Categorias
Artigos

Serra defende atuação de igrejas na campanha

 

Tucano diz ser ‘legítimo’ que religiosos queiram discutir princípios em eleições; temas ligados a costumes causaram polêmica na disputa de 2010

04 de maio de 2012 | 3h 06

BRUNO BOGHOSSIAN, ESTADÃO.COM.BR – O Estado de S.Paulo

Em processo de aproximação com líderes religiosos de São Paulo, o ex-governador José Serra (PSDB) afirmou que a manifestação das igrejas na campanha eleitoral é "legítima". O pré-candidato tucano à Prefeitura disse que padres e pastores podem defender seus princípios, mas sem praticar uma "militância" formal.

Em entrevista exibida na madrugada de ontem pelo Programa Amaury Jr., da RedeTV!, Serra não citou nenhum tema presente na pauta de grupos religiosos, como aborto e homofobia, mas se disse "inteiramente aberto" a expor e dizer o que pensa.

"(Se) a pessoa tem uma religião e quer discutir princípios, é legítimo que o faça. Não são os candidatos que fazem a agenda. Quem faz a agenda são as pessoas", disse. "Nós devemos respeitar e dar a elas o direito de se manifestar. Do contrário, seria autoritarismo."

A entrada de igrejas em campanhas políticas ganhou peso após a eleição presidencial de 2010, quando grupos religiosos passaram a apoiar ou criticar candidatos. O PT acusa a equipe de Serra na época de instigar entre os evangélicos um voto contra Dilma Rousseff, eleita no 2.º turno.

O tucano afirma que sua campanha não desenvolverá "nenhuma batalha específica em relação às igrejas", mas já começou a se aproximar de grupos católicos, evangélicos e judaicos.

Em conversas recentes com representantes de diferentes religiões, a equipe de Serra confirmou a avaliação de que o tucano tem vantagem sobre seus principais adversários: Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB).

Eles afirmam que Haddad sofre uma "rejeição gigantesca" de pastores evangélicos, sob acusação de ter autorizado a elaboração de um kit didático contra a homofobia para as escolas quando era ministro da Educação.

O time do PSDB acredita ainda que Chalita só deve ter aceitação dentro da ala carismática da Igreja Católica – à qual pertence.

Argumento. Aos aliados, Serra justifica a abertura à manifestação de líderes religiosos como uma defesa da liberdade de expressão. "É legítimo que diferentes setores da sociedade se manifestem em defesa dos seus valores", afirmou o ex-governador na entrevista. "Não vejo como questão propriamente de militância eleitoral."

Os petistas classificam a aproximação entre Serra e as igrejas como "conservadora", mas também vêm dialogando com padres e pastores.

Um dos responsáveis pela interlocução entre tucanos e grupos religiosos, o deputado Walter Feldman (PSDB-SP) afirma que não tem o objetivo de repetir os temas da eleição de 2010.

"A pior eleição que o Brasil já teve foi a anterior. Os temas foram levados para o campo da emoção e não houve um debate progressista", disse.

Categorias
Estudos

PRECISAMOS DE UM AVIVAMENTO

Preletor: Pastor Ezequias Amâncio Martins

O padrão da pregação no mundo moderno é deplorável. Há poucos grandes pregadores

  Leonard Ravenhil, um avivalista do passado, disse algo forte: “Como estiver a igreja, assim estará o mundo”. E as últimas sentenças do capítulo são: “Quanto a mim eu quero um avivamento, em minha vida, minha igreja e minha nação; ou então prefiro a morte”. 1

  Precisamos de um avivamento não de métodos, mas de mente e coração

Este é o momento de se fazer um destaque acerca da contextualização bíblica de uma igreja que cresce naturalmente. Na realidade, enquanto o mundo fica preocupado em buscar métodos, Deus está interessado em buscar pessoas. Em outras palavras, o mundo pergunta: “Com que método posso contar?”, enquanto Deus pergunta: “Com que homem eu posso contar?”. A maior força que Deus possui nas mãos para a operação de suas maravilhas em nosso tempo é, sem sombra de dúvida, o homem que se rende completamente
a Ele.

  É fato que o pedido de John Wesley ao Senhor continua relevante: “Dê-me uma centena de pregadores que não receiem nada, senão em pecar, e nada desejem senão a Deus, e eles, não importa se clérigos ou leigos, por si sós abalarão as portas do inferno, estabelecendo o Reino de Deus na terra”. A oração de Wesley foi atendida, e ele vivenciou, junto com outros homens de Deus como George Whitefield, um grande avivamento nos seus dias, no século XVII. É sabido que muitos historiadores seculares concordam que foi o despertamento evangélico de duzentos anos atrás, na época de Whitefield e dos Wesley, que provavelmente salvou a Inglaterra de uma experiência semelhante à Revolução Francesa. A igreja estava tão cheia de vida e de poder que a sociedade inteira foi afetada.

  Quando leio Atos 1.8 não posso deixar de vê-lo como o “carro chefe” de uma igreja que deseja ter como único estratagema de crescimento o próprio Deus, pois o Senhor é o único motivador de crescimento da igreja. E é uma pena de que em grande parte da literatura do movimento de “crescimento de igrejas” encontra-se bem pouca menção ao método de Deus para a igreja crescer: o próprio Deus!

  Mas é preciso que creiamos de todo o nosso coração que quando Deus derramar o seu avivamento sobre a igreja, os planos e métodos humanos estarão ruindo como que, em reverência ao Senhor da Igreja, aquele que começa e termina as coisas segundo unicamente a sua visão e o modo de trabalhar. E, como Deus não tem conselheiros, ele sem dúvida alguma cumprirá sempre o que lhe apraz.

  O grande pregador batista Charles Spurgeon admitiu: “Sem o Espírito de Deus não podemos fazer nada. Somos como veleiros ou carruagens sem cavalos. Como galhos sem seiva, murchamos. Como carvão sem fogo, somos inúteis”. Não podemos prescindir de uma vida de intimidade e total dependência de Deus. São com os joelhos flexionados que recebemos a orientação para o nosso ministério, e não em nossas salas de planejamento. Se Deus não nos encontrar em intimidade não adianta buscar ideias criativas de crescimento e mobilização da comunidade.

  Tenho para mim que Deus tem considerado carnalidade muito do que se tem sido feito em seu nome nesses dias. Não dá para se perceber Deus agindo em meio a tanto comércio, tanto marketing, tanta badalação personalista. O avivamento que precisamos desmascarará muita gente, e eu peço ao Senhor que comece sua limpeza no seio da igreja, revelando os orgulhosos, soberbos e gente que tem desejado se promover com o título de pastor. Esse não é o avivamento que precisamos! Posso dizer sem sombra de dúvidas, que isso é o grande pesadelo de nossos dias: ver igrejas que mais parecem centros espíritas, com suas superstições, mantras e extravagâncias, e que já não possuem nenhuma coerência em uma busca equilibrada do avivamento bíblico.

Avivamento bíblico tem como base João 4.24: “Deus é espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em Espírito e em Verdade”. Existe adoração na igreja que é em espírito e sem verdade, bem como existe também a versão sem espírito e somente em verdade. Isto reflete a meninice da igreja.

   Preocupo-me com a necessidade de um equilíbrio na nossa adoração a Deus. Em nossos dias o que assistimos são dois extremos: o rigor da forma e a tirania do espontâneo. Esse quadro precisa mudar, pois como diria Aristóteles, “a virtude está no meio”.A mídia popularizou o que antes só estavam cientes aqueles que faziam parte do meio evangélico. Hoje já temos bares gospel com funcionamento vinte e quatro horas, shows com bandas e cantores praticamente todos os meses em um local ou outro, produção de CD’s em grande quantidade de estilos (e alguns até com gravadoras independentes!), o Brasil se tornou um celeiro de novidades musicais gospel já há algum tempo.

  A igreja local acaba sendo refém desse ambiente pulverizado, onde o conteúdo vale menos que a aparência, o ético não é tão valorizado quanto o estético, e o belo nem sempre é sinal de pureza! Infelizmente a lógica do mercado invadiu a mente dos cristãos, e a começar pelos líderes da adoração da igreja, que regem inclusive o que a igreja canta, pensa e crê! O sociólogo alemão Rudolf Otto afirmou que, embora a verdadeira religião comece com um conhecimento racional de Deus, ela nunca deve parar ali. O final da verdadeira adoração, ele diz, é um sentimento de “espanto místico” na presença de Deus. Aliar “poder e palavra”, “místico e racional”, “espírito e verdade”, torna-se o grande desafio para evitarmos a tragédia de uma adoração desequilibrada.

Tenho concordado há muito tempo com o que sentencia Danilo Raphael. Em um dos seus artigos ele diz que, hoje em dia, o liberalismo teológico tem sido responsável por uma visão do cristianismo apenas racional, e não do coração e da fé simples. O liberalismo, em sua apostasia, nega a validade de quase todos os fundamentos da fé como, por exemplo, a inerrância das Escrituras, a divindade de Cristo, a necessidade da morte expiatória de Cristo, seu nascimento virginal e sua ressurreição. O liberalismo é um sistema racionalista que só aceita o que pode ser “provado” cientificamente pelos próprios conhecimentos falíveis, fragmentados e limitados do homem.

Por isso que tenho que resgatar uma história contada por Martin Lloyd Jones, sobre uma espírita bem conhecida em Londres, que se converteu a Cristo depois de assistir ao culto da Capela de Westminster: “No momento que entrei em sua capela e me sentei entre as pessoas, tive consciência de um poder sobrenatural”, lembrou-se a mulher. “Eu tive consciência da mesma espécie de poder sobrenatural que eu estava acostumada a sentir em nossas reuniões espíritas, mas havia uma grande diferença: eu sentia que o poder na capela era limpo”.

Precisamos de um avivamento que renove o poder na pregação
O Espírito Santo, quando encontra espaço para a sua atuação, logo produz um amor pela pregação expositiva. É estranho que o movimento de crescimento da igreja tenha tantas reservas com a mensagem expositiva.

David Eby, pastor presbiteriano nos Estados Unidos, vem estudando estudos sobre crescimento de igrejas  desde 1972, e o que o surpreende é que o assunto “pregação” é muito pouco citado. Essa omissão é preocupante. Por que será que os teóricos de métodos que visam justamente a saúde da igreja local não cuidam de tratar o tema da pregação? 2

  Eu tenho um palpite a respeito disso: os teóricos não tratam da pregação porque na raiz do pensamento dos lideres interessados apenas no crescimento numérico não cabe uma ênfase a respeito de temas espinhosos das Escrituras, como depravação total, eleição, graça irresistível, expiação particular e perseverança dos salvos. Eles preferem falar de assuntos amenos como vitória sobre a depressão, a ansiedade, o medo… dentre outros. Ao expor as Escrituras corre-se o risco de encontrar algum assunto que condene essa postura que poderia até ser legítima, mas ao ser tratada como matéria central torna-se materialista e por demais terrena.

  Michael Green faz um protesto nesse sentido: “O padrão da pregação no mundo moderno é deplorável. Há poucos grandes pregadores. Muitos ministros parecem não mais acreditar nela como uma poderosa forma de proclamar o evangelho e mudar a vida. Esta é a era do sermãozinho: e sermõezinhos fazem cristãozinhos”. A Palavra de Deus traz poder à comunicação do evangelho que visa a libertação de homens e mulheres das amarras do pecado e do domínio do inferno. Não se pode desprezar a verdade de que Deus revelou sua Palavra para ser comunicada em sua plena complexidade, e não escolhendo um versículo ou outro para satisfazer algum capricho ou curiosidade dos fiéis.

Fico a pensar que precisamos de um avivamento que faça o povo de Deus mergulhar nas Escrituras sem pré-conceitos, sem ter estabelecido qualquer tipo de pensamento anterior. Trata-se de um mergulho desinteressado, apenas com o fim de buscar comunhão com o próprio Deus. Lutero disse que Deus deixou a sua Palavra em três esferas: criação, encarnação (Jesus) e Escritura (Bíblia). Não podemos desprezar um Deus que se interessou tanto em se comunicar que se exibiu a nós em formas tão esplêndidas e ricas, de um profundo significado.

   A pregação bíblica precisa retomar o seu lugar de honra entre todas as partes do culto cristão. Eu fui seminarista do falecido pastor Licinio Taylor, que dizia antes de qualquer pregador assumir a palavra: “Vamos agora à parte mais importante do culto”. De inicio eu questionava esta frase, e até mesmo tinha meus argumentos. Mas a pratica me ensinou de que de fato essa frase confere com o ensino bíblico. A pregação do evangelho através da proclamação é o meio de Deus tocar os corações das pessoas.

  E o conceito fica: temos de ser bíblicos e simples. A grande riqueza de uma equipe de adoração na igreja são pessoas que se dedicam a apresentar ao Senhor um sacrifício de louvor com base na humildade e no espírito de entrega. São ministros de Deus no sentido da palavra grega uperethas, isto é “remadores de terceira categoria”, que não ditam o rumo da igreja, apenas apressam o seu ritmo.

Entendo que um avivamento caminha por esta ênfase: uma igreja que não adore apenas com o cérebro, mas também não apenas com o coração, mas sim “em Espírito e em Verdade”, levando a sério um renovado poder pela pregação.

  Não podemos mais ficar reféns de uma mensagem puramente temática, indo ao encontro das carências de nosso auditório, pura e simplesmente. Ao fazermos isso, seremos escravos daquilo que posso chamar de “mensagem sensível ao incrédulo”. Toda pregação evangélica precisa ter como alvo central alcançar o coração do pecador, crendo que somente o Espírito Santo poderá espedaçá-lo.

  Os puritanos pensavam nisso quando diziam que quando se começa a aplicação, o sermão começa. Em outras palavras, o clímax da mensagem está no apelo, que pode ser feito por perguntas, ao coração do homem, que deve ser considerado como escravo do pecado – e já de antemão é importante salientar que ele não está confortável nesse papel. Por ele mesmo, não há desejo de mudanças alguma!

  Com isso, deve haver uma mudança radical no modo como preparamos nossas mensagens, tudo isso, para não focarmos por demais na exposição, pensando em sermos apenas “expositivos”, como se o sermão fosse uma aula de exegese, esquecendo-nos da aplicação, que é o fogo acesso no coração do pregador, que incendeia como fogo em lenho seco o coração do pecador!

E, para se ter essa sensibilidade aplicativa, somente com uma vida rendida ao Senhor em oração. Whitefield acordava cedo, as quatro horas da manhã, e dormia às dez horas da noite. Muitas vezes ele se levantava à noite da cama para orar. Portanto, a oração precisa fazer parte da vida de quem se coloca a disposição para falar de Deus. A. W. Tozer já nos aconselhava que não devemos ouvir alguém que antes não tenha ouvido a Deus!

Maranatha! Ora vem, Senhor Jesus!

Data: 25/4/2012 10:10:31

Categorias
Artigos

Cartaz de Parada Gay traz foto de catedral e irrita Igreja no PR

 

LUIZ CARLOS DA CRUZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CASCAVEL

Um cartaz de divulgação da Parada Gay de Maringá (436 km de Curitiba) provocou indignação na Igreja Católica por estampar a foto da Basílica Nossa Senhora da Glória refletindo a explosão de um facho de luz com as cores do arco-íris. A Igreja quer a retirada do cartaz das redes sociais e de sites que defendem a causa gay.

O editor do site "Maringay", Luiz Modesto, 31, disse que o cartaz é extraoficial e foi desenvolvido pela artista plástica Elisa Riemer, inspirado na capa do álbum "The Dark Side of the Moon", da banda britânica Pink Floyd.

Reprodução

Cartaz extraoficial de divulgação da Parada Gay de Maringá, no Paraná

Cartaz extraoficial usado na divulgação da Parada Gay de Maringá (PR); Igreja não gostou da exposição

"Foi um cartaz simpático, com o símbolo de Maringá. Em qualquer lugar usa-se o símbolo da cidade para vender o peixe", afirma.

Ele diz que outras leituras podem ser feitas, como o facho de luz que aponta de baixo para cima e depois explode no alto, representando a diversidade de Maringá.

O arcebispo dom Anuar Battisti disse à Folha que a catedral não é apenas um símbolo de Maringá, mas também da fé da maioria dos moradores da cidade. "Respeitamos a diversidade, mesmo às vezes não concordando com o modelo de comportamento", afirma o religioso.

Luiz Modesto, que diz ter recebido um convite para tomar café com o arcebispo nesta terça-feira (17), afirma que a Igreja terá que apresentar bons argumentos para a retirada do cartaz. "Se ele me convencer que eu ofendi a Igreja, eu retiro", afirma.

Em nota, a Arquidiocese de Maringá disse que "a Igreja Católica não tem a pretensão de domesticar a sociedade, impondo-lhe seus princípios e valores", mas que o cartaz "confrontou opinião religiosa da parcela maior da comunidade maringaense".

A Parada Gay de Maringá está marcada para o dia 20 de maio.