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Ciência elege a gordura como o sexto sabor

 

EFE

Omar Segura
Da Efe

"A verdade tem dois sabores: um doce, para quem a diz, e outro amargo, para quem a ouve", escreveu o poeta espanhol Francisco Rodríguez Marín. Outros falam do sabor do sucesso, da vitória e das lembranças ou até mesmo do sabor da derrota e da vingança.

Aparentemente, do mesmo modo que os alimentos produzem uma série de sensações características, determinadas pelos estímulos químicos detectados pelo gosto e pelo olfato, também as ideias, as emoções e muitas experiências humanas provocam diversas sensações em nosso cérebro.

Mas esta última descoberta surpreendente sobre os sabores não se refere a estímulos subjetivos, mas a outros mais objetivos e cotidianos: os produzidos por comidas e bebidas. Carnes, peixes, leite e derivados e outros alimentos são fontes de diferentes tipos de gorduras, e elas são o sexto sabor que uma pessoa pode identificar, de acordo com uma pesquisa recente.

Uma equipe de cientistas da Universidade de Deakin, na Austrália, que trabalhou em conjunto com pesquisadores da Universidade de Adelaide, descobriu que a língua dos seres humanos tem a capacidade de identificar as gorduras e diferenciá-las de outros sabores.

Segundo o estudo, que foi publicado na revista médica "British Journal of Nutrition" e se soma a pesquisas realizadas nos Estados Unidos que utilizaram animais para detectar o sabor da gordura, os outros cinco sabores que podem ser percebidos pelas pessoas são o doce, o ácido, o salgado, o amargo e o "umami" (um sabor presente nos alimentos que contêm um aminoácido chamado Glutamato Monossódico).

O quinto sabor, o umami, foi identificado pelo japonês Kikunae Ikeda no início do século 20 e provém de aspargos, tomates, queijos fortes e carnes. No entanto, ele não pode ser classificado dentro dos quatro sabores clássicos. Frequentemente, outros sabores mais fortes o fazem passar despercebido.

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Gene da magreza’ é associado a problemas no coração

 

Atualizado em  28 de junho, 2011 – 07:06 (Brasília) 10:06 GMT

Coração saudável. SPL

O gene IRS1 reduz a gordura sob a pele mas não tem efeito sobre a gordura das vísceras do coração

Genes que produzem pessoas magras foram associados a problemas no coração e à Diabetes do tipo 2 – condições normalmente vinculadas ao excesso de peso.

O estudo, feito pelo Medical Research Council da Grã-Bretanha, sugere que variantes do gene IRS1 reduzem a gordura sob a pele, mas não têm efeito sobre a gordura presente nas vísceras, em torno de órgãos como o coração e o fígado – muito mais perigosa.

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O trabalho foi publicado na revista científicaNature Genetics e envolveu estudos genéticos com 76 mil pessoas.

A associação entre as variantes genéticas e as doenças foi maior forte nos homens.

Magros

A chefe do estudo, Ruth Loos, pesquisadora da Epidemiology Unit do Institute of Metabolic Science, em Cambridge, na Inglaterra, disse que quando os cientistas perceberam a associação genética ficaram intrigados.

"Fizemos uma fascinante descoberta genética", disse Loos. E aconselhou:

"Não são apenas os indivíduos obesos que podem estar predispostos a essas doenças metabólicas. Indivíduos magros não devem pressupor que são saudáveis com base em sua aparência", disse Loos.

O médico Iain Frame, diretor de pesquisas da entidade de auxílio a diabéticos Diabetes UK, disse que o estudo pode "esclarecer por que 20% das pessoas com diabetes do tipo 2 sofrem da condição apesar de terem um peso saudável".

(A pesquisa) "também é uma mensagem clara de que pessoas magras não podem ser complacentes em relação à sua saúde".

Comentando o novo estudo, o médico Jeremy Pearson, um dos diretores da British Heart Foundation, entidade britânica de combate às doenças do coração, disse:

"Esses resultados reforçam a ideia de que, para riscos ao coração, é particularmente importante não apenas quão obeso você é, mas sim onde você deposita a gordura".

"A gordura armazenada internamente é pior para você do que a armazenada sob a pele".

"Entretanto, isto não elimina o fato de que ser obeso é ruim para a saúde do seu coração, então devemos continuar tentando ficar magros e em boa forma física".