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Apóstolo Valdemiro Santiago decide fechar filiais da Igreja Mundial na África, diz jornalista

Profile photo of Tiago ChagasPublicado por Tiago Chagas – gnoticias. com – em 17 de fevereiro de 2015

Apóstolo Valdemiro Santiago decide fechar filiais da Igreja Mundial na África, diz jornalistaA Igreja Mundial do Poder de Deus fechou suas filiais no continente africano por uma decisão de seu líder e fundador, apóstolo Valdemiro Santiago.

A denominação neopentecostal dissidente da Igreja Universal do Reino de Deus foi fundada após Valdemiro dizer que havia recebido uma revelação após sair vivo de um acidente no continente.

A informação do fechamento das filiais africanas da Igreja Mundial foi divulgada pelo jornalista Felipe Patury, colunista da revista Época.

“O apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, fechou suas sucursais na África no mês passado. Foi um golpe. Valdemiro diz ter recebido um chamado divino para fundar sua própria congregação depois de ter sido salvo de um acidente na África”, escreveu o jornalista em sua coluna no site da revista.

Origens e crise

Valdemiro era bispo na Igreja Universal e tinha desavenças com o bispo Edir Macedo, líder da denominação. Com o “livramento”, decidiu usar o título de apóstolo e fundar a própria igreja, que nos primeiros anos, viveu crescimento avassalador, usando como estratégia a veiculação de programas de TV em emissoras de sinal aberto.

Vista como concorrente pela Igreja Universal, a Mundial passou a ser alvo de acusações sobre desvios de dízimos e ofertas. A TV Record, de propriedade de Macedo, veiculou reportagens denunciando Santiago pela compra de fazendas e milhares de cabeças de gados, que supostamente eram custeados pelos fiéis.

No mesmo período, as finanças da Mundial passaram a dar sinais de problemas, e o apóstolo viu-se obrigado a afastar boa parte dos homens de sua confiança na direção da igreja. A Universal passou a investir pesado na locação de horários nas mesmas emissoras que a Mundial transmitia seus cultos, e por falta de pagamento, acabou deixando a grade.

A polêmica mais recente envolvendo Valdemiro Santiago está ligada ao furto de água na sede da WS Music, empresa do apóstolo em sociedade com sua esposa, bispa Francileia. O gerente da gráfica do casal foi preso em flagrante pois havia fraude no relógio de medição do consumo de água.

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GOLPE RELIGIOSO : Possível ossada de João Batista pode ser fraude em prol do turismo

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A descoberta da suposta ossada de João Batista expõe a pressa de quem quer explorar a fé para ganhar dinheiro com o turismo religioso.

O anúncio da descoberta de supostas relíquias de São João Batista por um time de arqueólogos búlgaros tinha tudo para rodar o mundo reacendendo a fé de fiéis desgarrados e converter incrédulos. Afinal, desde o século IV, é essa a função desses objetos de veneração, segundo a Igreja Católica. Mas pouco depois do anúncio, no dia 28 de julho, uma barbeiragem política quase colocou tudo a perder.

Antes de se informar sobre os detalhes do achado, o ministro búlgaro Bozhidar Dimitrov, historiador e diretor do Museu Nacional de História da Bulgária, declarou que a cidade de Sozopol, onde o tesouro foi descoberto, tinha potencial para se tornar um ponto de turismo religioso. Então, o manto de fé e misticismo que encobria o achado foi subitamente substituído pela desconfiança e a suspeição. As relíquias de São João Batista na Bulgária seriam um golpe para transformar Sozopol em atração turística?

Há 50 mil destinos de turismo religioso no mundo. Cerca de 300 milhões de pessoas os visitam anualmente, movimentando algo em torno de US$ 18 bilhões. Em um universo tão grande, ter uma relíquia é diferencial de mercado. O exemplo búlgaro é cristalino. Desde que parte do achado foi colocada em exposição na Igreja de São Jorge, na cidade de Sozopol, a média de visitas diárias saltou de 100 para três mil, segundo o Balkan Trabellers, site especializado em turismo na região.

Mas não é a primeira vez que isso acontece. São João Batista, um dos protagonistas do Novo Testamento, responsável pelo batismo de Jesus Cristo, morto por ordem do rei Herodes, tem supostas relíquias espalhadas por toda a Europa e parte do Oriente Médio. Pelo menos sete destinos religiosos as anunciam como principal atração (leia quadro). Se todos que dizem exibir a suposta cabeça do santo estivessem certos, João Batista, que morreu decapitado, teria quatro. “Boa parte dos objetos que já chegam identificados como relíquia, quando examinados, não são”, explica o arqueólogo Rodrigo da Silva, doutor em teologia bíblica. “A fé ou o interesse é que alçam os objetos a essa condição sem o cuidado necessário.”

Por cuidado ele se refere ao estudo científico do objeto, procedimento ao qual a Igreja tem se mostrado cada vez mais disposta a permitir, mas que os oportunistas insistem em atropelar. “O Vaticano sempre teve dificuldade para identificar as verdadeiras relíquias”, reconhece o padre Valeriano Costa, diretor da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Nos dois mil anos de história da Igreja, poucos períodos foram tão complicados quanto as Cruzadas. Entre os séculos XI e XIII, quase todo soldado que voltava das guerras no Oriente Médio trazia uma lembrança, fosse uma lasca da cruz de Cristo, uma pena da pomba do Espírito Santo, ou uma gota de leite do seio da Virgem Maria. “Mas não havia malícia”, diz o padre Benedito Ferraro, professor de teologia e doutor na disciplina pela Universidade de Friburgo, na Suíça. “Era um tempo em que a fé se sobrepujava à razão.”

Hoje não mais. Por isso a reação colérica das comunidades arqueológica e católica diante da declaração de Dimitrov. “Ninguém, em sã consciência, seja religioso ou ateu, pode cravar que os oito pedaços de osso guardados no relicário pertencem a São João Batista”, disse Kazimir Popkonstantinov, professor da Universidade de Veliko Tarnovo que fez a descoberta e sugeriu que os ossos poderiam pertencer ao santo. “Precisamos investigar antes de tirar conclusões.” Entre os estudos, estão a verificação do sexo e da idade da ossada e a análise da origem das pedras de alabastro que montam o relicário. Se nem o Santo Sudário, a relíquia mais importante da Igreja, chegou ao fim do processo de verificação, o reconhecimento ou não dos supostos ossos de São João certamente vai demorar. Mas, para uma instituição milenar como a romana, tempo não é problema.

Data: 23/8/2010 08:29:39
Fonte: Isto É