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Pedi a Deus para não morrer, revela humorista evangélico

DEDÉ SANTANA DE VOLTA

 

                                                                                                

Há um mês, durante uma gravação de A Turma do Didi, Dedé Santana, 75 anos, sentiu-se mal. Sentiu a vista escurecer e foi encaminhado para o hospital Barra D’or, no Rio. Vítima de uma verticulite no intestino grosso, o humorista sentiu medo da morte, de não poder ver mais os oito filhos, oito netos e a mulher.

Para superar tudo isso, ele conta que se apegou à fé, à Bíblia – que, garante, há 16 anos norteia a sua vida – e às palavras do amigo Renato Aragão. Em entrevista exclusiva, Dedé falou ao JT sobre o drama e do tempo em que fazia parte de Os Trapalhões. Histórias, aliás, que ele reunirá no livro Eu e Meus Amigos Trapalhões, que deve ser lançado no mês que vem.

Como está sendo voltar ao trabalho, depois do susto?

Tem sido maravilhoso. Cheguei na Globo e meu camarim estava cheio de flores. Tem males que vêm para o bem. Todo mundo me recebeu de braços abertos.

O Renato Aragão foi visitar você no hospital alguma vez?

Sim. Ele deu um jeito, entrou na CTI e falou: “Meu irmão, você vai sair dessa.” Quando ele quebrou o nariz (em abril de 2010), eu também consegui entrar no hospital em que ele estava e falei para o médico dele: “Doutor, não dá para você me operar de qualquer coisa só para eu poder ficar aqui com ele?”. A gente sempre foi assim.

Nessa sua internação, você chegou a sentir medo de morrer?

Eu senti medo do pior. Fiquei com medo de morrer e não poder ver minha mulher e meus filhos. Achei que eles não chegariam a tempo de Santa Catarina.

E nessa espera por eles e por uma melhora, ficou rezando?

Sim. Eu sou evangélico. Então, me peguei muito a Deus. Eu sou muito conformado com as coisas que Deus faz, viu? Mas, nessa hora, eu pedi para não morrer. Foi difícil, mas minha família me apoiou muito, o tempo todo.

E sua família é bem grande.

É verdade. Grande demais (risos). Eu tenho oito filhos e oito netos. Teve um dia que eu cheguei numa rádio, no interior da Bahia, e o cara falou: “Rapaz, você gosta muito de criança”. Eu olhei para ele e respondi: “Não, meu caro. Eu gosto muito da minha mulher”.

Então, aos 75 anos, você ainda gosta muito de namorar?

Sim! Estamos juntos há 20 anos.

E quer ter mais filhos?

Eu até queria ter mais, mas minha mulher (Christiane Bublitz, ex-rainha da Oktoberfest Santa Cruz do Sul) não. Mas apesar de adorar criança correndo pela casa, na verdade eu não fui muito bom para os meus filhos, sabe?

Você foi um pai ausente?

Um pouco. Eu ficava muito fora, né? A gente (Os Trapalhões) chegou a fazer uns três filmes por ano. Agora é que eu tenho ficado mais com eles. E, hoje, eu também sou um homem mais sossegado. A igreja fez bem para mim, sabe? Minha conversão se deu porque eu fui salvo no hospital por Jesus. Ali (há 16 anos), eu sosseguei o rabo. Eu era muito namorador…

Mas porque você foi para o hospital nessa época?

Porque eu tive um problema no coração. Na verdade, eu não tinha religião. Eu era maria vai com as outras. Alguém me falava: “Vamos numa sessão espírita?” Eu ia. “Vamos na macumba?” Eu ia. Mas sempre acreditei em Deus.

E agora você está sossegado e ganhando tão bem quanto na época de ‘Os Trapalhões’?

Não é assim. Não ganho igual. Antes, a gente tinha contrato com montadoras de bicicleta, fazíamos filmes, era muita renda…

Na época do grupo você conseguiu ficar rico?

Não. Eu sou muito mão aberta e não gosto de falar isso, porque fico colocando azeitona na minha empada. Mas posso dizer que tive grandes emoções nessa vida e isso foi o que valeu. Minha única queixa dessa carreira é que dirigi uns 70 filmes na vida e nunca fui convidado para um Festival de Cinema. Depois que eu morrer, não adianta me homenagearem.

Ontem, você disse que estava indo para o Rio. Onde reside?

Estou morando em Itajaí (SC). Eu fui para lá há seis anos, quando fui contratado pelo Beto Carreiro para fazer apresentações no parque dele. Aí, quando o Beto faleceu, o Didi me ligou para eu vir para a Globo. Foi um presente!

Por qual motivo?

Porque eu queria trabalhar outra vez com o Renato (Aragão). Esse foi o segundo grande presente que ele me deu. O primeiro foi um curso de direção em São Paulo e a chance de dirigir os filmes de Os Trapalhões. Por isso, não queria morrer e estar longe dele.

E como o conheceu?

Eu trabalhava num teatro no Rio e o Arnaud Rodrigues, que escrevia para o Chico Anysio, me viu e falou de mim para o Renato, que procurava um companheiro. Como eu saltava e fazia até oito números de circo, gostaram de mim.

Eu cheguei a participar até do globo da morte. Então, quando conheci o Didi deu super certo e nunca mais nos largamos.

Mas Dedé, vocês não haviam brigado? Explique melhor isso…

Imagina! Nós nunca brigamos. A gente se falava pouco, em datas especiais: aniversário, Natal… Mas a gente sempre se ligava.

Então, nunca existiu um ego maior da parte do Renato?

Não. Nunca houve. Quando os outros vieram (Zacarias e Mussum), eles sabiam que ele era o líder, o cara que escrevia. A primeira vez que peguei o texto dele eu falei: “Rapaz, se um dia você conseguir fazer o que você escreve, você vai ser o maior humorista do Brasil”.

Foi você quem levou o Mussum para o grupo? Como foi isso?

Sim. Eu o conhecia do grupo Os Originais do Samba. Ele não queria ser humorista, sabia? Ele dizia: “Eu sou tocador de reco-reco, meu cumpade”. Mas eu o convenci.

É verdade que vocês quatro chegaram a morar juntos?

A gente vivia mais junto do que com a nossa família. Os Trapalhões viviam juntos. Viajamos o Brasil, fomos para Marrocos, Angola e EUA. Era tão bom, dávamos tantas gargalhadas. A maior diversão sempre era o Renato.

O que ele fazia?

Às vezes, ele amarrava a roupa de um na do outro. No meu caso, ele enchia os bolsos de manga, porque sabia que eu gostava da fruta. Ele nunca desanimava. Eu, na verdade, era o mais mal-humorado da turma. O Mussum fazia farra e o Zacarias era o conselheiro.

Como foi perdê-los?

Muito difícil. Eu e o Renato até pensamos em largar a TV. Mas eu aprendi desde cedo que o espetáculo tem de continuar. Uma vez, eu e minha família organizamos um espetáculo de circo em Santos, com tudo fiado. E, horas antes de estrearmos, meu pai foi atropelado e morreu. Pensamos em desistir de tudo, mas estávamos com os ingressos vendidos. Lembro que eu e meu irmão, Dino Santana, velávamos o meu pai lá atrás do circo e na frente, no picadeiro, fazíamos palhaçada…

E além dessa dificuldade, passou por outras para entrar na TV?

Muitas. Passei fome aqui no Rio de Janeiro e dormi nas praias. Quem me ajudou foi um baiano que tomava conta de um teatro no Posto 6. Eu o ajudava a fazer a limpeza e ele me pagava comida. Enquanto isso, eu mentia para a minha família. Dizia que estava indo bem na carreira de diretor de cinema que eu tanto sonhava.

Data: 28/6/2011 08:30:16
Fonte: JT

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DEDÉ : O RELATO DE UM EX-TRAPALHÃO

 

Dedé relembra os momentos de dor durante internação

      Depois de passar dez dias internado no Hospital Barra D’Or por conta de uma diverticulite no intestino grosso, Dedé Santana voltou aos estúdios do Projac para gravar "As Aventuras do Didi" na última quarta-feira, 15. Na manhã de quinta-feira, 16, antes de entrar para mais um dia de gravação, o humorista recebeu a equipe de reportagem do UOL para uma entrevista exclusiva. Dedé chegou apenas 15 minutos após o horário marcado, mas pediu desculpa pelo atraso. "No meio do caminho, encontrei com o (diretor) Guto Franco e tive que parar para falar com ele. Nos conhecemos há muitos anos e tenho um carinho enorme por ele. Guto é filho do Moacyr Franco", explica. A entrevista começou e Dedé relembrou a época em que ficou doente e chegou a ser internado no CTI. "O pior momento foi quando recebi a notícia que estava com diverticulite. Lembrei logo do (político) Tancredo Neves, que morreu assim. Pensei que não iria mais ver meus filhos", lembra ele, que é pai de oito.
      Dedé começou a passar mal no dia 27 de maio, durante uma gravação do humorístico. "Tinha uma cena em que eu caía e o Didi [Renato Aragão] me levantava. A crise começou na queda. Renato percebeu que eu não estava bem e me levantou com cuidado. Eu estava tonto e saí do Projac direto para o hospital", diz. Apesar de ter sido muito bem tratado na unidade, o humorista afirmou que não guarda boas recordações do local. "Lembrança de hospital nunca é boa. Me colocaram com uma equipe médica de primeira, mas eu não quero voltar pra lá não. Era cano enfiado em tudo quanto é lugar. Até em buraco que nunca conheci nesses meus 75 anos de existência", rememorou, aos risos. Passado o susto, Dedé mostrou que a internação não o fez perder o bom humor.
      Você ficou no CTI, mas passou a maior parte do tempo consciente. Como eram os seus dias?
      Dedé –
No começo estava inconsciente porque fiquei com anemia. Mas é horrível estar consciente porque você não pode se mexer. Fiquei sem comer e sem beber água por dias. Apenas molhavam a minha boca com um algodão. Quando eu lembro, me dá até sede. Ficar consciente é ruim porque a gente vê muita coisa. Vê gente morrendo… Mas também me emocionei porque tinha um senhor que me viu e falou com a enfermeira: "Puxa… O Dedé… Meu Deus… Eu vou orar por ele". E ele estava muito pior do que eu, com câncer em estágio terminal. Quando fui fazer exames, ele disse pra enfermeira: "Graças a Deus o Dedé saiu…". E a enfermeira respondeu que eu só estava indo fazer um exame e já ia voltar.
      Qual foi o pior momento?
      Dedé –
O pior momento foi quando pensei que não iria mais ver meus filhos. Tenho oito filhos e oito netos. Tenho três filhos em Santa Catarina com a minha mulher, Christiane Bublitz, que são os mais novos. O nome de todos eu lembro, mas as idades… Sou pai do Átila, Ayede, Ayesca, Aimê, Manfried Júnior, Marcos, Yasmin e Maria Leone, que é a mais velha.
      Então você pensou na possibilidade de morrer?
      Dedé –
Dei uma fraquejada algumas vezes. Quando o médico me disse que era diverticulite, me lembrei do Tancredo Neves, que morreu com essa doença. Mas o apoio que eu tive da Globo foi fundamental.
      Você se tornou evangélico em 1995 por causa de um problema no coração. Como a religião te ajudou em sua última internação?
      Dedé –
Quando me converti, eu era da Assembleia de Deus. Hoje sou membro da Igreja Quadrangular. Sempre que eu posso eu vou à igreja. Me converti por problemas cardíacos. Fiz todos os exames agora no hospital e meu coração não tem nada. Meu único problema doi mesmo a diverticulite no intestino grosso. Me converti também porque eu era muito maluco, muito mulherengo e tal. Agora isso mudou. sou uma pessoa totalmente dedicada à minha família.
      Você é pastor?
      Dedé –
Não sou pastor. Ser pastor é um chamado especial de Deus e eu não tive esse chamado.
      Tem medo da morte?
      Dedé –
Não tenho medo da morte não. Ela é uma consequência da vida.
      Qual foi a primeira coisa que você fez ao chegar em casa?
      Dedé –
Fui correr atrás dos meus filhos. Eu não estava acreditando que estava chegando em casa. Foi incrível. Meu filho Marquinhos apareceiu com umas manchas e foi internado em um hospital lá em Santa Catarina. Minha mulher queria vir pra cá ficar comigo e eu dizia que não precisava porque já ia ter alta. Quando ela me ligou avisando que o Marquinhos estava bem, eu disse: "Então vem pra cá porque acho que eu vou demorar a ter alta". Ela quase me matou.
      Você recebeu muitas mensagens positivas de fãs enquanto esteve internado. Acha que essa energia ajudou na sua recuperação?
      Dedé –
A energia das pessoas chegou até mim. Minha saída do hospital fui fruto de muita oração. Tinha muita gente orando por mim. Aliás, gostaria de agradecer porque não pensei que eu fosse tão querido assim… Principalmente pela classe circense, que me mandava e-mails e me telefonavam. E também recebi muito apoio da classe artística. O Sérgio Mallandro foi me visitar. O Tiririca me ligou de Brasília. O Renato Aragão foi me ver. Ele era o mais preocupado de todos.

      O que você pediria hoje a Deus?
      Dedé –
Queria viver mais um pouquinho. Minha filha Yasmin tem 14 anos e queria vê-la chegar aos 20. A Yasmin, que está em Santa Catarina, quer seguir a carreira artística. Tentei tirar todos os meus filhos da arte. Porque a gente sofre muito. É uma vida muito instável. Entre a prole, cada um tem o seu negócio, toca suas coisas. Mas a Yasmin quer ser atriz de todo o jeito. Eu falei que ela precisa primeiro estudar e ela disse que vai ser como o Renato Aragão: advogada e atriz.
      Você não ficou com ciúme da sua filha se espelhar no Renato Aragão e não no pai?
      Dedé –
De jeito nenhum. Yasmin sempre me pediu para trabalhar com o Didi. Eu explicava que era questão de contrato. Eu estava no SBT e ele na Globo. Mas Renato e eu nunca ficamos sem nos falar. A gente se ligava no Natal, nos aniversários e nas outras datas importantes.
      Como está sua rotina hoje?
Dedé –
Tomo só um remédio que tem ferro. Digo que estou tomando ferro. É meio esquisito de falar, né? [risos]. Fora isso, não tenho restrição nenhuma. Moro em Itajaí, no Sul, e venho para o Rio às terças-feiras. Gravo no Projac às quartas e quintas e, na sexta, volto para Santa Catarina. Tenho muitos amigos que são donos de circo lá e, às vezes, me apresento nos sábados e domingos. O público levanta, fica de pé para me ver. Faço tudo normal. Hoje mesmo dei uma corrida na praia antes de vir cá. De carro, é claro… [risos].
      Como foi voltar a gravar?
      Dedé –
Foi maravilhoso. Minha volta foi emocionante porque meu camarim estava com muitas flores enviadas pela equipe do programa. Eu não sabia que era tão querido entre o pessoal.
      Você veio de uma família circense. Sua estreia no circo aconteceu com apenas três meses de vida. Conte o que você sabe sobre essa estreia.
      Dedé –
Diz meu pai que foi o meu primeiro aplauso. Antigamente, tinha uma mistura de circo com teatro. Na apresentação, fiz uma peça chamada “A Cabana do Pai Tomás”. Minha mãe fazia uma escrava e ficava com um bebê nos braços. Quem fazia era um boneco, mas como eu estava lá, meu pai resolveu me colocar no colo dela, que fazia uma escrava. Na hora em que me tirariam do colo dela, estava tudo preparado para um LP tocar um choro de criança. Mas nem precisou usar. Quando me tiraram do colo da minha mãe, eu chorei e os artistas começaram a rir. O público chorava e não entendia. Aí, meu pai explicou que havia um disco para tocar com um choro de bebê.   
      Sua família é descendente de ciganos. De onde saiu o nome Manfried?
      Dedé –
É um nome alemão. Tenho sangue de alemão por parte de um amigo íntimo do meu pai. Não sei se você entendeu… [risos]
      Juro que não. Me explica, por favor?
      Dedé –
É que a minha mãe, quando estava no hospital para me ter, precisava de uma transfusão de sangue e a única pessoa que tinha sangue compatível era esse alemão, Manfried. Meu pai resolveu homenagear o moço pelo seu gesto.
      O que Renato Aragão representa na sua vida?
      Dedé –
Nós começamos juntos. Até me emociono porque tudo começou com a dupla Dedé e Didi, em 1965. O amigo é um presente que a gente nos dá. E o Didi é um grande presente meu. Consegui realizar dois grandes sonhos da minha vida através dele. Eu vinha do circo. Ele escrevia muito bem. Eu queria muito dirigir cinema. Eu fiz curso, trabalhei em edição, dirigi um filme em preto e branco em São Paulo, mas não tinha dirigido um filme grande. Um dia, o Renato me disse que eu ia dirigir "Os Trapalhões e o Mágico de Oroz" [1984]. Dei muita sorte porque foi um  dos mais elogiados. Aliás, o primeiro beijo da Xuxa no cinema foi comigo. Eu era noivo dela nesse filme. Foi boca a boca.
      E foi bom?
      Dedé –
Nem me lembro. Eu estava nervoso. Ela também. Chovia muito. Era uma cena chovendo.
      Foi um "beijo técnico"?
      Dedé –
Eu nem sei o que é que foi [risos].
      Como era na época em que "Os Trapalhões" era exibido na TV? Você sente saudade do Zacarias e do Mussum?
      Dedé –
Era maravilhoso. Com o Didi, ninguém podia chegar de mau humor. Se eu chegasse, em 15 minutos, já estava rindo com ele. Digo que o único ator dos Trapalhões era o Zacarias. Didi e Dedé sabem os truques de fazer rir. E Mussum era um comediante nato. Ele fazia piadas no tempo, fora do tempo e todo mundo ria. A gente ria em cena.
      Além da direção de "Os Trapalhões e o Mágico de Oroz", qual foi o outro grande presente que o Renato Aragão te deu?
      Dedé –
O outro foi a minha volta para a Globo. Um dia, em 2008, ele me ligou e perguntou se eu gostaria de voltar. Respondi que sim e ele me disse que ia tentar porque não era o dono da Globo. Passou um dia, e ele não ligou. E eu naquela ansiedade. Depois, ele me ligou e disse que tinha uma notícia não muito boa. Eu disse: "Tá. O importante é que você tentou". E Ele: "Não. A notícia é que você já está contratado pela Globo e está recebendo seu salário desde o dia primeiro". E já era dia 20.
      A empresa do Renato Aragão está sendo processada pela Fernanda Brasil, a menina que protagonizou o filme "A Filha dos Trapalhões". Ela alega que não recebeu direitos de imagem pela exibição do filme na TV e o longa acabou virando DVD…
Dedé –
Não sei como foi feito o contrato dela. Mas lembro que no meu contrato, ganhei o salário e abri mão dos direitos de exibição e imagem. Todo filme é feito assim.
      Falando em contrato, até quando vai o seu contrato com a Globo?
      Dedé –
Eles chamam de contrato permanente. Nele, há um cláusula que diz que, se eu quiser sair da emissora, preciso avisar com um ano de antecedência. E se eles quiserem me dispensar também avisam um ano antes. Mas estou muito feliz aqui. Como moro no Sul, eles dão passagem para o Rio e fico hospedado em um hotel cinco estrelas. A emissora é fora de série.

      Por que você foi para Santa Catarina?
      Dedé –
Fui trabalhar no Beto Carrero World. Fiquei seis anos trabalhando com o Beto. E o Sul tem uma qualidade de vida muito boa. Moro em Itajaí, numa casa boa, na beira da praia e me acostumei muito com aquela vida ali. Só sinto falta das feiras,que lá não tem. Eu adoro ir à feira e sinto falta disso. Quando morava aqui eu ia muito às feiras livres.
      O que você acha do atual humor brasileiro? Que programas você assiste?
      Dedé –
O humor brasileiro mudou muito. Hoje eu assisto a programas como "A Grande Família"  e "Tapas e Beijos", que acho sensacional. Também amo "A Mulher Invisível". Débora Falabella e Luana Piovani estão maravilhosas no seriado.
      Na sua opinião, quem é o grande humorista da atualidade?
      Dedé –
isso é muito particular, mas sou fã do Tiririca. Acho que ele é uma mistura de Costinha com Dercy Gonçalves. Acho que até agora ele não se achou… [risos].
      Não? Ele está em Brasília!
      Dedé –
Agora é que ele se perdeu porque foi ser conselheiro da Dilma [risos]. Mas ele tem se esforçado muito pela cultura. Ele pediu que eu desse uma mão para ele no setor circense porque o circo no Brasil está muito abandonado.
      É verdade que você é um noveleiro assumido?
      Dedé –
[risos]. Gravo todos os capítulos de "Insensato Coração". Gravo tudo. Na sexta, chego em casa bem cedinho e vejo todos os capítulos. Eu não paro antes de terminar. Eu estou muito entusiasmado com o trabalho do Antônio Fagundes. Ele sempre foi bom, mas nesse papel está fora de série. Dos atores novos, sou apaixonado pelo Lázaro Ramos e o Wagner Moura. E tem o Gabriel Braga Nunes, que está trabalhando muito bem como o vilão Léo. Aliás, os dois irmãos. O Eriberto Leão também está muito bom. E, voltando um pouquinho, a Mariana Ximenes fazendo a bandida Clara em "Passione" também foi extraordinário.

Você se arrepende de alguma coisa que tenha feito?
       Dedé –
Acho que não. Cheguei onde eu consegui chegar com o apoio do público. Se não fosse o público, talvez não estivesse aqui hoje, O público me ajudou a criar meus 8 filhos, indo aos cinemas ver os filmes dos Trapalhões. Nós ficamos muito tempo entre as dez maiores bilheterias de cinema no Brasil na década de 80 e a gente deve muito ao Renato Aragão. Cheguei a dirigir três filmes seguidos na época das férias escolares.
      O que mudou na sua vida após sua passagem pelo CTI?
      Dedé –
Hoje dou muito valor para as pequenas coisas. Às vezes, uma visita a um amigo se torna imprescindível.Gosto de sair com os amigos para jantar.

Data: 18/6/2011
Fonte: Uol

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Dedé Santana é internado no Rio com hemorragia gástrica

DO RIO

O humorista Dedé Santana, ex-integrante dos Trapalhões, está internado desde sexta-feira no Rio de Janeiro para se tratar de uma hemorragia gástrica. O quadro de saúde é estável, mas não há previsão de alta, segundo a assessoria de imprensa do hospital Barra D’or, onde ele se encontra internado.

Dedé, 75, passou mal na sexta-feira e foi levado ao hospital. O humorista teve um problema no estômago que evoluiu para uma pequena hemorragia, já controlada. Segundo o hospital, ele sofre de doença diverticular, que o levou desenvolver uma lesão no estômago.

O humorista está no quarto e tem a companhia de amigos e familiares.

Ana Carolina Fernandes – 10.fev.04/Folhapress

Dedé Santana está internado no Rio com quadro de saúde estável, mas sem previsão de alta

Dedé Santana está internado no Rio com quadro de saúde estável, mas sem previsão de alta