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Desafiando comunistas no púlpito da igreja

 

Domingo 14 de novembro de 2010, pastor de Assembléia de Deus de Brasília deixa governador eleito Agnelo Queiroz, do PT, falar no púlpito. O que deveria fazer eu agora?

Rafael Stival

Em minhas orações eu pedia a Deus coragem para enfrentar a ditadura comunista que está se engendrando na América Latina e força para defender minha família, mas precisei dela antes do esperado.

Mesmo tendo sido alertado algumas vezes sobre o perigo do comunismo, o pastor da minha igreja anunciou, um dia antes, a presença do hoje governador eleito do DF, Agnelo Queiroz — que até o dia 18 de julho de 2008 era membro do Partido COMUNISTA do Brasil. Ele viria para fazer, sobre o santo púlpito, um discurso de agradecimento pelos votos dos cristãos. Segundo o próprio Agnelo, o intuito de sua mudança para o PT foi “percorrer novos caminhos diante dos atuais rumos do socialismo no Brasil e no mundo.”

Refletindo sobre o “culto” vindouro, lembrei-me das reprimendas que fiz a um membro comunista da minha congregação. Após mais de um ano de serenas advertências sobre os males do comunismo e um derradeiro riso debochado da parte dele, escrevi uma austera carta ao membro. Após um tempo o cidadão voltou a tocar guitarra na igreja; eu disse ao pastor que não louvaria a Deus com um ministro comunista e que preferiria sair. O mesmo pastor disse ao devoto de Lênin que tais idéias não tinham lugar no corpo de Cristo.

A pergunta veio sem tardar: por que pouparia eu o forte e repreenderia o fraco? Mesmo assim, peitar o governador sozinho seria no mínimo ineficaz, ainda que honroso. Entre os parceiros sondados para a tarefa, não pensei em ninguém melhor do que minha cúmplice natural. Para encorajar a Mirna, minha esposa, pedi-lhe que lesse o seguinte trecho do livro Torturado Por Amor a Cristo, do Pastor Richard Wurmbrand:

Os comunistas organizaram um Congresso de todos os grupos cristãos no edifício do nosso Parlamento. Ali estavam quatro mil padres, pastores e ministros de todas as denominações. Esses quatro mil padres e pastores escolheram Joseph Stalin como presidente honorário do Congresso. Ao mesmo tempo era presidente do Movimento Mundial dos Ateus e assassinos dos cristãos. Um após outro, bispos e pastores se levantou no nosso Parlamento e declararam que Comunismo e Cristianismo são fundamentalmente a mesma coisa e podiam muito bem coexistir. Um após outro, os ministros ali presentes pronunciaram palavras laudatórias ao Comunismo e asseguraram ao novo governo a lealdade da Igreja. Minha esposa e eu estávamos presentes. Ela, sentada junto a mim, dizia-me: “Ricardo, levanta-te e lava esta vergonha que estão atirando à face de Cristo! Eles estão cuspindo no Seu rosto”. Respondi-lhe: “Se eu assim proceder, você perderá seu marido”. Ela atalhou: “Não quero ter um marido covarde”.

Após a leitura, perguntei-lhe: você quer ter uma atitude à altura da esposa do Pr. Richard? Ela, com prontidão, respondeu-me positivamente. Pulemos, pois, os preparativos e cheguemos aos fatos.

Entramos no templo com três cartazes na mão. O futuro governador chegaria apenas na quarta ou quinta parte do culto. Assim que se deu a sua chegada na congregação eu, com asco, me saí e esperei que lhe fosse dada a oportunidade de subir no púlpito. Assim que o político socialista começou a falar, minha esposa, grávida de quatro meses, uma amiga e eu levantamos, sem usar as nossas bocas para nada, dois dos três cartazes com os dizeres: “O COMUNISMO MATOU +DE 130 MILHÕES!” e “COMUNISTAS ODEIAM CRISTÃOS! AGNELO, RENEGUE O COMUNISMO!” O petista ficou assaz desconcertado no púlpito. Entre os gaguejos e as inúteis pausas, não creio que ele tenha conseguido ler tudo o que estava escrito, embora seus assessores o tenham feito. Talvez ele tenha lido apenas alguma das referências ao comunismo. Após uns 40 segundos, enquanto grande parte dos membros lia os cartazes, o pastor percebeu o teor do protesto e pediu, com gestos, que abaixássemos as cartolinas. Para matar a curiosidade dos membros a que demos as costas, mostramos a eles as faixas e nos sentamos. Logo os presbíteros se aproximaram, reprovando o ato.

Ainda esperei, fora da igreja, que o governador eleito saísse para mostrar-lhe novamente as faixas. Ali recebi a aprovação de uns e repreensões ou olhares reprovativos de muitos.

Não pense, leitor, que comunistas subindo ao púlpito seria diferente de um homossexual, um muçulmano, um macumbeiro ou um nazista fazendo o mesmo. Apesar da recente concorrência dos islâmicos, os comunistas continuam sendo os maiores assassinos de cristãos e dos outros filhos de Adão em toda a história. Reagir a este desvio, com sabedoria e por amor ao corpo de Cristo, é uma obrigação de todos os cristãos.

Agradeço a Deus pela resposta às orações, à minha esposa pela coragem e ao irmão Júlio Severo e o professor Olavo de Carvalho por nos ensinar a tê-la.