A conclusão do programa 60 minutes foi que o autodeclarado médium não cura ninguém. Foram mostrados casos de pessoas que buscaram a ajuda de João de Deus para superar problemas de saúde e terminaram por ter seu estado agravado, ou pior, morrerem em decorrência da falta de cuidados adequados.
“O mundo da medicina moderna não pode tolerar esse comportamento de forma alguma”, observa o médico David Rosengren, comentando os relatos de que João de Deus realiza práticas medievais, como a inserção de tesouras ou pinças de profundidade em um nariz, além de raspar um olho sem anestesia, dentre outros casos.
Alegando que incorpora espíritos de médicos já falecidos, João de Deus diz não cobrar por suas consultas e “cirurgias espirituais”, mas alcança renda em torno de US$ 16 milhões por ano, graças à cobrança por “sessões terapêuticas” em sua “clínica”. Os supostos tratamentos custam a partir de US$ 25, e podem ser uma garrafa de “água abençoada”, um momento de relaxamento num “leito de cristal” ou ainda pílulas feitas de ervas na “farmácia” do local.
“João de Deus é um homem que afirma fazer milagres e curar os doentes. Ele se chama João de Deus, mas não há nada de divino nele. Milhares de pessoas o procuram na esperança de uma cura para a sua dor, mas acabam sendo esfolados na hora de pagar a conta. Ele se vende como a suposta cura de Deus, mas não o faz de bom grado. Muito pelo contrário. Ele é um homem de negócios parcimonioso que ganha dezenas de milhões de dólares com a fé e o desespero alheio”, escreveu o jornalista William M. London no site da Fundação Richard Dawkins.