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A prisão ocorreu nesta quarta-feira durante tumultuada sessão em que o manifestante chama Feliciano de racista
PorAdoniran Peres | Correspondente do The Christian Post
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O antropólogo Marcelo Regis Pereira, que em protesto chamou o deputado Marco Feliciano de racista e foi levado preso durante a sessão desta quarta (27) da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), gravou um vídeo em que diz ser vítima de preconceito. O colunista Reinaldo Azevedo, da revista Veja, faz críticas à imprensa e ao rapaz que, segundo ele, está querendo chamar a atenção por ser negro, gay e pobre e avalia o vídeo como a manifestação do mais escancarado oportunismo. “A imprensa está dando corda — por ser, atenção!, negro, gay e pobre”, diz Azevedo.
Facebook/Reinaldo Azevedo
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Quanto ao pedido de prisão do manifestante por Feliciano, o colunista defende o deputado. “De fato, há gente acreditando que é legítimo invadir uma comissão, subir na mesa, chamar o outro de racista etc. Uma vez coibida a agressão, então é hora de gritar: Preconceito! Com a pressurosa colaboração da imprensa, esse troço está indo longe demais”, destaca Azevedo.
No vídeo, o antropólogo diz: “sou mais um cidadão brasileiro indignado com toda situação que está acontecendo com os direitos humanos do Brasil. Fui penalizado e retirado da sessão, justamente ser uma parcela ínfima da população brasileira, por ser negro, pobre e gay”.
Pereira conta ainda que não faz parte de nenhum partido político e nem movimento social e convida ainda a população para lute junto, para o que chama de, usurpação dos direitos humanos. “Convido todo o cidadão brasileiro a entrarem nesse movimento. Convido os negros, brancos, católicos e evangélicos, enfim todos, para lutar contra a usurpação dos direitos humanos. Não tenha medo e venha lutar contra tudo isso que ta acontecendo”.
Reinado da Veja faz sua análise e crítica ao manifestante. “Negro, como se vê, Pereira não é. Como ele mesmo diz, assim ele se autodeclara. Eu posso me autodeclarar índio, por exemplo. Tenho legitimidade pra isso. Feliciano, que tem comprovadamente a mãe negra, deve ser mais negro do que o acusador”.
Quanto ao episódio da prisão, o colunista da Veja ainda analisa e rebate. “Ele chama o outro de racista, é expulso da sala e diz que fizeram isso porque sou gay. Ainda que isso estivesse na cara, ser gay não lhe dá o direito de ofender os outros. Ou dá? Mas como Feliciano poderia saber? Está escrito na testa? Há gente que parece e é, que parece e não é”.
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Quanto à declaração do antropólogo que diz que é pobre, Azevedo disse. “Não existe faculdade de antropologia no Brasil. É uma pós-graduação. Isso quer dizer que ele tem um curso universitário e uma especialização. É esse o padrão da pobreza no Brasil? Tome tento, meu senhor! Tenha compostura! Pobre não tem cara, não! Mas a pobreza, ah, essa tem!!!”
Entenda a prisão
A prisão de Pereira ocorreu ontem em meio a protestos na reunião da CDHM. O grupo de evangélicos gritava palavras como: “Fica Feliciano, Jesus, Jesus!” E os contrários ao deputado palavras como: “Fica na sua igreja”. Na ocasião, Marco Feliciano foi interrompido por manifestantes que ainda diziam: “Não respeita os negros, os homossexuais, as mulheres e não me representa. Não vou te respeitar”. Feliciano apontou para um manifestante e pediu que a prendesse. “Aquele senhor, ele me chamou de racista. Racismo é crime. Chama o segurança. Ele vai sair preso”, disse Feliciano. Marcelo Régis Pereira foi levado para a Delegacia da Polícia Legislativa para prestar depoimento e foi liberado logo em seguida.
You Tube|Erika Kokay
Depoimento de Marcelo Regis, manifestante preso na sessão da CDHM