PorAndrea Madambashi | Repórter do The Christian Post
O Papa Bento XVI clamou por liberdade religiosa no Oriente Médio neste sábado, durante a sua visita ao Líbano. A visita ocorre em meio a uma nova onda de protestos que eclodiram na sexta-feira devido ao filme anti-muçulmano a "inocência dos muçulmanos", que levou ao ataque mortal ao consulado dos EUA na Líbia esta semana.
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(Foto: Reuters)
Pessoas fazem protestos na frente da embaixada americana, no Cairo, 11 de setembro de 2012.
O papa falou a funcionários do governo, diplomatas estrangeiros e líderes religiosos no palácio presidente em Monte Líbano, nos subúrbios ao sul de Beirute, no segundo dia da visita.
"Não nos esqueçamos de que a liberdade religiosa é um direito fundamental do qual derivam muitos outros direitos", disse ele, de acordo com a Associated Press.
Cristãos e muçulmanos no Líbano têm compartilhado o mesmo espaço, segundo ele, algumas vezes na mesma família e perguntou-lhes: "Se é possível nas famílias por que não em sociedades inteiras?"
Ele disse que deve ser possível para todos a praticar religião com liberdade e sem perigo para a vida.
Bento quer que o Líbano, país com a maior percentagem de cristãos no Oriente Médio, seja um exemplo de convivência para a região.
Ele convidou o público “a testemunhar com coragem, dentro e fora de estação, onde quer que você se encontre, de que Deus quer a paz, que Deus confia a paz a nós."
Horas depois de sua chegada sexta-feira, a violência eclodiu no norte do Líbano por causa do filme anti-muçulmano. De acordo com autoridades de segurança libanesas, uma multidão ateou fogo a um restaurante KFC e Hardee na cidade portuária de Tripolli.
Manifestantes entraram em confronto com a polícia, que abriu fogo, deixando pelo menos um dos atacantes morto e 25 pessoas feridas, incluindo 18 policiais que foram atingidos com pedras e vidro, relataram os oficiais.
As autoridades libanesas aumentaram a segurança para o papa. Licenças de armas foram suspensas e a visita foi confinada ao centro do Líbano e áreas cristãs do norte.
O filme "Inocência dos muçulmanos", que gerou os protestos, ridiculariza o profeta Maomé, retratando-o como uma fraude, um mulherengo e um molestador de criança.
A onda de ataques sexta-feira deixou pelo menos sete pessoas mortos nas áreas do Oriente Médio da África, que incluem a Tunísia, Egito, Líbano, Sudão, Iêmen, Índia, Israel, Bahrein, Bangladesh, Afeganistão, Iraque, Irã, Paquistão, Síria, Qatar, Grã-Bretanha, Turquia e Cisjordânia.