a escolha de um pastor para presidir a Comissão de Direitos Humanos. Lembro que o maior defensor dos direitos humanos de todos os tempos foi um pastor: Martin Luther King. Não me comparo a ele, mas era também um cristão."

No primeiro mandato como deputado federal, Feliciano apresentou alguns projetos de lei, como o que institui o programa "Papai do Céu na Escola" na rede pública de ensino. Outra proposta do deputado pretende sustar a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu como entidade familiar a união entre pessoas do mesmo sexo. Feliciano apresentou ainda projeto de lei para punir quem sacrifica animais em rituais religiosos, prática adotada em algumas cerimônias do candomblé. "Mesmo meu partido sendo conservador e de direita, ninguém será tolhido na comissão", afirmou.

Lobo. Para o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Carlos Magno, a indicação do pastor para a presidência do colegiado é "um retrocesso para o País". Assumindo o cargo, afirmou Magno, Feliciano tomaria as rédeas de uma comissão tida como estratégica para os gays. "Acho que a nomeação dele à presidência é um retrocesso para o País. Ele é um pastor homofóbico", disse Magno. "Não vamos aceitar. A comissão é estratégica."

O ex-presidente da associação, Toni Reis, comparou: "é como colocar lobos para cuidar das ovelhas". A ABGLT anunciou que já articula medidas de protesto à nomeação. Uma delas será mobilizar parlamentares de partidos aliados da associação para esvaziarem as reuniões do colegiado.