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Os gays e a paranoia do mundo

 

05 de julho de 2011 | 0h 00

Arnaldo Jabor – O Estado de S.Paulo

As recentes "paradas gay" surpreendem – nunca pensamos que houvesse tanta gente "dentro do armário". São milhões pelas avenidas, atacados depois por evangélicos e caretas em geral, que criticam a falta de pudor.

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Cristiano Mascaro. Crianças da comunidade judaica do Bom Retiro: imigrantes criaram a identidade visual da região

Será ilusão ou estatística? Antes, havia três ou quatro homossexuais declarados no Brasil. Diziam: "Fulano é "mulherzinha", ou sicrano é "pederasta" ou ainda beltrano é fresco, fruta, maricas, invertido, perobo, tia e: veado (ou "viado"?) Creio que foi Millôr Fernandes quem escreveu uma vez que "quem escreve "veado" em vez de "viado" é viado. Acho a melhor palavra para definir "homossexual" em português, apesar dos traços pejorativos do nome.

Mas, por que "gay", que também revela sutilmente uma "finesse" falsa, um eufemismo em inglês meio preconceituoso? "Gay" é originalmente "alegre", o que também é uma denegação do sofrimento que tiveram (e têm) de enfrentar.

Viado é uma doce palavra brasileira e devia ser assumida como oficial. "Sexo, por favor?" "Viado", responde a "santa".

Há muito tempo, procurei a origem da palavra que tanto inquieta o macho brasileiro. Cheguei uma vez a telefonar para Antônio Houaiss, que me disse que talvez a origem venha do particípio passado do verbo venari em latim (que significa "caçar", ou seja, venatus, o "caçado").

Esta palavra já descrevia o "corço" desde o século 13, mas o sentido de pederasta passivo surge com o carioca do século 20, talvez, me aventou o Houaiss, pelo fato de que o corço é seduzido pela corça, sendo portanto um macho passivo. Veado é a grafia certa, mas tira da palavra sua conotação sexual. Houaiss me autorizou a usar "viado".

Esta palavra me transtorna desde pequeno.

Lembro-me de que, na rua da infância profunda do Rio, escutei pela primeira vez: "Fulano é viado!" Senti que era um rótulo apavorante e antes mesmo de saber o que era aquilo, era necessário não ser "viado". Era inquietante ver indícios na minha infância: garotinhos que davam atrás do muro, um fremir de medo diante da violência do futebol de rua, uma alvura de nádegas nos cantos de quintal, era o pecado nascente nos subúrbios dos anos 50, quando tudo era pecado – gravidez solteira era uma espécie de doença venérea que as mulheres podiam pegar.

Havia outros palavrões, claro, que íamos descobrindo. "Puta", por exemplo, carregava uma pecha brutal, mas pelo menos tinha contornos visíveis. Puta era supergráfica. Uma mulher era "puta" ou não era. Qualquer uma podia ser, menos a mãe da gente, claro. "Viado", não. "Viado" tinha uma sombra de ambiguidade, um quê de duplo, um desequilíbrio que assustava.

Acho que aprendi da complexidade da vida com a palavra "viado". A palavra dava medo, porque nos fazia perder a identidade; não seríamos nem homem nem mulher. Viado era o ser dividido. Viado era o mistério.

Isso me ensinou que não havia apenas o pai e a mãe; havia uma terceira coisa mais além, mais perigosa. Aprendi que a vida não era simples como pensávamos, que corríamos o risco de cair no mundo terrível de "Amélia", um mendigo viado que fazia trejeitos com os olhos pintados que, diziam, tinha dado mijo à mãe doente que lhe pedira água e, por isso, Deus o castigou. Lendo Proust, vemos que a barra era mais pesada ainda no início do século, quando ele próprio se referia ao homossexualismo como "vício".

Ser viado nos anos 50 era uma permanente tarefa de ocultação.

Os homossexuais tinham de se esgueirar entres dois mundos, o do macho e da fêmea, em vielas e disfarces.

Nos anos 50, os mais corajosos e livres chegavam no máximo à categoria de "bichas loucas", assumidas, mas mantendo uma caricatura de si mesmas, feita de trejeitos autoaviltantes.

Com os anos 60, o gay tornou-se a celebração viva do complexo, do múltiplo, de uma alegre liberdade, num parentesco com o mundo hippie e psicodélico.

Ser gay virou uma força política, a "gay power", um orgulho que só foi ferido com a trágica chegada da aids.

A epidemia virou a desculpa para a ressurreição rancorosa dos "homofóbicos" e conservadores que puseram a culpa nas vítimas da doença que viraram "culpados". A partir daí, a sexualidade sofreu uma mutação sinistra para todos, pois na hora do amor e sexo pensamos no perigo de morte.

Hoje, o crescimento das marchas e bandeiras está assustando os "heteros", com a intensidade ideológica da luta dos gays.

Uma amiga me disse: "Hoje só há três tipos de homem: os casados, os "roubadas" e os viados".

Mas, é verdade que os gays têm uma importância política hoje, pois carregam a lâmina das incertezas. Eles são a prova de que o mundo não é dois. Eles provam que as causas e efeitos não se cruzam tão facilmente e celebram uma ambiguidade muito mais rica que o discurso feminista ou machista radical.

Segundo psicanalistas, o homossexual não entra no "mundo do pai". Fica no estágio mais seguro de um drama edípico não realizado. Fica em uma casa com a mãe imaginária, não sai para a vida da Lei, do mundo real, da diferença sexual, da aceitação dos dois sexos.

Aí, arrisco minha humilde tese esquemática (bem o sei…): o mundo está virando uma barra tão pesada que a saída da casa (mãe) para a rua (pai) está cada vez mais apavorante. Como querer que uma pobre criança vire macho, se os exemplos de macheza são dados pela estupidez terrível dos homens do Poder? O sujeito olha o mundo lá fora, desmunheca e grita: "Nem morta!" E fica na saia da mãe.

A aceitação do homossexualismo ajuda a desenhar a constelação polivalente de hoje, a nebulosa de sentidos, as mil caras das injustiças.

Os viados são os didáticos habitantes deste mundo árido e confuso. São menos lineares, mais coloridos.

Estudando o caso do dr. Schreber, Freud argumentou que a paranoia seria talvez uma forma de defesa contra o homossexualismo latente.

Portanto, seguindo a minha linha simplista, acho que se a paranoia era uma defesa contra a viadagem, a viadagem é hoje uma defesa contra a paranoia.

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O mascarado polêmico – Desmistificação da homofobia

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Lanna Holder e Rosania Rocha inauguram a primeira igreja de lésbicas do Brasil

 

Missionária Lanna Holder e Pastora Rosania Rocha Inauguram a Comunidade Cristã Cidade de Refúgio em São Paulo: A primeira igreja brasileira dirigida por um casal de lésbicas e orientada para o público LGBT

Lanna Holder e a sua companheira Rosania Rocha vivem juntas, como casal, desde que Lanna Holder assumiu (novamente) a sua homossexualidade desfazendo, mais uma vez o seu testemunho.

Lanna Holder foi o meteoro pentecostal do final da década de 90 e início dos anos 2.000. Surge oferecendo um testemunho de ex-drogada, ex-lésbica e outros exs que juntamente com o seu carisma foram o sucesso dos Gideões de Camboriu. “Com apenas 12 anos de idade conheci o lesbianismo. Aos 17, fui a uma boate gay e tive a minha primeira intimidade sexual com mulher. Logo depois desse acontecimento, saí de casa para morar com uma mulher 12 anos mais velha do que eu” “Foi no dia 12 de dezembro de 1995, aos meus 21 anos. Larguei todas as minhas práticas imediatamente. Pedi à minha mãe, que ligasse para a minha ex-companheira e avisasse que eu não iria mais voltar, pois havia me convertido. Milagrosamente o álcool, as drogas e o homossexualismo ficaram para trás.

Em 2002, o escândalo. As notícias davam conta de que Lanna se envolvera com a dirigente do louvor da World Revival Church – Assembléia de Deus de Boston, nos Estados Unidos, e estava mantendo um relacionamento homossexual. O incidente caiu como uma bomba e se transformou em um choque para muita gente, sobretudo as multidões que lotavam os eventos onde ela pregava e consumia vorazmente as fitas e vídeos com suas mensagens. Lanna Holder é acusada de continuar mantendo as suas práticas homossexuais o que culmina na confissão. O resultado foi o fim de seu casamento com missionário Samuel Davi de Souza.

Segundo matéria da revista Eclésia:

A bem da verdade, o caso homossexual era uma recaída. Lanna tornou-se famosa no Brasil e no exterior graças ao seu testemunho de conversão, que incluía, justamente, a libertação de uma vida promíscua, marcada pelo uso de drogas e pelo lesbianismo. Porém, àquela altura, a falta de informações gerou uma profusão de boatos. Ferida e com o ministério destruído, Lanna admitiu a queda e sumiu dos holofotes e dos púlpitos. Seu nome virou assunto das rodinhas de porta de igreja depois dos cultos. Abandonada pelos que a incensavam – inclusive, boa parte da imprensa evangélica, que depois do ocorrido deixou seus leitores sem notícias –, ela foi entrevistada por ECLÉSIA em janeiro de 2003 e abriu o jogo, falando do caso, das dificuldades financeiras devido à interrupção das ofertas, da insatisfação conjugal e da hipocrisia de muitos pastores.


Passados seis anos de silêncio, Lanna Holder está de volta. Desde meados de 2007, ela já havia retomado as pregações nos Estados Unidos e, nos meses de setembro, outubro e novembro, esteve ministrando na Europa e no Brasil, ocasião em que recebeu novamente a reportagem de ECLÉSIA. Lembrou os problemas do passado, como a loucura de ter que pregar quase todo dia para manter a viabilidade financeira do ministério e atender aos interesses das lideranças que lhe franqueavam o púlpito. Admitiu novamente o caso homossexual que durou cinco meses e pôs tudo a perder – embora, como faz questão de dizer, tenha sido aconselhada por diversos pastores a manter o bico fechado e continuar seu trabalho nas igrejas como se nada tivesse acontecido. “Disseram que seria muita burrice minha admitir tudo”, lembra.


Ela garante que, dos tempos dourados, nada lhe restou. O casamento com o também missionário Samuel Davi de Souza acabou. O dinheiro também. Sobraram apenas dívidas. E muitas. Lanna conta que sua prioridade passou a ser o sustento do filho, Samuel David Holder de Souza, e o acerto com os credores. Diferente do que foi dito na época, que ela teria fugido do Brasil por causa das dívidas, garante que nunca foi esse seu pensamento ao fixar residência nos Estados Unidos. “Mas não tinha clima para ficar aqui. Além do mais, lá, ganharia mais”, explica. Trabalhou durante um bom tempo com o que aparecia: limpeza, entrega de pizza, serviços administrativos, pintura de paredes. Lanna Garante que já acertou quase tudo com os credores.


Em busca do anonimato, a princípio ela decidiu não freqüentar mais igrejas brasileiras nos Estados Unidos. Ia a cultos de americanos para não ser reconhecida e para evitar “profetas” que lhe apontavam o dedo e falavam que Deus ia matá-la ou levaria seu filho como uma espécie de castigo pelo pecado cometido. Mas era preciso lutar contra os desejos, que, reconhece, teimavam em lhe assaltar. Chegou a participar de reuniões de cura interior e quebra de maldições, mas a inclinação homossexual continuava latente. Conseguiu vencer os desejos aos poucos, principalmente graças ao apoio da pastora Márcia Cunha e do pessoal da Igreja Batista Emanuel, que foram bombardeados por terem acolhido Lanna. “Disseram que era uma igreja de gays porque estavam me ajudando”, diz ela.


A bem da verdade, o caso homossexual era uma recaída. Lanna tornou-se famosa no Brasil e no exterior graças ao seu testemunho de conversão, que incluía, justamente, a libertação de uma vida promíscua, marcada pelo uso de drogas e pelo lesbianismo. Porém, àquela altura, a falta de informações gerou uma profusão de boatos. Ferida e com o ministério destruído, Lanna admitiu a queda e sumiu dos holofotes e dos púlpitos. Seu nome virou assunto das rodinhas de porta de igreja depois dos cultos. Abandonada pelos que a incensavam – inclusive, boa parte da imprensa evangélica, que depois do ocorrido deixou seus leitores sem notícias –, ela foi entrevistada por ECLÉSIA em janeiro de 2003 e abriu o jogo, falando do caso, das dificuldades financeiras devido à interrupção das ofertas, da insatisfação conjugal e da hipocrisia de muitos pastores.


Passados seis anos de silêncio, Lanna Holder está de volta. Desde meados de 2007, ela já havia retomado as pregações nos Estados Unidos e, nos meses de setembro, outubro e novembro, esteve ministrando na Europa e no Brasil, ocasião em que recebeu novamente a reportagem de ECLÉSIA. Lembrou os problemas do passado, como a loucura de ter que pregar quase todo dia para manter a viabilidade financeira do ministério e atender aos interesses das lideranças que lhe franqueavam o púlpito. Admitiu novamente o caso homossexual que durou cinco meses e pôs tudo a perder – embora, como faz questão de dizer, tenha sido aconselhada por diversos pastores a manter o bico fechado e continuar seu trabalho nas igrejas como se nada tivesse acontecido. “Disseram que seria muita burrice minha admitir tudo”, lembra.


Ela garante que, dos tempos dourados, nada lhe restou. O casamento com o também missionário Samuel Davi de Souza acabou. O dinheiro também. Sobraram apenas dívidas. E muitas. Lanna conta que sua prioridade passou a ser o sustento do filho, Samuel David Holder de Souza, e o acerto com os credores. Diferente do que foi dito na época, que ela teria fugido do Brasil por causa das dívidas, garante que nunca foi esse seu pensamento ao fixar residência nos Estados Unidos. “Mas não tinha clima para ficar aqui. Além do mais, lá, ganharia mais”, explica. Trabalhou durante um bom tempo com o que aparecia: limpeza, entrega de pizza, serviços administrativos, pintura de paredes. Lanna Garante que já acertou quase tudo com os credores.


Em busca do anonimato, a princípio ela decidiu não freqüentar mais igrejas brasileiras nos Estados Unidos. Ia a cultos de americanos para não ser reconhecida e para evitar “profetas” que lhe apontavam o dedo e falavam que Deus ia matá-la ou levaria seu filho como uma espécie de castigo pelo pecado cometido. Mas era preciso lutar contra os desejos, que, reconhece, teimavam em lhe assaltar. Chegou a participar de reuniões de cura interior e quebra de maldições, mas a inclinação homossexual continuava latente. Conseguiu vencer os desejos aos poucos, principalmente graças ao apoio da pastora Márcia Cunha e do pessoal da Igreja Batista Emanuel, que foram bombardeados por terem acolhido Lanna. “Disseram que era uma igreja de gays porque estavam me ajudando”, diz ela.


A segunda volta
Em 2007, a missionária ensaia um retorno aos púlpitos: “Sei que pequei. Não me orgulho disto e estou trabalhando minha restauração com Deus”, desabafou. Lanna colocou no ar um site dedicado ao seu recomeço ministerial e passou a comercializar DVDs com suas velhas mensagens e outras novas. Sabe-se que a missionária andou recebendo o apoio de diversos assembleianos ligados aos Gideões de Camboriu e foram abertas portas para que voltasse a pregar em certo císrculo restrito de alguns ministérios da AD. Chegou, inclusive a receber uma carta de recomendação de um ministério, antes ligado à AD, o que lhe ajudou a abrir portas – veja ao lado. Contudo, o retorno não foi capaz de lhe encher a agenda.

No início de 2010 Lanna Holder concede entrevista para um site LGBT, dando conta de sua opção, sem que o fato, contudo, tenha gerado grande repercussão no meio evangélico. Ao que parece, para a maioria, Lanna Holder seguia enterrada no passado.

A companheira assume

Cantora e pastora Rosânia em entrevista a site gay

O interesse ressurge com a entrevista de Rosânia Rocha, agora sua companheira assumida. A cantora e pastora Rosânia Rocha concede entrevista para o site LGBT cristão – Ex-hetero, onde assume sua união com Lanna e a sua opção sexual.

A seguir um trecho da entrevista:

Imagem do Facebook de Rosânia

Blog Ex Hetero: Como foi que sua família e amigos reagiram quando souberam de sua sexualidade?  Como eles te tratam hoje? Você precisou de apoio psicológico nesse processo?

Rosania Rocha: Os que eram meus amigos mesmo ficaram do meu lado (risos), quanto a minha família, sempre respeitamos uns aos outros, nunca fomos de muito grude (risos) sempre fomos diretos no que pensamos e ninguém entra na vida do outro… cada um reagiu como lhe devia. Me tratam normalmente, e estamos juntos sempre que podemos. Quanto a apoio psicológico, eu sempre tive pé no chão , eu sempre me achei muito pronta para ser verdadeira não só neste assunto mas em tudo que me rodeia… tipo assim, fui lidando com tudo naturalmente sem culpar ninguém, nem a mim mesma… sabia que não era por ai.

Como foi enfrentar a comunidade evangélica após o escândalo que envolveu você e uma grande pregadora do meio gospel. Houve ajuda ou rejeição? Alguém te estendeu apoio? Quem?

Isto sim foi difícil, porque eu amava aquele ministério do qual eu era membra a dez anos… construi junto aquela história e amava aquelas pessoas todas… fui rejeitada sim , claro é de praxe né? O ser humano se acha no direito de julgar e achar que sabe tudo! Mas recebi de pessoas que nunca imaginava , nem conhecia, apoio e isto foi o suficiente naquela época! Mas apoio mesmo, tive do meu irmão mais velho, ele foi naquele momento o único que lutou por mim, no sentindo de que eu me encontrava totalmente sem chão, ele foi meu amigo meu pai, meu irmão. E comprou minha briga que na época não foi pequena , mas isto é outra história! 🙂

Rosânia em ensaio fotográfico para o DVD

Você chegou a se submeter a algum tratamento de reversão sexual? Em algum desses movimentos de “libertação para gays” como a Exodus Internacional, que é bastante popular nos EUA, ou algum similar? Se sim, como foi essa experiência e como passou por ela?

Sim, (risos) eu tentei de tudo para sentir aceitação e paz novamente e por isso busquei os tratamentos que me “curassem” ou me “libertassem” seja qual fosse a suposta solução! Queria que me olhassem como antes, pois na minha mente eu era a Rosania de sempre, lutadora, verdadeira, amiga, falha, todavia eu mesma! Tentei a cura interior, regressão, quebra de maldição, desligamento de alma, quebra de vínculo e o que podia me ser oferecido como solução, afinal eu fiquei a mercê de tudo, uma vez que me vi sozinha e não entedia nada sobre isto mas queria ser o que esperavam de mim. O que fez a diferença naquele momento foi eu sempre ter muita intimidade com Deus, o que me era indispensável desde pequena. E foi na lembrança do que havia vivido que naquele momento em meio a tudo aquilo eu me permitir ser conduzida por Ele, por entender que somente Deus tem o poder de efetuar em minha sua vontade. Assim fui aprendendo, crendo que se Ele quisesse o faria, principalmente ao enxergar em mim o anseio de agradá-Lo.

Como e quando você ampliou sua visão espiritual para a teologia inclusiva? Foi difícil esse processo? Precisou quebrar seus próprios tabus e preconceitos?

Foi um processo diário que gradativamente ampliou-se através de cada experiência diária e continua. Não vejo diferença no cristão, o CRENTE EM JESUS é crente e pronto! E no mais a mais, no que eu acredito não mudou nada ,continua sendo o mesmo JESUS que salva , liberta e leva para o céu sem fazer acepção de pessoas, acolhe a todos que vem ate Ele e eu tenho sua GRACA que é abundante sobre mim! Sem dúvidas o processo foi dia a dia, mesmo porque nunca fui preconceituosa, mas quanto a tabus, sim aqueles que vc nem entende direito, mas esta lá só porque todo mundo vê, sabe como? Porém no momento de reagir, eu soube em Deus encontrar o caminho sem desesperar e isso eu sei é uma jornada constante!Somos todos inacabados e sempre no processo de aprendizado e crescimento.


Tio Chico e o "não caso" com a Xuxa

Não sabemos se por coincidência ou armação de assessoria de imprensa, nos últimos meses, a missionária Holder, até então sumida da imprensa, ressurge com declaração negando as acusações do pastor (?) Francisco (ex-bruxo Tio Chico) de que teria sido amante da apresentadora XUXA:

Julgo o que seria, caso eu houvesse falecido no acidente de carro que sofri há um ano atrás? Se em vida ele tem ousado dizer que eu tive um caso com a Xuxa, o que não diria para acrescentar sensacionalismo falso à minha história? Assim venho por meio desta nota, desmentir o testemunho do Pastor Francisco (se é que o posso chamar assim!), ao qual foi por mim procurado há cerca de três meses atrás para esclarecimentos, porém o mesmo negou com veemência que tenha feito tal afirmativa. Minha tristeza é saber que ele esteja usando de acontecimentos do passado (meados de 1999 a 2000), quando esteve na época pregando na igreja do meu ex-sogro e hospedado por um dia n meu apartamento em Guarulhos, para abusar com maldade do ocorrido, alegando que na ocasião eu tenha lhe dito que tive um envolvimento com a Xuxa!

A nova comunidade
Nesta esteira de notícias, artificial ou não, surge a promoção da inauguração da comunidade evangélica dirigida por lésbicas. A comunidade foi inaugurada neste primeiro final de semana de junho com grande público. Abaixo, o vídeo–convite disponível no site da Cidade de Refúgio. Uma comunidade cristã inclusiva localizada na Avenida São João, 1600 – Centro, São Paulo.

Além da Cidade de Refúgio também será inaugurada a ong Mãos em Ação que pretende estender as mãos a todos quanto sofrem ou sofreram todo tipo de trauma de ordem psíquica, física ou mental e emocional de cunho homofóbico.

Entre outras declarações constantes no site (http://www.jesuscidadederefugio.com/ ), as fundadoras apresentam o propósito da Cidade de Refúgio:

A CIDADE DE REFÚGIO está pronta, chegamos ao fim das reformas e das obras, os projetos que foram gerados no coração de Deus, nasceram em nossos corações, e em tempo hábil para dizermos que foi um fruto concebido sob circunstâncias sobrenaturais. Alguns de nós passaram anos gerando, gerando sonhos e enquanto gerávamos podíamos sentir a alegria de romper a esterilidade, as impossibilidades de uma lei severa e desprovida de misericórdia, que trazia consigo os maus presságios de um futuro sem esperança e uma eternidade sem GRAÇA! Este fim de reforma extrai agora de todos nós envolvidos o urgente anseio de começar a reformar VIDAS! Fomos concebidos sob essa expectativa e não vacilaremos em prosseguir para o ALVO que nos está proposto pelos céus, sob todos os aspectos e circunstâncias nascemos sob a irrefutável convicção de que este propósito é inegociável.


Não nascemos com a perspectiva de levantarmos uma bandeira, mas com a missão de termos a Ele como a nossa única bandeira. Uma igreja que ama a todos e não exclui a ninguém, que anseia ser UM LUGAR AOS ESCOLHIDOS, pela convicção de que Deus não faz acepção de pessoas.


[…]


Que nasça a CIDADE DE REFÚGIO, e que venham os outros REFÚGIOS, afinal na chegada de cada um deles damos a luz aos nossos sonhos, rompemos as impossibilidades e a esterilidade. Que este ano seja o ano dos que insistiram em sonhar, e que as lagrimas da perseverança hoje sirvam pra regar os RAMOS NOVOS.


Nele em quem damos frutos!


Lanna Holder e Rosania Rocha

Abaixo,  o vídeo-convite feito por Lanna Holder para a inauguração de sua igreja:

 

Genizah entrou em contato com a missionária Lanna Holder afim de obter uma entrevista. Quem atendeu o telefone foi a Pastora Rosânia Rocha que nos passou a Lanna Holder. Lanna afirma estar preparada para a salva de críticas, mas nos promete a entrevista para breve. Confirma o relacionamento estável com a pastora Rosânia e informa que o culto inaugural foi um sucesso.

Seguem trechos da entrevista com Lanna Holder publicada na revista Eclésia de janeiro de 2009 feita após a sua segunda recaida e nova retomada. Ou seja, atual re-re-re-caída já é rotina. E sua atual companheira é a mesma Pastora Rosania que a mesma conheceu nos Estados Unidos, esta por sua vez, casada na época.

A volta, depois da queda

Marcos Stefano

Jornalista da revista Eclésia

A missionária Lanna Holder, afastada do ministério de pregadora itinerante por um escândalo homossexual, está de volta aos púlpitos e se considera restaurada pelo Senhor

Ela garante que, dos tempos dourados, nada lhe restou. O casamento com o também missionário Samuel Davi de Souza acabou. O dinheiro também. Sobraram apenas dívidas. E muitas. Lanna conta que sua prioridade passou a ser o sustento do filho, Samuel David Holder de Souza, e o acerto com os credores. Diferente do que foi dito na época, que ela teria fugido do Brasil por causa das dívidas, garante que nunca foi esse seu pensamento ao fixar residência nos Estados Unidos. “Mas não tinha clima para ficar aqui. Além do mais, lá, ganharia mais”, explica. Trabalhou durante um bom tempo com o que aparecia: limpeza, entrega de pizza, serviços administrativos, pintura de paredes. Lanna Garante que já acertou quase tudo com os credores.

Em busca do anonimato, a princípio ela decidiu não freqüentar mais igrejas brasileiras nos Estados Unidos. Ia a cultos de americanos para não ser reconhecida e para evitar “profetas” que lhe apontavam o dedo e falavam que Deus ia matá-la ou levaria seu filho como uma espécie de castigo pelo pecado cometido. Mas era preciso lutar contra os desejos, que, reconhece, teimavam em lhe assaltar. Chegou a participar de reuniões de cura interior e quebra de maldições, mas a inclinação homossexual continuava latente. Conseguiu vencer os desejos aos poucos, principalmente graças ao apoio da pastora Márcia Cunha e do pessoal da Igreja Batista Emanuel, que foram bombardeados por terem acolhido Lanna. “Disseram que era uma igreja de gays porque estavam me ajudando”, diz ela.

Lanna Holder diz que havia decidido não pregar mais. Manteve a decisão até 28 de julho de 2006, quando um acidente de carro quase lhe tirou a vida. Passou 42 dias internada e sofreu nove cirurgias. Entre os muitos ferimentos, teve o peito esmagado, perfurações nos pulmões e no fígado e hemorragias internas causadas pela fratura das costelas, além de um trauma cardíaco. O coração passou a funcionar com apenas 20% da capacidade. A previsão dos médicos não era nada boa: no mínimo, ela precisaria colocar um marca passo. Naquele momento, conta, percebeu que Deus queria chamar sua atenção. “Falei com o Senhor que faria sua vontade, e não a minha. E pedi que, caso fosse do seu agrado que eu voltasse a pregar, que meu coração se recuperasse e eu não precisasse passar pela operação. Em quatro meses, o coração estava perfeito”, conta a missionária.

A bem da verdade, o caso homossexual era uma recaída. Lanna tornou-se famosa no Brasil e no exterior graças ao seu testemunho de conversão, que incluía, justamente, a libertação de uma vida promíscua, marcada pelo uso de drogas e pelo lesbianismo. Porém, àquela altura, a falta de informações gerou uma profusão de boatos. Ferida e com o ministério destruído, Lanna admitiu a queda e sumiu dos holofotes e dos púlpitos. Seu nome virou assunto das rodinhas de porta de igreja depois dos cultos. Abandonada pelos que a incensavam – inclusive, boa parte da imprensa evangélica, que depois do ocorrido deixou seus leitores sem notícias –, ela foi entrevistada por ECLÉSIA em janeiro de 2003 e abriu o jogo, falando do caso, das dificuldades financeiras devido à interrupção das ofertas, da insatisfação conjugal e da hipocrisia de muitos pastores.

Passados seis anos de silêncio, Lanna Holder está de volta. Desde meados de 2007, ela já havia retomado as pregações nos Estados Unidos e, nos meses de setembro, outubro e novembro, esteve ministrando na Europa e no Brasil, ocasião em que recebeu novamente a reportagem de ECLÉSIA. Lembrou os problemas do passado, como a loucura de ter que pregar quase todo dia para manter a viabilidade financeira do ministério e atender aos interesses das lideranças que lhe franqueavam o púlpito. Admitiu novamente o caso homossexual que durou cinco meses e pôs tudo a perder – embora, como faz questão de dizer, tenha sido aconselhada por diversos pastores a manter o bico fechado e continuar seu trabalho nas igrejas como se nada tivesse acontecido. “Disseram que seria muita burrice minha admitir tudo”, lembra.

Ela garante que, dos tempos dourados, nada lhe restou. O casamento com o também missionário Samuel Davi de Souza acabou. O dinheiro também. Sobraram apenas dívidas. E muitas. Lanna conta que sua prioridade passou a ser o sustento do filho, Samuel David Holder de Souza, e o acerto com os credores. Diferente do que foi dito na época, que ela teria fugido do Brasil por causa das dívidas, garante que nunca foi esse seu pensamento ao fixar residência nos Estados Unidos. “Mas não tinha clima para ficar aqui. Além do mais, lá, ganharia mais”, explica. Trabalhou durante um bom tempo com o que aparecia: limpeza, entrega de pizza, serviços administrativos, pintura de paredes. Lanna Garante que já acertou quase tudo com os credores.

Em busca do anonimato, a princípio ela decidiu não freqüentar mais igrejas brasileiras nos Estados Unidos. Ia a cultos de americanos para não ser reconhecida e para evitar “profetas” que lhe apontavam o dedo e falavam que Deus ia matá-la ou levaria seu filho como uma espécie de castigo pelo pecado cometido. Mas era preciso lutar contra os desejos, que, reconhece, teimavam em lhe assaltar. Chegou a participar de reuniões de cura interior e quebra de maldições, mas a inclinação homossexual continuava latente. Conseguiu vencer os desejos aos poucos, principalmente graças ao apoio da pastora Márcia Cunha e do pessoal da Igreja Batista Emanuel, que foram bombardeados por terem acolhido Lanna. “Disseram que era uma igreja de gays porque estavam me ajudando”, diz ela. Nesta entrevista, Lanna fala sobre essas mudanças e sobre seus planos para o futuro. “Sei que foi o Senhor quem me chamou. Por isso, não posso parar, mesmo com tantas críticas que venho sofrendo. Sei que a glória desse segundo momento será muito maior”, garante. Os objetivos ministeriais incluem a abertura de uma base na Europa ou nos EUA e outra no Rio de Janeiro. “Depois, começar um trabalho para auxiliar pessoas que enfrentem o mesmo problema que eu, ao da homossexualidade.” Ao lado dela, a mãe, Elizabeth Marinho, que também se define como missionária, admite as dificuldades. “Fico impressionada com tantas mulheres que vêm e dão em cima dela na cara dura”, espanta-se. “Os homens, não; são todas mulheres, até irmãs. Parece algo feito para tentá-la mesmo”, reclama.

Depois de tudo o que passou, Lanna parece mais compreensiva em relação a quem enfrenta problemas nesta área, um dos maiores tabus do segmento evangélico. “Sempre me perguntam se estou ‘curada’ de vez, como se a homossexualidade fosse alguma doença”, comenta. “Sou completamente honesta quando me indagam sobre cura ou libertação neste aspecto: estou em processo de cura. Algumas pessoas conseguem ser libertas de uma vez de tudo. Outras, não; permanecem com trejeitos e vontades, como se fosse uma compulsão que precisam vencer diariamente”, diz, numa honestidade que deixaria desconcertados muitos de seus admiradores. “É o meu caso – não me sinto mais vulnerável, mas se fosse esperar toda inclinação desaparecer completamente, nunca voltaria a ministrar.” Para ela, as lideranças das igrejas não sabem lidar com o problema e espiritualizam demais o assunto. Afinal, como pessoas batizadas no Espírito Santo podem estar endemoninhadas?”, questiona. “Mas é mais fácil ferir as pessoas e fechar as portas da graça do que abri-las”, encerra, em tom grave.

ECLÉSIA – Como você define sua situação espiritual hoje?

LANNA HOLDER – Hoje eu vejo que tudo colaborou para que eu crescesse espiritualmente e aprendesse com Deus. O que me aconteceu serviu para que eu descobrisse os verdadeiros amigos que eu tinha, para que eu conseguisse rever os meus conceitos a nível de integridade, de caráter, de valores pessoais e aquilo que realmente atraía as pessoas até mim. Quando nos estamos no alto do monte, todos são amigos – e muitos dizem que são nossos amigos mesmo sem nos conhecer, só porque temos um nome. Desci ao vale, e lá descobri os verdadeiros amigos, os verdadeiros valores, e me tornei uma pessoa melhor do que era. O Senhor transformou as maldições em bênçãos; hoje, sou uma pessoa mais madura, tenho mais consciência do que quero e estou com os pés firmados em um propósito. Eu estou vivendo à luz da Palavra e caminhando no propósito que Deus tem para a minha vida.

E qual é esse seu propósito?

O mesmo que eu tinha desde que recebi o meu chamado, após a minha conversão – o propósito de ganhar almas para o Senhor. Deus me deu o dom da palavra, é o que eu sei e faço com prazer e alegria. Pregar o Evangelho satisfaz e preenche a minha alma e alegra o meu espírito, dando-me um sentimento de satisfação espiritual. E o meu propósito é independente de qualquer coisa; eu não vou abrir mão do meu ministério, daquilo que o Senhor me concedeu. Ainda que as igrejas e os ministérios fechem suas portas para mim, vou seguir até o fim esse propósito, que é o de pregar a Palavra de Deus.

Como tem sido a recepção das pessoas quando você vai às igrejas?

Melhor do que eu poderia imaginar. Depois do que eu passei, fico meio instável acerca de como vai ser esse relacionamento. Mas a minha vinda ao Brasil me permitiu ver os verdadeiros intercessores do meu ministério – foram os pequenos, os simples, aqueles que fazem parte do povo; aqueles que, quando me vêem, choram e me abraçam, agradecendo a Deus por eu estar de volta e pregando. O amor incondicional dessas pessoas foi como uma alavanca para me manter focalizada naquilo que o Senhor tem para a minha vida. Durante o período que se seguiu ao que você mesmo define como queda, o que as pessoas lhe diziam? Particularmente, depois de eu ter passado pelo meu fracasso matrimonial resultante do processo da minha queda, eu me sentia muito atingida com comentários de irmãos e de “profetas” que se diziam mensageiros da Palavra e do juízo de Deus sobre a minha vida. Houve quem me dissesse que Deus me mataria ou me colocaria numa cadeira de rodas, ou que iria me cobrar tirando a vida do meu filho. Enfim, foram diversas palavras de desgraça, destruição; mas ao invés disso, o que vi foi Deus cuidando de mim, sarando minhas feridas.


Quando você voltou a pregar?

Em julho de 2007, exatamente um ano depois do acidente em que Deus guardou minha vida e que serviu de sinal para que eu voltasse. Foi difícil? Foi muito interessante, porque a primeira coisa que eu pensei foi que acreditava que estava no púlpito de novo, na posição de pregadora, até porque eu havia sido muito sincera quando disse para Deus que não queria voltar para o ministério. Então, quando eu me vi ali pregando a Palavra, eu tive absoluta certeza do meu processo de restauração e de que não estava ali porque eu queria, mas porque Deus o quis.

Afinal, você parou de pregar devido ao escândalo homossexual?

Depois do ocorrido, eu comuniquei ao meu marido o que aconteceu e a outra pessoa envolvida fez o mesmo com o marido dela. Então, nós duas fomos conversar com o pastor dela, Leon de Jesus, para resolver o que fazer. Só que eu já havia decidido parar de pregar, pois estava insatisfeita com minha vida pessoal e não queria viver numa farsa. Então, entreguei a minha credencial e disse que não estava mais disposta a exercer o meu ministério.


Na outra entrevista a ECLÉSIA (edição 97), você disse que foi aconselhada a agir como se nada tivesse acontecido e continuasse com o ministério. Confirma isso?

O ministério de Boston decidiu que deveríamos passar por uma disciplina, mas que a questão não fosse trazida a público para não causar um escândalo. Só que esses cuidados não eram com a minha alma, nem o de preservar o meu ministério – ou o da outra pessoa –, mas uma preocupação em evitar o escândalo que manchasse o nome da igreja. Isso era muito perceptível para mim. E eu já estava cansada de me sentir manipulada. Não falo isso especificamente em relação àquela igreja, mas de modo geral. Estava cansada de ser e fazer aquilo que as pessoas queriam que eu fosse e fizesse.

A Igreja Evangélica está preparada para tratar casos de homossexualismo entre seus membros?

Não. Aliás, quando falei sobre isso na primeira entrevista, minha fala foi usada até de maneira maldosa. Eu não disse, em 90% das igrejas por onde eu passava, como foi afirmado na matéria, as pessoas exerciam a homossexualidade ali dentro. O que eu disse foi que em 90% das igrejas por onde eu havia passado, encontrava pessoas com problemas de homossexualismo. Mas o que afirmei naquela entrevista, afirmo nesta: onde eu passo, é muito difícil que não haja pessoas que me procurem com problemas de homossexualidade, problemas que elas não sabem como resolver. Por mais que jejuem, por mais que orem, por mais que passem por processos de libertação, elas continuam sentindo as mesmas tendências, as mesmas encanações e as mesmas dificuldades. E falta confiança nos líderes, porque, se elas expõem as suas vidas, têm suas vidas expostas aos membros da igreja e a partir daí passam a sofrer discriminação, são colocadas de lado e impedidas de exercer qualquer cargo ministerial na igreja. Pessoas assim estão fadadas a morrer no último banco, porque para esses ministros e para essas igrejas elas não têm utilidade nenhuma. Então, o que eu percebo é que nós espiritualizamos demais o que precisa ser compreendido, ao invés de ser espiritualizado. Esse problema precisa ser conhecido para sabermos como pode ser tratado; mas nós fechamos a porta da graça, ao invés de abri-la.

Então, na sua opinião, qual seria a atitude correta da Igreja em relação ao homossexual ?

Não só falo da homossexualidade, mas do adultério, do vício da prostituição. Essas pessoas precisam de igrejas que as aceitem como elas são e que preguem a Palavra para elas, na expectativa e na certeza de que a libertação vai ocorrer de dentro pra fora. Não adianta pegar um homossexual e trocar suas vestes, fazendo dele uma personagem que passe a imagem de religioso, se por dentro ele está ferido, está machucado. A única coisa que a igreja pode fazer, se ela não tem respostas, é exercitar o amor. A homossexualidade não é pior do que o adultério, a prostituição ou a fornicação – para Deus, todos estão na mesma categoria.

Por que a Igreja é tão radical em relação aos pecados sexuais?

Eu te diria que é por causa dessa máscara de religiosidade. Nós condenamos os pecados sexuais, mas calamos a boca quando o assunto é a fofoca, a intriga. E nos calamos também em relação à falta de união entre pastores e ministérios e à busca incessante pelo poder. Não condenamos aqueles que usam o dinheiro que vem dos dízimos e das ofertas para suas vaidades pessoais., enquanto as igrejas estão limitadas a templos pobres e sem estrutura porque o dinheiro é totalmente utilizado de forma ilícita. Também não falamos contra a disputa que existe em nosso meio: quem é o melhor pregador, quem é o melhor cantor, quem é o que mais vende em igrejas. Isso tudo se tornou normal, mas o pecado sexual, não. É a mascara da religiosidade.

Você refere-se a esta nova fase do seu ministério como uma segunda etapa. O que mudou em relação à anterior?

As pessoas que já conheciam meu ministério, quando vão me ver pregar hoje, esperam aquela pregação bombástica, aquela característica que sempre foi vinculada ao ministério Lanna Holder – aquela pregação pentecostal, aquela palavra avivada, a necessidade de ver o povo pulando, recebendo o que nós usamos como a forma taxativa de poder. Hoje eu tenho muito mais preocupação em ter consciência, uma pregação com base na Palavra, sem aquela preocupação de que precisa haver manifestação de poder. Agora, minha maior preocupação é ministrar a Palavra, na certeza de que em cada igreja, de acordo com a unção e com a disposição do coração de Deus para me usar naquela ocasião, vai haver um mover diferente. Sei que, mesmo que as pessoas não tenham pulado ou não tenham caído, elas sairão dali com a Palavra semeada em seus corações e com suas vidas mudadas. Só a Palavra pode fazer isso.

Genizah