Categorias
Artigos Noticias

Isolado em retiro no RS, grupo se prepara para o ‘fim do mundo’

 

Retiro de 49 dias reúne pessoas que acreditam no calendário maia.
Estudo e meditação fazem parte das atividades nas montanhas.

Do G1 RS

Em São Francisco de Paula, na Serra Gaúcha, um grupo decidiu permanecer por 49 dias em retiro em meio à natureza. O objetivo é se preparar para o dia 21 de dezembro, data que, segundo o calendário da civilização maia, seria o fim de um ciclo no planeta.
A vida nas montanhas exige disciplina. Estudo, meditação e alimentação orgânica fazem parte da rotina. Eles pretendem permanecer no local até o fim de dezembro. Para os adeptos da prática, será um período de morte e renascimento. “Obviamente, existe muita distorção de que o mundo vai acabar, que haverá cataclismas, várias coisas. Mas nada disso está escrito pelos maias. Eles foram uma civilização que dedicaram toda sua existência para estudar astrofisica e tempo”, relata André Staehler, coordenador do Movimento Mundial da Paz e Mudança para o Sincronário.

Segundo André, os maias apenas calcularam o encerramento de um período baseado no Sol. Com o fim do ciclo, uma nova era estaria começando para a civilização, onde o respeito ao planeta seria fundamental. No retiro, o grupo entende que está evoluindo para viver mais ligado aos elementos da natureza.

O músico Marcelo, que mora em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, é outro adepto ao movimento. Ele estuda o calendário há quinze anos. A mudança em seu pensamento foi tão grande que ele adotou Maia como seu sobrenome. "Acho que são muitas as pessoas que já estão percebendo isso, que existe uma necessidade maior de ter uma vida mais simples. Claro, o básico a gente precisa. Mas desde que haja esse equilíbrio entre matéria, espírito e natureza".

Na mesma cidade, o prefeito Décio Colla fez um alerta para os moradores. Há dois anos, ele se aprofunda em teorias da geofísica e da astrofísica, além de estudos encontrados na internet. A orientação é que a população mantenha estoque de medicamentos, alimentos e água. Colla afirma que não crê em fim do mundo, mas sim em eventos climáticos que poderiam interferir sobre a vida na Terra. “Acho que essas mudanças vêm para dar início a uma nova evolução. Acho que nós vamos mudar. Nossos pensamentos vão se aprimorar e vamos levar um susto que vai nos obrigar a parar e pensar”, contou.