Há canais que cedem 90% de sua programação para transmitir programas religiosos
A base do inquérito é em estudo da Ancine (Agência Nacional de Cinema), publicado mês passado, indicando que cultos, missas e pregações ocupam mais tempo nas grandes redes do que os telejornais.
A Ancine divulgou que, de 2012 para 2015, o tempo das igrejas na TV cresceu 55%. Ou seja, de cada cem minutos veiculados pela TV aberta, 21 tinham como protagonistas padres ou pastores. Para efeitos de comparação, os programas de notícias ocuparam 13 de cada cem minutos.
Segundo a legislação atual, é proibida a locação de horários. Por ser uma concessão de serviço público, o sinal da TV não pode ser subconcedido. O limite legal da publicidade diz que não podem superar 25% do tempo que as emissoras ficam no ar.
O SBT é o único que não exibe programas religiosos.
Garantia em tempos de crise
Nenhum canal admite oficialmente que venda seus horários para igrejas. Tratam a cessão do espaço como “coproduções”. Isso caracterizaria a legalidade da programação. Segundo o Notícias da TV, do UOL, que veiculou a denúncia, os executivos admitem que a cessão de espaço às igrejas não é gratuita.
Na verdade, em alguns casos já são uma das principais fontes de receita. Por causa da crise econômica do país, houve uma queda dos investimentos dos grandes anunciantes e redução de programas de televendas. Por isso, as igrejas se tornaram parceiras ainda mais importantes.
Estima-se que na Record, a Igreja Universal do Reino de Deus invista mais de R$ 500 milhões por ano. É um quarto do faturamento declarado da rede que pertence a Edir Macedo, fundador da IURD.
No mês passado, a RedeTV! diminuiu em uma hora o telejornal vespertino que acabara de estrear para exibir um programa da Universal. Segundo o que foi veiculado, o espaço foi alugado por cerca de R$ 2,5 milhões mensais. Atualmente o principal segmento de programação do canal é religioso, ocupando 43,4% da grade.
Em nota, a RedeTV! se defende, assegurando que “No Brasil, as coproduções, religiosas ou não, são agentes fundamentais na garantia da pluralidade das comunicações”.
O procurador Suiama excluiu do inquérito a CNT e a Rede 21, pois essas emissoras já são investigadas após uma ação civil pública, protocolada no final de 2014, pedindo a cassação das concessões. Ambas atualmente cedem 90% de sua programação para as igrejas.
A IURD recentemente tentou a compra da rede CNT, mas o negócio não avançou. Segundo o site UOL, a igreja de Edir teria tentado comprar também a Rede 21. Contudo, o preço de R$ 1 bilhão, pedido pela Band, foi considerado muito alto pelos executivos da igreja.
Rev. Ângelo Medrado, Bacharel em Teologia, Doutor em Novo Testamento, referendado pela International Ministry Of Restoration-USA e Multiuniversidade Cristocêntrica é presidente do site Primeira Igreja Virtual do Brasil e da Igreja Batista da Restauração de Vidas em Brasília DF., ex-maçon, autor de diversos livros entre eles: Maçonaria e Cristianismo, O cristão e a Maçonaria,A Religião do antiCristo, Vendas alto nível, com análise transacional e Comportamento Gerencial.