Os acusados, entre bispos e pastores da denominação, são vistos pelo Ministério Público do país como os responsáveis pelo incidente, por não terem levado em consideração questões de segurança na organização do evento, que superlotou o local onde a vigília de virada de ano foi realizada.
“Os arguidos orientaram-se, única e exclusivamente, no propósito firme de realizarem a maior vigília de fim de ano, em termos de adesão, realizada em Angola”, apontou o texto lido pela acusação durante o julgamento dos líderes da Universal.
De acordo com as medições realizadas pelo Corpo de Bombeiros do país, havia aproximadamente 250 mil pessoas no Estádio Nacional Cidadela Desportiva, que teria capacidade para apenas 70 mil, segundo informações da Voz da América.
Durante o evento, houve um tumulto, e o desespero dos fiéis fez com que 10 pessoas fossem mortas pisoteadas, morrendo por asfixia e esmagamento. Além disso, outras 120 pessoas ficaram feridas.
Os bispos e pastores da Universal também são acusados de serem responsáveis por 11 crimes de ofensa corporal. O Tribunal Provincial de Luanda realizou um despacho onde afirmou que existem indícios de que os responsáveis não agiram com “observância” das “opiniões técnicas” dos Bombeiros sobre as condições do estádio e sua capacidade de lotação, o que gerou “erros seguramente evitáveis, caso tivessem acatado as boas práticas”.
À época do incidente, a denominação liderada pelo bispo Edir Macedo se calou sobre o fato, ignorando a morte de fiéis em um evento organizado por sua filial em Angola.