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Apenas 13% da população confia plenamente em líderes religiosos

Pesquisa mostra declínio no índice de confiança dos brasileiros

 

 

Apenas 13% da população confia plenamente em líderes religiososApenas 13% da população confia plenamente em líderes religiosos
Apenas 13% da população afirma ter uma “plena confiança” nos líderes religiosos, entendendo que eles agem tendo em vista os “verdadeiros interesses” das pessoas. O percentual foi revelado por uma nova pesquisa do Centro de Pesquisa Pew, feita nos Estados Unidos.
O levantamento mostrou ainda que 39% das pessoas possuem “uma quantidade razoável” de confiança nos líderes religiosos e 32% responderam “não muito”. No outro extremo, 14% dizem não ter “nenhuma confiança” que esses líderes almejam os melhores interesses do país.

Na lista oferecida pelo Instituto, os líderes religiosos têm um grau de confiança menor que cientistas e militares. Essa é uma mudança radical na percepção média da população. Segundo o Christian Today, o estudo não detalha as razões para a falta de confiança das pessoas em padres, pastores, rabinos e imãs. Entre as causas desse declínio estão os escândalos de abuso infantil do clero e as intervenções políticas de alguns líderes religiosos.

Segundo a análise do Centro de Pesquisas: “A confiança nos líderes religiosos está intimamente ligada à própria identidade religiosa das pessoas. A maioria (64%) dos entrevistados que pertenciam a um grupo religioso – seja cristão ou de outra religião – dizem confiar que os líderes religiosos pensam no bem da população em geral. Os protestantes [evangélicos] são particularmente propensos a expressar sua confiança em líderes religiosos (78% disseram ter um nível razoável ou alto de confiança)”.

Entre brasileiros confiança também caiu

No Brasil não há pesquisa igual, mas a medição do Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil), feito anualmente pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

A confiança da população na maioria das instituições caiu entre 2014 e 2015. Os últimos índices revelados indicam que todas diminuíram, menos polícia e emissoras de TV, que não alteraram os percentuais da pesquisa anterior.

A Igreja Católica é a segunda instituição com mais confiança, embora com a queda de um ponto percentual – passou de 58% para 57% As igrejas evangélicas não eram mencionadas no questionário.

pesquisa

Outro levantamento semelhante, feito pela Associação Brasileira de Consumidores (Proteste) no primeiro semestre deste ano pediu que os entrevistados dessem uma nota de 1 a 10 para 18 instituições. Os resultados foram bem parecidos, e a Igreja aparece como a segunda instituição com maior pontuação (5,6). Perde apenas para as Forças Armadas, que tiveram nota 5,7.

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Igreja dá salto no ranking da confiança

 

Instituição passou de 7º para 2º lugar, diz levantamento da FGV; para pesquisadora, polêmica do aborto na campanha eleitoral impulsionou índice

17 de novembro de 2010 | 20h 34

 

Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO – A confiança da população nas instituições sofreu mudança importante no último trimestre. É o que revela pesquisa do Índice de Confiança na Justiça (ICJ Brasil), produzido pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (Direito GV). Enquanto o Judiciário ficou em situação desconfortável, empatada com a polícia e à frente apenas do Congresso e dos partidos políticos, a Igreja saltou do 7.º lugar para a segunda posição.

Para Luciana Gross Cunha, professora da Direito GV e coordenadora do ICJ Brasil, a controvérsia sobre o aborto travada entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais pesou decisivamente para o aumento do índice de confiança na Igreja.

A questão foi levantada por d. Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos. Ele mandou produzir 1 milhão de cópias do "apelo a todos os brasileiros" com recomendação expressa para que não votassem em candidato ou partido que defendesse o aborto – referência direta à Dilma Rousseff e ao PT.

Os folhetos foram confiscados pela Polícia Federal, por ordem do Tribunal Superior Eleitoral que acolheu ação do PT, mas d. Luiz não se intimidou e insistiu em sua cruzada.

"A Igreja estava em um grau baixo de avaliação quando foi feita a apuração no segundo trimestre, muito perto da crise envolvendo a instituição com denúncias de pedofilia", observa Luciana. "A última fase da coleta coincidiu com a discussão sobre o aborto nas eleições presidenciais. Isso fez a diferença."

A professora destaca que o tema aborto não foi citado na consulta. "A gente pede resposta de forma espontânea para dizer se a instituição é confiável ou não. Mas é evidente que é esse (o ataque ao aborto) o motivo principal do aumento significativo da confiança na Igreja."

Nesse trimestre 54% dos entrevistados disseram que a Igreja é uma instituição confiável. No segundo trimestre 34% deram essa resposta. "A Igreja só perde para as Forças Armadas e ganha de longe do governo federal e, inclusive, das emissoras de TV que normalmente são instituições consideradas confiáveis pela população", assinala Luciana.

Já a confiança nos partidos políticos despencou de 21% para 8% no mesmo período de eleições, mantendo-se em última posição na escala. "Ao mesmo tempo em que a Igreja sobe, os partidos políticos têm uma queda enorme no nível de confiança", ressalta a coordenadora.

Apenas 33% disseram que o Judiciário é confiável. O Congresso ficou com 20%. As outras instituições obtiveram os seguintes resultados: Grandes Empresas (44%), governo federal (41%), emissoras de TV (44%) e imprensa escrita (41%).

O ICJ Brasil foi criado pela Direito GV para verificar o grau de confiança no Judiciário e como a população utiliza o poder para a reivindicação de direitos e busca por soluções. No Distrito Federal é maior a confiança no Judiciário, desbancando a liderança do Rio Grande do Sul que, desde o início da sondagem, em julho de 2009, ocupava o posto. Minas Gerais e Pernambuco são os Estados onde a população menos confia no Judiciário.

Prestígio

"A confiança no Judiciário cresce à medida que aumenta a renda e a escolaridade dos entrevistados", explica Luciana Gross. "É maior entre moradores do interior, se comparado entre moradores das capitais, e entre os homens se comparado com as mulheres. O ICJ Brasil também apurou que quem se declara negro, pardo ou indígena confia menos no Judiciário do que quem se declara branco ou amarelo."

Apesar do pouco prestígio com a população, a Justiça, de forma geral, está melhor hoje e tende a melhorar mais no futuro, segundo a investigação da GV Direito: para 47% dos entrevistados, o Judiciário melhorou nos últimos 5 anos e para 67% ele tende a melhorar nos próximos 5 anos. Quase metade dos entrevistados (41%) declarou que já entrou com algum processo na Justiça, por questões trabalhistas, assuntos relativos ao direito do consumidor e de família.