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Carol Celico admite haber cambiado el ‘fanatismo religioso’ por la libertad espiritual en Jesús

Esposa de Kaká

 

Carol Celico admite haber cambiado el ‘fanatismo religioso’ por la libertad espiritual en Jesús

Celico repasa su vida espiritual en la Iglesia Renacer, y tras su salida de ella, durante su gira en Brasil promocionando su CD.

08 DE NOVIEMBRE DE 2011, SAO PAULO

La esposa de Kaká se encuentra en Brasil promocionando su CD y ha hablado con la prensa sobre cómo vive hoy su fe cristiana. "He madurado en asuntos que eran tabúes para mi…”, dijo Carol Celico a la revista brasilera Istoé , afirmando que está viendo los frutos de “una auténtica libertad espiritual”.
Carol ha manifestado que se arrepiente hoy de haber dicho en el año 2009 que era Dios quien había dado al Real Madrid el dinero suficiente para la contratación de Kaká a pesar de estar ya en plena crisis mundial económica; y considera que este episodio revela el “fanatismo” que la dominaba.
Dejar de asistir a una iglesia sin abandonar la fe es una opción que muchos cristianos deben elegir y aceptar en algún momento de sus vidas. En el caso del futbolista Kaká y su esposa Carol Celico, el tema ha trascendido la esfera de lo privado, a partir de su renuncia formal la membrecía de la iglesia Renacer en Cristo, de Sao Paulo, hace dos años.
Si bien la pareja no asiste actualmente a ninguna iglesia y prefiere orar en su casa, en familia, recibe atención espiritual a través de un liderazgo maduro y reconocido en España que hace una labor de apoyo espiritual con ellos.
MADRE E HIJA
Carol afirma que a los 15 años, cuando comenzó a salir con Kaká, empezó a asistir a Renacer. Luego fue bautizada y su participación en la iglesia se volvió -así lo ve ahora- un tanto excesiva. Su madre –católica practicante- intentó inútilmente de disuadirla. "Trató alejarme de la iglesia, pero cada vez que lo hacía, yo me involucraba más y más".
Las peleas fueron continuas y hasta tal punto que Carol confiesa que llegó a tirar “sus cosas religiosas y romper una pulsera. Era un fanática", admite.
Afirma también que en los últimos años ha madurado y ha cambiado su relación respecto a la fe de su madre, y que si en un futuro sus hijos decidiesen otro camino en el plano espiritual, sabría respetar sus decisiones pues “la religión no cambia el amor de una madre por un hijo”.
CUESTIÓN DE DINERO
Sostiene además que para muchos era una "la superpastora, una superheroína de la fe pero que en realidad cuando volvía a casa maltrataba a quien trabajaba en las labores domésticas… "porque no podía dar lo que no había recibido". Renacer "se convirtió en un negocio que necesitaba ser administrado y no quería esto en mi vida".
Tiempo atrás Carol fue entrevistada por la revista Folha, ocasión en que si bien no abundó tanto en explicaciones sobre su salida de la Iglesia Renacer , explicó que rompió con la teología de la prosperidad predicada en esta iglesia. “Yo creía (entonces) en cosas que no estaban en la Biblia” dijo refiriéndose a los abusos en la recaudación de dinero. De hecho, se produjo una polémica tras esta declaración a la prensa después de dejar la membrecía de la Iglesia Renacer por acusar públicamente que esta denominación proclamaba cosas que no eran bíblicas.

Fuentes: Entrecristianos

© Protestante Digital 2011

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Osama Bin Laden: vilão ou herói?

 

14 de maio de 2011 | 0h 00

Sérgio Telles – O Estado de S.Paulo

O maior dos terroristas, a encarnação do Mal, o inimigo público número 1, um desalmado assassino cuja execução é celebrada com grande júbilo em praça pública, um fanático religioso que prega a guerra santa, o representante de forças retrógradas e da ignorância. Um herói cujo assassinato é pranteado em inúmeras cidades, levando muitos jovens sequiosos de vingança jurarem seguir seu exemplo; um líder político capaz de planejar e executar uma espetacular manobra militar que humilhou o maior império do ocidente, afrontando-lhe a arrogância e a suposta superioridade.

Que norte-americanos e árabes possam ter tais opiniões tão discrepantes sobre Osama Bin Laden mostra, mais uma vez, como aquilo que consideramos verdadeiro ou real nem sempre é autoevidente ou aceito de forma consensual. O que chamamos de realidade ou verdade não decorre da nossa percepção direta e isenta do mundo, pois dele só percebemos o que nos permitem nossas crenças.

O sistema de crenças através do qual enxergamos o mundo é o que chamamos de ideologia. O modelo mais acabado de ideologia é a religião. Ela fornece um conjunto articulado de crenças e dogmas que soluciona os grandes enigmas que atordoam o ser humano (de onde viemos, para onde vamos, para que vivemos, o que acontece depois da morte?), além de lhe garantir (pelo menos nas três religiões abraâmicas) a eterna proteção de um pai poderoso. Nisso está sua força imbatível.

À medida que o mundo se secularizou, configuraram-se outros sistemas de crenças nos quais a imagem paterna de um deus protetor é substituída pela do líder político, que oferece o paraíso não mais no céu e sim aqui na Terra. São "religiões" políticas, às quais seus fiéis se agarram com a mesma tenacidade dos crentes das religiões convencionais.

A ideologia não tolera contestação. Seu correlato mais imediato é a propaganda, ou seja, a imposição de dados que reforçam os pressupostos e crenças ideológicos, independente de corresponderem ou não aos fatos. A ideologia sustenta o poder totalitário e é por ele apoiada.

Nas conflagrações, a ideologia e a propaganda são a regra. Não é por outro motivo que se diz que, na guerra, a primeira a morrer é a verdade. Cada lado da contenda estabelece uma inquestionável versão dos acontecimentos, penalizando como traidor quem dela duvidar.

É preciso lembrar tudo isso antes de falar de Bin Laden, cuja execução pelos Estados Unidos foi justificada como um ato de guerra. Ao se desconstruir a ideologia e a propaganda em torno do fato, constata-se que Bin Laden e Al-Qaeda são sintomas de um problema maior, decorrente dos impasses trazidos pela globalização, que simultaneamente exacerba diferenças culturais e promove uma grande uniformização do mundo. Visto assim, é uma ilusão acreditar que a eliminação física de um líder ou a dispersão de seu grupo seja de alguma eficácia na consecução da resolução desses problemas.

As complicações trazidas pela globalização foram muitas vezes descritas como um choque entre cristianismo e islamismo, um choque de civilizações.

Bin Laden e Al-Qaeda expressam um momento especialmente agudo nesse conflito de grande envergadura, já diagnosticado por Jacques Derrida em 1995, quando a imigração islâmica já provocava tensões na Europa. O conflito decorre não de um embate religioso e sim das mudanças radicais desencadeadas pelas novas tecnologias de comunicação próprias da globalização, especialmente a televisão e a internet. Tais tecnologias formam grandes redes transnacionais que ignoram barreiras geográficas, linguísticas, legais, sociais, promovendo um desenraizamento que coloca em risco as identidades dos povos. Desta maneira abalam o que Derrida chama de "microclimas" culturais, políticos e religiosos. Embora os povos menos desenvolvidos fiquem fascinados por estas novas tecnologias, ao mesmo tempo sentem-se profundamente ameaçados por elas, o que os faz reagir de forma violenta, reforçando todos os elementos que os ligam a suas identidades, como o apego ao lugar de origem, ao sangue, à família, à língua, ao país, aos costumes mais arcaicos e, evidentemente, à religião.

Assim, o lugar que a religião ocupa nestas reações não decorre de uma questão transcendental ou uma preocupação com o divino. Ela é apenas um elemento de reafirmação da identidade ameaçada.

Neste enfoque sociocultural, não é de pouca monta o fato de que ainda não ocorreu nos países muçulmanos um equivalente da nossa ocidental Revolução Francesa, ou seja, a necessária separação entre estado e religião. Este passo deve ser dado pelos próprios muçulmanos, pois é de se supor que naqueles países exista uma elite insatisfeita com o atual estado de coisas e deseje alterá-lo. Esta mudança não eliminará o islamismo, assim como a Revolução Francesa não eliminou o catolicismo, limitando-se a retirar-lhe o poder terreno, enquanto lhe assegurava o do reino dos céus. O que as potências ocidentais precisam fazer é apoiar as forças progressistas do islamismo, ao invés de se aliar com os grupos mais reacionários, como bem mostra o filme Syriana (2005), de Stephen Gaghan, no qual George Clooney faz um agente da CIA às voltas com príncipes árabes de estados que mal se distinguem de agrupamentos tribais, corrupção das megacompanhias petrolíferas, negócios escusos e assassinatos.

A desorganização identitária trazida pela globalização não atinge apenas os países islâmicos. No mundo ocidental, como aqui no Brasil, o recrudescimento das religiões evangélicas e pentecostais, transformadas em espetáculos pela televisão, arrebanha as massas formadas pelas migrações internas, multidões que abandonaram seus rincões e se alojaram nas periferias das grandes cidades, perdendo seus "microclimas" culturais. Elas reencontram na religião televisiva resquícios de uma identidade perdida e a sensação de pertencimento. Isso lhes é tão fundamental que, para mantê-lo, não se importam de serem explorados até o último centavo de seu suado dinheirinho.



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