“Os pastores evangélicos jogam a culpa em cima do diabo. Acho fantástico isso. Você está desempregado é o diabo, está doente é o diabo, tomou um tombo é o diabo, roubaram o seu carro é o diabo”, disse o ex-presidente, arrancando gargalhadas da plateia.
O contexto do discurso de Lula era uma crítica que ele fazia aos patrões, dizendo que quando não é possível atender os pedidos da classe trabalhadora, os empresários sempre jogam a culpa no governo.
Desse ponto, sem motivo aparente, Lula passou a ironizar os evangélicos, de acordo com informações do portal Uol.
Em seguida, o ex-presidente da República comparou a maneira dos pastores evangélicos encontrarem culpados ao processo do mensalão, onde dirigentes do Partido dos Trabalhadores foram julgados e condenados por corrupção.
“Eu acho legal (culpar o diabo) porque é direto. Não tem nem investigação. É direto. O culpado está ali. É a teoria do domínio do fato”, ironizou Lula.
No entanto, o ex-presidente omitiu que no processo do mensalão, os investigados foram julgados, com amplo direito de defesa e recursos no Supremo Tribunal Federal (STF), e ainda assim, não conseguiram provar sua inocência.
Para Lula, a condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, por atos de seus subordinados, sob a argumentação de que ele tinha o controle da situação, é inaceitável.
Por fim, aproveitando que a plateia se deliciava com as piadas que fazia sobre os evangélicos, Lula resolveu ir além em sua zombaria e ironizou os dízimos: “E a solução [para os problemas causados pelo diabo] também está ali. É Deus. Pague o seu dízimo que Jesus te salvará”, afirmou, usando um tom mais enfático, imitando um pregador.
Ao final, mais uma galhofa: Lula sugeriu que os dirigentes sindicais deveriam assimilar os métodos dos pastores para conseguir os resultados obtidos. “Vocês sindicalistas têm que aprender a fazer isso porque cobram mensalidade, cobram contribuição sindical e não resolvem [as demandas das categorias]”.