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Rancor e sentimento de abandono motivaram assassinato de bispo Robinson e esposa

 

PorJussara Teixeira | Correspondente do The Christian Post

O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu que abandono e desprezo alegado por Eduardo o levou a cometer o crime contra seus pais, o bispo da Igreja Anglicana, Dom Edward Robinson Cavalcanti, 67, e a professora aposentada Mirian Nunes Machado Cotias, 64.

  • Dom Edward Robinson Cavalcanti

    Foto: Reprodução You Tube

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Eduardo Olímpio Cavalcanti, de 29 anos, filho adotivo do casal, confessou à polícia ter cometido o assassinado e disse que os crimes foram premeditados, não mostrando arrependimento.

O depoimento foi feito na sede do DHPP durante quatro horas na tarde do último sábado (03), depois do acusado receber alta do Hospital, onde esteve internado após tentar suicídio.

Na ocasião, ele contou que vivia revoltado por ter sido enviado aos EUA com 16 anos de idade e sentia-se negligenciado pela família. Afirma ainda que passava por um processo de deportação, e respondia a 15 processos por crimes de trânsito e uso de drogas.

Eduardo ainda confessou ser viciado em heroína. Nos EUA, ele integrou uma gangue formada por imigrantes italianos e cubanos que praticava tráfico de drogas, roubos e homicídios.

De acordo com o gestor do DHPP, Joselito Kehrle, o suspeito foi muito seguro em suas declarações. “Disse que o pai era muito austero, que se sentiu muito abandonado, desprezado por ele durante os anos que viveu nos Estados Unidos, diferente do que dizem as testemunhas", relatou ao G1.

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A iminência da deportação fez o rapaz voltar ao Brasil, para pedir ajuda financeira ao bispo e tentar trazer a família dos EUA – ele vivia com uma norte-americana e três filhos e queria trazê-los para a casa da família em Olinda.

O delegado explicou que com a negativa do bispo, o sentimento de desprezo e abandono foi exacerbado e isso o levou a planejar a morte dos pais.

Segundo Kehrle, Eduardo também mostrou preocupação com a herança da família, ao saber que duas moças estavam abrigadas na casa em Olinda. Ele teria voltado ao Brasil para “ocupar o lugar dessas moças e ter direito à herança”, nas palavras do delegado.

Segundo um amigo da família, em sua chegada no aeroporto de Guararapes, o suspeito emitiu a intenção de adquirir um revólver, mas que seria para sua defesa e não para matar o casal.

Foram ouvidas nove testemunhas durante as investigações. O jovem foi indiciado pelo crime de duplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e cruel. O inquérito deverá ser concluído até sexta-feira (16) e enviado para a Justiça.

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Tema da Parada Gay causa polêmica

 

Reverendos e seguidores da Igreja Anglicana do Brasil, além de fiéis de outras religiões, prometem participar do evento em trio elétrico

07 de junho de 2011 | 0h 00

Felipe Tau – O Estado de S.Paulo

A 15.ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada a maior do mundo, já começa a render polêmica nesta edição. Pela primeira vez, o evento se apropriou de uma citação religiosa – e contará com representantes de um grupo religioso desfilando na Avenida Paulista, no dia 26.

A relação do preconceito com a religião é o tema deste ano: "Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!" Uma carta lida ontem na coletiva de abertura do evento explicou a citação, típica do universo cristão. "Respeitosamente, nos apropriamos dela para pedir fim à guerra travada entre religião e direitos humanos", dizia o manifesto.

"O País está sendo vítima de um sistema fundado em uma moral religiosa, mas este é um recado direto para toda a sociedade brasileira", disse o presidente da Parada, Ideraldo Beltrame. A carta cita que 260 gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais foram mortos em 2010 por crimes de ódio, conforme dados do Grupo Gay da Bahia.

Reverendos e seguidores da Igreja Anglicana do Brasil, além de fiéis de outras religiões, vão participar da passeata ao lado de gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e simpatizantes. O grupo deverá ter um trio elétrico próprio. "Duzentas pessoas, entre protestantes, anglicanos, metodistas e luteranos, devem estar no carro", disse Beltrame, seguidor da Igreja Anglicana. Budistas e hinduístas também foram convidados.

"O trio deve chamar "O amor lança fora todo o medo", que é o que a gente prega", espera Ester Lisboa, fiel da Igreja Anglicana que ajuda a organizar o desfile. A mensagem estará estampada em camisetas usadas pela comitiva, que trarão no verso a frase "religiosos e religiosas contra a homofobia".

Reações. As reações ao tema não demoraram. O site oficial da Parada foi hackeado no fim da tarde de ontem. Em destaque na página inicial do site consta a frase "DEUS CRIOU O HOMEM E A MULHER, NÃO EXISTE TERCEIRA OPÇÃO! (SITE HACKEADO!)". Logo abaixo lia-se "COMMAND TRIBULATION! SITE HACKEADO, APAIXO PL122!". O PL122, ao qual o texto se refere, é o projeto de lei que visa a tornar crime a homofobia. Quem acessa o link encontra uma citação bíblica creditada ao Romanos I e a frase "O salário do pecado é a morte!"

Policiamento. Na Parada de 2009, houve a explosão de uma bomba durante o evento, atribuída a um atentado. Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas. Para garantir a segurança das 3,1 milhões de pessoas esperadas para a festa deste ano, o policiamento será reforçado nesta edição. O efetivo da Polícia Militar passará de 800 homens, em 2010, para 1.500 homens – e mais 400 seguranças particulares foram contratados.

"Pedimos que as pessoas informem eventuais ameaças e evitem comportamentos que possam sujeitá-los a atentados, como andar sozinhos e por locais ermos", disse o coronel da PM Renato Cerqueira Campos, comandante do policiamento da região central de São Paulo. Ele afirmou que cartilhas com dicas de segurança também serão distribuídas pelos PMs. / COLABOROU MARCELA GONSALVES