Categorias
Noticias

‘Se seu negócio é amor com homossexual, assuma’, diz Bolsonaro a Dilma

MARIA CLARA CABRAL
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
TATHIANA BARBAR
DE SÃO PAULO

Atualizado às 17h35.

Conhecido por suas declarações preconceituosas contra negros e homossexuais, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) protagonizou nesta quinta-feira (24) mais um discurso polêmico na tribuna da Câmara.

Durante a manhã, quando protestava contra a campanha elaborada pelo governo para combater o preconceito contra homossexuais nas escolas, em especial a divulgação de um "kit anti-homofobia" elaborado pelo Ministério da Educação, Bolsonaro afirmou que a presidente Dilma Rousseff deveria logo "assumir" se o seu negócio é "amor com homossexual".

Conselho de Ética da Câmara arquiva processo contra Bolsonaro
Filho de Bolsonaro insinua que mandou gays ‘chuparem o dedo’

"São 180 itens. O kit gay não foi sepultado ainda. Dilma Rousseff, pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma! Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma, mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau! Tudo o que foi tratado ontem foi com a temática LGBT para os livros escolares. Criam aqui bolsa de estudo para jovem LGBT, estágio remunerado para lésbicas, gays, bissexuais etc.!"

E continuou: "Então, pessoal, é o presente de Natal que a Dilma Rousseff está propondo para as famílias pobres do Brasil. Ou seja, o dia em que a maioria da garotada nas escolas for homossexual, está resolvido o assunto… Será que o [Fernando] Haddad [ministro da Educação], como prefeito de São Paulo, vai implementar a cadeira de homossexualismo nas escolas do 1º Grau?".

Haddad foi lançado pelo PT como pré-candidato nas eleições de 2012. A reportagem já entrou em contato com a assessoria do Planalto para comentar o assunto e aguarda um retorno.

Alan Marques – 29.jun.2011/Folhapress

Bolsonaro afirma que a presidente Dilma Rousseff deveria logo "assumir" se o seu negócio é "amor com homossexual"

Bolsonaro afirma que a presidente Dilma Rousseff deveria logo "assumir" se o seu negócio é "amor com homossexual"

Mais tarde, procurado pela Folha, Bolsonaro negou ter feito questionamento sobre a sexualidade da presidente. Ele explica que quis dizer que ela "tinha um caso de amor com a causa homossexual".

"Quem sou eu para questionar a sexualidade dela? Não me interessa a opção dela, desde que seja com discrição", afirmou, reiterando que isso tem um lado positivo por trazer a polêmica sobre o kit gay à tona.

QUEBRA DE DECORO

Alfredo Sirkis (PV-RJ), que discursaria logo em seguida, reclamou da fala de Bolsonaro e disse que ela configurava quebra de decoro parlamentar.

"Eu acho que é admissível se debater se tal ou qual peça didática é correta ou não do ponto de vista didático, mas o que nós ouvimos aqui hoje foi novamente um discurso de ódio, de preconceito, um discurso inclusive que, se eu entendi direito, faltou com o decoro parlamentar ao fazer insinuações a respeito da própria Presidente da República, quando eu acho que a opção sexual de qualquer ser humano, Deputado, é uma questão de foro íntimo desse mesmo ser", afirmou.

O deputado Marcon (PT-RS) foi o responsável por pedir oficialmente que as notas taquigráficas do discurso de Bolsonaro fossem retiradas do site da Câmara. O que aconteceu logo em seguida por determinação de Domingos Dutra (MA), petista que presidia a sessão.

Segundo o setor de taquigrafia da Casa, o pedido de retirada de qualquer discurso é legítimo. O caso agora será encaminhado ao presidente Marco Maia (PT-RS) para ele decidir se a fala permanecerá fora do ar.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) pediu ao presidente da Câmara que tome providências para punir o deputado por falta de decoro parlamentar.

"Como mulher, como cidadã, como mãe, como senadora, como vice-presidente desta Casa, pedimos ao presidente da Câmara, deputado Maia, que tome enérgicas providências e limites, porque está sem um freio de arrumação. Sinto muito, a falta de decoro parlamentar desse deputado tem ofendido cidadãos comuns e agora até mesmo a Presidente da República", disse Marta.

Ela ressaltou que a falta de decoro de Bolsonaro não foi por dizer que a presidente Dilma possa ser homossexual, mas sim por fazer insinuações a respeito da sexualidade da própria presidente da República, quando a opção sexual de qualquer ser humano é uma questão de foro íntimo.

Pelo Twitter, a senadora disse ainda que Bolsonaro pode ter cometido crime de injúria pela afirmação.

OUTRAS POLÊMICAS

Em março deste ano, durante o programa "CQC", da TV Band, ele foi acusado de racismo ao responder uma pergunta feita pela cantora Preta Gil.

Ao ser questionado qual seria a reação dele se seu filho se apaixonasse por uma negra, o parlamentar respondeu: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu".

Outro fato polêmico foi a briga entre ele e a senadora Marinor Brito (PSOL-PA), na Comissão de Direitos Humanos do Senado, em maio.

Após a retirada do projeto que criminaliza a homofobia da pauta de votação, enquanto a relatora da proposta, Marta Suplicy, concedia entrevista à imprensa, Bolsonaro exibiu um panfleto contra a ampliação dos direitos dos homossexuais, o que irritou Marinor, que chegou a bater na mão do deputado.

Marinor tentou impedir que Bolsonaro exibisse o panfleto e o chamou de homofóbico, o que resultou em discussão.

Categorias
Noticias

Deputado gay questiona regalias da bancada evangélica

JEAN WILLYS SOLTA O VERBO

 

Depois de criticar emissão de passaporte diplomático a religiosos, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirma que combaterá a PEC que beneficia associações religiosas.

Primeiro parlamentar homossexual assumido do Brasil, eleito com a bandeira de defender os direitos do movimento LGBT, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) tem questionado constantemente o que acredita ser um favorecimento aos evangélicos.

Recentemente, ele ficou em segundo lugar no Prêmio Congresso em Foco 2011 , que reconhece os políticos mais atuantes. Ao receber o troféu, disse: “É um recado político direto de que a política precisa de renovação, ser honesta e trabalhar para estender a cidadania para o conjunto da população brasileira, não importando sua sexualidade e a sua religiosidade”, e completou: “Gay is beautiful” [Ser gay é bonito].

Esta semana, protestou ao saber da notícia que depois que o Itamaraty concedeu passaporte diplomático ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, decidiu fazer o mesmo com R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça, e alguns bispos da Igreja Católica.

Jean Wyllys reclamou publicamente: “A falta de ciência política ou o partidarismo cego embotam a honestidade. Pergunta ao Governo Dilma: cadê o passaporte diplomático de Mãe Stela de Oxóssi? E o do rabino Nilton Bonder?”.

Seu questionamento tem por base a premissa de igualdade de direitos para representantes de outros credos, uma vez que o passaporte diplomático deveria ser destinado apenas a funcionários do Itamaraty e representantes do governo em viagens ao exterior. Wyllys lembrou que Edir Macedo é réu em um processo que tramita na Justiça Federal em São Paulo sobre lavagem de dinheiro, e esse deveria ser mais um motivo para que não houvesse a concessão do privilégio.

Ontem, o deputado do PSOL criticou duramente o PEC [Projeto de Emenda Constitucional] 99/11, que dá às Associações Religiosas o poder de propor ações de inconstitucionalidade e ações declaratórias de constitucionalidade de leis ou atos normativos.

O argumento de Wyllys é que, se aprovado, os grupos que defendem a fé cristã poderão questionar leis favoráveis ao movimento LGBT: “Não bastasse à imunidade tributária concedida às associações religiosas cristãs, estas querem, com a PEC, interferir no Poder Judiciário. Caso essa PEC vigore, qualquer ato legislativo em favor de LGBTs, de adeptos da umbanda, espiritismo ou ateísmo será contestado”.

A PEC em questão surgiu quando João Campos (PSDB-GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica questionou, sem sucesso, a decisão do STF sobre da união homoafetiva. A via utilizada foram os projetos de decretos legislativos (PDL), mas a Mesa da Câmara dos Deputados entendeu que a decisão do STF não era de competência do Legislativo, portanto não poderia ser revista por PDL.

A opção da bancada evangélica foi a criação de um Projeto de Emenda Constitucional. Se for aprovada, qualquer associação religiosa, ou várias delas podem propor uma ação no STF considerando, por exemplo, o casamento homoafetivo inconstitucional. Isso, no entendimento dos opositores, fere o princípio de que o Estado é laico e não poderia beneficiar este ou aquele grupo religioso. Seria, uma tentativa de influência da religião organizada sobre o Estado, o que por si só já é inconstitucional. Mesmo assim, 186 deputados assinaram a PEC, permitindo assim que ela pudesse tramitar na Câmara.

Além do deputado Jean Wyllis, vários grupos que afirmam defender as minorias (religiosas, sexuais, etc.) se manifestaram contrários, alegando que os membros da bancada evangélica “querem impor um único modelo de religião cristã, que é diversa também, aos que não compartilham de suas filosofias e ideologias. O Governo pouco tem feito para proteger as minorias. Nada o impede que não o faça no futuro, mas o que mostra é que, quando precisam atuar neste campo, precisam da bênção dos caciques políticos evangélicos para se protegerem da “maldição do eleitorado religioso”.

Data: 22/11/2011 08:39:48
Fonte: FG News

Categorias
Artigos

Mudança É Possível para os Homossexuais, diz Estudo

 

Por Amanda Gigliotti|Repórter do The Christian Post

A mudança é possível para os homossexuais? Tentando responder esta questão, um estudo publicado em um jornal científico pela primeira vez em uma década, mostra que mudar a orientação sexual é possível.

homossexuais

(Foto: REUTERS/Allison Joyce)

Cat Yezbak (L) Rachel Priebe soltam bolhas de sabão em Manhattan,24 de julho de 2011.

The Journal of Sex and Marital Therapy contém os resultados finais de um estudo longitudinal de indivíduos que buscam mudar a orientação sexual através de ministérios cristãos associados com a Exodus International, conforme foi divulgado pela Religion News Service quarta-feira.

Os Psicólogos Stanton L. Jones (Wheaton College, IL) e Mark A. Yarhouse (Regent University) fizeram uma pesquisa com 98 pessoas que procuvam mudar a orientação sexual. Níveis de evolução de atrações sexuais e distúrbios psíquicos foram avaliados no início do processo de mudança e cinco vezes em um período total de 6-7 anos.

Dos 98 indivíduos, 61 foram classificados com sucesso para o resultado geral da última avaliação. O estudo descobriu que 53% foram classificados como bons resultados. Desses, 23% relataram o sucesso dos resultados na forma de conversão bem-sucedida à orientação heterossexual e 30% relataram a castidade de comportamento estável, sem identificação com a orientação homossexual. Quase no final, na marca de 6 anos, 20% relataram adotar totalmente a identidade gay.

Segundo o comunicado, os resultados mostram mudanças estatisticamente significativas, em média, da diminuição da orientação homossexual. Mas, as descobertas não provam que a mudança categórica na orientação sexual é possível para todos, mas eles mostram que mudanças reais parecem possíveis para alguns.

Os autores incitam o cuidado em projetar as taxas de sucesso a partir destes resultados, que são susceptíveis estimativas excessivamente otimistas do sucesso antecipado e apontam que a conversão para adaptação heterossexual foi um fenômeno complexo.

Os resultados do estudo não convenceram os críticos. Candace Chellew-Hodge, fundador do Whosoever, uma revista GLBT Oline para os Cristãos, encontrados em primeiro lugar que a pesquisa foi "suspeita", porque os pesquisadores são de faculdades cristãs conservadoras. Ele mostrou ainda sua preocupação também com as conclusões dos autores serem "excessivamente otimistas".

"Mesmo os pesquisadores chamam suas conclusões ‘excessivamente otimistas’", Hodge-Chellew disse de acordo com Religion Dispatches.

Chellew-Hodge criticou a metodologia, mencionando que o tamanho da amostra era pequena e que os resultados vieram de medo dos pesquisados. "A maior motivação única para estes 98 indivíduos, no entanto, certamente foi uma baseada no medo. Em resumo, eles viviam todos sob a ameaça do inferno .. "

Mas, o Dr. Stanton Jones defendeu a metologia, dizendo que "quanto mais rigoroso você ficar, mais longe você fica da vida real" e "todas as metodologias têm desvantagens", segundo relatado pelo CitizenLink.

"Seguimos mais um modelo da vida real do que um modelo hiper-experimental controlado", acrescentou ele, segundo a mesma publicação.

Jones respondeu àqueles, incluindo a American Psychological Association (APA), que disseram que a orientação sexual não pode ser mudada, dizendo que não existe para ele nenhuma pesquisa nesse sentido, e ele quer trazer à tona que a mudança é possível. "Acreditamos que os resultados desafiam a mentalidade reinante de que a mudança é impossível ou é extraordinariamente rara".

"Nós estávamos tentando resolver a questão básica ‘a mudança é possível?’ o fato de que alguém mudou é o que resultou deste estudo", disse ele.

Fortes convicções sobre o comportamento moral dos sujeitos, que eram todos Cristãos, descobriu ele, desempenhou um papel fundamental na mudança de orientação bem sucedida.